quarta-feira, 31 de março de 2010

Contraponto 1781 - Mídia capitalista mostra a cara e o caráter na cobertura do PAC

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31/03/2010

Mídia capitalista mostra a cara e o caráter na cobertura do PAC

Jornalismo sujo enganando o País

Portal Vermelho - 30 de Março de 2010 - 18h40

O presidente Lula tem toda razão ao criticar a mídia capitalista e deplorar as mentiras que ela veicula diariamente sob a máscara de um jornalismo objetivo, apolítico e imparcial. Na medida em que a corrida presidencial avança, tal máscara cai, deixando transparecer uma campanha orquestrada contra o governo e a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. A cobertura do PAC 2 pelos principais meios de comunicação no país não deixa margens a dúvidas quanto a isto.
A Rede Globo abordou o tema hoje (30) em seu programa matinal de notícias, “Bom dia Brasil”, ironizando as metas propostas pelo governo e apresentando o programa como eminentemente “eleitoreiro”. Comentaristas da área econômica, a soldo da família Marinho, como Mírian Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, este na CBN, não economizaram críticas.

Dois pesos e duas medidas

Os outros veículos da mídia capitalista foram pelo mesmo caminho. O título da chamada de capa de “O Estado de São Paulo” nesta terça (30) foi “PAC 2 traz promessas para atrair leitor urbano”. Já a “Folha de São Paulo” afirma (página A7): “Governo infla PAC 2 com obras antigas”. Pelo menos dois articulistas do jornal da família Frias (Fernando Canzian e Vinícius Torres Freire) foram mobilizados para desacreditar o programa.

É sintomático que, em relação ao pré-candidato tucano, José Serra, que no mesmo dia do lançamento da segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) fez demagogia com os empresários do ramo têxtil, reduzindo a alíquota de ICMS, a atitude tenha sido diferente. Neste caso, parece (para quem se guia pela mídia) que o gesto do ainda governador paulista não teve nada a ver com a corrida presidencial. Nosso Portal, que toma o partido das forças progressistas, denunciou a hipocrisia tucana, que conta com o poderoso respaldo dos chamados meios de comunicação de massa.

Partidarismo de direita

Deste modo, vai se revelando o verdadeiro caráter da mídia capitalista, que apesar das aparências pratica um jornalismo engajado e partidário, o que não seria censurável, não fosse o fato de que isto contradiz a falsa profissão de fé no jornalismo objetivo e imparcial. Além disto, trata-se de um jornalismo partidário do que há de mais reacionário e atrasado em matéria de política e linha editorial.

O PAC não é um programa perfeito e também não deve ser confundido com o novo projeto de desenvolvimento nacional defendido por alguns partidos que compõem a base do governo Lula e pelos movimentos sociais. Está longe disto e não deve ser isento de críticas. Porém, tem seus méritos e é precisamente isto que preocupa a velha e rançosa direita brasileira, representada por tucanos, demos e companhia.

Negação do "Estado mínimo"

A principal virtude do PAC é resgatar o papel do Estado na promoção do desenvolvimento nacional, pois conforme ressaltou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, trata-se do primeiro esboço de plano de desenvolvimento em 30 anos. A última coisa que se viu neste sentido no Brasil foi o II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) do governo Geisel.

Com a história de “Estado mínimo”, o neoliberalismo praticado pelos tucanos nos dois governos FHC jogou na lata do lixo a ideia de planejamento e combateu com todas as armas qualquer tipo de intervenção do setor público na economia. Optou pelas privatizações indiscriminadas, capitulando à pressão do imperialismo e fazendo o jogo dos grandes capitalistas estrangeiros e nacionais. (Grifo do ContrapontoPIG).

Além de conferir ao Estado um papel central no desenvolvimento econômico, o PAC prioriza investimentos que vão ao encontro das demandas dos movimentos sociais, preconizando obras bilionárias na área de saúde, habitação, energia, saneamento e infra-estrutura. Tucanos e demos, com respaldo da mídia capitalista, preferiam que nada disto fosse feito e que o tempo retrocedesse aos anos miseráveis de FHC.

Da redação, Umberto Martins
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