terça-feira, 30 de novembro de 2010

Contraponto 4104 - "Aula de imperialismo contemporâneo"

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30/11/2010
Aula de imperialismo contemporâneo

Blog do Emir - Terça-Feira, 30 de Novembro de 2010

Os EUA se tornaram uma potência imperial na disputa pela sucessão da Inglaterra como potência hegemônica, com a Alemanha. As duas guerras mundiais – tipicamente guerras interimperialistas, pela repartição do mundo colonial entre as grandes potências, conforme a certeira previsão de Lenin – definiram a hegemonia norteamericana à cabeça do bloco de forças imperialistas.

No final da Segunda Guerra, os EUA tiveram que compartilhar o mundo com a URSS – a outra superpotência, não por seu poderio econômico, mas militar, que lhe dava uma paridade política. Foi o período denominado de “guerra fria”, que condicionava todos os conflitos em qualquer zona do mundo, que terminavam redefinidos no seu sentido no marco do enfrentamento entre os dois grandes blocos que dominavam a cena mundial.

Nesse período os EUA consolidaram seu poderio como gendarme mundial, poder imperial que tinha se iniciado na América Latina e o Caribe e que se estendeu pela Europa, Asia e Africa. Invasões, ocupações, golpes militares, ditaduras – marcaram a trajetória imperial norteamericana. Montaram o mais gigantesco aparelho de contra inteligência, acoplado a um monstruoso aparato militar.

Terminada a guerra fria, com a desaparição de um dos campos e a vitória do outro, esses mecanismos não foram desmontados. A OTAN, nascida supostamente para deter o “expansionismo soviético”, não foi desmontada, mas reciclada para combater os novos inimigos: o “terrorismo”, o “islamismo”, o “narcotráfico”, etc.

Os documentos publicados confirmam tudo o que os aparentemente paranoicos difundiam sobre os planos e as ações dos EUA no mundo. Eles são a única potência global, aquela que tem interesses em qualquer parte do mundo e, se não os tem, os cria. Que pretende zelar pela ordem norteamericana no mundo, a todo preço – com ameaças, ataques, difusão de noticias falsas, ocupações, etc., etc.

Qualquer compreensão do mundo contemporâneo que não leve em contra, como fator central a hegemonia imperial norteamericana, não capta o essencial das relações de poder que regem o mundo. A leitura dos documentos é uma aula sobre o imperialismo contemporâneo.

Emir Sader. Sociólogo e cientista político.
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Contraponto 4103 - O ministro X-9

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30/11/2010
O ministro X-9


Do Brasilia, eu vi - 30/11/2010

Leandro Fortes

Aí, eu disse para o embaixador: "Esse Samuel é uma cobra!"

Uma informação incrível, revelada graças às inconfidências do Wikileaks, circula ainda impunemente pela equipe de transição da presidente eleita Dilma Rousseff: o ministro da Defesa, Nelson Jobim, costumava almoçar com o ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil Clifford Sobel para falar mal da diplomacia brasileira e passar informes variados. Para agradar o interlocutor e se mostrar como aliado preferencial dentro do governo Lula, Jobim, ministro de Estado, menosprezava o Itamaraty, apresentado como cidadela antiamericana, e denunciava um colega de governo, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, como militante antiyankee. Segundo o relato produzido por Clifford Sobel, divulgado pelo Wikileaks, Jobim disse que Guimarães “odeia os EUA” e trabalha para “criar problemas” na relação entre os dois países.

Para quem não sabe, Samuel Pinheiro Guimarães, vice-chanceler do Brasil na época em que Jobim participava de convescotes na embaixada americana em Brasília, é o atual ministro-chefe da Secretaria Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE). O Ministério da Defesa e a SAE são corresponsáveis pela Estratégia Nacional de Defesa , um documento de Estado montado por Jobim e pelo antecessor de Samuel Guimarães, o advogado Mangabeira Unger – com quem, aliás, Jobim parecia se dar muito bem. Talvez porque Unger, professor em Harvard, é quase um americano, com sotaque e tudo.

