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15/06/2014
Nossa resposta aos xingamentos
Se uma coisa de útil pode sair do lamentável episódio dos xingamentos à nossa presidenta da República é a lição que a periferia de São Paulo, através de suas vozes mais respeitadas, estão dando aos grã-finos mal-educados das áreas nobres da cidade.
Primeiro foi Sergio Vaz, poeta querido nas quebradas mais violentas da capital, convidando a presidenta a vir à sua região, que será recebida com beijos e abraços. E agora temos Luiz Caversan, um jornalista experiente e bem sucedido, mas que não esqueceu as lições que aprendeu na zona leste, pedindo desculpas à presidenta pela grosseria de seus conterrâneos da parte rica da cidade.
É uma lição que todo brasileiro, a partir de agora, tem de guardar carinhosamente em seu coração: educação não se aprende apenas na escola.
Educação não é apenas saber quem foi Pedro Álvares Cabral.
Educação é, sobretudo, respeitar outro ser humano. Esta é a educação essencial, a única que, no longo prazo, permite a um povo se desenvolver em paz.
O grupo que xingou a presidenta, os ricaços ancien regime que envergonharam o Brasil diante de bilhões de pessoas, incluindo aí milhões de crianças, mostrou seu mau hálito insuportável.
E a periferia paulistana experimenta agora uma doce e pacífica vingança, a de mostrar ao Brasil uma coisa que muita gente já sabia. Dilma é presidente da república há três anos e meio. Pode-se criticá-la o quanto quiser, mas ela foi eleita pelo povo e, como tal, merece o respeito devido aos milhões de votos que recebeu.
Quem tem mais responsabilidade pelos problemas do Brasil? Dilma, que com 20 anos era torturada por lutar contra a ditadura, ou a elite mal-educada, truculenta, opressora, que implantou uma ditadura para melhor sugar o sangue do povo?
Quem tem mais culpa? A presidente que mais investiu em programas sociais, em infra-estrutura, em mobilidade urbana, em educação e saúde; ou uma elite que sonega impostos, que corrompe os parlamentos, e que financia o que há de pior em nossa política?
A elite paulistana cometeu um erro de proporções bíblicas. Em sua arrogância ilimitada, achou que estava numa festinha privê dos Jardins. Não estava. O mundo inteiro testemunhou o seu espírito mesquinho, antidemocrático, chauvinista, violento.
Agora sabemos com quem estamos lidando. E iremos responder com humildade e respeito, as virtudes que as periferias aprenderam a valorizar, porque são essenciais ao convívio humano.
O “vai tomar no cu” talvez tenha sido o canto do cisne de uma elite inescrupulosa. Botou os pingos nos is. Criou uma polarização política que ainda não estava clara.
A partir de agora sabemos o que fazer:
1) Impor uma lei de herança tão forte como a que existe nos EUA e na Europa, e calar a boca desses mauricinhos babacas.
2) Fazer uma lei de mídia tão severa como a que existe nos EUA e Europa, para quebrar a espinha dorsal de uma mídia que mamou nas tetas da ditadura e que tem um DNA golpista, antidemocrático e ancien regime. Uma mídia que só defende os mauricinhos sem educação da ala VIP do Itaú.
Agora sabemos quem somos e quem vocês são.
Vocês nos mandaram tomar no cu. Não vamos responder com xingamentos.
Vamos te ensinar como se briga de verdade numa democracia.
Vamos responder como a gente, o povo das periferias do mundo, sempre fez quando vocês, da elite truculenta, foram obrigados a aceitar, de má vontade, um regime democrático.
Vamos responder com mais leis a favor dos pobres, mais programas sociais e salários mais altos.
Enquanto vocês falam palavrões, nós educaremos nossos filhos e usaremos a sua falta de educação como referência de um Brasil atrasado, de um Brasil sem respeito, de um Brasil que, através de muita luta, estamos conseguindo deixar para trás.
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