segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Nº 25.156 - "O Brasil elegeu um ditador e não foi por falta de aviso (até dele próprio)"

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29/10/2018


O Brasil elegeu um ditador e não foi por falta de aviso (até dele próprio)

Do Brasil 247 - 29/10/2018

Valter Campanato - ABR

por Alex Solnik

Alex SolnikNão sei o que vai acontecer com o Brasil daqui pra frente, mas coisa boa não vai ser. O fato é que a Nova República acabou (1988-2018) e ninguém sabe o que virá. Meios de comunicação e colunistas panglossianos tentam colocar panos quentes e acalmar o distinto público chamando atenção para detalhes pacificadores e democráticos do ditador eleito: "ele fez vídeo ao lado da constituição"... "prometeu defender a democracia"... "sua homofobia é da boca pra fora"...

Todos conhecem a anedota do elefante que aceita atravessar o rio com o escorpião nas costas. Por mais que Bolsonaro jure amor à democracia ele será incapaz de contrariar sua natureza, tal como o escorpião. Vai ferir a democracia de morte e nunca escondeu e não esconde essa intenção de ninguém. Nem que morra junto com ela.

Já começou na largada.

Em vez de convocar uma coletiva de imprensa para seu primeiro pronunciamento depois de eleito, optou por fazer uma transmissão pessoal por internet. Deixou claro como será seu comportamento com a imprensa: eu falo e vocês anotam. Vai dar ordens por vídeo, sem ser contestado por jornalistas. Os que não forem seus acólitos serão rotulados de comunistas e banidos de alguma forma. Ou alguém tem dúvida disso?

Pela primeira vez na história republicana, o primeiro ato de um presidente eleito foi fazer uma oração cristã, mais precisamente evangélica, num claro desrespeito à constituição que preconiza o estado laico e aos brasileiros de outras religiões. Ele deu o recado de que não pretende governar para todos. E fez um aceno a Edir Macedo que não esconde de ninguém sua ambição de poder. Essa simbiose entre política e religião lembra o regime de Erdogan na Turquia.

Também pela primeira vez, um presidente eleito, em vez de declarar que o fim da eleição deve ser o fim do clima de beligerância declarou guerra aos "comunistas" – a quem, na sua visão distorcida, derrotou – ecoando o discurso da ditadura militar. Ou seja, ele não estendeu a mão ao adversário do segundo turno; declarou-o seu inimigo.

Especialistas no assunto de renome mundial, velhos e contemporâneos, ensinam que um regime autoritário como esse que se desenha a partir de 1º. de janeiro não pode ser enfrentado com sucesso senão com a união das forças democráticas. Não há outra receita.

E, dado o constrangedor espetáculo que assistimos no decorrer do segundo turno, fica difícil imaginar que partidos e líderes que não se alinharam a Bolsonaro se unam ao PT e demais partidos de esquerda. O mais provável é que deem "tempo ao tempo", na esperança de que o capitão que sempre demonstrou ser um xucro tome um banho de civilização.

Não quero ser mensageiro de maus presságios. Mas o Brasil elegeu um ditador e não foi por falta de aviso. Até dele próprio.

Ninguém que votou nele poderá alegar que não sabia.


Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os qu

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Nº 25.155 - "Era de sombras se abate sobre o Brasil com eleição de Bolsonaro"

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29/10/2018


Era de sombras se abate sobre o Brasil com eleição de Bolsonaro

Do Blog da Cidadania - 28/10/2018


O segundo turno das eleições presidenciais de 2018 foi dramático para a democracia brasileira. O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, valeu-se de rede de notícias falsas, impulsionada por caixa 2, para auferir vantagem injusta e até criminosa

A chapa Fernando Haddad e Manuela D’Ávila largou em ampla desvantagem cronológica – a poucas semanas da eleição em primeiro turno – e sem recursos financeiros sequer parecidos com os do candidato da extrema-direita – só a rede bolsonarista no Whats App custou 1,8 bilhão de reais via caixa 2, segundo denúncia da Folha de São Paulo.

O mundo se espantou e estremeceu ante a guinada eleitoral do Brasil para a extrema-direita, fenômeno ainda inédito na América Latina. Órgãos de imprensa internacionais de extração conservadora, como The Economist ou Financial Times divulgaram editoriais críticos ao ex-capitão do Exército.

Personalidades nacionais e internacionais, universidades, a grande maioria da intelectualidade do Brasil e do mundo, emitiram manifestações de preocupação com o rumo do país em caso de vitória do extremista de direita.

Foi inútil. Apesar da diferença pouco significativa, o medo e o desespero levaram uma tênue maioria da população a fazer uma aposta inconsequente achando que medidas desesperadas e grandiloquência policialesca podem suprir a falta de políticas sociais e estimulo ao consumo de massas, imprescindíveis em um contexto socioeconômico como o atual.

As ameaças a opositores e a prevalência dos interesses de banqueiros e grandes empresários em detrimento dos interesses dos trabalhadores será a marca da governança do país nos próximos anos. O resultado disso será um rápido envelhecimento do novo governo.

Confira a transmissão ao vivo do Blog da Cidadania, com Eduardo Guimarães, editor do site, e Meire Cavalcante, coeditora.


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Nº 25.154 - "Todos juntos, atentos e fortes. Por Luiz Carlos Bresser-Pereira"

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29/10/2018


Todos juntos, atentos e fortes. Por Luiz Carlos Bresser-Pereira

Do Diario do Centro do Mundo -  29/10/2018



Publicado originalmente na  fanpage do Facebook do autor

POR LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, economista e ex-ministro

Se eu fosse mulher, negro ou gay, eu estaria com medo. Eu não sou nem mulher, nem negro, nem gay, mas estou com medo. Com medo, mas com coragem – com a coragem que afasta o medo e nos leva a resistir.

Eu estou com vergonha da classe média e das elites brasileiras, às quais eu pertenço. Elas foram responsáveis pelo golpe parlamentar que foi o impeachment, e agora apoiaram um candidato neofascista que age abertamente contra os direitos humanos e a democracia. Estou com vergonha das elites paulistas que elegeram um governador tão mau quanto é o presidente.