Após a divulgação dos telegramas de Sobel ao Departamento de Estado dos EUA, Jobim foi obrigado a se pronunciar a respeito. Em nota oficial, admitiu que realmente “em algum momento” (qual?) conversou sobre Pinheiro com o embaixador americano, mas, na oportunidade, afirma tê-lo mencionado “com respeito”. Para Jobim, o ministro da SAE é “um nacionalista, um homem que ama profundamente o Brasil”, e que Sobel o interpretou mal. Como a chefe do Departamento de Estado dos EUA, Hillary Clinton, decretou silêncio mundial sobre o tema e iniciou uma cruzada contra o Wikileaks, é bem provável que ainda vamos demorar um bocado até ouvir a versão de Mr. Sobel sobre o verdadeiro teor das conversas com Jobim. Por ora, temos apenas a certeza, confirmada pelo ministro brasileiro, de que elas ocorreram “em algum momento”.

Mais adiante, em outro informe recolhido no WikiLeaks, descobrimos que o solícito Nelson Jobim outra vez atuou como diligente informante do embaixador Sobel para tratar da saúde de um notório desafeto dos EUA na América do Sul, o presidente da Bolívia, Evo Morales. Por meio de Jobim, o embaixador Sobel foi informado que Morales teria um “grave tumor” localizado na cabeça. Jobim soube da novidade em 15 de janeiro de 2009, durante uma reunião realizada em La Paz, onde esteve com o presidente Lula. Uma semana depois, em 22 de janeiro, Sobel telegrafava ao Departamento de Estado, em Washington, exultante com a fofoca.

No despacho, Sobel revela que Jobim foi além do simples papel de informante. Teceu, por assim dizer, considerações altamente pertinentes. Jobim revelou ao embaixador americano que Lula tinha oferecido a Morales exame e tratamento em um hospital em São Paulo. A oferta, revela Sobel no telegrama a Washington, com base nas informações de Jobim, acabou protelada porque a Bolívia passava por um “delicado momento político”, o referendo, realizado em 25 de janeiro do ano passado, que aprovou a nova Constituição do país. “O tumor poderia explicar por que Morales demonstrou estar desconcentrado nessa e em outras reuniões recentes”, avisou Jobim, segundo o amigo embaixador.

Não por outra razão, Nelson Jobim é classificado pelo embaixador Clifford Sobel como “talvez um dos mais confiáveis líderes no Brasil”. Não é difícil, à luz do Wikileaks, compreender tamanha admiração. Resta saber se, depois da divulgação desses telegramas, a presidente eleita Dilma Rousseff ainda terá argumentos para manter Jobim na pasta da Defesa, mesmo que por indicação de Lula. Há outros e piores precedentes em questão.

Jobim está no centro da farsa que derrubou o delegado Paulo Lacerda da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), acusado de grampear o ministro Gilmar Mendes, do STF. Jobim apresentou a Lula provas falsas da existência de equipamentos de escutas que teriam sido usados por Lacerda para investigar Mendes. Foi desmentido pelo Exército. Mas, incrivelmente, continuou no cargo. Em seguida, Jobim deu guarida aos comandantes das forças armadas e ameaçou renunciar ao cargo junto com eles caso o governo mantivesse no texto do Plano Nacional de Direitos Humanos a idéia (!) da instalação da Comissão da Verdade para investigar as torturas e os assassinatos durante a ditadura militar. Lula cedeu à chantagem e manteve Jobim no cargo.

Agora, Nelson Jobim, ministro da Defesa do Brasil, foi pego servindo de informante da Embaixada dos Estados Unidos. Isso depois de Lula ter consolidado, à custa de enorme esforço do Itamaraty e da diplomacia brasileira, uma imagem internacional independente e corajosa, justamente em contraponto à política anterior, formalizada no governo FHC, de absoluta subserviência aos interesses dos EUA.

Foi preciso oito anos para o país se livrar da imagem infame do ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer tirando os sapatos no aeroporto de Miami, em dezembro de 2002, para ser revistado por seguranças americanos.

De certa forma, os telegramas de Clifford Sobel nos deixaram, outra vez, descalços no quintal do império.
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Contraponto 4102 - Inveja dos argentinos

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30/11/2010
Inveja dos argentinos

Do Blog Cidadania - 30/11/2010

Eduardo Guimarães

Imagine poder discutir o semi monopólio da Globo com o motorista de taxi, com o porteiro do prédio, com a faxineira ou mesmo com um colega de trabalho. Ou ouvir até de empresários que realmente não é aceitável que um único grupo empresarial detenha metade da audiência da televisão aberta e o segundo jornal e a segunda revista semanal de maior tiragem.

