sábado, 22 de agosto de 2009

Contraponto 132 - Aí vem lama de novo

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A demonização de Dilma
(2)
Aumentar a rejeição


por Luiz Carlos Azenha, publicado em 21 de agosto de 2009 às 18:44
Atualizado em 21 de agosto de 2009 às 19:22

Outro dia eu disse que estava em curso um processo de demonização de Dilma Rousseff. Provavelmente tocado por marqueteiros de José Serra. Com a colaboração de uma rede de assessoria espalhada pela Veja, Folha, Estadão e Organizações Globo.

Repito o que escreveu Diogo Mainardi na Veja da semana passada:

A Igreja Universal, nos últimos dias, atrelou sua imagem à de Lula. É a mesma estratégia empregada por José Sarney. Um apoia o outro. Um defende o outro. Edir Macedo está com Lula e com Dilma Rousseff. Agora e em 2010. Se a Igreja Universal tem um Diploma de Dizimista, assinado pelo Senhor Jesus Cristo, Dilma Rousseff tem um Diploma de Mestrado da Unicamp, supostamente assinado pelo senhor Espírito Santo.
Agora, o que escreveu Eliane Cantanhêde:

Dilma parece estar no seu inferno astral. Além da radioterapia, ela enfrenta a entrada em cena de Marina, o empate com Ciro nas pesquisas, o envolvimento desgastante de Lula e do PT com a defesa de Sarney e, enfim, a cristalização da imagem de mentirosa (diploma, dossiê contra FHC, embate com Lina Vieira, versões divergentes de sua ação no caso Varig).

Agora, o que escreveu Danuza Leão:

Dilma personifica, para mim, aquele pai autoritário de quem os filhos morrem de medo, aquela diretora de escola que, quando se era chamada em seu gabinete, se ia quase fazendo pipi nas calças, de tanto medo. Não existe em Dilma um só traço de meiguice, doçura, ternura.

E mais:

Seja bem-vinda, Marina. Tem muito petista arrependido para votar em você e impedir que a mestra em doutorado, Dilma Rousseff, passe para o segundo turno.

São apenas três exemplos. Estou certo de que vocês terão visto outros. O que me interessa é mostrar como alguns temas são recorrentes. Dilma, a autoritária. Dilma, mentirosa. Dilma, a falsificadora de currículo.

Notem que os colunistas não se preocupam em fazer uma análise das posições políticas de Dilma Rousseff. O que ela pensa? O que já fez na vida? É preparada para disputar a presidência?

Cantanhêde, que se propõe a fazer um raio xis do quadro eleitoral, oferece como geral uma conclusão que é exclusivamente dela: a da cristalização da imagem de Dilma como a mentirosa.

Curiosamente, na leitura dos mesmíssimos veículos, não há uma só palavra sobre as inconsistências no currículo de José Serra, que não tem diploma universitário no Brasil. Nem de engenheiro, nem de economista.

Nem uma palavra sobre o fato de que Lina Vieira é casada com Alexandre Firmino, ex-ministro do governo FHC. Pelo que nos diz o Stanley Burburinho, no blog Tabuleiro Político, Lina era do Conselho de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Norte quando o CDE fechou contrato com a empresa Dois A Publicidade Ltda., que pertence ao marido dela.

O blog do Nassif traz várias informações importantes sobre as relações políticas e econômicas de Lina Vieira e do marido, que simplesmente foram desconhecidas pela mídia corporativa.

O blog Amigos do Presidente Lula diz que Alexandre Firmino foi ao depoimento de Lina Vieira e que senadores que certamente o conheciam fizeram "cara de paisagem", para não dar bandeira. Firmino foi fotografado na sessão, inclusive cochichando no ouvido da mulher.

Por que tantas omissões? Por que críticas exclusivamente dirigidas a Dilma Rousseff, enquanto José Serra é absolutamente poupado?

Eu respondo: é uma campanha milimetricamente organizada para aumentar a rejeição a Dilma Rousseff. Com a mídia no papel central da campanha.
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