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21/07/2015
As delações bem premiadas da Lava Jato, por Janio de Freitas
Da Folha
Janio de Freitas

Pelo visto, as delações bem premiadas só não minimizam uma
condenação, não explicitada nas sentenças. Nenhum dos premiados poderá
dizer, jamais, uma frase: "O crime não compensa".
Uma peculiaridade, em particular, distingue a chegada da Lava Jato à
fase das sentenças e a mesma etapa nos processos criminais em geral.
Nestes, ou a opinião pública tem conhecimento suficiente dos fatos
geradores do julgamento, ou pode tê-los nos fundamentos da própria
sentença. Com o hipotético segredo de Justiça da Lava Jato, foi
difundido um amplo sistema de valores pagos e recebidos –nem sempre
verdadeiros, por fraude informativa de procuradores ou policiais
federais. Mas a revelação, até pedagógica, de procedimentos da corrupção
ficou silenciada. Se é que a Lava Jato se interessou por essa parte, do
que não há sequer sinal.
Os aditivos de preço e suas pretensas justificativas, as alterações
de projeto com a obra já em andamento, os efeitos da elaboração do
projeto pela empreiteira –essas vias de assalto aos cofres e de
corrupção administrativa são corriqueiras nas relações entre
empreiteiras e o poder público. Os corruptos da Petrobras desenvolveram
muitos métodos próprios, e não se sabe quantos já irradiados para outros
setores de obras e compras. O país nada ficou sabendo a respeito, logo,
nada aprendeu sobre esses canais de elevação das obras públicas
brasileiras entre os mais altos custos do mundo. O Metrô de São Paulo,
parece coisa já esquecida, a certa altura custou por quilômetro mais de
três vezes o que custava, nos mesmos dias, a ampliação do metrô em
A VOZ DO PASMO
A falta total de manifestações ao menos amigáveis a Eduardo Cunha é
o aspecto político mais importante do seu rompimento formal com o
governo e dos ataques ao procurador-geral Rodrigo Janot. Em reação ao
gol de Ghiggia, ouviu-se a voz do pasmo: o oceânico e sussurrado "ooooh"
multitudinário. E nada mais, nenhum brado de raiva, nem de desespero, o
Brasil ainda sairia campeão. Ainda há muitas testemunhas daquele Brasil
tão diferente do atual.
Do seu lado, Cunha não viu surgir nem alguma coisa abafada como a
voz do pasmo. Toda a repercussão, grande, sim, foi no sentido de tirar
importância ao que disse, de isolá-lo, exposto na sua personalidade
temerária.
Talvez por isso, Cunha deu um passo atrás na agressividade ao
comunicar o rompimento: vai se conduzir na presidência da Câmara "da
mesma forma que venho [lá ele] me conduzindo (...), com harmonia com os
demais Poderes". Harmonia.
Alguma coisa parecida com harmonia é o que parece, agora, menos
distante dos planos de Michel Temer para o PMDB e o governo, como um
presente inesperado de Cunha.
EM TEMPO
O juiz Sergio Moro deu resposta satisfatória a Cunha, que o acusou
de conduzir, em vez de mandar ao Supremo Tribunal Federal, o processo em
que foi acusado da extorsão de US$ 5 milhões: "Não cabe ao juízo
silenciar testemunhas ou acusados na condução do processo".
Não foram impróprias, portanto, as críticas ao corte abrupto de
depoimentos que o juiz Moro fez, nas primeiras fases da Lava Jato,
quando o depoente citava um político. Ficava o nome, mas o depoente era
impedido de chegar ao fato que o lembrava.
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JA ERA DE ESPERAR QUE A BARULHEIRA DESSA LAVA JATO E MAIS PIZZAS PARA O " REUS". NO BRASIL CONTINUA COMO SEMPRE: PRESOS SO; PRETOS POBRES E PUTAS! UM PIBRE PODR SER PRESO SO POR TECER UMA SIMPLES CRITICA
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