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06/10/2011
Do Amigos do Presidente Lula - 06/10/2011
Nem o fato de um deputado ter dito que a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) é praticamente um camelódromo e que todos os deputados “têm um preço” foi suficiente para furar a barreira imposta pelo governo de São Paulo em instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a corrupção no Estado.
06/10/2011
Cadê a Faxina? Deputados da base de Geraldo Alckimin evitam CPI
Do Amigos do Presidente Lula - 06/10/2011
Nem o fato de um deputado ter dito que a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) é praticamente um camelódromo e que todos os deputados “têm um preço” foi suficiente para furar a barreira imposta pelo governo de São Paulo em instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a corrupção no Estado.
Nesta quarta-feira, um dia depois de o deputado Roque Barbiere (PTB) ter feito as declarações, vários parlamentares manifestaram indignação quanto às denúncias. Nenhum deputado de partidos da base governista, no entanto, assinou o pedido de CPI para investigar as denúncias de venda de emendas.
O PT, que trabalha pela instauração da CPI, conseguiu reunir 28 assinaturas de parlamentares do PT, PSOL, PDT e PCdoB, mas precisa da adesão de 32 deputados para levar o pedido adiante. Hoje, em uma reunião de Colégio de líderes, o líder petista, deputado Ênio Tatto, usou as novas declarações de Barbiere para tentar sensibilizar a base governista, mas ninguém concordou em assinar.
“CPI é a forma mais confortável de não apurar nada”, disse o líder do PSDB, Orlando Morando.
O presidente da Assembleia, Barros Munhoz, defendeu que a primeira apuração seja feita no âmbito do Conselho de Ética, e chegou a cogitar uma mudança no regimento interno para que fosse instaurada uma sexta CPI na Casa para apurar o caso, já que a norma atual permite apenas cinco comissões concomitantes. “Tenho ouvido de muitos parlamentares que estão dispostos a fazer uma CPI, desde que seja necessária”, afirmou.
Normalmente avesso a entrevistas, Munhoz procurou a imprensa para demonstrar indignação. “Foi, no mínimo, profundamente infeliz e, mais do que isso, profundamente injusta (a declaração). Logicamente, terá de ser reparada. Foi uma fala extremamente injuriosa e caluniosa”, disse Barros Munhoz. O presidente da Assembleia também cogitou a punição a Barbiere. “Uma coisa é certa: ele tem que falar. Ou ele se explica, ou fica passível de punição”, reforçou.
Explicações por escrito
Barbiere foi convidado a se explicar amanhã no Conselho de Ética, mas já avisou ao líder do partido, Campos Machado (PTB), que não deverá comparecer pessoalmente. Barbiere entregou suas explicações por escrito para que sejam protocolados amanhã no Conselho de Ética.
No plenário, Campos Machado saiu hoje em defesa de Barbiere. “Pediu-me ele que pedisse desculpas a todos os parlamentares. Não teve ele a intenção de constranger qualquer deputado, incriminar qualquer deputado. Ele voltará ao convívio desta Casa na semana que vem, quando a filha melhorar”, disse. Barbieri foi procurado, mas não quis se pronunciar. Ele argumenta que não comparecerá amanhã à Assembleia porque sua filha recém-nascida prematura está internada no hospital.
Campos finalizou sua fala no plenário com uma frase que foi interpretada como uma ameaça por alguns deputados. “Não atire uma pedra sem ter certeza do alvo que quer atingir”, disse.
Desde que Mário Covas assumiu o governo de São Paulo, em 1995, já foram engavetados 91 pedidos de CPI para apurar irregularidades no governo.IG
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