19/08/2014
Marina traiu o PT, o Lula, a sua história e trairá o PSB
Blog Palavra Livre - segunda-feira, 18 de agosto de 2014
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Davis Sena Filho
De repente, Eduardo
Campos, um político promissor, mas pouco conhecido do povo brasileiro, é
transformado pela imprensa de direita em um novo Getúlio Vargas. Todavia,
Eduardo Campos nunca governou o Brasil, mas apenas o tradicional e histórico
Estado de Pernambuco, com a cooperação sistemática e até mesmo generosa do
Governo Lula, que investiu pesadamente no importante Estado nordestino e,
evidentemente, ajudou, e muito, para que Eduardo Campos se reelegesse
governador e se tornasse a força política pernambucana dominante. Tão
ganancioso que chegou ao ponto de se considerar politicamente forte para romper
com o PT e se lançar candidato a presidente da República.
O PSB, partido de
Campos, juntamente com o PCdoB, tem uma longa história de alianças com o PT.
Desde 1989, quando aconteceu a primeira eleição presidencial após a
redemocratização do Brasil, os “socialistas” acompanham o PT e governam o País
em âmbito federal, porque sempre tiveram ministros, diretores de estatais
importantes e seus governadores sempre receberam a atenção devida dos
presidentes trabalhistas, Lula e Dilma Rousseff.
De repente, não
mais do que de repente, o candidato do PSB, Eduardo Campos, morre em um trágico
acidente de avião, em
Santos. A campanha experimenta uma reviravolta e a direita
partidária e seus cúmplices e aliados, os magnatas bilionários de imprensa,
esquecem o tucano Aécio Neves e voltam suas baterias para a vice de Campos,
Marina Silva, que por não conseguir as assinaturas necessárias para criar a
Rede Sustentabilidade e, consequentemente, ficar de fora do processo eleitoral,
ingressa no PSB, sendo que em 2010 ela foi candidata a presidente pelo PV,
partido que ela deveria permanecer, afinal ela é “verde”, ex-ministra do Meio
Ambiente do Governo Lula por seis anos e por isso deveria, no mínimo,
demonstrar apreço à sua consciência política e a seus valores forjados por ela
em seu passado.
Acontece que todo
mundo sabe, até os mortos e os recém-nascidos, que Eduardo Campos não era o
“menino dos olhos” da direita, que, com a derrota de Geraldo Alckmin e duas de
José Serra, sonhava com a candidatura Marina Silva, política cooptada e que
mandou às favas seu passado histórico no Acre, e, como dissidente do PT,
aliou-se à direita, porém, desprovida de coerência política, programa de
governo e projeto de País. (Grifos em verde negritado são do ContrapontoPIG) Aliás, bem ao estilo conservador, porque a direita
brasileira nunca criou nada ou efetivou desenvolvimento social e econômico.
Todos os principais avanços, os mais importantes verificados neste País
aconteceram quando os trabalhistas estiveram no poder, por intermédio de
Getúlio Vargas, João Goulart, Luiz Inácio Lula da Silva e agora Dilma Rousseff.
A direita,
capitaneada pelo PSDB, DEM e PPS, bem como pelos grandes latifundiários e
capitães da indústria, além dos banqueiros e dos magnatas bilionários de
imprensa, ainda tem o apoio de uma classe média tão ou mais reacionária que
esses segmentos poderosos da sociedade. A verdade é que esses setores não querem
uma coisa: a vitória do PT nas eleições de 2014. Seria para eles a pior coisa
de todos os mundos, porque, após Getúlio Vargas, os inquilinos da Casa Grande
nunca ficaram tanto tempo fora do poder, como ocorre, agora, neste 12º ano de
administrações petistas.