Minha principal preocupação é com o cidadão comum. Seu tempo é sempre difícil. Ele está sendo sempre desrespeitado; seu valor não é reconhecido pelas elites. Mas agora as perspectivas que enfrenta são piores, porque é o próprio presidente eleito que se junta às elites no desprezo por homens e mulheres que são iguais em direitos.

Em 1985 foi afinal assegurado o sufrágio universal aos brasileiros. A partir dessa data eles contaram com um certo apoio dos políticos, porque estes sabiam que sua reeleição dependia de agirem como intermediários entre as elites e o povo. Agora, com uma vitória de 11 pontos porcentuais sobre o candidato democrático, os políticos se veem liberados para agir apenas em favor dos poderosos.

Agora não importa que essa vitória tenha se baseado na fraude eleitoral praticada com a remessa de whats’ups em massa com mensagens deliberadamente mentirosas. Em relação a este problema, temos que esperar o pronunciamento da Justiça. Agora o que é importante é que nos mantenhamos juntos, atentos e fortes. Vamos deixá-lo governar, mas precisamos estar juntos para impedir que ele leve adiante sua mensagem de violência.

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Nº 25.153 - "Resistir é imprescindível"

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29/10/2018

Resistir é imprescindível

Do Brasil 247 - 29/10/2018

Ricardo Stuckert

por Jeferson Miola

Resistir é preciso. Resistir ao fascismo é imprescindível.

E resistir é, acima de tudo, o único caminho que a história reserva aos democratas, aos libertários e aos humanistas do Brasil e do mundo.

Uma eleição não é garantia automática de democracia. Hitler ascendeu ao poder na Alemanha em 1933 depois de ter sido eleito. Em questão de meses, o hitlerismo foi convertido em filosofia oficial e em política de Estado do nazismo.

Não temos o direito de ser ingênuos. O mesmo pode acontecer no Brasil, se nada for feito para deter o itinerário que leva ao precipício nazi-fascista. A justiça eleitoral, entendo eu, dá evidentes sinais de ter se convertido em quartel-general do bolsonarismo.

Bolsonaro não é um acidente de percurso. Ele é a opção consciente, a aposta escolhida pela classe dominante para cumprir 2 missões especiais no próximo período.

A primeira missão consiste em exterminar o petismo, os progressistas, os democratas e tudo o que a esquerda representa e que o neoliberalismo desconstrutivo da democracia tolerou, como a diversidade, a igualdade, a pluralidade, a justiça social, a liberdade, a democracia e os pobres no orçamento e nas prioridades públicas, para implantar um regime duro, de terrorismo econômico, político e social.

Bolsonaro deixou isso claro na manifestação macarthista que fez no Facebook depois que sua eleição foi matematicamente confirmada: "não podíamos mais flertar com o socialismo".

A segunda missão do nazi-bolsonarismo consiste em implementar um projeto econômico selvagem e ultraliberal de caráter anti-povo, anti-nação, anti-soberania e anti-democracia que unifica todas as frações da classe dominante em torno de um novo pacto de dominação do establishment diante da crise mundial do capitalismo iniciada em 2008.

O posicionamento dúbio de expoentes da burguesia nacional [como FHC]; do PSDB, do MDB e de intelectuais orgânicos da classe dominante diante do avanço do nazi-bolsonarismo é clara evidência da funcionalidade do Bolsonaro aos interesses estratégicos e históricos da elite.

Na Alemanha dos anos 1930 a adesão da aristocracia, da burguesia e do grande capital alemão; assim como da elite, das monarquias e de todo estamento europeu ao hitlerismo e a Hitler adotou estas 2 premissas infames. A resultante, todos sabemos, foi o holocausto; uma das maiores tragédias da história da humanidade.

Auschwitz, que Hitler considerava o "ânus da Europa", a chaminé que livraria a Alemanha dos judeus, é o que Bolsonaro representa hoje, como encarnação do antipetismo racista.

É preciso, antes de tudo, ter a consciência de que o fascismo não é um fenômeno datado, um episódio guardado na prateleira da história do período entre-guerras do século 20 – e, portanto, um fenômeno inofensivo que só pertenceu ao passado.

O fascismo, segundo ensina o historiador britânico Roger Griffin, é uma tradição política que se situa entre o liberalismo e o socialismo e, portanto, representa uma ideologia viva de poder que pode se tornar majoritária em processos eleitorais formais.

O peso crescente da extrema-direita nas eleições europeias desde os anos 1980 na Europa são prova disso.

O fascismo no Brasil finalmente saiu do esgoto das redes sociais e das mídias digitais. Agora está presente na arena pública através da figura torpe, ridícula e estúpida do Bolsonaro.

O fascismo ocupará a presidência no Brasil não sem a oposição de mais de 47 milhões de brasileiros e brasileiros que terão no Haddad, no PT, no PSOL, no PCO, no PCdoB e em todos os setores democráticos, humanistas e libertários, o enfrentamento e a resistência que farão abreviar sua existência.

No discurso final de campanha, Haddad declarou que um professor não foge à luta. Nós não faltaremos a essa missão histórica.


JEFERSON MIOLA. Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial.

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Nº 25.152 - "Firmeza e serenidade para resistir"

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29/10/2018

Firmeza e serenidade para resistir

Do Tijolaço · 28/10/2018



por Fernando Brito

As urnas falaram e por mais que doam a angústia e o receio com o que está por vir, não é hora de lamúrias e recriminações.

É hora de firmeza e serenidade, porque são elas que nos podem manter lúcidos e fortes para enfrentar o que virá e não se iludam com as declarações moderadas de Jair Bolsonaro nesta noite, na entrevista às televisões, entremeadas de clamores a Deus.

É mais próximo da realidade o Bolsonaro da live do Facebook: raivoso, ressentido, ameaçador.

