domingo, 14 de março de 2010

Contraponto 1626 - China, EUA e direitos humanos

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14/03/2010
China acusa os EUA de usar
direitos humanos como instrumento político


Beijing (Prensa Latina) 13/03/2010
A China acusou os Estados Unidos de usar o tema dos direitos humanos como instrumento político para difamar e intrometer-se nos assuntos internos de outros países e perseguir seus próprios interesses.

Essa posição aparece em um relatório sobre o tema do Escritório de Informação do Conselho de Estado, com o qual respondeu a um apresentado ontem pelo Departamento de Estado referente a 2009.

Ao denunciar que uma vez mais a Casa Branca se auto-elege como "juiz mundial dos direitos humanos", adverte que o texto estadunidense está infestado de acusações sobre a situação nesse campo em mais de 190 países e regiões, incluído o gigante asiático, mas faz caso omisso, ignora e inclusive encobre as violações destes em seu próprio território.

Assinala que os Estados Unidos, com seu forte poder militar, tem perseguido a hegemonia no mundo, enquanto pisoteia a soberania de outros e viola seus direitos humanos.

O extenso documento explica que como maior vendedor de armas, os acordos desse país têm estendido a instabilidade por todo o planeta, enquanto aumenta seu orçamento militar, que encabeça a lista global.

Recorda que no início de 2010, o governo estadunidense anunciou uma venda de armas a Taiwan pelo valor de 6 bilhões e 400 milhões de dólares, apesar do enérgico protesto de Beijing, o que feri seriamente os interesses de segurança da China, e provoca a indignação de seu povo.

Afirma que o Pentágono está construindo suas bases militares por todo o mundo, enquanto são frequentes os casos de violações dos direitos humanos dos habitantes locais.

Intitulado Registro dos Direitos Humanos dos Estados Unidos em 2009, o relatório detalha que esse país conta com 900 dessas instalações que acolhem mais de 190 mil soldados e outros 115 mil empregados. Estas bases estão destruindo e contaminando o meio ambiente, recalca.

Ao referir-se às tecnologias das comunicações, assegura que os Estados Unidos tem negado todas as petições de outros países, bem como as de organizações internacionais, inclusive a ONU, de romper seu monopólio sobre os servidores e de descentralizar seu poder de gerenciamento sobre Internet.

Também está intervindo nos assuntos internos de outras nações fazendo uso do controle que têm sobre os recursos da rede de internete, acrescenta.

Reitera que Washington ignora as convenções internacionais sobre direitos humanos e adota uma atitude passiva diante das obrigações nesse tema.

Esclarece que a Casa Branca assinou o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais, e Culturais há 32 anos, e a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher há 29, mas ainda não ratificou nenhum dos dois, nem a Convenção de Direitos das Pessoas com Deficiência.

Como outro exemplo dessas violações, cita o fato de que no dia 13 de setembro de 2007 a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a Declaração sobre os Direitos dos Povos Indígenas, o documento mais completo e autoritário da ONU sobre o tema, no entanto, os Estados Unidos se negou à reconhecer.

O relatório da China, emitido pela décima primeira ocasião, ressalta que os fatos mencionados demonstram que o outro país não só tem um mau registro de direitos humanos dentro de seu próprio território, senão que também é a fonte de muitos desastres nesse campo ao redor do mundo.

Pontualiza que durante anos Washington se impôs a outros, se considerando como a "polícia mundial dos direitos humanos" e ignorando seus próprios problemas a respeito.
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