Sabedores que o
candidato tucano, Aécio Neves, não empolga, apesar da máquina eleitoral
poderosa do PSDB e de seus aliados, os colunistas, comentaristas, blogueiros e
especialistas de prateleiras da imprensa de mercado compreendem que Marina
Silva foi cooptada pelos conservadores. Por causa disso, a ex-petista deixou de
ter compromisso e responsabilidade com o povo brasileiro, com as esquerdas e também
com o PSB. Marina pode até não ser a favorita da imprensa de caráter
imperialista e de alma colonizada.
Mas, sobretudo, a
política que não teve competência para regularizar a Rede Sustentabilidade,
além de ter sido uma ministra fraquíssima, que se dedicou apenas à sua retórica
desconcatenada das realidades, bem como às suas ações governamentais anódinas,
cai como uma luva para as necessidades da direita brasileira, que, a todo
custo, luta para que Dilma Rousseff não vença as eleições no primeiro turno.
Segundo o individualista e nada solidário adágio que os direitistas tanto
gostam, Marina logo vai saber que “não existe almoço grátis”, a não ser para a
burguesia quando toma conta do poder federal e o usa em benefício próprio, pois
essencialmente patrimonialista.
A verdade é que
ninguém sabe (talvez até ela) o que a Marina pensa. Aliás, não se consegue
compreender o que a candidata do Itaú, da Natura e de setores da imprensa
alienígena pensa e fala, porque possui um linguajar próprio, sem ordenação de
ideias e completamente desprovido de coerência. Marina quando fala lembra o
ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I, aquele que
foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas mãos, porque
quebrou o Brasil três vezes.
Sua verve é
escorregadia, propositalmente confusa para que as pessoas não saibam o que
realmente a candidata do PSB pensa politicamente, ideologicamente e como ela
governaria o Brasil, no que tange à economia, aos programas e projetos sociais,
às centenas e centenas de obras de infraestrutura, muitas delas gigantescas,
além das relações internacionais, exemplificadas na consolidação dos Brics, do
Mercosul, da Unasul e das parcerias Sul-Sul, no que é relativo ao Brasil
efetivar novas parcerias tecnológicas e comerciais com os países do hemisfério
sul do planeta, afastando-se da condição de um País vagão que tinha o desditoso
papel de seguir a “locomotiva” chamada de Estados Unidos.
Como confiar em uma Marina que traiu o
PT, o Lula, a esquerda, a sua história e vai trair, certamente, o PSB, partido
que abandonou sua coligação histórica para se aventurar em uma candidatura
“verde”, incipiente, que não venceria as eleições, mas apenas traria problemas
à candidatura Dilma Rousseff, bem como poderia prejudicar um programa de
governo e projeto de País que incluiu 21 milhões de pessoas no mercado de
trabalho, com carteira assinada, tirou 32 milhões de cidadãos da pobreza e fez
com que outros 40 milhões de brasileiros ascendessem à classe média (C).
O PT, o ex-presidente
Lula e a presidenta Dilma têm de mostrar, de forma sistemática, o que os
governos trabalhistas fizeram nesses últimos anos para desenvolver o Brasil e
melhorar as condições de vida do povo brasileiro. A imprensa alienígena e de
caráter golpista não pode ter as rédeas das eleições e muito menos pautar o
processo político e eleitoral.
A imprensa
corporativa não produz nada, até porque não é sua função. Entretanto, ela não
pode e não deve participar das eleições como se fosse um partido político oculto
e que manipula, desvirtua e, se precisar, mente, para que seus desejos
econômicos, políticos e ideológicos sejam concretizados. O PT tem de comparar,
sobretudo, seus governos com os do PSDB, além de jamais esquecer de comparar os
seis anos de Marina Silva à frente do Ministério do Meio Ambiente com os quase
dois anos de seu sucessor, Carlos Minc, à frente do Ministério.
Essas comparações
são essenciais. O que Marina não fez em seis anos, por causa de sua retórica,
que a leva a ser uma administradora inócua, Carlos Minc concretizou inúmeras
realizações em menos de dois anos.