Ainda que tivesse um programa econômico que fosse além do “liberou geral” para o mercado, não é provável que algum efeito se possa fazer sentir para a população, embora a turma do dinheiro vá fazer a festa amanhã.

A bandeira que pode desfraldar e, até, encaminhar antecipadamente ao Congresso é a do afrouxamento do controle da posse de armas.

Vai ter o auxílio “luxuoso” de Sérgio Moro e do Judiciário que se prevalecerão do resultado eleitoral para tornar maior e mais fundo o processo de perseguição a Lula.

Estes tempos terão, ainda, no ódio o combustível desta gente.

Vai ser preciso que passem os dias. Curemos nossas feridas com coragem para que possamos resistir.

Não é possível governar o Brasil com “lives” e “whatsapp”.

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sábado, 27 de outubro de 2018

Nº 25.151 - "Como surgiu o 'antipetismo', e do que ele se alimenta?"

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27/10/2018

Como surgiu o "antipetismo", e do que ele se alimenta?

Especialistas analisam que o discurso contra corrupção concentra-se no PT, mas o problema é endêmico do sistema político


Do Brasil de Fato - São Paulo (SP), 27 de Outubro de 2018 às 17:58

Mulher encena "execução" de homem com fantasia alusiva ao ex-presidente Lula - Créditos: Foto: Heuler Andrey / AFP
Mulher encena "execução" de homem com fantasia alusiva ao ex-presidente Lula - Créditos: Foto: Heuler Andrey / AFP

Rute Pina

O voto contra o Partido dos Trabalhadores foi a principal motivação de muitos eleitores que optaram pelo candidato de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno das eleições presidenciais, em 7 de outubro. Foi, também, o principal sentimento entre os apoiadores do candidato militar que foram às ruas de São Paulo (SP) no último domingo (21). Para 98% das pessoas que estavam no ato na Avenida Paulista, o PT "é o partido mais corrupto" e "afundou a economia". 

A pesquisa é do Monitor do Debate Político no Meio Digital, em parceria com a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. E mesmo que o partido não conste a lista dos que têm mais lideranças comprometidas em escândalos de corrupção, o dado mostra como o candidato do PSL conseguiu atrair um grande eleitorado capitalizando o discurso de ódio contra o PT.

A socióloga e jornalista Maria Eduarda da Mota Rocha, professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explica que o sentimento antipetista encontrou espaço em um movimento de recusa do sistema político. Ela pondera também que o processo de rejeição às instituições e a crise de representatividade dos representantes políticos ocorre em todo o mundo.

"Há, por um lado, um grande processo de desqualificação da política, que atinge os poderes instituídos. E o PT está no poder há um certo tempo. Então, ele fatalmente é alvo desse sentimento de recusa da política que a gente está vivendo. Esse é um fenômeno global, que tem levado à ascensão da extrema direita em muitos lugares do mundo", pontua.

Mas, segundo a professora, esse processo se intensifica no Brasil por causa do "evidente desprezo pela democracia" que historicamente foi cultivado no país. 

"A elite brasileira tem um forte desprezo pela democracia. A vinculação da elite brasileira com a democracia sempre foi casuística e conjuntural. Tanto que em 1964 ela abriu mão [da democracia] e agora também está abrindo", afirma.

O professor do departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) Ricardo Musse aponta que o sentimento contra o partido foi forjado historicamente. Ele afirma que o discurso foi utilizado em todas as eleições presidenciais em que Lula concorreu — contra Collor, em 1989, e contra Fernando Henrique Cardoso, em 1994 e 1998. 

Para ele, o antipetismo — que foi atenuado em 2002, por conta do desgaste político do PSDB — entra em uma nova fase assim que o partido assume o poder. Desta vez, o discurso é vinculado à sensação de corrupção institucionalizada, a partir da exposição midiática do caso do Mensalão, a partir de 2005.

"Esse quadro se intensificou ainda mais a partir de 2012, com o julgamento do mensalão. Foi uma exposição midiática muito intensa que começou associar o PT de forma muito intensa à corrupção", afirma. "Esse processo inicial foi intensificado em 2014 com o início da Operação Lava Jato. O propósito inicial da operação, expresso no documento que Sérgio Moro escreveu, era mesmo 'destruir o sistema político'. Mas o primeiro passo foi enfraquecer e tentar tirar do poder o partido que era hegemônico na sociedade, o PT."

O professor lembra que o tema da corrupção, no entanto, sempre foi a principal bandeira para desarticular governos progressistas no país. Mas ele pontua que a corrupção, no entanto, não explica a crise econômica.

Já a professora Maria Eduarda Rocha analisa que o sentimento de corrupção se alia a uma campanha de desqualificação do Estado e, em contrapartida, de valorização do discurso neoliberal. 

"A gente precisa enfrentar essa dimensão do privatismo da cultura brasileira. Quando a gente fala do privatismo neoliberal, a gente costuma associar esse discurso a entrega das empresas estatais às mãos privadas. Essa é uma dimensão trágica que a gente vai ver ser reforçada caso Bolsonaro seja eleito", afirma a professora.

"Mas existe uma outra dimensão do privado, que se articula a essa, que é muito mais cotidiana. Há toda uma narrativa de desqualificação do público que acabou sendo comprada pelas pessoas porque historicamente o Estado aparecia para as pessoas, como uma figura repressora. É muito novo, no Brasil, o Estado aparece como figura garantidora de direitos." 

Enquanto os holofotes se viram para o PT, quem lidera em número de parlamentares investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) é o PP. Dos 46 deputados em exercício em 2017, pelo menos 27 integrantes respondiam a ações penais ou inquéritos. 


Já na lista de políticos investigados por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, a maioria também pertencia à sigla. Bolsonaro esteve filiado na legenda entre 2005 a 2016.