De domingo – quando cheguei a Buenos Aires – até agora, não ouvi uma só pessoa responder que a “Ley de Medios” é um despropósito. A sociedade argentina está convencida de que é preciso democratizar a comunicação. E o que é melhor: as pessoas sabem o que é democratizar a comunicação.

Claro que esse pode ser um fenômeno dos centros urbanos. Contudo, tente, em São Paulo, no Rio, em Belo Horizonte, em Curitiba, em Porto Alegre, em Salvador ou em Recife, entre outros, discutir o oligopólio das comunicações. A quase totalidade das pessoas não lhe dará atenção por mais do que alguns segundos antes de mudar de assunto ou de inventar uma desculpa para interromper a conversa.

Note-se que não me refiro aos politizados – sejam de direita ou de esquerda, que, no Brasil, são raros. Refiro-me a essa maioria que pode conversar por horas sobre futebol ou sobre novelas, mas que não tem paciência de gastar cinco minutos com política.

O Brasil é uma ilha de alienação em meio a uma América Latina significativamente politizada. Venho batendo nesta tecla há muito tempo devido à minha atividade profissional, que me obriga a viajar pela região.

O que estou vendo na Argentina é ainda mais interessante do que vi em países como a Venezuela, por exemplo – país em que o mais humilde cidadão é capaz de discutir a constituição do país e a política partidária.

A grande diferença do Brasil continua sendo a nossa histórica bonomia em relação ao jogo do poder e a nossa aversão a conflitos de qualquer tipo, mesmo quando o conflito é inevitável e necessário.

Ciente da natureza de seu povo, Lula desperdiçou os últimos oito anos no que diz respeito à democratização da comunicação. Apenas no fim de seu segundo mandato é que ousou convocar uma conferência para discutir o assunto. Mas acabou relativizando sua importância quando a mídia começou com o mesmo trololó sobre “censura” que o grupo Clarín, aqui na Argentina, recita para as paredes.

O discurso do PIG argentino sobre supostos ímpetos censores do governo é exatamente o mesmo que o do PIG tupiniquim. Mas neste país é um discurso já quase envergonhado e que está morrendo a cada dia.

O grupo Clarín, a bem da verdade, tem um monopólio ainda maior do que o da Globo – alguma coisa perto de 80% do bolo da comunicação. Mas terá que se desfazer desse império. Será pago condignamente pelo que vender, mas não poderá manter o controle sobre tantas mídias e muito menos conseguirá vender seus meios de comunicação para testas-de-ferro.

Os dois governos Kirchner conseguiram explicar perfeitamente à sociedade os malefícios da concentração de meios de comunicação. A sociedade quer a diversidade de opiniões e de opções. É irreversível.

Enquanto esse sonho dourado dos democratas se materializa por aqui, no Brasil estamos completamente alheios ao que está acontecendo neste país. Deveríamos estar discutindo intensamente o processo em curso na Argentina. Ao menos na blogosfera. Mas a discussão ainda é insipiente. Não estamos avançando nesse debate.

Diga, leitor, uma só proposta concreta para acabar com o oligopólio nas comunicações no Brasil. Nem um órgão para normatizar as comunicações conseguimos discutir nacionalmente. Globo, Folha, Estadão e Veja conseguiram interditar o debate porque o governo teme meramente tocar no assunto.

E o pior é que temos condições muito melhores para propor essa discussão. Não temos os problemas que têm os argentinos na economia, por exemplo, e o apoio popular ao governo brasileiro é muito maior do que ao governo argentino.

Aliás, nada que seja polêmico nós conseguimos discutir. Os crimes da ditadura, por exemplo. Os criminosos do regime militar argentino estão sendo julgados e até presos. Enquanto isso, os criminosos que torturaram e assassinaram pouco mais do que crianças durante a nossa ditadura zombam de suas vítimas e ainda se dão ao desfrute de fazer ataques a elas.

Os argentinos estão nos goleando sem parar no que diz respeito à democratização real de seu país. Que inveja.

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Da sua natureza [brasileira]

De Luis Fernando Veríssimo

Sorte nossa que as árvores não gemam e os animais não falem. Imagine se cada vez que se aproximasse uma motosserra as árvores começassem a gritar “Ai, ai, ai!” e aos bois não faltassem argumentos razoáveis para não querer entrar no matadouro.

