06/11/2010
ONG lista 'tweets' contra nordestinos e envia material
ao Ministério Público
ao Ministério Público
SaferNet recebeu denúncias contra 1.037 perfis de usuários do Twitter.
MPF apura divulgação de mensagens discriminatórias na rede.
MPF apura divulgação de mensagens discriminatórias na rede.
Do G1, em São Paulo - 05/11/2010 16h34 - Atualizado em 05/11/2010 16h34
Mensagem causou revolta entre usuários do TwitterMensagem causou revolta entre usuários do Twitter
A ONG SaferNet encaminhou ao Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo uma notícia-crime com a relação de 1.037 perfis de usuários do Twitter que teriam postado mensagens contra nordestinos. A entidade chegou aos usuários por meio de denúncias recebidas entre os dias 31 de outubro, data de realização do segundo turno das eleições, e as 18h de quinta-feira (4).
O relatório será apensado ao procedimento aberto no MPF-SP para apurar a divulgação de mensagens discriminatórias no serviço de microblog.
No domingo, após a eleição de Dilma Rousseff para a Presidência da República, alguns usuários postaram mensagens ofensivas a nordestinos. Entre as mais republicadas estava a de uma usuária identificada como Mayara Petruso, estudante de Direito, que chegou a figurar na lista de assuntos mais comentados do Twitter.
Agora, o Ministério Público irá decidir, entre outras possibilidades, se repassa o caso à Polícia Federal ou se o arquiva. A seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Pernambuco pediu que a autora das mensagens responda pelos crimes de racismo e de incitação pública ao crime de homicídio.
O presidente da SaferNet, Tiago Tavares, diz que nem todas as mensagens que partiram dos perfis relacionados foram publicadas a partir dos comentários da estudante. “Existem mensagens claras de insulto, de incitação a crimes, de todo tipo de humilhação. As mensagens não se restringem à incitação do ódio ou da discriminação”, afirmou.
“Não são todas as mensagens que constituem crime. Essa linha divisória sobre o que é crime ou não só pode ser feito pelo Ministério Público e pelo Judiciário. A nossa expectativa é que esses fatos sejam apurados e que haja algum tipo de responsabilização. Senão fica a impressão que intolerância e o ódio são toleráveis. Não podemos aceitar com naturalidade mensagens que pregam o ódio e discriminação de minorias”, disse.
O presidente da ONG diz que o caso coloca em evidência o fato de que “a internet é o reflexo da sociedade”. “Os atos de alguém através da internet geram uma repercussão real”, pontua. “A liberdade de expressão é um direito fundamental assegurado na Constituição e que precisa ser defendido plenamente. Só que o direito à liberdade de expressão não compreende e não autoriza a violação a outros direitos humanos igualmente fundamentais , como o direito à igualdade”, finaliza.
As denúncias chegaram por meio da página www.denuncie.org.br, mantida pela ONG. A entidade tem parceria com o Ministério Público Federal em São Paulo e com outros estados para receber denúncias de crimes na internet.
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