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Nº 25.150 - "Guerra híbrida e as eleições brasileiras, por Gustavo Gollo"

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27/10/2018

Guerra híbrida e as eleições brasileiras, por Gustavo Gollo


Do Jornal GGN -  SAB, 27/10/2018 

Guerra híbrida e as eleições brasileiras, por Gustavo Gollo

Em 1952 foram criadas as forças especiais do exército dos Estados Unidos. A primeira missão atribuída a elas foi a guerra não convencional. As unidades das forças especiais são encarregadas de sete missões principais, entre elas as operações psicológicas (PSYOP), operações para transmitir informações selecionadas e indicadores para o público, para influenciar suas emoções, motivos e raciocínio objetivo, com intuito de influenciar o comportamento de governos, organizações, grupos e indivíduos.

O objetivo das operações psicológicas dos Estados Unidos é induzir ou reforçar o comportamento favorável aos objetivos dos EUA, e constituem parte importante da gama de atividades diplomáticas, informacionais, militares e econômicas disponíveis para os EUA. Podem ser utilizadas tanto em tempo de paz quanto em conflito.


Perceba que os EUA induzem ou reforçam, despudoradamente, comportamentos favoráveis aos objetivos dos EUA – como entregar-lhes praticamente de graça o petróleo que financiaria a educação do país, por exemplo, ou destruir petrolíferas de outros países.

As diretrizes acima estão candidamente apresentadas na internet, e constituem o dia a dia de um país que se encontra constantemente em guerra. Podem ser encontradas, por exemplo,  aqui:

Guerra híbrida nas eleições


Esse tipo de ataque vem sendo efetuado contra o Brasil de uma forma sutil, que nos fica parecendo bastante cândida. Creio que o exemplo mais sintomático seja o do petróleo: o

“A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta segunda-feira a Lei que destina 75% dos royalties do petróleo para a educação e 25% para a saúde...

… Dilma afirmou que as prospecções dessa riqueza somarão U$S 112 bilhões apenas em royalties nos próximos dez anos e que somente o Campo de Libra gerará recursos de U$S 368 bilhões nos próximos 35 anos.”



Em parte, por impotência, em outra, por ignorância, e, mais que tudo devido aos próprios resultados das ações da guerra psicológica que nos induzem a concordar e defender propósitos francamente contrários a nós mesmo – que tipo de idiota concordaria em entregar, quase de graça, o petróleo que financiaria a educação e a saúde do país?

Creio que esse mero exemplo, tão absurdo, é suficiente para ilustrar tanto a sutileza desse modo de ataque, quanto sua efetividade. Quando os EUA tentam meter a mão no petróleo dos outros à força, costuma haver guerra sangrenta e forte oposição, como no Oriente Médio, há décadas. Convencendo uns idiotas, comprando outros, obtêm o mesmo resultado com muito menos esforço. A opção pela guerra híbrida, pela manipulação dos meios dos comunicação e da opinião pública, é tão mais eficiente, quanto menos desgastante. A interferência nas eleições consiste em uma ação bastante óbvia, tendo-se em vista propósitos desse tipo. Os próprios americanos andam possessos com a suspeita de que os russos tenham conseguido pender as eleições americanas para certo lado, usando táticas análogas às usadas agora, muito descaradamente, no Brasil.

Ultimamente, tem-se falado muito da utilização de robôs e de outros meios escusos para favorecer o candidato fascista, ação já claramente revelada. Páginas vazias, no facebook, por exemplo, podem compartilhar e, assim, divulgar conjuntamente, as mesmas notícias, gerando a aparência de que “todo mundo está compartilhando aquela notícia” induzindo, desse modo, uma multidão a fazê-lo, de fato. Outras ações, a meu ver ainda mais danosas e imorais que essa têm sido implementadas, tanto mais fortemente conforme o dia da eleição se aproxima.

Enquanto os textos adequados a determinado propósito podem ser viralizados através desse tipo de disparo escuso, textos “inconvenientes”, aqueles que propugnam interesses contrários aos perpetradores da guerra psicológica, podem ser “abafados” de diversas maneiras, impedindo que viralizem. 2 dias atrás, por exemplo, publiquei um texto no ggn, pouco antes do site sofrer um ataque que tirou do ar esse e outros tantos textos com o mesmo teor. Qualquer desses textos que estivesse em vias de viralizar, naquele instante, teria sido abafado, tido sua viralização cortada, perdendo assim o seu momento. Só percebi o fato porque meu texto “desapareceu” por um dia, provavelmente não teria notado nada estranho, não fosse isso.

Estamos sob ataque há anos, e foi um enorme equívoco que tivéssemos dado tão pouca atenção às denúncias de espionagem, ocorridas em 2013, embora os problemas do governo Dilma talvez tenham se originado de seu discurso na ONU, nesse ano, quando a presidenta do Brasil esboçou uma posição de independência ao ralhar com os espiões.

O controle escuso das redes sociais é fácil e extremamente efetivo. Talvez constatemos, após as eleições, que aquilo a que chamávamos “democracia” já tenha perdido completamente o seu sentido.

A ressaca moral avassaladora

O povo brasileiro corre o risco de eleger, sabe-se lá levado por que sentimentos, um candidato que não agrada a ninguém, e acordar no dia seguinte como se de um porre brutal, para constatar, na própria cama, a presença desagradabilíssima com a qual terá que conviver por 4 anos. Oh, pesadelo atroz.  


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Nº 25.149 - "VOX 247: HADDAD EMPATA, TEM 50% E DISPUTA SERÁ VOTO A VOTO"

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27/10/2018


VOX 247: HADDAD EMPATA, TEM 50% E DISPUTA SERÁ VOTO A VOTO


Do Brasil 247 - 27/10/2018


Pesquisa Vox 247 realizada neste sábado 27, e financiada pelos eleitores, aponta empate entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), indicando para a possibilidade real de virada neste domingo 28; nos votos totais, os percentuais são de exatamente 43% a 43%; ninguém/brancos/nulos são 9% e "não sabe" ou "não respondeu", 5%; nos votos válidos (contando apenas a intenção de voto efetiva em cada candidato), os percentuais são de exatamente 50% a 50%


247 - Pesquisa Vox 247 realizada neste sábado 27 aponta empate entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), apontando para uma virada real neste domingo 28, data da votação do segundo turno.

