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29/07/2015
Corrupção e soberania nacional
Brasil 247 - 29 de Julho de 2015
Reinaldo del Dotore

Em primeiro lugar, e para que eu não seja mal interpretado, que fique bem claro: todo e qualquer cidadão comprovadamente envolvido em corrupção deve ser penalizado conforme determina a lei – seja ele agente político (e não importa a qual partido pertença ou a qual partido esteja vinculado: devem cumprir pena, caso condenados, os políticos do PT, bem como seus homens de confiança, assim como políticos e agentes de qualquer outro partido) ou particular interessado. Não é possível compactuar com a corrupção ou relativizar seus efeitos. A luta contra a corrupção deve ser contínua.
O motivo, porém, que faz acender a tal "luz amarela": o vice-almirante preso ontem foi o responsável pelo início e pela continuidade do desenvolvimento da tecnologia nuclear brasileira. A questão, aparentemente, começa a extrapolar o universo da corrupção e, ao que tudo indica, já esbarra na própria soberania nacional.
O programa nuclear brasileiro (e isso não é sabido pela maioria dos cidadãos) é de excelência ímpar, e já há muito tempo despertou o interesse de potências estrangeiras. As ultracentrífugas para enriquecimento de urânio desenvolvidas no Brasil pelo programa conduzido pelo Vice-Almirante Othon são muito mais eficientes, em termos energéticos, do que as mais modernas centrífugas em utilização na Europa ou nos EUA. Segundo o almirante Alan Arthou, diretor do Centro Tecnológico da Marinha, o Brasil foi o único país a desenvolver ultracentrífugas por levitação magnética, tecnologia que proporciona esse desempenho energético significativamente maior. Quem conhece efetivamente o ramo assegura que as centrífugas brasileiras só encontram concorrência naquelas desenvolvidas no Irã (o que, se confirmado, explicaria muita coisa que ocorreu nos últimos anos). É de se ressaltar que, além do aspecto estratégico do tema e de sua evidente vinculação ao futuro da soberania nacional, o mercado do enriquecimento de urânio, segundo estimativas, movimenta cerca de 20 bilhões de dólares por ano. Além disso, sob a batuta do Vice-Almirante está sendo desenvolvido o primeiro submarino nacional movido a energia nuclear, fundamental se considerados os aparentemente intermináveis campos de petróleo do Pré-Sal localizados em mar aberto na costa brasileira. Segundo a agência de notícias Defesanet, especializada em defesa, estratégia e inteligência e segurança, a prisão do Vice-Almirante Othon pode incentivar o ataque ao único projeto estratégico brasileiro que realmente eleva a nação a um patamar vários níveis acima. Nas entrelinhas: não seria o Vice-Almirante o alvo, e sim a Eletronuclear e toda a estratégia nuclear brasileira.
Abstraídos o prejuízo causado pelas ações da Lava Jato no desenvolvimento da infraestrutura nacional e seus efeitos negativos no próprio crescimento do PIB, e mais uma vez deixando claro que ninguém em sã consciência pode ser contrário ao combate à corrupção e respectiva penalização de seja lá quem for (almirante, político, bilionário, governador ou presidente), é necessária muito mais cautela na análise dos desdobramentos (e, especialmente, da motivação) das ações da Polícia Federal e das decisões do juiz Sérgio Moro. É possível, em última análise, que não se trate apenas da corrupção, e que interesses geopolíticos, industriais e comerciais estejam atuando nos bastidores. É possível que o nosso futuro esteja sendo desconstruído sem que tenhamos consciência disso.
Reinaldo del Dotore. Graduado em Odontologia e Direito. Servidor público na área da saúde
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mais com certeza o Moro esta sendo orientado pelos EUA para ampliar suas denuncias e agora foi contra um Almirante, Um homem que vem a decadas trtabalhando no progrtama nuclear brasileiro e que os EUA sempre foram contra e tem duplo intyeresses em prender o Almirante. primeiro que acaba com o programa nuclear 2 porque acaba com a construçao dos submarinos nucleares. Alguem tem que parar esse MALUCO DESSE SERGIO MORO. OU PARA OU ESSE FDP ACABA COM O BRASIL
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