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07/11/2014
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Democratização das mídias, plebiscito da reforma política e comunicação do Estado
Blog Palavra Livre - sexta-feira, 7 de novembro de 2014
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Por Davis Sena Filho
Vamos
direto ao ponto: se a presidenta Dilma Rousseff, o Partido dos Trabalhadores e o
Governo Trabalhista não efetivarem o marco regulatório para os meios de
comunicação — um dos poucos setores importantes da economia não regulado —, vai
continuar a comer um dobrado, porque as tentativas sistemáticas de golpes
institucionais e políticos vão ser a tônica, como tem acontecido no Brasil,
principalmente a partir do segundo ano de Governo Dilma.
O PT
e o Governo Popular que acabam de vencer uma das eleições mais difíceis da
história da República tem a obrigação de compreender que a direita partidária,
a burguesia brasileira em geral, por intermédio de seu braço midiático
ideologicamente conservador e golpista jamais vão amenizar seus discursos
agressivos e rancorosos, de conteúdos preconceituosos, vingativos e fascistoides, a exemplo das palavras do candidato derrotado, Aécio Neves, no
plenário do Senado. Apesar de o tucano tergiversar, ficou claro que se tem
alguma coisa que a oposição de direita não quer e nunca vai querer é ter
qualquer diálogo com o Palácio do Planalto.
Não
deve o Governo esquecer também dos senhores tucanos, o senador Aloysio Nunes
Ferreira e o deputado federal, José Aníbal, que se mostraram contrários ao
diálogo com o Governo, bem como apoiaram os movimentos de conotações golpistas
de sábado passado, que contestaram os resultados das eleições presidenciais,
além de considerarem pertinente a decisão de o PSDB pedir a recontagem dos
votos junto ao TSE. A intenção foi prontamente rechaçada pelo tribunal, que se
mostrou indignado com a paranoia conspiratória dos tucanos, sendo que alguns
desses políticos emplumados falaram até sobre um possível impeachment de Dilma.
Absurdo, pois total desfaçatez.
O
pedido insensato de recontagem de votos de uma eleição limpa e livre de
ocorrências graves, como a de 2014, foi feito por meio de ação do deputado
Carlos Sampaio, tucano de Campinas conhecidíssimo por suas diatribes políticas e
ações e atos ridículos, como, por exemplo, ter questionado, em 2013, na Procuradoria
Geral da República (PGR), as roupas vermelhas usadas pela presidenta Dilma
Rousseff. Surreal. Porém, acredite: o episódio mequetrefe e digno de uma
comédia pastelão aconteceu.
O
PSDB ataca, bate, acusa, denuncia e realiza ações antidemocráticas, porque
judicializa a política e criminaliza seus adversários — o PT e seus aliados,
além de apoiar e ser apoiado por setores reacionários, que odeiam a democracia
e, com efeito, detestam a ascensão social dos pobres e de tudo aquilo que pode
libertar o Brasil das amarras do subdesenvolvimento, da dependência e do jugo
dos países considerados desenvolvidos e com históricos colonialistas.
Dissimulados
e matreiros, os tucanos preferiram chamar a recontagem, que foi negada pelo
TSE, de “auditoria especial”, o que é a mesma coisa, pois se trata apenas de
uma ilação metafórica e que tem, na verdade, o propósito de colocar o Governo
Trabalhista contra a parede, sem dar trégua, mesmo após a decisão do povo
brasileiro de reconduzir a candidata Dilma Rousseff ao cargo de presidenta da
República.
O
resto é história de assombro publicada e veiculada pelos oligopólios e
monopólios do setor midiático, que lutam principalmente para manter seus
privilégios e seus poderes e influências intactos, mesmo a fazer, de forma
sistemática e perene, uma oposição política que ultrapassa os limites do bom
senso, da legalidade e da razoabilidade, pois que rasga muitos preceitos do
estado de direito, pois é evidente que esses oligopólios familiares interferem,
inegavelmente, no processo político brasileiro, às vezes até de forma criminosa.
Crimes
investigados como os ocorridos nos casos de Época e Veja, em parceria com o
bicheiro Carlinhos Cachoeira e o senador cassado, Demóstenes Torres, somente
para citar apenas um caso, porque existem muitos outros, que nunca foram
investigados para valer e seus autores punidos. O bicheiro e o ex-senador estão
soltos, enquanto José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, por exemplo, foram
para a prisão em que juízes se basearam no “domínio do fato”, sendo que suas
respectivas culpas não foram até hoje comprovadas. Uma lástima a Justiça deste
País, que necessita urgentemente ser reformada por intermédio de um plebiscito.
A
Justiça, o sistema político e os meios de comunicação precisam de uma mini constituinte,
cujo oxigênio é o plebiscito, com seus coordenadores legais a falar e explicar,
por intermédio de inserções na televisão, sobre o que se trata, bem como o que
vai melhorar para a sociedade, no que diz respeito ao País ter uma legislação
partidária, política e eleitoral mais moderna e fiscalizadora, livre de
interferências e financiamentos da iniciativa privada, onde atua e age a grande
maioria dos corruptores.