Imagine porcos parlamentando em causa própria, galinhas bem articuladas reivindicando sua participação na renda dos ovos e gritando slogans contra o hábito bárbaro de comê-las, pássaros engaiolados fazendo discursos inflados pela liberdade.

Os únicos bichos que falam são os papagaios, mas até hoje não se tem notícia de um que defendesse os direitos dos outros. O papagaio tem voz, mas não tem consciência de classe.

A vida humana seria difícil se não pudéssemos colher uma beterraba sem ouvir as lamentações da sua família e insultos do resto da horta. Não deixaríamos de comer, claro. Nem beterrabas, nem bois ou galinhas, apesar dos seus protestos.

Mas o remorso, e uma correta noção da prepotência inerente à condição da espécie dominante, faria parte da nossa dieta. Teríamos uma idéia mais exata da nossa crueldade indispensável, sem a qual não viveríamos.

Sorte nossa que os vegetais e os animais não têm nem uma linguagem, quanto mais um discurso organizado. Não os comeríamos com a mesma empáfia se tivessem. O único consolo deles é que também padecemos da falta de comunicação: ainda não encontramos um jeito de negociar com os germes, convencer os vírus a nos pouparem com retórica e dar remorso em epidemias.

Eu às vezes fico pensando como seria se os brasileiros falassem. Se protestassem contra o que lhes fazem, se fizessem discursos indignados em todas as filas de matadouros, se cobrassem com veemência uma participação em tudo o que produzem para enriquecer os outros, reagissem a todas as mentiras que lhes dizem, reclamassem tudo que lhes foi negado e sonegado e se negassem a continuar sendo devorados, rotineiramente, em silêncio.

Não é da sua natureza, eu sei, só estou especulando. Ainda seriam dominados por quem domina a linguagem e, além de tudo, sabe que fala mais alto o que nem boca tem, o dinheiro. Mas pelo menos não os comeriam com a mesma empáfia.
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Contraponto 4101 - Da Carta Maior


Da Carta Maior 30/11/2010

PORQUE O PSDB RECUOU EM 2005

LULA MANDOU AVISAR:
'ELES NÃO SABEM O QUE VAI ACONTECER NESTE PAÍS'

"...Este país já tinha criado as condições para o Getúlio Vargas se matar, este país já tinha ameaçado não deixar Juscelino competir (...) Depois, este país cassou o João Goulart. Eu falei: o que eles vão aprontar comigo? E eles tentaram, em 2005, eles tentaram, em 2005. Só que eles não sabiam que, pela primeira vez, este país tinha eleito um presidente que era a encarnação do povo lá em Brasília.... E, aí, nós fomos para a rua e eles perceberam ... Eu lembro de uma vez que o Sarney foi conversar comigo, eu falei: “Presidente Sarney, eu só quero que o senhor diga lá dentro, para os senadores, o seguinte: se eles tentarem dar um passo além da institucionalidade, eles não sabem o que vai acontecer neste país. Este país teve presidente que foi embora, este país teve presidente que se matou, este país teve presidente que foi cassado e saiu do Palácio. Eu, eles vão saber que eu sou diferente. Eles vão saber, eles vão saber, eles vão saber que não é o Lula que está na Presidência, eles vão saber que a classe trabalhadora brasileira é que chegou à Presidência da República..." (Presidente Lula, em discurso no Maranhã; 01-12)

BRAÇO DE FERRO NO 'ALEMÃO'

ARROCHO FISCAL E TRÁFICO X CIDADANIA br />
A renda per capita mensal no Complexo do Alemão é de R$ 176,90; 30% dos seus 100 mil moradores vivem como miseráveis com R$ 145 mensais; todos os indicadores apontam a inexistência de políticas públicas como a maior responsável pela deterioração da vida dos pobres no Rio. Implantar UPPs nas duas favelas ocupadas pelo Exército custará R$ 2 milhões. A folha salarial mensal será de R$ 4 milhões. O Rio tem 1.020 favelas; 13 UPPs foram implantadas até agora. O Estado brasileiro economizou R$ 9,7 bilhões em outubro para pagar os juros da dívida pública; nos últimos 12 meses, R$ 99,1 bilhões foram destinados a esse fim, o equivalente a 2,85% do PIB. O coro midiático-ortodoxo acha pouco. Pressiona o governo Dilma a acionar a tesoura fiscal já no início do mandato. A ver. (Carta Maior, com Valor, Estadão, Folha- 30/11)

O INFORMANTE
MINISTRO DA DEFESA, DE QUEM?