Nos votos totais, as intenções de voto são de exatamente a 43% a 43%. Ninguém/Brancos/Nulos são 9% e "não sabe" ou "não respondeu", 5%.

Nos votos válidos, os percentuais são de exatamente 50% a 50%.

Os votos espontâneos para presidente, quando os eleitores citam o nome do candidato espontaneamente, são de 51% a 49% para Bolsonaro.

Esta pesquisa foi registrada junto à Justiça Eleitoral no dia 21 de outubro, sob o número BR-09614/2018. Foram entrevistados 2.000 eleitores de 16 anos ou mais, em 121 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, estimada em um intervalo de confiança de 95%.

A pesquisa Vox 247 foi a segunda encomendada pela Editora 247 ao instituto Vox Populi financiada totalmente por eleitores, membros da comunidade 247, assinantes solidários ou não do portal e da TV 247. Para isso, foi aberta uma campanha de financiamento coletivo no site Catarse, ainda aberta.

A pesquisa Vox 247 do dia 6 de outubro, véspera da votação do primeiro turno, foi a que mais se aproximou do resultado das urnas no primeiro turno das eleições de 2018, em comparação às dos outros dois institutos de pesquisa mais tradicionais do país, o Ibope e o Datafolha.

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Nº 25.148 - "A onda do vira vira alavanca Haddad"

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27/10/2018

A onda do vira vira alavanca Haddad

Do Brasil 247 - 27/10/2018

Ricardo Stuckert


por Emir Sader

A campanha eleitoral foi marcada por duas grandes ondas, que promoveram candidaturas à liderança nas pesquisas. Estamos agora numa terceira onda, que pode ser a decisiva.

A primeira foi a do lançamento da candidatura do Haddad, com suas viagens pelo Brasil para apresentar-se como o candidato do Lula e promover seu programa, centrado na educação e no trabalho. Foi uma trajetória vitoriosa, em que se buscava a transferência dos votos do Lula, amplo favorito para ganhar as eleições no primeiro turno, mas impossibilitado de ser candidato, pela perseguição politica promovida pelo judiciário contra ele.

Essa onda levou Haddad a empatar e a superar mesmo a Bolsonazi no segundo turno das pesquisas, numa semana surpreendente, porque contou com varias trabalhadas dentro da candidatura da extrema direita e desembocou nas gigantescas manifestações das mulheres pelo #EleNão.

Mas quando se esperava a consolidação da dianteira do Haddad, surgiram, de forma suspeita, pesquisas, a primeira do Ibope, com dados recolhidos, pelo menos oficialmente nos dias 19 e 20 de novembro – portanto incluído o dia 20, dia das manifestações – revelando uma grande virada a favor do candidato da extrema direita. Uma pesquisa que parecia se chocar com o clima politico instalado por aquela semana, mas que foi confirmada por uma outra, do Datafolha, na mesma direção.

Posteriormente se revelaram dados que apontavam que a contraofensiva da extrema direita tinha começado ja na quinta feira, dia 18, com a deflagração de uma gigantesca onda de fakenews, disparados pelos mecanismos de milhões de robôs, antes de tudo tratando de reverter a imagem das manifestações das mulheres, desqualificadas com imagens falsas, fabricadas, que as condenavam do ponto de vista moral e outras diretamente contra o Haddad – dentre as quais a da mamadeira foi simbólica desse tipo de ação mentirosa. No domingo as igrejas evangélicas se encarregaram de propagar essa campanha para suas bases, consolidando a virada produzida por essa segunda onda.

Os eixos da campanha da extrema direita foram o perigo do comunismo e a corrupção do PT. Mas a sua alavanca fundamental era a produção da rejeição do Haddad, cujo favoritismo era dado não apenas pela sua tendencia ascendente, mas pela rejeição muito maior do candidato da extrema direita. De um candidato como o Haddad se pode discordar plenamente, mas produzir sua rejeição só pode se dar por mentiras forjadas e multiplicadas aos milhões, objetivo logrado, absurdamente, por essa campanha: até hoje a rejeição de Haddad é maior do que a do Bolsonazi ou está em empate técnico.

As consequências dessa onda foram varias: reverteram o clima geral, promovendo o favoritismo do candidato da extrema direita, deslocaram a agenda das questões programáticas para as acusações ao Haddad – que tinha obrigatoriamente que se defender, mas ao faze-lo, confirmava essa nova centralidade, o deslocamento, junto com o programa do PT, da própria imagem do Lula e da projeção da do Bolsonazi como personagem central da campanha. Ao recuperar a iniciativa, a extrema direita colocou a esquerda na defensiva, com perda sua capacidade de iniciativa e a obrigada reação às acusações, pelos efeitos devastadores que estavam tendo.

Estava configurada o tipo de campanha eleitoral da guerra híbrida, combinando fakenews, robôs, igrejas evangélicas e contando, uma vez mais, com a passividade cúmplice do judiciário, apesar das escandalosas evidencias de que as fakenews e os robôs são financiados com milhões de empresários privados, que se jogam na campanha do Bolsonazi, da mesma forma que se haviam jogado na conjuntura de 2015/2016, que havia levado ao golpe contra a Dilma.

Se reinstaurou um clima histérico similar ao daqueles anos, com as denuncias funcionando subterraneamente, enquanto as estapafúrdias declarações do candidato, do seu vice, do seu guru econômico, instalavam um clima bélico, de que passaram a fazer parte direta comandos violentos da extrema direita, com ataques a pessoas que defendiam posições contrarias a eles, com mortes, feridas, invasões de locais públicos e pichações de caráter diretamente nazista.

Foi nesse clima que se deram os últimos dias do primeiro turno e o resultado desse turno, transformado diretamente, segundo o diretor do Datafolha por essa ação subterrânea, mentirosa e ilegal da candidatura da extrema direita.

