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08/11/2014
Aécio perde prestígio no PSDB e Governadores tucanos eleitos tentam se aproximar de Dilma
Poços 10 - 07/11/2014
Com o retorno ao Senado Federal, Aécio
Neves (PSDB) vai travar uma batalha diária para marcar território e
tentar se firmar como líder da oposição. Enquanto governadores eleitos
pelo partido tucano tentam se reaproximar da presidenta Dilma Rousseff, o
tucano ainda precisará disputar espaço com o senador eleito por São
Paulo e antigo desafeto José Serra.
A tentativa de reabertura de diálogo por
parte do PSDB com a presidenta reeleita começou logo após o fim das
eleições. Os governadores Geraldo Alckmin, de São Paulo, Beto Richa, do
Paraná, e Marconi Perillo, de Goiás, sinalizaram ser preciso ampliar o
relacionamento com o governo federal, apesar do resultado do pleito.
Além disso, o papel de bom articulador
político não foi mostrado por Aécio nos quatro primeiros anos de mandato
no Senado Federal. O senador não conseguiu aprovar nenhum projeto e não
votou sequer a proposta para redução de maioridade penal. O tema,
defendido durante campanha eleitoral, é de autoria de Aloysio Nunes
(PSDB), candidato a vice na chapa dos tucanos.
Aécio retornou ao Congresso Nacional
nesta terça-feira (05), onde foi recebido por uma claque convocada pelas
redes sociais do partido. No primeiro pronunciamento, manteve o mesmo
discurso utilizado enquanto era candidato à Presidência e afirmou ser a
“voz de 51 milhões de brasileiros na oposição”.
Para o cientista político Michel Zaidan,
Aécio ainda não “acordou” da campanha e não absorveu a derrota. “Estão
querendo prolongar a disputa no âmbito parlamentar. Querem transformar
uma oposição construtiva em algo obstrucionista, com ânimos de combate e
não de colaboração”, explica Zaidan.
De acordo com o cientista político, a
chegada de José Serra ao Senado poderá mexer com a oposição e com os
ânimos de Aécio. Zaidan avalia que o senador recém-eleito por São Paulo é
mais bem preparado e ameaça o protagonismo de Aécio por ser um
concorrente natural à liderança do PSDB no Congresso Nacional.
“Aécio é um político de palanque. Serra pode empalmar o brilho dele no Senado, pois eles são concorrentes desde sempre”, afirma.
Vitória – O líder do PT
no Senado, Humberto Costa, respondeu ao pronunciamento de Aécio Neves
no Senado e disse ser preciso desmontar os palanques. O senador defendeu
o resultado das eleições presidenciais e criticou aqueles que não sabem
perder.
“A oposição precisa ter a visão clara de que há muitas coisas que nós temos que trabalhar, inclusive em conjunto”, disse Costa.
Para a presidenta Dilma, o ressentimento por parte de quem perde as eleições é fruto de incompreensão do processo democrático.
“Qualquer tentativa de retaliação por
parte de quem ganhou ou ressentimento por parte de quem perdeu é uma
incompreensão do processo democrático. Criaria no Brasil um quadro
caótico, por exemplo, o fato do presidente eleito por um lado não
conversar com o governador eleito do outro”, afirmou Dilma nesta
quarta-feira (5), após reunião com lideranças do PSD, em Brasília.
(Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias)
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