Telegramas divulgados pela ONG WikiLeaks ...mostram que os EUA enxergam o ministro da Defesa, Nelson Jobim, como um aliado em contraposição ao quase inimigo Itamaraty. Mantido no cargo no governo de Dilma Rousseff, o ministro é elogiado e descrito como “talvez um dos mais confiáveis líderes no Brasil”. ...Num dos telegramas, de 25 de janeiro de 2008, o então embaixador dos EUA em Brasília, Clifford Sobel, relata aos seus superiores como havia sido um almoço mantido dias antes com Nelson Jobim. Nesse encontro, o ministro brasileiro contribuiu para reforçar a imagem negativa do Itamaraty perante os norte-americanos. Indagado sobre acordos bilaterais entre os dois países, Jobim citou o então secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães.(aspas para Clifford Sobel): “Jobim disse que Guimarães “odeia os EUA” e trabalha para criar problemas na relação [entre os dois países].” (Folha,30-11)

(Carta Maior- 30/11)

Contraponto 4100 - "- Video sobre Reuni; - Vídeo sobre Institutos Federais de Educação"


30/11/2010


Presidente Lula entrega 30 escolas técnicas e 25 campi de universidades

Amigos do Presidente - por Zé Augusto - terça-feira, 30 de novembro de 2010



O presidente Lula e o ministro da Educação, Fernando Haddad, entregaram nesta segunda-feira (29), 30 escolas federais de educação profissional – 18 já em funcionamento e 12 com previsão para o início de 2011. Foram inaugurados ainda 25 campi ligados a 15 universidades federais.

A iniciativa faz parte do plano de expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e representa o avanço do Programa de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais (Reuni).

As 30 escolas federais de educação profissional estão localizadas no Amazonas, na Bahia, no Ceará, no Espírito Santo, em Goiás, no Maranhão, em Minas Gerais, em Mato Grosso, no Pará, em Pernambuco, no Piauí, no Rio de Janeiro, em Rondônia e em Santa Catarina.

Os 25 campi foram inaugurados no Amazonas, na Bahia, no Maranhão, em Minas Gerais, no Pará, na Paraíba, em Pernambuco, no Piauí, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Norte, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

Desde 2005, foram criadas 214 escolas federais de educação profissional, totalizando 342. Também foram criados 126 campi e unidades universitárias, que passaram de 148, em 2002, para 274, este ano. Atualmente, as universidades federais estão presentes em 230 municípios de todo o país.

Em 2003, 140 mil alunos estudavam em escolas de educação profissional, contra 348 mil em 2010. O aumento no número de matrículas foi de 148% e a tendência, segundo a pasta, é de crescimento.

Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar

Mais tarde, o presidente Lula participou da cerimônia de entrega do Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar, em Brasília (DF), para diversos prefeitos. Nessa edição do prêmio, foram inscritos 1.340 municípios; em 2009, foram 300.

O presidente agradeceu o engajamento dos prefeitos aos programas:

"Quanto mais a gente trabalhar com os prefeitos, mais chance a gente tem de fazer acontecer. Esse prêmio é apenas simbólico, na verdade quem está dando o prêmio não somos nós para vocês, são vocês para nós, que estão demonstrando que é possível a gente ter 6 mil prefeitos sérios nesse país, cuidando das crianças como todo mundo sabe que tem que cuidar."

O presidente lembrou que a eleição de Dilma significa que o trabalho iniciado em seu governo será levado adiante e farão com que o Brasil chegue a 2015 com todas as Metas de Desenvolvimento do Milênio da ONU atingidas.

Olimpíada de Língua Portuguesa

O Presdiente ainda participou da solenidade de premiação da etapa nacional da Olimpíada de Língua Portuguesa “Escrevendo o Futuro”, em Brasília (DF).