No
Brasil, fala-se muito dos corruptos e pouco dos corruptores. Por motivos
óbvios, é claro. É como se fosse assim: aos empresários tudo! Até o direito de
corromper livremente. E, de fato, é o que acontece, mas com o plebiscito da
reforma política as coisas nesse setor vão melhorar para o povo brasileiro. Só
que tem uma coisa: por causa desses motivos elencados é que a reação, por meio
dos canais privados e concessionários de televisão, realiza uma propaganda
caluniosa, injuriosa e mentirosa contra o marco regulatório para os meios de
comunicação.
Esse
processo insidioso e difamatório propagado pelas mídias privadas controladas
por meia dúzia de famílias bilionárias tem de ser plenamente combatido pelo
Governo Trabalhista e Popular de Dilma Rousseff. Os meios para isso são
exatamente as mídias conservadoras de históricos golpistas. O Governo tem dar
publicidade, realizar inserções sobre o plebiscito da reforma política e
também explicar à população brasileira que o marco regulatório é tão importante
quanto às reformas política e judiciária. Do contrário, fica tudo com dantes no
quartel de Abrantes.
Além
disso, o Brasil precisa de mais do fortalecimento, da modernização e da
ampliação do sistema midiático do Estado. Os meios de comunicação estatais,
através de televisões, rádios, internet
e publicações, tem de chegar aos lares do povo brasileiro, como acontece na
Inglaterra, na França, na Espanha, na Suécia e em Portugal, somente para dar
cinco exemplos, porque existem muito mais.
Os
magnatas bilionários de todas as mídias cruzadas, seus empregados, a burguesia
em geral e os coxinhas de classe média consumidores de seus produtos
mequetrefes e rastaqueras adoram esses países, os consideram exemplos de
administração e referências de sociedades civilizadas. Inclusive “aceitam” que
tais países possuem meios de comunicações estatais fortes e abrangentes.
Por que,
então, essa gente repetidora das papagaiadas da imprensa de negócios privados
fica a falar bobagens maledicentes e matreiras quando se trata do Brasil?
Disseminadores de um papo que não cola mais e que teima em evidenciar termos
ridículos e propositalmente sórdidos e levianos como “bolivariano”, “venezuelização”,
“cubanização” e outras idiotices sem fundamento, porque não retratam a
realidade dos fatos e dos acontecimentos de um Brasil independente e que luta
para emancipar seu povo, bem como protegido pelo estado democrático de direito.
Contudo,
respondo por que tais grupos reagem à democratização total da sociedade
brasileira. Primeiro, porque detestam a democracia, pois uma sociedade
democrática abre as portas da educação, da saúde, da mobilidade social (ir e
vir), do emprego, do consumo e do acesso a bens duráveis, como carros,
eletroeletrônicos, casa própria, além de prazeres até então destinados àqueles
que pensam até hoje que Deus os abençoou com um mundo VIP, cheios de
privilégios e prazeres, como irem ao cinema, teatro, restaurantes, shoppings,
aeroportos, dentre muitas outras coisas.
Ressalto
ainda que uma das características dos abastados (burgueses e pequenos
burgueses) é a territorialidade. Fator de imensa importância para as classes dominantes,
que detestam verificar e perceber que os pobres se deslocam para seus bairros
não apenas na condição de empregados de certa “elite”. Nos últimos tempos, a
burguesia está a dividir suas praias ou lugares de lazeres, entretenimentos, e,
evidentemente, também os educacionais, a exemplo das universidades públicas,
que hoje tem suas cadeiras ocupadas por negros e pobres, independente de suas
naturalidades e origens sociais e regionais.
É muito
duro para essa gente egoísta, preconceituosa e muitas vezes violenta dividir o
mundo, o planeta, apesar de que depois de morta nem o buraco para ser enterrada
escolhe. O Governo Dilma Rousseff não tem mais o direito de empurrar com a
barriga, protelar ou fazer ouvidos moucos sobre a efetivação da Ley dos Médios
ou do marco regulatório para os meios de comunicação, tão necessários ao povo
brasileiro e à segurança institucional do Brasil.
Não
dá mais para se fingir de cego, mudo e surdo. Não tem mais cabimento para o
Brasil, a sétima maior economia do mundo e onde viceja uma democracia consolidada
ser ainda vítima de golpes e trapaças praticados por uma “elite” carcomida pelo
tempo, saudosa de ditaduras, nostálgica dos tempos coloniais e corrompida por
sua própria iniquidade. A democratização dos meios de comunicação, juntamente
com o plebiscito da reforma política, são as ordens do dia. O resto é
perfumaria. É isso aí.
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PITACO DO ContrapontoPIG
Chegou a hora: ou o governo se impõe com altivez ou apanha calado.
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PITACO DO ContrapontoPIG
Chegou a hora: ou o governo se impõe com altivez ou apanha calado.
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