segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Contraponto 15.226 - "Coxinhas pedem golpe — Gilmar e imprensa querem dar bengaladas na democracia"

 

03/11/2014

 

Coxinhas pedem golpe — Gilmar e imprensa querem dar bengaladas na democracia

 

Blog Palavra Livre - segunda-feira, 3 de novembro de 2014
 
VOCÊ PENSA QUE ESSA MANIFESTAÇÃO NÃO É SÉRIA? É SÉRIA. ASSIM COMEÇAM OS GOLPES.
 
 
Por Davis Sena Filho
 
A baixaria foi completa neste sábado, dia 1 de novembro. É este o termo mesmo: baixaria! Trata-se de pessoas politicamente sem escrúpulos, desinformadas e plenas de autoritarismo e intolerância, em todos os sentidos, por observarem a vida por uma ótica torta, ao ponto de pedirem intervenção militar e, consequentemente, o impeachment de Dilma Rousseff, política reeleita, democraticamente, presidenta do Brasil, após enfrentar uma das eleições mais duras e longas da história deste País.

Um pleito eleitoral que, diga-se de passagem, começou em seu segundo ano de mandato, sendo que, a partir do início de 2012, a mandatária trabalhista teve de enfrentar o golpismo da imprensa burguesa, a intempestividade e o rancor dos coxinhas de classe média, a intolerância e as mentiras da direita partidária, capitaneada pelo PSDB, a traição de segmentos importantes da economia, a exemplo do sistema bancário e do agronegócios, além de ser alvo constante de setores do próprio Estado nacional, como o STF, a PGR e a Polícia Federal.

Grupos pagos regiamente pelos contribuintes, que se aliaram aos interesses da burguesia, a prejudicar o andamento da administração petista, que, além de enfrentar os partidos de oposição e a imprensa de mercado, teve também de se virar para se contrapor a agentes públicos de alto escalão que, em vez de zelarem pela estabilidade das instituições e da democracia brasileira, apostaram no quanto pior, melhor, pois preferiram trilhar por veredas tortuosas, a fim de cooperarem com os magnatas bilionários de imprensa e com a oposição conservadora tucana.

Agora essa gente antidemocrática e mal perdedora dá início a um chororô sem precedentes e volta a apostar em golpes contra a democracia, sem se importar com os direitos adquiridos constitucionalmente por uma presidenta eleita com o voto do povo brasileiro. É inacreditável ou surreal, mas o juiz do Supremo, Gilmar Mendes, mais uma vez acrescenta uma mácula ao STF e à sua biografia, pois se dispõe, além de conspirar com a oposição demotucana, no que concerne à aposentadoria dos juízes do STF, ainda considera que a recontagem de votos não é uma reivindicação absurda por parte de políticos do PSDB e dos coxinhas politicamente inescrupulosos, que saíram às ruas, no sábado, para pedirem um golpe militar em plena democracia.

Esse juiz ligado umbilicalmente ao PSDB e ideologicamente de direita, inclusive, considerou muito normal a revista Veja — a última flor do fáscio — ter publicado uma matéria mentirosa e vergonhosa para o jornalismo às vésperas das eleições presidenciais do dia 26 de outubro, que acusa os presidentes Lula e Dilma Rousseff de saberem de tudo no que diz respeito aos malfeitos na Petrobras, sem, no entanto, mostrar quaisquer provas, bem como se basear em supostas declarações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor, Paulo Roberto da Costa, no âmbito da delação premiada.

Prontamente as supostas palavras de Youssef à Veja — a revista porcaria, porque ninguém com um pouco de discernimento e juízo pode levá-la a sério — foram contestadas, pois, de acordo com Antonio Figueiredo Basto, advogado do doleiro, seu cliente não deu declaração alguma, a não ser (palavras minhas) as que foram vazadas seletivamente por setores da Polícia Federal engajados com a candidatura de Aécio Neves, bem como pelo juiz federal no Paraná, Sérgio Moro, que divulgou áudios de depoimentos de Paulo Roberto e Youssef em plena campanha eleitoral, sendo que seu cargo não tem tamanha abrangência, porque quem autorizou a delação premiada foi o STF e não a Justiça Federal do Paraná.

Qual foi a intenção desse juiz? Como ele vaza depoimentos e fica tudo por isso mesmo? Tal juiz é Deus? Pode tudo? Não. Certamente que não. Sua atuação é similar ao do procurador da República, Rodrigo de Grandis, que, conforme o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), existem indícios de que ele descumpriu com seu dever legal ao deixar engavetado durante três anos pedido de investigação proveniente da Suíça no que tange ao caso Alstom, escândalo de corrupção de altíssima soma financeira e que está atrelado aos tucanos de São Paulo. Ainda há o caso Siemens, que também está a ser investigado.

Como se observa, acontece, sim, uma indevida politização de servidores públicos concursados e com cargos de influência e mando que, evidentemente, estão a serviço de interesses políticos, ideológicos e partidários. Esses juízes e promotores, ao invés de trabalharem em prol da sociedade brasileira, optaram por fazer política, e, com efeito, prejudicam o andamento de processos e investigações que interessam ser esclarecidos para todo o povo brasileiro, que, efetivamente, paga os salários, bem como as boas condições de trabalho dessas castas de servidores públicos, que pensam que não devem satisfação a ninguém, quando a verdade é que gente que trabalha para defender os interesses da sociedade e do Estado é a que mais deve satisfações ao público — à Nação.

