Aliança pelo Brasil
Depois dos vazamentos seletivos temos as investigações seletivas
por J. Carlos de Assis
Depois da fase de vazamento seletivo de depoimentos, a Lava Jato entrou na fase da investigação seletiva.
Só vale, para os promotores, a Polícia Federal e o juiz de Curitiba, suspeitas que recaem sobre Lula ou o Governo em geral. Evidências relacionadas com Aécio Neves e o tucanato vão direto para a lata de lixo. Os indícios e mesmo provas desse tratamento discriminatório por parte de Moro, dos promotores que o cercam e da Polícia Federal estão fervilhando na internet. O caso mais escandaloso é do doleiro Youssef.
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O fio da meada relacionando o tucano mais empoeirado de Minas, Aécio Noves, com o sistema de propina investigado por Moro passa diretamente por Youssef, o grande delator da Lava Jato. Ele confessou ter dado US$ 5 milhões para o esquema de Aécio. A denúncia caiu no vazio porque não se vinculava a Lula ou ao governo Dilma. Se não é para “pegar” o ex-presidente não serve à investigação. Denunciante bom é denunciante contra o PT. É nesse nível que a Justiça brasileira vai-se tornando um instrumento de perseguição política e de desafio às próprias instituições da República.
A delação revelada nesta quarta-feira atribuída ao presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, beira a aberração. Ele disse que a doação que sua empresa fez para o PT era legal, mas os recursos correspondentes eram oriundos de propinas. Estranho. Como distinguir entre recursos recebidos da Gutierrez os legais e os provenientes de propinas, tendo em vista bilhões de reais transacionados pela empresa e misturados em sua contabilidade? Mais do que isso: como o PT, sem acesso à contabilidade interna da empresa, poderia saber que os recursos recebidos eram de propina? Isso é um insulto à inteligência das pessoas. O que Otávio Azevedo fez foi confessar um crime de caixa dois e, para agradar os inquisidores da Lava Jato, relacioná-lo a doação ao PT.
Contra esses fatos totalmente subjetivos, fica de fora na investigação da Lava Jato a rede de relações fraudulentas entre a Andrade Gutierrez e os governos tucanos de Minas. Totalmente fora do mercado de construção durante décadas, a Andrade conseguiu entrar e ganhar a concorrência de Belo Monte, um gigantesco projeto de R$ 30 bilhões, por influência direta de Aécio. Mediante manobras negociais envolvendo Cemig e Light, a construtora, presente no Conselho da Cemig, orientou a participação nessa concorrência assim como a participação na suspeita compra da empresa Renova.
O curioso nessa compra é que a Renova já pertencia a uma das compradoras, mas assim mesmo o negócio gerou uma comissão apropriada por Youssef e possivelmente repassada ao esquema tucano. Numa dimensão maior, o esquema Aécio se apropriou da Cemig e criou nela uma diretoria de Novos Negócios, pelo qual fluíram negócios milionários da empresa, divorciados de seu sistema operacional. As estimativas são de que esse núcleo de Novos Negócios, associado à Cemig e em composição com a Andrade, tenha gerado, ao longo dos 12 anos do tucanato de Aécio, cerda de R$ 2 bilhões. Tudo prontinho para ser apurado por Moro. Ele só precisa tirar o olho da árvore e ver a floresta.
J. Carlos de Assis - Jornalista, economista, doutor pela Coppe/UFR
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PITACO DO ContrapontoPIG
A parcialidade na condução da operação Lava Jato fica cada ver mais descarada e cínica, mesmo aos olhos de uma criança de 12 anos.
Não existe um freio para tamanha aberração?
Será que aboliram todos os escrúpulos nos vários níveis do Judiciário?
Não há ninguém no STF com culhões ou coragem para abrir o berreiro e dar um murro na mesa, denunciando e acabando com tal palhaçada?
Será que o povo na rua vai ter que intervir na base do "tranco" gerando uma grande convulsão social diante de farsa tão gritante?
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