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21/02/2015
Cerco a empreiteiras ameaça 500 mil empregos
Setor de construção pesada emprega, diretamente,
mais de 500 mil pessoas; acossadas pela Lava Jato e pela denúncia que
pede uma multa de R$ 4,7 bilhões, além da suspensão de todos os seus
contratos atuais e futuros, estão agora ameaçadas de quebrar as empresas
Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Galvão Engenharia, Sanko Sider, Galvão
Engenharia e OAS, que tocam algumas das principais obras de
infraestrutura do País; será que faz mesmo algum sentido destruir tantas
empresas?
247 – Dos
aeroportos de Guarulhos e Brasília, passando por pelo Rodoanel, em São
Paulo, e chegando até a usina em construção de Belo Monte, no Pará, seis
das maiores empreiteiras do País respondem atualmente por mais de 100
mil empregos na área da construção pesada. Apenas no setor de óleo e
gás, Camargo Corrêa, Sanko, Mendes Junior, OAS, Engevix e Galvão
Engenharia respondem por cerca de 70% dos 85 mil postos de trabalho que,
segundo dados do Dieese, estavam ocupados em dezembro do ano passado.
Agora, toda essa massa de mão de obra empregada está sob a sombra de uma
multa bilionária sugerida como punição pelo envolvimento das companhias
na operação Lava Jato. As consequências para a economia não serão menos
que nefastas.
A se tomar ao pé da letra, o
pagamento dos R$ 4,47 bilhões pedidos pelo Ministério Público à Justiça
Federal contra as empresas, como ressarcimento por atos de corrupção no
âmbito da operação Lava Jato, representa uma estaca batida no coração
financeiro de cada uma das empresas. Em consequência, as principais
artérias de irrigação empregatícia desta área estratégica da economia
ficarão entupidas. Adiantando-se aos problemas de caixa que já se
verificam – e que agora, com a ameaça do MP, se tornam dramáticos –, a
OAS já coloca ativos à venda, a Camargo Corrêa demitiu em sua própria
sede e os reflexos nos canteiros de obras das demais vão sendo
conhecidos paulatinamente. Apenas em Belo Monte, por exemplo, um total
de sete mil trabalhadores estão diretamente ameaçados. Não menos que 2
mil operários que atuam na construção do Rodoanel igualmente podem
perder sua principal fonte de sustento.
Pelo País, obras de todos os
tamanhos, relacionadas às grandes empreiteiras, sofrem com o fantasma de
uma interrupção abrupta. Para o fluxo financeiro das empresas, o risco
da multa sugerida pelo MP torna, desde já, a captação de recursos mais
cara. Sem dúvida, por outro lado, haverá consequências para o rating de
cada uma delas, que perderão graus de investimento e iram carregar o
carimbo de marcadas para quebrar.
Não será pela truculência que a
corrupção será combatida no Brasil. O sacrifício puro e simples de
empresas que, à parte os gestos ilegais de seus comandos, empregam
brasileiros em massa é um preço alto demais a pagar. Ele recairá sobre
toda a sociedade a começar pelos trabalhadores da base da pirâmide
econômica. Atacar a doença matando os doentes não é uma boa prática, ao
contrário.
Nos Estados Unidos, onde a própria
Petrobras já enfrenta investigação, a opinião dominante é a de que os
corruptos devem, sim, enfrentar as consequências de seus atos. Mas as
companhias e seus colaboradores devem ser preservados.
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PITACO DO ContrapontoPIG
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Estupidez à vista!
Tem que acabar com os carrapatos. E não matar a vaca !
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