12/11/2010
Socorro ao banco de Sílvio Santos não envolveu dinheiro público
Do Amigos do Presidente - por Zé Augusto -sexta-feira, 12 de novembro de 2010
O Banco PanAmericano, do grupo Silvo Santos, em supervisão rotineira feita pelo Banco Central, no final de julho, identificou inconsistência contábil, confirmada no final de setembro, produzindo um rombo no patrimônio do banco de R$ 2,5 bilhões.
Para cobrir o rombo, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), emprestou ao Grupo Silvio Santos R$ 2,5 bilhões, cuja garantia são as 44 empresas do Grupo Silvio Santos.
O FGV é privado, um fundo que funciona como um seguro, criado pelas próprias instituições financeiras para cobrir os depósitos dos correntistas nos casos de falência.
A operação de empréstimo foi melhor para o FGC do que a liquidação ou intervenção (onde o FGC teria que cobrir todo o rombo). O Grupo Silvio Santos tem três anos de carência para começar a pagar o empréstimo e dez anos para quitá-lo. Caso não consiga pagar, algumas companhias podem ser vendidas para quitar o empréstimo. Há ceticismo sobre a capacidade de pagamento sem vender empresas. A venda do próprio PanAmericano é esperada. Não haverá dificuldades em encontrar compradores, uma vez que o banco ficou saneado.
Outras empresas, como a emissora de televisão SBT, também poderão ser negociadas para que o empréstimo seja honrado.
O diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Alvir Alberto Hoffmann, afirmou que o Banco PanAmericano ficou devidamente recuperado com o aporte de R$ 2,5 bilhões e segue vida normal.
A Caixa Econômica Federal (CEF), que comprou parte do PanAmericano em 2009, não terá que garantir o pagamento do empréstimo, porque é acionista minoritário do PanAmericano, não responde pela gestão e, portanto, não tem obrigação de pagar pelo desequilíbrio contábil da empresa socorrida.
A CEF também não perderá o que pagou pela participação acionária, pois o patrimônio do banco foi restabelecido com o empréstimo, cuja responsabilidade é do grupo Silvio Santos.
Presidenta da Caixa vai comandar Conselho de Administração do PanAmericano
Oito pessoas foram indicadas para nova composição do Conselho de Administração do Banco PanAmericano, quatro da Caixa Econômica Federal e quatro indicados pelos sócios privados da Holding SS, que administra as empresas do Grupo Silvio Santos.
A Caixa detém 49% das ações ordinárias (com direito a voto) e 36,56% do capital total do Banco PanAmericano.
A presidência do Conselho de Administração será exercida pela presidenta da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho.
A diretoria terá cinco membros dos quadros da Caixa e três da Holding SS.
Com as mudanças promovidas na diretoria do PanAmericano, a Caixa terá mais peso na administração, restabelecendo a credibilidade do Banco.
BC já informou ao Ministério Público indícios de fraude
O Banco Central (BC) comunicou ao Ministério Público os indícios de crimes (fraude) no caso na contabilidade do Banco PanAmericano, informou o diretor de Fiscalização da autoridade monetária, Alvir Alberto Hoffmann. Ele acompanhou o presidente do BC, Henrique Meirelles, na audiência pública convocada pela Câmara dos Deputados.
Meirelles afirmou que foi feita uma avaliação no sistema bancário como um todo e não foi encontrada nenhuma instituição com problemas semelhantes aos do PanAmericano.
Na audiência, ele disse que existe a possibilidade de o Grupo Sílvio Santos ter que vender o Banco PanAmericano para pagar o Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Eike Batista quer comprar o SBT, mas diz que não quer
A concessão pública da emissora poderá ser devolvida à União ou vendida de acordo com o valor de mercado. Atualmente, a concessão de um canal de televisão em São Paulo é a mais cara do país.
O magnata Eike Batista, questionado se poderia comprar o SBT, havia dito à imprensa que avalia oportunidades. Mais tarde, pelo Twitter, negou, dizendo "Esclarecemos que não temos interesse no Grupo SBT. Hoje foi dito que avaliamos sempre oportunidades de negócios, apenas isso."
Já Silvio Santos, diz que admite vender todas as empresas, menos o SBT.
Pode ser tudo o tradicional ritual do mundo dos negócios: quem quer comprar nega, para não valorizar o preço, e quem admite vender também nega para não depreciar.
A venda da concessão dos canais de TV explorados pelo SBT, depende de análise do Ministério das Comunicações e da presidência da República. O comprador deverá atender a alguns requisitos como nacionalidade brasileira e idoneidade. (Com informações da Agência Brasil).
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