08/08/2015
Como Aécio reagirá ao editorial do Globo? E os comentaristas da casa? Por Paulo Nogueira
Acabou a farra para os golpistas.
Um editorial do Globo deixou claro que eles não terão um apoio sem o qual não são nada.
O que terá levado a família Marinho a dizer basta às especulações em torno do impeachment ninguém sabe ao certo.
A Globo não dá nada sem levar muito mais em troca, mas ainda é um mistério a real motivação da empresa.
De concreto, o editorial põe fim, nesta sexta, às especulações em torno do impeachment. Isso passa a ser assunto de malucos como Lobão, Olavo de Carvalho, Revoltados Online e MBL.
Dilma vai até 2018. Ponto.
Na verdade, ela iria mesmo. Não havia a menor condição política e jurídica de afastá-la.
Mas a barulheira golpista continuaria a atormentar os ouvidos da sociedade pelo caminho clássico: políticos, sobretudo tucanos, e a mídia para repercuti-los incessantemente.
Sem a Globo, o estrondo morre.
Restará a Veja, em sua louca cavalgada. Mas quem ainda leva a sério a Veja?
Será divertido observar a reação de gente como Aécio ao editorial.
Aécio, como de resto o seu partido, aproximou-se ao longo dos anos não do povo, não das massas, não dos eleitores – e sim dos donos das empresas jornalísticas.
Sem o apoio dos barões, o PSDB seria muito menor do que já é.
Isso significa o seguinte.
Aécio tem duas opções agora: ou continuar a pedir novas eleições imediatamente, e a se comportar como o presidente que não é, ou seguir o comando da Globo e contribuir para a governabilidade de Dilma.
Aécio teria que ser muito corajoso para manter sua postura destrutiva. (Inconsequente, segundo o Globo.)
Se a Globo decide parar de blindá-lo, ele está frito.
Imagine, por exemplo, se o Jornal Nacional vai atrás da história do helicóptero dos Perrelas, ou decide investigar o aeroporto de Claudio?
A farsa rui imediatamente.
É absolutamente previsível que Aécio, e com ele o PSDB, opte por obedecer aos Marinhos.
Também vai ser engraçado ver os colunistas e comentaristas das várias mídias da Globo.
Como eles, que promovem alucinadamente o golpe, vão agora se adaptar aos novos tempos?
Ainda ontem, o diretor geral de mídias digitais da Globo, Erick Bretas, anunciou o fim do governo Dilma em seu Facebook, depois do panelaço.
“Game over”, decretou ele.
Bretas definitivamente não decretaria o fim do jogo hoje, depois do editorial.
Como se comportará a revista Época, que se tornou uma segunda Veja ao importar para a chefia Diego Escosteguy, o Kim Kataguiri das redações?
No Twitter, Escosteguy anunciou nas últimas semanas várias vezes o fim do governo. Mais até, a derrocada da república como a conhecemos.
Mesmo Moro: como ele vai ler o editorial? Quanto tempo dura Moro se a Globo passa a enxergar nele um fator de instabilidade institucional?
Antes que os progressistas festejem, que fique claro que um acerto patrocinado pela Globo representa uma nova Carta aos Brasileiros.
Adeus à esperança de pautas mais avançadas, como a regulação da mídia.
Para os genuinamente progressistas, a resposta vai estar nas ruas.
A Carta aos Brasileiros – pela qual Lula se comprometeu a seguir numa trilha conservadora – imobilizou os movimentos sociais petistas, com consequências devastadoras para eles e para o PT.
Terminada oficialmente a palhaçada que pretendia cassar 54 milhões de votos, o novo Brasil vai ser moldado por quem tiver mais força nas ruas.
O resto, como escreveu Shakespeare, é silêncio.
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Um editorial do Globo deixou claro que eles não terão um apoio sem o qual não são nada.
A Globo não dá nada sem levar muito mais em troca, mas ainda é um mistério a real motivação da empresa.
De concreto, o editorial põe fim, nesta sexta, às especulações em torno do impeachment. Isso passa a ser assunto de malucos como Lobão, Olavo de Carvalho, Revoltados Online e MBL.
Dilma vai até 2018. Ponto.
Na verdade, ela iria mesmo. Não havia a menor condição política e jurídica de afastá-la.
Mas a barulheira golpista continuaria a atormentar os ouvidos da sociedade pelo caminho clássico: políticos, sobretudo tucanos, e a mídia para repercuti-los incessantemente.
Sem a Globo, o estrondo morre.
Restará a Veja, em sua louca cavalgada. Mas quem ainda leva a sério a Veja?
Será divertido observar a reação de gente como Aécio ao editorial.
Aécio, como de resto o seu partido, aproximou-se ao longo dos anos não do povo, não das massas, não dos eleitores – e sim dos donos das empresas jornalísticas.
Sem o apoio dos barões, o PSDB seria muito menor do que já é.
Isso significa o seguinte.
Aécio tem duas opções agora: ou continuar a pedir novas eleições imediatamente, e a se comportar como o presidente que não é, ou seguir o comando da Globo e contribuir para a governabilidade de Dilma.
Aécio teria que ser muito corajoso para manter sua postura destrutiva. (Inconsequente, segundo o Globo.)
Se a Globo decide parar de blindá-lo, ele está frito.
Imagine, por exemplo, se o Jornal Nacional vai atrás da história do helicóptero dos Perrelas, ou decide investigar o aeroporto de Claudio?
A farsa rui imediatamente.
É absolutamente previsível que Aécio, e com ele o PSDB, opte por obedecer aos Marinhos.
Também vai ser engraçado ver os colunistas e comentaristas das várias mídias da Globo.
Como eles, que promovem alucinadamente o golpe, vão agora se adaptar aos novos tempos?
Ainda ontem, o diretor geral de mídias digitais da Globo, Erick Bretas, anunciou o fim do governo Dilma em seu Facebook, depois do panelaço.
“Game over”, decretou ele.
Bretas definitivamente não decretaria o fim do jogo hoje, depois do editorial.
Como se comportará a revista Época, que se tornou uma segunda Veja ao importar para a chefia Diego Escosteguy, o Kim Kataguiri das redações?
No Twitter, Escosteguy anunciou nas últimas semanas várias vezes o fim do governo. Mais até, a derrocada da república como a conhecemos.
Mesmo Moro: como ele vai ler o editorial? Quanto tempo dura Moro se a Globo passa a enxergar nele um fator de instabilidade institucional?
Antes que os progressistas festejem, que fique claro que um acerto patrocinado pela Globo representa uma nova Carta aos Brasileiros.
Adeus à esperança de pautas mais avançadas, como a regulação da mídia.
Para os genuinamente progressistas, a resposta vai estar nas ruas.
A Carta aos Brasileiros – pela qual Lula se comprometeu a seguir numa trilha conservadora – imobilizou os movimentos sociais petistas, com consequências devastadoras para eles e para o PT.
Terminada oficialmente a palhaçada que pretendia cassar 54 milhões de votos, o novo Brasil vai ser moldado por quem tiver mais força nas ruas.
O resto, como escreveu Shakespeare, é silêncio.
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