Tomada de surpresa, como todos fomos, a candidatura do Haddad demorou um tanto a se recompor, no inicio do segundo turno, com o tempo passando a contar contra. Até que o novo circuito de viagens pelo Brasil, na segunda metade da campanha do segundo turno, foi esboçando uma nova onda, com o cenário espetacular da massividade das manifestações, centradas no nordeste – Bahia, Piauí, Ceará, Maranhao, Sergipe, Pernambuco, - Paraíba, - mas também no sul, como em Sao Paulo, no Rio, em Belo Horizonte, em Curitiba.

Conforme a iniciativa e o entusiasmo foi se apossando do campo democrático, foi se gerando a onda do vira vira, apoiada na retomada de crescimento do Haddad e de queda do Bolsonazi. É a terceira onda da campanha, que retoma a iniciativa, recoloca os temas programáticos do Haddad no centro da campanha, ao mesmo tempo que trabalha fortemente para elevar a rejeição do Bolsonazi.

As novas tendencias são favoráveis ao Haddad, mas que tem que remontar uma diferença que chegou a se aproximar dos 20 pontos em algumas pesquisas, mas que foi baixando para, nas espontâneas, ter uma diferença de menos da metade daquela cifra e, nas pesquisas do Vox Populi, se aproximar de um empate técnico. É uma corrida contra o tempo, para que essa nova onda, esse reversão de votos do Boloznazi, mas também de conquista dos votos indecisos, especialmente de mulheres, de eleitores do Ciro, assim como a luta contra a desinformação de que o Haddad é o candidato do Lula, que ainda predomina em setores de nível econômico mais baixo da população.

Essa onde pode virar o resultado das eleições ou pelo menos colocar uma disputa final muito acirrada. Desde logo ela redespertou o profundo sentimento democrático, de rejeição e de indignação contra as posições intolerantes, repressivas, brutais do candidato da extrema direita, que mal escondem o objetivo fundamental da sua candidatura – como a havia passado com o golpe contra a Dilma: derrotar o PT e garantir a continuidade do modelo neoliberal.

O destino do país depende assim da profundidade e da extensão da terceira onda da campanha – a onda do vira vira. Ela pode resgatar o país do abismo que o obscurantismo e a violência desatada pela extrema direita, restabelecer a democracia e fazer com que os brasileiros possam ser felizes de novo.


EMIR SADERColunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros.

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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Nº 25.147 - "Ciro Gomes anunciará hoje apoio a Haddad"

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26/10/2018

Ciro Gomes anunciará hoje apoio a Haddad


Do Blog do Esmael - 26/10/2018  por Esmael Morais


O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou nesta sexta-feira (26) que Ciro Gomes vai se pronunciar de maneira mais enfática sobre o apoio ao candidato petista à presidência da República, Fernando Haddad.

O presidente do PDT disse que se encontrará hoje com Ciro para combinar a melhor maneira de prestar o apoio ao candidato do PT.

“Não sei dá tempo fazer ato público ou subir no palanque, mas para a rede social nós vamos gravar um vídeo”, disse Lupi.

Hoje pela manhã na Paraíba, Haddad afirmou que aguarda um “gesto importante” de Ciro Gomes.

“Eu acredito que ele vai, agora chegando no Ceará, fazer um gesto importante pelo Brasil. Ele sabe que não é por mim, é pelo Brasil que fará esse gesto”, afirmou.

Ciro retorna ao Brasil nesta sexta-feira, após passar três semanas de férias na Europa.

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Nº 25.146 - "A 2 dias da eleição, Bolsonaro tripudia da justiça e publica novo vídeo criminoso sobre kit gay e outras mentiras; veja"

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16/10/2018


A 2 dias da eleição, Bolsonaro tripudia da justiça e publica novo vídeo criminoso sobre kit gay e outras mentiras; veja


Do Viomundo - 26/10/2018 

A 2 dias da eleição, Bolsonaro tripudia da justiça e publica novo vídeo criminoso sobre kit gay e outras mentiras; veja

Bolsonaro zomba da Justiça e faz vídeo espalhando mentiras sobre kit gay e whatsapp

O total desprezo do candidato Jair Bolsonaro pelas instituições brasileiras é impressionante.

O candidato do PSL acaba de compartilhar em suas redes sociais um vídeo em que volta a espalhar mentiras sobre o suposto kit gay (que não existe e jamais existiu), MESMO APÓS O TSE TER PROIBIDO BOLSONARO DE ESPALHAR FAKE NEWS SOBRE O KIT GAY.

Bolsonaro não respeita a Justiça, nem os eleitores, nem seus opositores, nem a democracia.

Como ele pode governar o Brasil? Bolsonaro teve a audácia de mentira descaradamente dizendo que Haddad queria tirar o WhatsApp do ar!!!! É mais uma MENTIRA ABSURDA.

Como já mostramos, Bolsonaro é o pai do kit gay – foi ele quem inventou o boato lá em 2011, foi ele que levou o boato à televisão e é ele que continua baseando sua campanha em fake news mesmo após determinação da justiça. Bolsonaro sabe que não tem propostas, por isso tenta enganar os eleitores com mentiras descabidas. Foi assim no primeiro vídeo que gravou, do hospital, em que falava que a eleição seria fraudada – o TSE mandou retirar do ar o vídeo cheio de fake news na última quinta-feira (25/10). O problema é que o vídeo rodou livremente no submundo na internet por 40 dias, e teve gente que acreditou no que ouviu.

É isso que o candidato tenta fazer, mais uma vez: solta um vídeo completamente falso a três dias da eleição, zombando da verdade e da Justiça. E tenta criar mais um mar de lama pra acabar com a democracia.

