domingo, 10 de agosto de 2014

Contraponto 14.390 - A força do poder econômico

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10/08/2014 
 A força do poder econômico
Do Facebook 10/08/2014
 
O Poder Econômico (grandes corporações, conglomerados de capital, bancos e demais instituições financeiras) patrocina pesquisas, anuncia suas marcas na imprensa e corrompe governos.

Esse é o tripé da manutenção do status quo e do controle da "democracia" no mundo contemporâneo.
Ao patrocinar pesquisas, as grandes corporações produzem os "saberes" que lhes interessam. Por sua vez, os grupos de mídia (dependentes do dinheiro dos anúncios publicitários) disseminam esses "saberes" produzidos sob encomenda e que são apresentados ao público sob o rótulo de "conhecimento científico". Os governos, por sua vez, corrompidos pelo capital, se valem desses saberes para adotar políticas que interessam àqueles que os encomendaram.

A conhecida "Escola de Chicago", com seus nobéis Stigler e Friedman, é um exemplo disso. Dali saíram as bases do mais radical neoliberalismo que os EUA de Reagan e a Inglaterra de Thatcher imporiam às suas "colônias". Foi a "tecnocracia" importada da Universidade de Chicago que norteou a política econômica de Augusto Pinochet, no Chile, por exemplo. A equipe econômica do ditador mantinha uma obediência tão cega aos "princípios" defendidos pelos propositores do livre mercado que seus integrantes ficaram conhecidos como "chicago boys"...

A década neoliberal latino-americana é um outro exemplo da utilização pelos governos (fhc, menem, sanchez de lozada etc.) de "modelos econômicos" forjados em determinados "centros de pesquisa" e assinados por "teóricos" e "especialistas" comprados pelos conglomerados capitalistas.

Nessa triste década de 1990, a palavra de ordem era "privatização". Os donos do capital, ávidos por se apoderar das empresas estatais, patrocinaram pesquisas em Economia e Administração Pública que "concluíram" que, se os governos se desfizessem das empresas públicas, transferindo-as ao setor privado, todo mundo ganharia. A imprensa, para agradar seus anunciantes, se encarregou de consolidar essa ideia, fazendo de seu "jornalismo" uma verdadeira propaganda pró-privatizações.

Com todo esse contexto criado, os governos corrompidos se sentiram completamente autorizados a fazer a vontade dos verdadeiros mandantes dessa romântica invenção à qual dão o nome de "democracia". Quer dizer, primeiro busca-se o fundamento na "ciência", depois consolida-se o consenso via mídia para, finalmente, executar-se o que se pretendia: a rapinagem do patrimônio público.

Hipérboles e eufemismos são empregados pelos meios de comunicação conforme os interesses do Poder Econômico. Quatrocentas crianças palestinas mortas em Gaza são apenas um "efeito colateral" dos lucros trilionários da indústria de armas, por exemplo. Ilegalidades de governos "amigos" são ocultadas e governos menos amigos são perseguidos... Um gigantesco esquema de formação de quadrilha e desvio de dinheiro público empreendido por servidores do alto escalão do governo de SP e por altos funcionários das multinacionais Siemens e Alstom é retratado apenas como um simples "cartel". Por outro lado, uma pequena variação das ações da Petrobras na bolsa de valores se transforma numa CRISE nas páginas dos jornais.

Esquematicamente:
O Poder Econômico tem os seus interesses financeiros. Em defesa desses interesses, ele pode ou promover golpes de Estado e instaurar ditaduras (como se fez por toda a América Latina, nas décadas de 1960 e 70) ou investir em estratégias de convencimento público, valendo-se de seus aparelhos ideológicos (como preferiu fazer a partir da década de 1990).

Vamos trabalhar com três exemplos: 1) as petroleiras estadunidenses querem se apoderar das petroleiras estatais latino-americanas (PDVSA, da Venezuela; Petrobras, do Brasil; YPF, da Argentina); 2) a indústria bélica quer ampliar seu faturamento; 3) os banqueiros querem maiores margens de lucro...

Em defesa desses intere$$es, as petroleiras, as fábricas de armamento, os bancos etc. financiam "pesquisas" e "estudos" que "concluem" o que eles querem. No caso das petroleiras, a "conclusão" é a de que o setor público não tem que gerir negócios e, por isso, as empresas públicas devem ser transferidas ao setor privado, a fim de que o Estado desempenhe melhor suas "funções típicas". No caso da indústria bélica, a "conclusão" atual é a de que os "Estados democráticos" têm de lutar contra o terrorismo em nome da segurança e da paz mundial. No caso dos banqueiros, a "conclusão" é a de que, em nome do bem-estar geral, os governos têm de manter firme o combate à inflação.

Os conglomerados midiáticos, então, se encarregam de disseminar e consolidar esses "saberes". No primeiro caso, as petroleiras estatais venezuelana, brasileira e argentina, bem como os respectivos governos desses países, enfrentam uma brutal campanha midiática de desestabilização. No caso da indústria bélica, as guerras pelo mundo são sempre retratadas por um viés "humanitário": as invasões do Iraque e do Afeganistão foram um "combate ao eixo do mal"; o genocídio israelense em Gaza é apenas um "combate ao terrorismo". A imprensa mundial não denuncia que a indústria bélica está usando esse "combate" para aprimorar seus produtos a partir de testes em alvos vivos. Aviões não tripulados e mísseis teleguiados estão sendo testados contra palestinos... No terceiro caso, o dos banqueiros, a imprensa se encarrega de promover um verdadeiro terrorismo psicológico, mantendo todos com a sensação de que a inflação está em alta e que, por esta razão, qualquer "medida de governo" que for empregada para contê-la é justificável...

Então, por último, fechando o roteiro, aparecem os governos corrompidos para favorecerem o poder econômico em detrimento do interesse público legítimo. No caso das petroleiras: PRIVATARIAS. No caso da indústria bélica: GUERRAS. No caso dos banqueiros: ELEVAÇÃO DOS JUROS, o que encarece as dívidas dos Estados e dos cidadãos.

E tudo isso é feito com os "cientistas", a mídia e os governos tentando nos convencer de que é "para o nosso bem"...

E ai da universidade que não participar (perde contrato com a Fundação Ford, por exemplo: menos bolsas de pesquisa...). E ai do veículo de mídia que se recusar (perde anúncio publicitário das maiores marcas do planeta). E ai do governo que enfrentar esse assédio (deverá suportar tentativas constantes de golpe, como as que vemos contra o Nicolás Maduro, na Venezuela; contra Evo Moráles, na Bolívia; contra Rafael Correa, no Equador; contra Cristina Kirchner, na Argentina; contra Lula e Dilma, no Brasil (CPIs a todo momento sobre falsas denúncias e até mesmo uma alteração de dados na wikipedia se transforma num "escândalo" para desestabilizar o governo...). Não é fácil.

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Um comentário :

  1. ESTA COISA QUE ATINGE OS GLOBAIS FOI MUITO MAIS ALARDEADO E NOVELADO PELA "PIG" DO QUE A INVASÃO DOS DADOS DA MANDATÁRIA DO BRASIL ( COMO NAÇÃO BRASILEIRA,ALEMÃ,RUSSA E ETC) ESTA MESMA GENTE ACHOU E ESCREVEU QUE ISTO ( INEVITÁVEL) ERA COISA DOS TEMPOS MODERNOS, SEJA SÓ QUE HIPOCRISIA QUE E ESTE PARTIDO CHAMADO MÍDIA INDEPENDENTE ( P. I, G ). DEUS ME LIVRE E GUARDE DESSAS GENTES CHEIROSAS!!!!!!!

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