Realizações como, por exemplo, chegar a um acordo com os grandes fazendeiros sobre preservação de matas ciliares, bosques, rios e nascentes. Coisa que Marina nunca conseguiu, porque tem uma personalidade centralizadora, rancorosa e messiânica — quase histriônica, pois impressionista, caricata e exageradamente teatral. As realizações de ambos têm de ser mostradas para o público, sem pisar em ovos, sem quaisquer sentimentos de culpas, porque o povo brasileiro sabe que o PT fez muito mais que o PSDB e que os governos anteriores aos dos tucanos. Porém, tem de mostrar, sistematicamente, no horário político e eleitoral.
Realizações como, por exemplo, chegar a um acordo com os grandes fazendeiros sobre preservação de matas ciliares, bosques, rios e nascentes. Coisa que Marina nunca conseguiu, porque tem uma personalidade centralizadora, rancorosa e messiânica — quase histriônica, pois impressionista, caricata e exageradamente teatral. As realizações de ambos têm de ser mostradas para o público, sem pisar em ovos, sem quaisquer sentimentos de culpas, porque o povo brasileiro sabe que o PT fez muito mais que o PSDB e que os governos anteriores aos dos tucanos. Porém, tem de mostrar, sistematicamente, no horário político e eleitoral.
Marina sorriu no
funeral. Qual é o problema? Nenhum. As pessoas riem até mesmo em momentos
trágicos, ainda mais quando tal indivíduo não é parte da tragédia. Só que tem
um adendo: ela sorriu bem próxima do caixão. Tirou fotos, por intermédio de
selfs e ditou a seguinte pérola: “Essas coisas acontecem em nome de algo maior”.
O que a candidata do PSB, que não é PSB, quer dizer com isso? Messianismo na
veia. Ela já tinha dito que foi a mão de Deus que evitou que estivesse no mesmo
avião de Eduardo Campos.
Além disso, quando
se percebe que a direita está toda mobilizada em seu nome é porque, sem sombra
de dúvida, Marina é candidata da direita, dos conservadores e que enterrou seu
passado sem deixar os ossos.
Quando Luiz Carlos Mendonça de Barros, um dos principais formuladores econômicos do PSDB — leia-se medidas sociais amargas, arrocho financeiro e econômico e privatizações do patrimônio público brasileiro para privilegiar os mercados de capitais e a Casa Grande, em geral — afirmou que Marina é o plano B do PSDB, não resta dúvida: Marina traiu, mais do que qualquer coisa, a sua consciência política e a sua trajetória histórica.
Quando Luiz Carlos Mendonça de Barros, um dos principais formuladores econômicos do PSDB — leia-se medidas sociais amargas, arrocho financeiro e econômico e privatizações do patrimônio público brasileiro para privilegiar os mercados de capitais e a Casa Grande, em geral — afirmou que Marina é o plano B do PSDB, não resta dúvida: Marina traiu, mais do que qualquer coisa, a sua consciência política e a sua trajetória histórica.
Não é à toa que em
2010, candidata a presidente da República, Marina Silva perdeu no Acre, sua
terra e colégio eleitoral. Os acreanos conhecem a Marina Silva. Quem não sabe
quem ela é são os coxinhas de classe média, principalmente os que moram e vivem
no sudeste e no sul deste País. Marina trai e vai trair o PSB, no decorrer da
campanha ou no poder, se, porventura, ela vencer as eleições. Afinal, Marina é
o plano B do PSDB e o plano A de setores da imprensa comercial e privada, ou
seja, da direita brasileira. É isso aí.
PS: A pesquisa da Folha, após a trágica morte de Eduardo Campos, que aponta Marina em primeiro lugar em um virtual segundo turno é realmente um caso muito sério. O MP tinha de investigar seriamente esses institutos de pesquisas e o Governo deveria há muito tempo ter aprovado, com o apoio do Congresso, o marco regulatório para as mídias. Esses grupos privados são autoritários, detestam a democracia, pois secularmente acostumados a benefícios e privilégios, em detrimento da população brasileira.
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