Fernando Haddad, o candidato da verdade e da democracia, já respondeu às mentiras de Bolsonaro. Dia 28/10, a verdade prevalecerá.
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Nº 25.145 - "OS NEGÓCIOS MAIS PROMISSORES NO BOLSONARISMO"



26/10/2019

OS NEGÓCIOS MAIS PROMISSORES NO BOLSONARISMO

Mas, sem arma ... não há progresso



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Nº 25.144 - "KOTSCHO FAZ CARTA A CIRO GOMES: AINDA DÁ TEMPO DE AJUDAR A EVITAR O PIOR"

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26/10/2018


KOTSCHO FAZ CARTA A CIRO GOMES: AINDA DÁ TEMPO DE AJUDAR A EVITAR O PIOR


Do Brasil 247 - 26/10/2018



Jornalista diz ao ex-presidenciável, em carta aberta, que "ainda dá tempo de ajudar a virar este jogo e evitar que o pior aconteça para o nosso Brasil" e alerta que o "fato novo" determinada para a virada pode ser justamente esse gesto; "Agora é hora do coração falar mais alto, deixando as querelas da política de lado, para depois de evitarmos juntos a catástrofe que ainda nos ameaça, mas já sem tanta força. O importante agora é que a nossa democracia sobreviva", afirma Ricardo Kotscho; leia a íntegra



247 - O jornalista Ricardo Kotscho escreveu em seu bloguma carta aberta ao ex-presidenciável Ciro Gomes, do PDT, em que o chama para o dever de se manifestar em apoio a Fernando Haddad. "Ainda dará tempo de ajudar a virar este jogo e evitar que o pior aconteça para o nosso Brasil", diz Kotscho, lembrando que "falta só o fato novo e decisivo para impedir a vitória do 'Mito' que nos ameaça a todos", e alerta que esse fato novo pode ser o apoio do ex-ministro.

Caro Ciro,

sei que o amigo só vai chegar de viagem depois das oito da noite em Fortaleza, mas ainda dará tempo de ajudar a virar este jogo e evitar que o pior aconteça para o nosso Brasil.

A virada da civilização contra a barbárie já começou.

Falta só o fato novo e decisivo para impedir a vitória do "Mito" que nos ameaça a todos.

E esse fato novo, que pode decidir a parada para um lado ou outro é você, caro Ciro Gomes, meu companheiro no governo Lula e nas lutas todas em defesa da democracia.

Minha família toda votou em você no primeiro turno. Não deu, mas agora não tem outra escolha: é democracia ou ditadura, está nas nossas mãos.

Muita coisa mudou nos últimos dias por aqui, o povo está caindo na real e descobrindo que o capitão alucinado não é candidato a presidente da República, mas a ditador.

As ultimas pesquisas Datafolha e Ibope já estão mostrando que temos jogo pela frente para fechar a boca do jacaré e chegar pau a pau na boca da urna.

Ao contrário do que os analistas apontavam, a eleição não está decidida e, agora, só depende de nós decidir para onde queremos levar nosso país.

Como você é bom de briga, boto muita fé que a tua posição neste momento pode influenciar os 14% de eleitores que ainda não sabem em quem votar ou não pretendem votar em ninguém, segundo o Datafolha.

Você já deve ter visto o vídeo dos artistas que votaram no Ciro no primeiro turno e estão fazendo um apelo para você tomar uma posição firme a favor do Fernando Haddad.

Tem uma frase da jovem atriz Samara Felippo, que resume bem o que todos pensam: "A gente está ou não está junto pela democracia?"

Sei qual é a tua resposta, como você mesmo falou, logo após o anuncio do resultado no dia 7, ao sair de casa para falar com os repórteres, naquela noite mal assombrada que quase nos levou para o inferno de vez.

Enquanto escrevo, me lembrei de outra carta de muitos anos atrás, publicada pelo "Jornal da República" do Mino Carta, no dia em que outro cearense guerreiro voltava do exílio ao Brasil.

Era Miguel Arraes, que voou num aviãozinho direto do Rio para o Crato, onde sua mãe e toda a família o esperavam. Você pode imaginar a emocionante festa que fizeram.

Isso faz agora exatos 40 anos. Claro que a situação e as circunstâncias são completamente diferente. São outros os tempos.

No vôo para o Crato, Arraes leu a minha carta no jornal em que contava como estavam vivendo seus parentes e amigos.

Logo ao chegar, ele quis saber quem tinha escrito aquela carta. Por sorte, eu estava no quarto da mãe dele e acabei fazendo uma entrevista exclusiva com um dos maiores líderes políticos que o nordeste já conheceu.

Arraes seria eleito e reeleito governador de Pernambuco, teve importante papel na campanha das Diretas Já e na primeira campanha de Lula, em 1989.

Por falar em Pernambuco, você precisava ver que maravilha foi o comício do Haddad ontem à noite no Recife, o centro velho todo tomado por uma multidão em festa, que me lembrou outras campanhas presidenciais.

Gostaria muito que você lesse esta carta antes de chegar de volta à tua terra, agora que estamos todos interligados nas nuvens da internet, e algum amigo comum poderia nos fazer esta gentileza.

Quem sabe o velho Egídio Serpa, teu assessor e de Tasso, que estava naquele almoço com o Lula, na cantina do Mario, perto do escritório dele, no Ipiranga, no final de 1993, na busca de um entendimento entre PT e PSDB, que acabou não sendo possível .

Agora é hora do coração falar mais alto, deixando as querelas da política de lado, para depois de evitarmos juntos a catástrofe que ainda nos ameaça, mas já sem tanta força.

O importante agora é que a nossa democracia sobreviva. Estamos juntos!

Boa viagem.


Forte abraço.

Vida que segue

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Nº 25.143 - "Um sopro de esperança: vantagem de Bolsonaro cai 6 pontos no Datafolha"

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25/10/2018

Um sopro de esperança: vantagem de Bolsonaro cai 6 pontos no Datafolha


Do Tijolaço · 25/10/2018


por Fernando Brito 

De 18 pontos (59% a 41%) na última pesquisa, a vantagem de Jair Bolsonaro para Fernando Haddad, segundo o Datafolha, caiu para 12 pontos, na pesquisa divulgada hoje, quando assinalaram 56% e 44% respectivamente.

