quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Contraponto 149 - Deu na Folha on line !

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Crise política só existe porque a crise econômica não ocorreu, diz Lula

YGOR SALLES da Folha Online 25/08/2009 - 16h11

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva creditou nesta terça-feira a existência de uma crise política ao fato de a crise financeira global não ter atingido o país como a oposição imaginava.

"Agora querem substituir uma crise econômica que não aconteceu por uma crise política que só a eles interessa e a mais ninguém nessa nação", disse Lula em São Bernardo do Campo, durante encontro com políticos da região do ABC sobre a crise econômica. "A síntese da diferença entre nós e quem nos critica é que mais de 500 mil brasileiros deixaram a linha da pobreza desde outubro de 2008, quando fervilhava o colapso do [crédito imobiliário de alto risco] subprime nos Estados Unidos."

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Segundo o presidente, o governo agiu para evitar que a crise econômica se instalasse no país, "mesmo não sendo culpa nossa". Citou, entre outras medidas, a ampliação do crédito através dos bancos públicos, as desonerações fiscais sobre alguns setores produtivos, o aumento das reservas e o reforço nos investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), especialmente sobre a exploração do petróleo da camada pré-sal.

Lula ressaltou ainda que as questões partidárias não fazem parte da análise de projetos de investimento do governo federal. "Duvido que a gente encontre no Brasil um prefeito de qualquer partido que seja que diga que deixou de receber algum apoio do governo federal", disse.
PUBLIFOLHA/PUBLIFOLHA

"É só vocês analisarem os números do PAC quanto ao Estado de São Paulo, cujo governador não é do meu partido, ou mesmo da prefeitura de São Paulo, [...] que também tem um prefeito que não é do meu partido. Eu duvido que o governador [de São Paulo, José] Serra e o prefeito [de São Paulo, Gilberto] Kassab deixem de reconhecer a quantidade de recursos que partilhamos com eles nas obras", insistiu. "Obviamente que isso não aparece na propaganda da televisão, mas eu compreendo."

Horas antes, enquanto discursava no lançamento da pedra fundamental da unidade de São Bernardo do Campo da UFABC (Universidade Federal do ABC), Lula já havia tocado no tema. Ele disse que o governo federal deu R$ 1,2 bilhão dos R$ 3,6 bilhões necessários para a construção do trecho sul do Rodoanel. "Mas eu não vejo nas propagandas o nome do governo", disse.

O líder do PT no Senado, Aloízio Mercadante, esteve com Lula nos dois eventos, mas não quis se pronunciar. Na semana passada, Mercadante anunciou que sairia da liderança após os senadores do partido votarem pelo arquivamento das denúncias contra o presidente da Senado, José Sarney (PMDB-AP), mas voltou atrás após Lula pedir que permanecesse no cargo.
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