terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Contraponto 847 - Bravatas e censura


01/12/2009

Bravatas contra a Confecom


Zé Dirceu - Publicado em 30-Nov-2009

Continua a campanha da grande imprensa brasileira contra...
Image Continua - e infelizmente, as perspectivas são de que só aumente o tom - a campanha da grande imprensa brasileira contra a Conferência Nacional de Comunicação, a Confecom, convocada pelo governo Lula e programada para se realizar dos dias 14 a 17 próximos, em Brasília (saiba mais ).

No fim de semana (no domingo, 29.11), por exemplo, o Estadão prosseguiu o que outros jornais já vinham fazendo, publicando além do texto de um articulista na página 2, mais duas extensas matérias com os títulos "Conferência quer intervir na mídia" e "Cineastas rejeitam volta da Embrafilme".

O Globo não ficou atrás e deu duas páginas completas sobre pseudo ameaças à liberdade de imprensa no continente, partidas de governos da América do Sul. É a velha ladainha dos que na verdade querem fugir ao debate essencial já aberto nas etapas municipais e estaduais da Confecom: a questão da democratização da mídia.

Agora vêm com uma história de que a Confecom pretende ressuscitar a Embrafilme, empresa que acompanhava as atividades na área do cinema e foi extnta pelo governo Collor. É um bode expiatório.

Mais um factóide, da grande mídia para não atacar diretamente as propostas da conferência e voltar ao discurso do estatismo e censura à imprensa, à cultura e às artes. (Leia a próxima nota)

O falso discurso da censura

Publicado em 30-Nov-2009
Na campanha contra a Confecom, a imprensa retoma

Na campanha contra a Confecom (leia nota anterior ), a imprensa retoma as críticas à criação do Conselho Nacional de Jornalistas e da Ancinav (Agência Nacional do cinema e do Audiovisual), duas instâncias mais do que necessárias de serem criadas.

O Brasil precisa criar um órgão dos jornalistas para atuar em conjunto com os sindicatos e Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), e outro regulador do audiovisual, com atribuições não somente sobre o cinema

Precisamos sim - e por que não? - de um conselho superior, federal - e de conselhos estaduais - para os jornalistas, com as mesmas atribuições que tem os dos advogados (OAB), dos engenheiros e arquitetos (CEA), dos médicos (CFM) para, em primeiro lugar, defender a profissão, fiscalizar seu exercício e defender os seus direitos.

Ancinav, sem interferir na liberdade de informação e criação

Da mesma forma, o país reclama a criação da Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual) um órgão regulador, como temos em todas as áreas de concessão no Brasil.

Tudo (Conselho de Jornalistas e Ancinav), obviamente, sem interferir - é bom sempre frisar - na liberdade de imprensa ou nas redações, e muito menos na produção dos conteúdos ou no exercício da profissão. O objetivo é impedir os monopólios; a violação da legislação com concessões ilegais, e/ou caducas; o uso indevido destas em nome de laranjas violando a lei.

E exigir o respeito ao direito de resposta e de imagem que são garantidos pela Constituição no mesmo patamar que a liberdade de imprensa está. É essa a discussão que a grande mídia não quer fazer.

Aliás, se quisesse seis entidades representativas das empresas de mídia privadas não teriam se retirado do debate como o fizeram, com o objetivo de boicotar e calar o debate público sobre a comunicação país.
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