O presidente destacou que o Brasil ganhou nos últimos oito anos 10 mil escolas em tempo integral e beneficiou 2,2 milhões de alunos, em completou:

"Nós fizemos um pouco e certamente a Dilma fará muito mais. E em todas essas escolas tem aula de música. Significa que daqui a pouco quem quiser ir a um grande concerto não terá mais que ir a Viena, vai a qualquer estado deste país e vai assistir o que bem entender, porque a Dilma se comprometeu a fazer mais 32 mil escolas de tempo integral".

Veja também:
- Video sobre Reuni;
- Vídeo sobre Institutos Federais de Educação

(Com informações da Agência Brasil e Blog do Planalto)
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Contraponto 4099 - "Lula diz que não o derrubaram, porque era a encarnação do povo na rua"


30/11/2010


Lula diz que não o derrubaram, porque era a encarnação do povo na rua



Amigos do Presidente - por Zé Augusto terça-feira, 30 de novembro de 2010

O presidente Lula visitou as obras da Hidrelétrica de Estreito, no Maranhão. A usina, uma obra do PAC que criou 22 mil empregos no pico das obras, está com 92,5% das obras realizadas e prevê entrar em operação em abril de 2011. A dato de hoje foi marcada pelo início do enchimento do lago.

A usina contará com potência instalada de 1.087 MW e 641,8 MW médios de energia, para o desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste, conforme disse no discurso:

"... Nós não queremos tirar nada do Sudeste, nós queremos que São Paulo continue crescendo, que o Rio de Janeiro continue crescendo, que o Sul continue crescendo, mas nós achamos que o século XXI é a vez do Nordeste e do Norte deste país começar a crescer".

Durante a visita, o Presidente lembrou o papel da presidenta eleita, Dilma Rousseff:

"... É importante que a gente saia daqui convencido de que essa obra só foi possível ser feita por causa de uma mulher chamada Dilma Rousseff, que mudou o marco regulatório da questão energética do país. Tudo o que eu espero é que ela faça mais e melhor do que eu fiz, porque ela me ajudou a construir o que eu construir, ela sabe como fazer e ela conhece o País como pouca gente conhece."

E lembrou ser preciso que os moradores que vivem na região e dependem da agricultura possam continuar trabalhando e tirando sua riqueza do solo: “Uma hidrelétrica tem de trazer beneficio para todos, mas, sobretudo, atender àqueles que estavam aqui antes da hidrelétrica chegar”.

Não é o Lula que está na Presidência. É a classe trabalhadora brasileira.

O Presidente fez uma pequena retrospectiva de seu governo. Fez um paralelo com outros presidentes, como Getúlio Vargas, que se suicidou, e João Goulart, que foi derrubado pelo golpe militar em 1964, ao lembrar da crise política que enfrentou em 2005, diante das denúncias do dito "mensalão":

“Pensei: O que vão fazer comigo”, indagou. “Eles tentaram em 2005, mas não sabiam que esse presidente era a encarnação do povo na rua. Esse país teve presidente que se matou, que foi cassado. Conversei com [José] Sarney na época. E disse que eles vão saber que não é o Lula que está na Presidência. É a classe trabalhadora brasileira”, completou.

Lula disse que deixará a Presidência “com a cabeça tão erguida ou mais erguida” do que subiu. “Duvido que tenha presidente que tenha tido relação tão republicana como eu tive com governadores e prefeitos. Nunca perguntei a que partido pertenciam. Se tinham direitos, a gente repassava as coisas que tinha de repassar”. (Com informações da Agência Brasil)
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Contraponto 4098 - "Não é sobre drogas. É sobre território e armas, estúpido"

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30/11/2010

Não é sobre drogas. É sobre território e armas, estúpido

Do Conversa Afiada - Publicado em 29/11/2010

Com o teleférico, o trabalhador do Alemão vai dormir duas horas a mais. Que horror !


Uma conversa com o excelente policial delegado Beltrame neste sábado à tarde, na Secretaria de Segurança, no prédio da Central do Brasil, no Rio, deixa muito claro o que está por trás da vitoriosa estratégia dele.

Ele combate o tráfico de drogas, sim.

Mas, isso é secundário.

Sempre haverá consumo de drogas e sempre haverá uma forma ilícita de atender a esse consumo.

O problema do Rio, diz Beltrame, é que uma parte do território nacional – o complexo do Alemão – não podia ficar mais sob o controle do terror e da ditadura dos traficantes.

