13/09/2011
A Cantanhêde, inspirada pelo perfume da massa cheirosa.
Assim é o bolsa-família dos sonhos de nossa sub-elite
Ela voltou! Depois de férias, eis que ressurge, em grande estilo, nas páginas da Folha de S. Paulo, Eliane Cantanhêde, ex-especialista em aviação de caça e em relações militares, agora como – sabe-se lá por que experiências – guia de compras em Miami.
“A classe média vai ao paraíso: às compras nos EUA. Também, pudera. Um casaco que aqui custa R$ 800 sai por US$ 200 (menos de R$ 400) lá. Uma blusa de seda, R$ 500 aqui, US$ 60 lá. Um macacão de bebê, R$100 aqui, US$ 10 lá. Bons lençóis, R$ 600 aqui, US$ 50 lá. Eletrônicos? Nem se fala. A diferença é tão grande que as passagens saem de graça. Então, vai a família inteira -pai, mãe, filhos adultos, crianças, netos. Na volta, as malas enormes e empilhadas são um espanto.”
Sentiram o padrão da massa cheirosa?
A culpa, é claro, é da nossa carga fiscal.
Castanhede a Musa da Febre Amarela
“E ainda me vêm com essa história de recriação da CPMF?”, reclama a moça elegante, ainda com as sacolas de compras.
Os lençóis puídos de nossos hospitais públicos não são de 600 fios, é claro, para merecerem um impostinho.
Não, não, precisamos lutar com energia e coragem, convoca a jornalista.
“Depois das manifestações no Sete de Setembro em Brasília, começa a mobilização na internet para novos atos pelo país no dia 20. No Rio, por exemplo, será na emblemática Cinelândia. O grito de guerra é “abaixo a corrupção”. Mas bem que poderia evoluir para “abaixo a corrupção, os impostos astronômicos, os maiores juros do planeta”. Parece mais saudável do que voar o tempo todo para Miami”.
A massa cheirosa não terá dificuldades em chegar à Cinelândia, pois o metrô vai à Ipanema, construído com os impostos astronômicos.
Nem para ir a Miami, porque as passagens estão baratas – curioso, apesar dos impostos astronômicos – e os maiores juros do planeta garantiram uma grana ali no fundo de renda fixa.
Fique tranquila, D. Cantanhêde, a Presidenta já garantiu que não virá uma nova CPMF. Mas não garantiu que não virá mais um “imposto astronômico”, destes que taxem consumo no exterior, compras de luxo e grandes fortunas.
É triste o retrato da sub-elite brasileira, desta que acha Miami o paraíso e que não acha absurdo que um mês de trabalho de um brasileiro possa custar menos que um lençol, porque as domésticas estão muito exigentes, agora.
PS. E para quem acha que isso é exagero, recomendo a leitura do Premio Nobel de Economia, Paul Krugman, há dois dias: “Atualmente – os melhores ou, pelo menos, os supostos homens e mulheres sensatos que deveriam estar cuidando do bem-estar da nação, não têm essa convicção, enquanto que os piores, representados por uma boa maioria dos republicanos, estão tomados por uma fúria irascível”
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