Ainda é grande, sim, mas é evidente que a tendência mudou e o ex-capitão já não ostenta a tranquilidade que apresentava no início da semana, quando se dizia com “a mão na faixa”.

Está claro quem está subindo e quem está caindo, o que nos desafia é a velocidade e a intensidade deste processo.

Cabe agora a todos os democratas deixarem o “muro”, pois já não há a desculpa que “não adianta nada” passar por cima de divergências, dar um voto a Fernando Haddad e evitar a ascensão do fascismo no Brasil.

Não é hora de recriminações e de “mimimis”, é o Brasil que está nos chamando.

Tivemos um sopro de esperança, um vento de lucidez. Precisamos torná-lo um vendaval em pouco mais de 48 horas.

Difícil? É, muito. Cada hora vale por um dia.


Mas lembre-se que cada voto vale por dois e mudar 6 votos em cada cem vira o resultado da eleição.

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quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Nº 25.142 - "Virou: Vox Populi de hoje dá Haddad a cinco pontos de Bolsonaro"

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25/10/2018

Virou: Vox Populi de hoje dá Haddad a cinco pontos de Bolsonaro


Do NOCAUTE   25/10/2018   




Realizada após os escândalos – caixa dois, fake news e fala dizendo que expulsara opositores do país – pesquisa mostra Bolsonaro em queda e confirma o crescimento das intenções de voto em Fernando Haddad.

A nova pesquisa CUT/Vox Populi, realizada nos dias 22 e 23 de outubro, traz Bolsonaro com 44% e Haddad 39% nos votos totais e 53% a 47% nos votos válidos.

Na simulação estimulada, quando o entrevistador apresenta os nomes dos candidatos, Bolsonaro aparece com 44% das intenções de votos contra 39% de Haddad. A diferença entre os dois candidatos é de apenas 5%. Contudo, dentro da margem de erro, que é de 2,2% para mais e para menos, a diferença entre os dois candidatos pode chegar a 1 ponto percentual.

De acordo com os resultados, 17% dos eleitores ainda estão indecisos. Do total, 12% afirmam que não vão votar em ninguém e outros 5% não sabem ou não quiseram responder.

Já o percentual de rejeição de Bolsonaro aumentou em 2% e chegou em 48%. A rejeição de Fernando Haddad se manteve estável em 41%.

Confira a íntegra da pesquisa:

Cenário estimulado


Na simulação estimulada, quando o entrevistador apresenta os nomes dos candidatos, Bolsonaro aparece com 44% das intenções de votos contra 39% de Haddad.

A diferença entre os dois candidatos caiu para 5%. Se for considerada a margem de erro da pesquisa, que é de 2,2%, a diferença entre as intenções de voto em Haddad e Bolsonaro pode chegar a 1 ponto percentual (2,2% a menos para Bolsonaro e 2,2% a mais para Haddad).

A pesquisa mostra também que 17% dos eleitores ainda estão indecisos. Desse total, 12% disseram que não vão votar em ninguém, vão votar em branco ou anular os votos. Outros 5% não sabem ou não quiseram responder. Os percentuais são exatamente iguais aos da pesquisa anterior.

Os percentuais de votos válidos, excluídos os brancos, nulos, ninguém ou não sabem ou não responderam, também são idênticos aos da pesquisa anterior: 53% para Bolsonaro e 47% para Haddad.

 Cenário espontâneo


A simulação espontânea, quando o entrevistador apenas pergunta em quem o eleitor vai votar, aponta Bolsonaro com 43% das intenções de votos contra 37% de Haddad, os mesmos percentuais do levantamento realizado nos dias 16 e 17.

Neste cenário, 13% disseram que não votarão em ninguém, votarão em branco ou anularão o voto e 7% não sabem ou não responderam. Na pesquisa anterior, os percentuais eram de 12% e 8%, respectivamente.

Estratificação


No cenário estimulado, o Nordeste, Região onde o candidato petista apresentou os maiores percentuais de intenção de voto durante toda a corrida presidencial, aumentou o número de eleitores que pretendem votar em Haddad: de 57% para 60%.

Os percentuais de intenção de voto em Haddad também cresceram entre os homens (de 35% para 37%), entre os maduros (de 37% para 41%); entre os eleitores que têm até o ensino fundamental (de 44% para 47%) e entre os que ganham até 2 salários mínimos (45% para 50%).

Os percentuais de intenção de voto em Bolsonaro registraram queda de 27% para 25% na Região Nordeste, entre os homens – de 53% para 49% -; entre os maduros – de 48% para 43%.
Religião

Considerando apenas os válidos, as intenções de votos para presidente apresentou pouca variação. Haddad oscilou positivamente um ponto percentual entre os católicos (de 42% para 43%), 2% entre os espíritas (de 38% para 40%) e 4% nos que se declararam sem religião (de 42% para 46%). Mas oscilou negativamente 3% entre os evangélicos (30% para 27%) e 6% nos que declararam seguir outras religiões (de 48% para 42%).

Rejeição


O percentual de rejeição a Fernando Haddad se manteve estável (41%). Já a rejeição a Bolsonaro aumentou 2% entre a pesquisa anterior e a rodada realizada nos dias 22 e 23 – de 38% para 40%.

O maior percentual de rejeição contra Bolsonaro foi registrado no Nordeste (59%). Já os eleitores do Sudeste e do Sul rejeitam mais Haddad, 48% em cada Região.
52% dos que se declararam negros e 42% dos pardos rejeitam Bolsonaro. Já entre os que se declararam brancos, o percentual de rejeição de Haddad sobe para 49%.


Metodologia


A pesquisa CUT-Vox Populi foi realizada entre os dias 22 e 23 de outubro. Foram feitas 2.000 entrevistas pessoais e domiciliares com eleitores de 16 anos ou mais, residentes em áreas urbanas e rurais, de todos os estados e do Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior de todos os estratos socioeconômicos. Os entrevistadores foram em 121 municípios.

A margem de erro da pesquisa é de 2,2%, estimada em um intervalo de confiança de 95%.

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