Não se pode imaginar que o Estado brasileiro entrasse ou controlasse a integridade de seu território – menos o complexo do Alemão.

Trata-se de uma questão de Segurança Nacional, que transcende os hábitos dos mauricinhos da classe média.

Esse pessoal que agride homossexual com lâmpada fosforescente.

Sempre haverá alguém para levar droga a esse tipo de consumidor.

O consumidor de crack é outra questão.

É uma questão de política social agressiva, como a que o Padim Pade Cerra jamais montou.

E, do centro de São Paulo, em direção à Av. Paulista, as ruas se tornaram um espetáculo degradante de miseráveis que se destroem com as pedras de crack e se deitam na primeira pilastra que encontram.

E os mauricinhos seguem em frente, protegidos pelo vidro fumê do automóvel.

A batalha contra o crack começa na UPP.

Clique aqui para ler no G1: “Alemão terá UPP até primeiro semestre de 2011, diz Cabral”.

Clique aqui para ler no UOL: “Exército ficará no Alemão até UPP chegar, diz Cabral”.

O Padim Pade Cerra jamais entendeu isso.

Como o Fernando Henrique jamais entendeu quando era presidente: lavou as mãos.

Ele dizia que o crime é problema dos Estados e não do Governo Federal.

Foi preciso o Lula botar o Jobim para trabalhar e entregar os anfíbios da Marinha e os blindados do Exercito no Alemão, para desmoralizar o “Estado Mínimo” do FHC e do Serra.

A prioridade do Beltrame e do Sérgio Cabral é o Estado.

A integridade do território nacional.

E, com isso, levar cidadania aos bairros pobres: escola, saúde, habitação, transporte.

Agência de banco.

Energia elétrica que não seja gato.

Esgoto sanitário.

É tomar conta do pedaço.

Clique aqui para ler “Beltrame passa com um anfíbio por cima do PiG de São Paulo”.

Clique aqui para ler “Beltrame para diretor geral da Polícia Federal – é uma forma de a PF voltar a ser Republicana”.

Clique aqui para ler “Beltrame para diretor geral da Polícia Federal – é uma forma de a PF voltar a ser Republicana”.

Três anos atrás esse ordinário blogueiro foi fazer uma reportagem no Alemão.

Viu que os caveirões não podiam subir por causa das barricadas de concreto, e porque os traficantes derramavam gasolina no asfalto: os caveirões derrapavam e não seguiam adiante.

E, há três anos, viu também as obras de alguns projetos do PAC.

O PAC estava empacado, como diz o PiG (*).

Neste último fim de semana encontrei lá, prontos e em uso.

Prédios de apartamentos do Minha Casa Minha Vida.

A escola “Jornalista Tim Lopes”.

E uma Unidade de Pronto Atendimento de Saúde.

O PAC devidamente desempacado, para desespero do PiG (*).

Também vi no alto do morro, uma laje azul: o teleférico, que se inaugura ainda no Governo Lula.

Que vai levar o morador do alto do morro à estação de metrô.

O trabalhador vai dormir duas horas a mais, por dia.

São cinco estações de teleférico dentro do Alemão.

Como já existe no Pavão-Pavãozinho.

Um horror !

Prioridade do Beltrame também é desarmar o tráfico.

Não deixar o tráfico subjugar os moradores.

Ameaçar a cidade.

Fechar os túneis.

Matar inocentes.

Arma, só nas mãos do Estado ou daqueles que a Lei considera aptos a portá-las.

Um problema é a Lei de Execuções Penais.

O crime vem de fora do Estado do Rio, me disse o Beltrame.

Sim, das mulheres e advogados que vão visitar criminosos nos presídios de segurança máxima e, sob a proteção da Lei de Execuções Penais, trazem mensagens para os morros.

Ordens para atacar a Polícia.

O Obama manda no Bronx.

No Bronx não tem traficante armado, pronto para enfrentar a polícia e Nova York.

Mas, tem muito mauricinho que cheira.

Como em todo lugar do mundo.

