terça-feira, 26 de abril de 2016

Nº 19.225 - "Estadão diz que alta cúpula do Judiciário vê sinais de que Moro ‘extrapolou’ "

 

26/04/2016 

 

Estadão diz que alta cúpula do Judiciário vê sinais de que Moro ‘extrapolou’

Do Viomundo 24 de março de 2016 às 14h23

 

sérgio-moro-1

Da Redação

No dia seguinte às manifestações de 13 de março de 2016, o Viomundo publicou um artigo de Francisco Luís: No 13 de março, sinais de preparação para um novo Collor.

Um dos aspectos que lhe chamaram a atenção foi o fato de o juiz Sérgio Moro vez ter enviado mensagem a jornalista da Globo agradecendo o apoio nas ruas.

O insuspeito Estadão publica nesta quinta-feira 24 uma análise, dizendo que o Judiciário vê  sinais de que Moro “extrapolou” na Lava Jato.

Beatriz Bulla, autora da matéria, lista três atos considerados por ministros do STF como “extrapolação”.
Um deles foi justamente a divulgação de nota em que Moro se diz “tocado” com as manifestações, o que havia sido denunciado por Francisco Luís aqui no Viomundo.

Segue o artigo do Estadão e também o de Francisco Luís. Como nós estávamos sob ataque de crackers, muitos leitores não puderam lê-lo.

Análise: Judiciário vê sinais de que Moro ‘extrapolou’ na Lava Jato

Beatriz Bulla, no Estadão

24 Março 2016 | 09h 05

A alta cúpula do Poder Judiciário tem relatado incômodo com atos recentes do juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, na condução das investigações da Operação Lava Jato. A insatisfação, relatada a interlocutores por ao menos dois ministros do Supremo Tribunal Federal e por integrantes do Superior Tribunal de Justiça, foi vocalizada de forma aberta na decisão de anteontem do ministro Teori Zavascki.

Ao determinar que Moro envie ao Supremo os áudios do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva interceptados nas investigações, Teori, que é relator da Lava Jato na Corte, fez críticas à divulgação do material. De acordo com ele, a justificativa de que há “interesse público” em tornar as conversas públicas é “descabida”. Ele falou em direito à privacidade e intimidade dos atingidos pelo grampo e destacou que Moro não era competente para fazer análises sobre conversas de autoridades com foro privilegiado.

Nos bastidores, os ministros consideram três atos de Moro como sinais de que o magistrado “extrapolou” na condução da Lava Jato: o grampo a advogados de Lula, a divulgação do áudio da conversa do petista com a presidente Dilma Rousseff e a divulgação de nota em que o juiz se diz “tocado” com as manifestações do último dia 13.

Um integrante do STF aponta que Moro “acendeu o fósforo” ao divulgar a conversa de Lula e Dilma logo após o anúncio da nomeação do petista à chefia da Casa Civil. Diante dos atos do juiz, ministros da Suprema Corte concordam nos bastidores que o STF terá de assumir o papel de se restringir à discussão jurídica do caso, sem ampliar tensões sociais e políticas.

No protesto contra o governo, no dia 13, manifestantes levaram faixas e camisetas de apoio aos trabalhos de Moro. A avaliação de ministros do STF e STJ era de que, até então, o juiz agiu corretamente e, apesar da repercussão nacional do caso que conduz, não buscou a “espetacularização” do processo. A maioria dos atos do magistrado foi confirmada em decisões do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, do STJ e do STF.

No Supremo, a avaliação é de que condutas “abusivas” de juízes ou tidas como “políticas” podem atingir em cheio a imagem da Justiça.

Além de Moro, interlocutores do Supremo citam, por exemplo, o juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, o primeiro a conceder liminar suspendendo a posse de Lula na chefia da Casa Civil. Nas redes sociais, o juiz se mostra favorável aos protestos a favor do impeachment de Dilma e aparece em fotografias participando de manifestações contra o governo.

Francisco Luis: No 13 de março, sinais de preparação de terreno para um novo Collor

publicado em 14 de março de 2016 às 14:05

moro, o diabo e bolsonaro
Os sinais do 13 de maço:os tucanos chamados de corruptos e preparação de terreno para um novo Collor.

por Francisco Luis, especial para o Viomundo

Os atos no Brasil de 13 de março de 2016 cresceram e voltaram ao patamar de março de 2015, e as pesquisas apontam  dois pontos importantes: os protestos são dos mais endinheirados e que o ato na Paulista, mais do que pelo impeachment, foi contra a  corrupção.

