sábado, 6 de março de 2010

Contraponto 1557 - Cristina Kirchner acusa tentativa de derrubá-la

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06/02/2010
Cristina Kirchner acusa tentativa de derrubá-la

Cristina Kirchner

Do Vermelho 5 de Março de 2010 - 11h17

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, lançou nesta quinta (04) uma mensagem contundente aos mercados, comprometendo-se a fazer o pagamento da dívida externa do país com reservas monetárias. A declaração foi dada após a Justiça proibir o governo de quitar os débitos por desta forma. Segundo Cristina, a oposição estaria por trás da decisão tentando "destituí-la e desonrá-la".
"Acredito que se trata de um abuso de poder, porque quem tem a responsabilidade de administrar as finanças do país não são os juízes, mas a presidente", afirmou a governante. O governo argentino apelou hoje mesmo da decisão judicial. "Vocês nunca viram tal subjugação de outros poderes como estão vendo agora", afirmou a presidente, acusando o Congresso e o Judiciário de usurpar poder da presidência.

A Justiça argentina suspendeu um novo decreto presidencial, emitido na segunda-feira (01) e que autorizava o uso de reservas do Banco Central para o pagamento de dívidas a credores privados com com o controle de uma comissão bicameral. A decisão foi tomada pela juíza federal Claudia Rodríguez Vidal, que aceitou a medida cautelar apresentada esta semana por políticos opositores.

Cristina defendeu, em rede nacional, sua política econômica, e criticou duramente os adversários após a derrota sofrida pelo governo - que na quarta-feira já havia perdido a maioria no Senado. "As dívidas que esta presidente quer pagar, e vai pagar, com as reservas do Banco Central, de acordo com o que diz a Constituição, estão depositadas nas contas do Ministério da Economia", afirmou.

Convencida de que a oposição mantém uma atitude de "vingança institucional", Cristina acrescentou que a Argentina está “perante tentativas de cassação evidente por parte de alguns setores" e falou sobre a decisão da justiça.

"Estou disposta a enfrentar a condenação de qualquer juiz de ocasião, mas não a condenação da História, o que representaria condenar a Argentina, mais uma vez, ao endividamento", insistiu Cristina.

Banco Central

Também nesta quinta-feira, a Coalizão Cívica (CC) denunciou a presidente por suposta desobediência judicial. "A presidente ignorou uma decisão que a impedia de utilizar as reservas", disse a deputada Patricia Bullrich.

A CC e outras forças de oposição conseguiram fazer com que a Justiça impedisse a constituição de um fundo com 6,569 bilhões de dólares provenientes de reservas do Banco Central, cuja criação foi decretada por Cristina em dezembro.

Depois de assumir o controle na composição das 25 comissões do Senado, a oposição oficializou a recusa de Mercedes Marcó del Pont como nova líder do Banco Central, por causa do uso das reservas.

"Querem que não paguemos o que outros contraíram como dívida", disse Cristina, qualificando a situação de "lamentável". Ela disse ainda que, se recorresse a empréstimos internacionais para o pagamento da dívida, deveria ser condenada "por administração fraudulenta" contra os interesses do Estado.

A governante assinou na segunda-feira o agora suspenso decreto junto a outro, mais simples, segundo o qual seriam usados 2,187 bilhões de dólares das reservas internacionais para pagar dívidas com organismos multilaterais de crédito. Porém, este não faz parte da decisão judicial.

Com Opera Mundi
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