Servidor público que pensa diferente é porque, realmente, tornou-se um ser equivocado, porque, de uma forma ou de outra, foi cooptado para defender os interesses de outrem, de grupos políticos e econômicos, de classes sociais, geralmente as dominantes, bem como serve aos seus interesses, mesmo se eles são apenas de fórum íntimo. É o fim da picada a politização dos tribunais superiores e de servidores do MP. Se desejam fazer política e consideram seus ofícios nada mais do que um retumbante tédio, que ingressem em algum partido e concorram às eleições. Ponto!

Os coxinhas de classe média que foram às ruas inconformados com a derrota do tucano Aécio Neves também são parte desse processo golpista e draconiano. Muitos deles já tem cabelos brancos e, portanto, sabem o que é uma ditadura. Contudo, há também pessoas mais novas que saíram a pedir um golpe militar, o qual eles, descaradamente, chamam de “intervenção”. A verdade é que ao pedirem golpe ou impeachment, esses cidadãos desmiolados e radicais brincam com fogo, porque não vai ser tolerado um golpe de estado em pleno ano de 2014 do século XXI. A democracia brasileira é nova, mas está, irremediavelmente, consolidada, como demonstram, de forma irrefutável, as crises pelas quais ela passou, bem como as superou, com galhardia e determinação.

A vitória da mandatária trabalhista Dilma Rousseff é legítima, honesta e vencida nas urnas. Não se vê petistas, trabalhistas, comunistas, socialistas e democratas pedirem golpe de Estado, mesmo quando estiveram na oposição. Isto é fato real e histórico... Ponto! Gostaria muito de ver essa gente lutar por democracia em uma ditadura civil-militar, exatamente igual à que o Brasil sofreu no decorrer de 21 anos.

Reivindicar uma “intervenção” (golpe) militar em uma democracia é muito fácil, ainda mais quando no Brasil há total liberdade de expressão, ao ponto de golpistas apostarem em quartelada e impeachment. Golpe de estado, para quem não sabe, é crime definido pela Constituição. Nos Estados Unidos, país admirado pelos coxinhas e ricos brasileiros, insuflar crimes como golpes pode dar cadeia aos usurpadores da lei, que não respeitam a democracia e a escolha da maioria.

A PEC da Bengala é golpe. Os tucanos e a imprensa de mercado de histórico golpista, juntamente com o juiz Gilmar Mendes, lembraram somente agora da emenda. Incrível, não? Ao perceberem que a presidenta trabalhista Dilma Rousseff vai nomear cinco juízes para o Supremo até 2018, os conservadores, ou seja, a direita quer elevar o limite de aposentadoria para os juízes do STF de 70 para 75 anos. Seria cômico se tal intenção não fosse um golpe baixo. Então, enquanto o STF era composto por uma maioria conservadora estava tudo bem, não é cara pálida? Agora que Dilma, constitucionalmente, pode nomear juízes mais progressistas, a direita abre seu bico tucano e esperneia, bem como conspira nos bastidores. Só o que faltava no quartel de Abrantes...

A verdade é que os juízes, os policiais e os promotores/procuradores são funcionários públicos e como tais tem de se comportar. Por seu turno, como os juízes do STF são nomeados, vale um recado: o Governo Trabalhista deveria parar de escolher juízes e procurador-geral da República em lista tríplice. O cargo é político. Ponto! Quem escolhe é o presidente da República. Chega de dar linha para a direita depois cortá-la e, por conseguinte, atrasar o desenvolvimento do Brasil e a emancipação definitiva do povo brasileiro.

Não se brinca e tergiversa com a direita deste País, de passado escravocrata e que possui uma parcela influente e poderosa da sociedade sempre disposta a dar golpes e a rasgar a Constituição. Nos Estados Unidos, depois da vitória de Dilma Rousseff, milhares de brasileiros fizeram um abaixo assinado, a pedir ao presidente, Barack Obama, a intervenção militar yankee em nossas terras.

Essa gente é de uma irresponsabilidade, bem como de uma sordidez e pequenez que é, sim, capaz de apoiar forças estrangeiras contra o Governo e o povo brasileiros. Muito pior do que um hipotético invasor, que seria o caso dos EUA, são esses "cidadãos" tupiniquins, sem eira nem beira, que se acumpliciam ao estrangeiro, mas, hipocritamente, vivem em terras daquele país, contumaz invasor e agressor de nações em todo o planeta há mais de um século.

O Governo trabalhista e popular tem de governar, fazer a reforma política e também efetivar, urgentemente, o marco regulatório para os meios de comunicação. Dilma foi eleita também para isso. Não há mais como protelar. A mídia corporativa e alienígena tem caráter golpista e nunca vai deixar de ser um escorpião. É sua essência. O Governo petista tem de entender isso e levar a sério a poderosa direita brasileira. Coxinhas de classe média pedem por um golpe de estado e invasão do Brasil pelos EUA. Enquanto isso, Gilmar Mendes e outros juízes, além da imprensa de negócios privados, querem dar bengaladas na democracia. É isso aí.

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