"As severas denúncias
contra o presidente da Câmara dos Deputados talvez sejam a única boa
notícia para o petismo nos últimos seis meses", diz ele. "Encurralado
pela ofensiva conservadora, assistindo impavidamente a dissolução de
sua base social, o Palácio do Planalto vinha sendo feito de gato e
sapato por Eduardo Cunha."
Tudo mudou, diz
Altman, com a denúncia de que ele teria cobrado US$ 5 milhões em
propinas do delator Júlio Camargo, da Toyo Setal. "Uma
tempestade mudou a paisagem, com um dos condutores fundamentais da
estratégia oposicionista abalado pela acusação de que teria embolsado
gorda propina em negociatas com fornecedores da Petrobras", aponta
Altman. "A situação de Eduardo
Cunha, aliás, pode ficar ainda pior, se o procurador-geral da República
solicitar ao STF seu afastamento do comando da Câmara dos Deputados."
Os apuros de Cunha também abalaram aliados circunstanciais de Cunha. "De
uma hora para outra, o campo conservador viu-se tomado por sentimentos
de confusão e perplexidade, sem saber o que fazer com os danos
provocados pelo raio caído em seu território", diz ele. "O PSDB e seus aliados saem momentaneamente de cena, silenciosos e escorregadios. A
velha mídia se divide, entre veículos que pulam na jugular de Cunha e
outros que preferem mantê-lo vivo como samurai contra o governo e o PT."
O que fazer diante do novo quadro? Altman propõe uma guinada radical do governo Dilma.
"Há uma chance
preciosa, no entanto, para a esquerda abandonar a política de
infindáveis recuos praticada desde outubro do ano passado, cujos
resultados desastrosos saltam à vista por todos os lados", diz ele. "Outro
rumo poderia ser traçado se a presidente Dilma Rousseff aproveitasse a
tormenta para demitir o ministério e nomear um novo gabinete, no qual a
participação da sociedade civil se sobrepusesse às negociações
partidárias, em tentativa orgânica de buscar legitimidade
extrainstitucional perante progressivo colapso do sistema de
representação."
Segundo Altman, o "governo
renascido deveria ter como lastro um programa de combate à recessão e
retomada do desenvolvimento, com o objetivo de recompor o pacto entre as
forças progressistas e atrair correntes democráticas que ainda respiram
nas legendas centristas."
Leia a íntegra em seu
blog.
.
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista