O ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse ontem (26), em evento no
Rio de Janeiro, que dois setores devem reverter o crescimento da taxa de
desemprego nos próximos meses, o automobilístico e o da construção
civil.
Dias esteve na Fundação Getulio Vargas (FGV) para assinar um convênio
que tem o objetivo de estudar as políticas de imigração no Brasil e
avaliar as políticas públicas existentes na área. Ele relatou que andou
conversando com grandes empresas do varejo e do setor automobilístico,
que, segundo ele, veem o momento atual como um “hiato pequeno” na
economia
Segundo o ministro, a previsão da Associação Nacional de Fabricantes
de Veículos Automotores (Anfavea) é retomar a capacidade produtiva em
seis meses. “O Brasil bateu recorde de produção automobilística no ano
passado. Tivemos uma dificuldade e diminuição na exportação”, disse.
Para Dias, esse cenário pode ser revertido com a assinatura de acordo
para exportação de veículos para o México e demais países da América
Latina.
Sobre o setor automobilístico, Manoel Dias disse que o aumento do
desemprego no primeiro semestre é normal. “É um período em que as
pessoas vão [primeiro] comprar o imóvel, preparar um projeto, o parque
de construção, ou seja, historicamente, é a partir de junho e julho que
se dão as contratações”.
Já com relação à construção civil, Dias lembrou que somente o
investimento do governo previsto para a construção de unidades
habitacionais populares será de R$ 84 bilhões, sendo que 90 mil casas
estão contratadas. “Isso deve gerar mais de R$ 1 milhão de empregos”,
estimou ele para o segundo semestre.
Dias informou que o fórum nacional criado pela presidenta Dilma
Rousseff para discutir políticas públicas para conter o desemprego no
país terá sua primeira reunião no próximo dia 2 de setembro. O fórum
será composto por quatro ministérios, centrais sindicais e representante
dos aposentados. Segundo o ministro, essa é uma das medidas do governo
para ampliar o diálogo com a sociedade e encontrar soluções para a alta
do desemprego.
Crise mundial
O ministro do Trabalho reconheceu impactos da crise econômica
mundial, que culminou com a queda da bolsa de valores na China, no
início da semana, sobre o emprego no Brasil. Porém, ponderou que o
emprego atingiu os patamares mais altos da história nos últimos anos.
Segundo ele, há um pessimismo na economia brasileira, que inibe o
consumo, motor da economia.
Ele, no entanto, relativizou as estatísticas. “Esses números
impressionantes de desemprego, que lamentamos, é hoje sobre [uma base]
de 50 milhões de trabalhadores e não mais sobre 20 milhões de
trabalhadores”, disse.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou
ontem (25) que o desemprego no país cresceu 8,3% no segundo trimestre de
2015 e é o maior índice desde o início da série histórica da pesquisa,
iniciada em 2012.
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