Isso fez com que a oposição não conseguisse alcançar os seus objetivos, especialmente quando vivemos uma situação econômica que se deteriora e aumentam os ataques a Lula, feitos  por meio de diversas ilegalidades.

Claro, o PT e Dilma  também são atingidos, mas convenhamos isso não é a novidade, visto que isso vem acontecendo.

A grande novidade são as vaias aos tucanos, que governam o Estado de São Paulo há mais de 20 anos. Isso mostra que s críticas nas redes sociais a Alckmin e Aécio surtiram efeito e desgastaram as respectivas imagens.

A própria pesquisa Datafolha mostra o PSDB perdendo espaço entre os mais ricos e deixando de ser referência neste setor da sociedade.
ser referência neste setor da sociedade.
Parte das vaias se relaciona à percepção de que todos partidos estão envolvidos na Lava Jato e que os políticos querem parar a investigação a todo o custo.

A tática do PSDB, sendo compartilhada tanto por Aécio quanto Alckmin, era bater bumbo contra o PT para desviar o foco das denúncias contra eles, como os escândalos da merenda, a lista de furnas e outras delações que atingem o senador tucano por Minas Gerais. Isto parece que não cola mais. Dessa forma, se coloca em risco a sobrevivência do próprio PSDB.

Creio que se aprofunda entre os mais ricos o sentimento pelo fim da polarização PSDB e PT. Isso atinge profundamente o PSDB, que tem seus votos concentrados neste espectro da população. E aponta para a busca de outras opções. Provavelmente se expressará nas urnas nas eleições municipais com o crescimento do voto em pequenos partidos, crescimento do voto na pessoa e maior fragilidade dos partidos. Este quadro de maior pulverização partidária tornará mais difícil governar , e isso vai ocorrer em todos os níveis da federação.

Por outro lado, chamo a atenção para a um ponto da análise de  Paulo Abrão, publicada aqui no Viomundo.

Concordo com boa parte de suas considerações, entre as quais a sobre o crescimento do movimento mais fascista em torno de Bolsonaro.  Isso significa que aumenta o risco de surgir um novo Collor  e termos uma “ditadura branca” com perseguições contra a esquerda.

O juiz Sérgio Moro, por sua vez, publicou mensagem a jornalistas da Globo, agradecendo o apoio, o que levanta a possibilidade de se apresentar como candidato em 2018. Curiosamente,  já há pesquisa de instituto do Paraná que o aponta com 17%.

Devo lembrar que em sua manifestação disse que se deveria ouvir as vozes da rua, o que levanta uma dúvida: ele está sinalizando  que irá deixar de ser seletivo e avançará sobre os tucanos e companhia?
Monica Bergamo, reforçando Noblat, aponta hoje que os políticos em geral querem tirar Dilma para interromper a Lava Jato antes que esta os atinja.

Não nós enganemos: o ataque é contra toda a esquerda. Por exemplo, as pichações contra a sede da UNE, do PCdoB e à invasão do perfil do deputado federal Jean  Wyllis (PSOL-RJ). A história ensina que, ante à crise brutal do capitalismo, a ditadura e o fascismo são saídas perfeitamente viáveis para os conservadores.

Neste momento, é fundamental a presidente Dilma proteger a sua base social.  Para isso, deveria começar por engavetar a reforma da previdência e tomar medidas anticíclicas para garantir o emprego. Sem melhorar a economia e proteger os pobres, não há saída para o governo federal.

De outro lado, para o PT o caminho é voltar a ser PT, ou seja, um partido de lutas, ligado umbilicalmente aos movimentos sociais e e volte a denunciar os absurdos que a direita faz. Só assim poderá sobreviver.O tempo de conciliação entre capital e trabalho acabou. Agora é tempo da luta de classes na rua.

Devemos concentrar todos os esforços em defesa da democracia, de Lula.  Ao mesmo tempo, cobrar do governo que proteja a sua base social para ter condições políticas para debelar a crise.

Leia também:
Globo ainda não descobriu sua própria herdeira na Lava Jato!

.

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista