26/08/2018
Colunista de O Globo aponta fim da Lava Jato
Do Diário do Centro do Mundo - 26 agosto, 2018 8:04 am
Lauro Jardim, em sua coluna em O Globo, registra que é “consenso” no gabinete de Raquel Dodge que a Lava Jato a Lava-Jato — em Curitiba — entra em sua fase final.
A coluna não diz, mas o motivo é óbvio: fracassou na tentativa de destruir o PT e o Lula e não se justifica mais. Cada avanço da Lava Jato sobre Lula significa pontos a mais para ele na pesquisa eleitoral.
Não é porque o eleitor seja leniente com a corrupção, mas porque está cada vez mais convencido de que a operação não foi contra a corrupção, mas para atingir alvos políticos e proteger outros.
Uma vergonha.
Aos poucos, se intrometendo em assuntos da política, se tornou um núcleo de poder.
Não é à toa que Álvaro Dias, candidato a presidente — citado em delações, mas poupado –, se apresenta como candidato da Lava Jato e antecipa que, num hipotético governo dele, Sergio Moro seria ministro da Justiça.
Moro, por sua vez, não desmente.
Diz que não pode comentar porque qualquer resposta dele teria peso eleitoral — se negasse, prejudicaria Álvaro; se confirmasse, acha que prejudicaria os demais.
Enfim, conversa mole.
Com seu silêncio, ajuda Álvaro, e o desempenho do candidato paranaense nas pesquisas mostra como a Lava Jato cansou. Tem entre 2 e 4% das intenções de voto, embora viva dizendo que é o candidato da Lava Jato.
.x.x.x.
Raquel Dodge prorrogou a Lava Jato por mais um ano — formalmente, vai até setembro de 2019, mas, ao que tudo indica, esvaziando-se aos poucos.
Desde que o advogado Rodrigo Tacla Durán denunciou o advogado Carlos Zucolotto Júnior como intermediário de uma negociação para obter facilidades em uma delação, nenhum acordo de delação foi celebrado mais em Curitiba.
Zucolotto teria pedido 5 milhões de dólares por fora para azeitar a negociação.
O acordo de Antonio Palocci foi celebrado diretamente com a Polícia Federal e homologado pelo desembargador João Pedro Gebran Neto.
Enfim, a Lava Jato se destaca hoje mais pelos comentários dos procuradores Deltan Dallgnol e de Carlos Fernando dos Santos Lima na rede social do que por uma efetiva investigação.
Cansou tanto que até o jornal O Estado de S. Paulo, outrora um dos maiores apoiadores da operação, publica hoje um editorial em que diz que os procuradores foram longe demais.
“Ninguém nega que exista corrupção no Brasil e todos querem estancar esse fenômeno. Mas isso não pode ser feito à custa da destruição das instituições e da prosperidade nacional”, diz o jornal.
Nesse ritmo, os brasileiros farão como os italianos no passado, cansados com os excessos da Operação Mãos Limpas. Lá, a uma certa altura, os italianos começaram a proclamar: “Parem com as Mãos Limpas e nos devolvam a Itália”.
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