segunda-feira, 2 de abril de 2012

Contraponto 7752 -Quem não queria o Brasil (de Lula) nos BRICs ?

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02/04/2012

Quem não queria o Brasil (de Lula) no BRICS?

Como se sabe, o colonista (*) dos múltiplos chapéus, aquele que tem uma seção de “Livros” na Folha (**) e no Globo (dose dupla de PiG (***) !!!) aos domingos, pensa que é o único brasileiro que compra na Amazon.

(Neste domingo, o de múltiplos chapéus defendeu a tese de que a Comissão da Verdade não levará à revisão da lei da Anistia. É o que em Harvar (é assim mesmo, revisor. Obrigado. PHA) se chama de wishful thinking.)

O ansioso blogueiro teve a petulância de comprar também na Amazon o livro “The Growth Map – Economic Opportunity (não se trata de um banqueiro condenado a dez anos de cadeia) in the BRICs and Beyond”, de Jim O’Neill, chairman do Goldman Sachs Asset Management e criador do acrônimo BRIC.

O PiG (**) e suas penas amestradas, como diz o Ciro, odeiam os BRICs.

Como a Presidenta foi à Índia numa reunião dos BRICs, o ódio se manifestou de várias formas.

Um editorial do Estadão chamou os BRICs de “comédia”.

A Folha (**) neste domingo disse que os BRICs estão na infância, não servem para muita coisa e, se tudo der certo, chegarão à maturidade quando o Otavinho já tiver vendido a Folha ao Tanure.

Qual é o problema dos BRICs para a Urubóloga, por exemplo ?

É que “BRIC” foi a solução engenhosa que o Jim O’Neill encontrou para sintetizar o que está NA cara de qualquer um: que o Brasil, Rússia, Índia e China (a África do Sul não faz parte do time do O’Neill) serão, juntos, breve, maiores que as economias do G7.

E que eles são a expressão de uma nova ordem econômica mundial, com o relativo enfraquecimento, primeiro, da União Soviética e, depois, da União Européia e dos Estados Unidos.

É o óbvio dilacerante !

Mas, para os Urubólogos e a elite (a pior de todas é a de São Paulo, porque, ainda por cima, é separatista) isso seria o desmentido de suas teses fracassomaníacas.

Os colonizados continuariam colonizados – com ou sem a Amazon – e o Brasil lá em cima, com o Nunca Dantes e a JK de Saias a dar bye-bye a Demóstenes, Cerra, Agripino e Civita – e suas penas amestradas.

Mas, é o próprio O’Neill quem conta isso, de forma mais elegante, claro.

Na pág. 49, ele conta que, em 2003 (logo, Governo Lula; atenção, amigo navegante !) , quando veio ao Brasil falar sobre o futuro papel dos BRICs, ALGUNS BRSILEIROS IMPLORARAM PARA QUE ELE NÃO FIZESSE ISSO ! (ênfase minha – PHA).

Os brasileiros “begged”.

Pelo amor de Deus, não ponha o Brasil nesse time !

Please !

Please !

I beg you, Jim !

Alguns “brasileiros” diziam que ele só incluiu o Brasil porque tornaria o acrônimo mais sonoro.

Ou porque faria um trocadilho com “brick” – tijolo, em inglês.

Mas, ele insistiu.

Um dos mais céticos foi um diretor brasileiro (?) do Goldman, Paulo Leme, que hoje é o rei da cocada preta do Goldman aqui no Brasil.

Paulo Leme era um dos “céticos “, diz O’Neill !

Na verdade, logo antes da eleição do Lula em 2002, o Goldman, em Wall Street, montou um “Trem Fantasma” com gritos lancinantes e figuras amedrontadoras, para anunciar o fim do mundo, caso Lula fosse eleito.

Dali do Goldman saíram as especulações mais sinistras contra o Lula !

Havia projeções alucinadas da cotação Real com Lula.

O’Neill conta que não deu a menor bola para as cassandras tupiniquins.

Quando voltou para casa, comprou alguns Reais.

Vendeu depois de três meses.

E foi um grave erro, ele diz.

“Porque nos últimos seis anos, o Real se tornou um moeda espetacularmente (literal, “spetacularly”) forte”, diz ele.

Na página 52, diz O’Neill:

“… in retrospecto, Lula se tornou o maior (“greatest”) formulador de políticas do G20 da primeira década do Seculo XXI.”

É por isso que a elite e os urubólogos da vida não queriam que o Brasil entrasse nos BRICs.

Para não ter que cortar os pulsos.


Paulo Henrique Amorim

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