03/11/2014
Coxinhas pedem golpe — Gilmar e imprensa querem dar bengaladas na democracia
VOCÊ PENSA QUE ESSA MANIFESTAÇÃO NÃO É SÉRIA? É SÉRIA. ASSIM COMEÇAM OS GOLPES. |
Por Davis Sena Filho
A baixaria foi completa neste sábado, dia 1 de
novembro. É este o termo mesmo: baixaria! Trata-se de pessoas politicamente sem
escrúpulos, desinformadas e plenas de autoritarismo e intolerância, em todos os
sentidos, por observarem a vida por uma ótica torta, ao ponto de pedirem
intervenção militar e, consequentemente, o impeachment de Dilma Rousseff,
política reeleita, democraticamente, presidenta do Brasil, após enfrentar uma
das eleições mais duras e longas da história deste País.
Um pleito eleitoral que, diga-se de passagem,
começou em seu segundo ano de mandato, sendo que, a partir do início de 2012, a
mandatária trabalhista teve de enfrentar o golpismo da imprensa burguesa, a
intempestividade e o rancor dos coxinhas de classe média, a intolerância e as
mentiras da direita partidária, capitaneada pelo PSDB, a traição de segmentos
importantes da economia, a exemplo do sistema bancário e do agronegócios, além
de ser alvo constante de setores do próprio Estado nacional, como o STF, a PGR
e a Polícia Federal.
Grupos pagos regiamente pelos contribuintes, que se
aliaram aos interesses da burguesia, a prejudicar o andamento da administração
petista, que, além de enfrentar os partidos de oposição e a imprensa de
mercado, teve também de se virar para se contrapor a agentes públicos de alto
escalão que, em vez de zelarem pela estabilidade das instituições e da
democracia brasileira, apostaram no quanto pior, melhor, pois preferiram trilhar por
veredas tortuosas, a fim de cooperarem com os magnatas bilionários de imprensa
e com a oposição conservadora tucana.
Agora essa gente antidemocrática e mal perdedora dá
início a um chororô sem precedentes e volta a apostar em golpes contra a
democracia, sem se importar com os direitos adquiridos constitucionalmente por
uma presidenta eleita com o voto do povo brasileiro. É inacreditável ou surreal,
mas o juiz do Supremo, Gilmar Mendes, mais uma vez acrescenta uma mácula ao STF
e à sua biografia, pois se dispõe, além de conspirar com a oposição demotucana,
no que concerne à aposentadoria dos juízes do STF, ainda considera que a
recontagem de votos não é uma reivindicação absurda por parte de políticos do
PSDB e dos coxinhas politicamente inescrupulosos, que saíram às ruas, no
sábado, para pedirem um golpe militar em plena democracia.
Esse juiz ligado umbilicalmente ao PSDB e
ideologicamente de direita, inclusive, considerou muito normal a revista Veja —
a última flor do fáscio — ter publicado uma matéria mentirosa e vergonhosa para
o jornalismo às vésperas das eleições presidenciais do dia 26 de outubro, que
acusa os presidentes Lula e Dilma Rousseff de saberem de tudo no que diz
respeito aos malfeitos na Petrobras, sem, no entanto, mostrar quaisquer provas,
bem como se basear em supostas declarações do doleiro Alberto Youssef e do
ex-diretor, Paulo Roberto da Costa, no âmbito da delação premiada.
Prontamente as supostas palavras de Youssef à Veja
— a revista porcaria, porque ninguém com um pouco de discernimento e juízo pode
levá-la a sério — foram contestadas, pois, de acordo com Antonio Figueiredo
Basto, advogado do doleiro, seu cliente não deu declaração alguma, a não ser
(palavras minhas) as que foram vazadas seletivamente por setores da Polícia
Federal engajados com a candidatura de Aécio Neves, bem como pelo juiz federal
no Paraná, Sérgio Moro, que divulgou áudios de depoimentos de Paulo Roberto e
Youssef em plena campanha eleitoral, sendo que seu cargo não tem tamanha
abrangência, porque quem autorizou a delação premiada foi o STF e não a Justiça
Federal do Paraná.
Qual foi a intenção desse juiz? Como ele vaza
depoimentos e fica tudo por isso mesmo? Tal juiz é Deus? Pode tudo? Não.
Certamente que não. Sua atuação é similar ao do procurador da República,
Rodrigo de Grandis, que, conforme o Conselho Nacional do Ministério Público
(CNMP), existem indícios de que ele descumpriu com seu dever legal ao deixar
engavetado durante três anos pedido de investigação proveniente da Suíça no que
tange ao caso Alstom, escândalo de corrupção de altíssima soma financeira e que
está atrelado aos tucanos de São Paulo. Ainda há o caso Siemens, que também está
a ser investigado.
Como se observa, acontece, sim, uma indevida
politização de servidores públicos concursados e com cargos de influência e
mando que, evidentemente, estão a serviço de interesses políticos, ideológicos
e partidários. Esses juízes e promotores, ao invés de trabalharem em prol da
sociedade brasileira, optaram por fazer política, e, com efeito, prejudicam o
andamento de processos e investigações que interessam ser esclarecidos para
todo o povo brasileiro, que, efetivamente, paga os salários, bem como as boas
condições de trabalho dessas castas de servidores públicos, que pensam que não
devem satisfação a ninguém, quando a verdade é que gente que trabalha para
defender os interesses da sociedade e do Estado é a que mais deve satisfações
ao público — à Nação.
Servidor público que pensa diferente é porque,
realmente, tornou-se um ser equivocado, porque, de uma forma ou de outra, foi cooptado para
defender os interesses de outrem, de grupos políticos e econômicos, de classes
sociais, geralmente as dominantes, bem como serve aos seus interesses, mesmo se
eles são apenas de fórum íntimo. É o fim da picada a politização dos tribunais
superiores e de servidores do MP. Se desejam fazer política e consideram seus
ofícios nada mais do que um retumbante tédio, que ingressem em algum partido e
concorram às eleições. Ponto!
Os coxinhas de classe média que foram às ruas
inconformados com a derrota do tucano Aécio Neves também são parte desse
processo golpista e draconiano. Muitos deles já tem cabelos brancos e, portanto,
sabem o que é uma ditadura. Contudo, há também pessoas mais novas que saíram a
pedir um golpe militar, o qual eles, descaradamente, chamam de “intervenção”. A
verdade é que ao pedirem golpe ou impeachment, esses cidadãos desmiolados e
radicais brincam com fogo, porque não vai ser tolerado um golpe de estado em
pleno ano de 2014 do século XXI. A democracia brasileira é nova, mas está,
irremediavelmente, consolidada, como demonstram, de forma irrefutável, as crises
pelas quais ela passou, bem como as superou, com galhardia e determinação.
A vitória da mandatária trabalhista Dilma Rousseff
é legítima, honesta e vencida nas urnas. Não se vê petistas, trabalhistas,
comunistas, socialistas e democratas pedirem golpe de Estado, mesmo quando
estiveram na oposição. Isto é fato real e histórico... Ponto! Gostaria muito de
ver essa gente lutar por democracia em uma ditadura civil-militar, exatamente
igual à que o Brasil sofreu no decorrer de 21 anos.
Reivindicar uma “intervenção” (golpe) militar em
uma democracia é muito fácil, ainda mais quando no Brasil há total liberdade de
expressão, ao ponto de golpistas apostarem em quartelada e impeachment. Golpe
de estado, para quem não sabe, é crime definido pela Constituição. Nos Estados
Unidos, país admirado pelos coxinhas e ricos brasileiros, insuflar crimes como
golpes pode dar cadeia aos usurpadores da lei, que não respeitam a democracia e
a escolha da maioria.
A PEC da Bengala é golpe. Os tucanos e a imprensa
de mercado de histórico golpista, juntamente com o juiz Gilmar Mendes,
lembraram somente agora da emenda. Incrível, não? Ao perceberem que a presidenta trabalhista
Dilma Rousseff vai nomear cinco juízes para o Supremo até 2018, os
conservadores, ou seja, a direita quer elevar o limite de aposentadoria para os
juízes do STF de 70 para 75 anos. Seria cômico se tal intenção não fosse um
golpe baixo. Então, enquanto o STF era composto por uma maioria
conservadora estava tudo bem, não é cara pálida? Agora que Dilma, constitucionalmente,
pode nomear juízes mais progressistas, a direita abre seu bico tucano e
esperneia, bem como conspira nos bastidores. Só o que faltava no quartel de
Abrantes...
A verdade é que os juízes, os policiais e os
promotores/procuradores são funcionários públicos e como tais tem de se
comportar. Por seu turno, como os juízes do STF são nomeados, vale um recado:
o Governo Trabalhista deveria parar de escolher juízes e procurador-geral da
República em lista tríplice. O cargo é político. Ponto! Quem escolhe é o
presidente da República. Chega de dar linha para a direita depois cortá-la e,
por conseguinte, atrasar o desenvolvimento do Brasil e a emancipação definitiva
do povo brasileiro.
Não se brinca e tergiversa com a direita deste
País, de passado escravocrata e que possui uma parcela influente e poderosa da
sociedade sempre disposta a dar golpes e a rasgar a Constituição. Nos Estados
Unidos, depois da vitória de Dilma Rousseff, milhares de brasileiros fizeram um abaixo assinado, a pedir ao
presidente, Barack Obama, a intervenção militar yankee em nossas terras.
Essa gente é de uma irresponsabilidade, bem como de
uma sordidez e pequenez que é, sim, capaz de apoiar forças estrangeiras contra
o Governo e o povo brasileiros. Muito pior do que um hipotético invasor, que
seria o caso dos EUA, são esses "cidadãos" tupiniquins, sem eira nem beira, que se
acumpliciam ao estrangeiro, mas, hipocritamente, vivem em terras daquele país,
contumaz invasor e agressor de nações em todo o planeta há mais de um século.
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