Só na elite branca de São Paulo é que ninguém cheira nem faz aborto.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista. .
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Contraponto 4097 - "Relembrando a votação da CPMF"

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30/11/2010
Relembrando a votação da CPMF

Povo cearense deu a resposta: derrota

Do Nassif - 30/11/2010
Enviado por luisnassif, seg, 29/11/2010 - 23:53
Por IV Avatar do Rio Meia Ponte

Vale a pena ler de novo, isso é de 2007

PSDB condiciona aprovação da CPMF a suspensão da TV Brasil
29.10.2007

Segundo o blog do jornalista Josias de Souza, da Folha de S. Paulo, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), fez ao ministro Guido Mantega (Fazenda) uma exigência adicional para que tucanos concordem em votar a favor da emenda da CPMF. Querem que o governo, "para demonstrar que está mesmo disposto a cortar os seus gastos correntes", arquive a idéia, ou, pelo menos, adie a implementação da Empresa Brasil de Comunicação.(Grifo do ContrapontoPIG)

Segundo o blog, não há da parte do governo nenhuma intenção de levar a TV Pública à mesa de negociação.

http://www.direitoacomunicacao.org.br/curtas.php?pagina=62


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PITACO DO ContrapontoPIG.

O povo cearense deu a Tasso a resposta que ele mereceu: uma derrota acachapante que o deixou fora do senado a "cuidar dos netos" como o próprio Tasso falou...

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Contraponto 4096 - "Projeto de escolas em tempo integral será ampliado e reforçado com Dilma"

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30/11/2010


Projeto de escolas em tempo integral será ampliado e reforçado com Dilma

Do Blog do Planalto - Segunda-feira, 29 de novembro de 2010 às 18:34
(Última atualização: 29/11/2010 às 19:11:55)

O Brasil ganhou nos últimos oito anos 10 mil escolas em tempo integral e beneficiou 2,2 milhões de alunos, em um projeto que será ampliado e fortalecido no governo da presidenta eleita, Dilma Rousseff, salientou o presidente Lula nesta segunda-feira (29/11), na solenidade de premiação da etapa nacional da Olimpíada de Língua Portuguesa “Escrevendo o Futuro”, em Brasília (DF).

Nós fizemos um pouco e certamente a Dilma fará muito mais. E em todas essas escolas tem aula de música. Significa que daqui a pouco quem quiser ir a um grande concerto não terá mais que ir a Viena, vai a qualquer estado deste país e vai assistir o que bem entender, porque a Dilma se comprometeu a fazer mais 32 mil escolas de tempo integral.

Ao ressaltar programas voltados para a ampliação e melhoria do ensino brasileiro, Lula citou o programa Universidade para Todos (ProUni), que já formou 704 mil alunos, o Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que duplicou o número de vagas nas universidades públicas, e o programa de Financiamento Estudantil (Fies), que a partir de agora isenta o beneficiado de apresentar a figura do fiador, ampliando o acesso ao ensino superior.

Queremos dizer em alto e bom som: estamos caminhando para neste país não ter um único ser vivo deste país que diga ‘eu não estudei porque porque não tinha dinheiro’. Se não tiver condições de entrar na pública, vai estudar em uma privada e vai ter bolsa.

Em seu discurso, o presidente se dirigiu aos estudantes participantes da Olimpíada de Língua Portuguesa que não ficaram entre os vencedores para que não desanimem, que persistam nos estudos pois assim como ele, que perdeu diversas eleições e não desistiu, o sucesso chegará como consequência do esforço e determinação. O presidente disse ainda que durante os oito anos de seu mandato trabalhou para o Brasil exportar conhecimento, inteligencia e tecnologia de ponta e que “um povo porreta como vocês só pode dar certo”.

Ouça aqui a íntegra do discurso do presidente:



Para ler a transcrição do discurso, clique aqui.

A edição 2010 da Olimpíada de Língua Portuguesa alcançou 99% dos municípios do país. Nas quatro categorias – poema, memórias literárias, crônica e artigo de opinião – foram recebidas 239.435 inscrições de professores de 60.123 escolas públicas, que mobilizaram 7 milhões de estudantes de ensino Fundamental e Médio. Os 500 alunos e professores semifinalistas receberam medalhas de bronze e coleções de livros; os 152 finalistas foram premiados com medalhas de prata e aparelhos microsystem e os 20 vencedores contemplados co medalhas de ouro, computadores e impressoras. As escolas dos estudantes vencedores receberão laboratórios de informática, compostos por dez microcomputadores e uma impressora, além de livros para a biblioteca.

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Contraponto 4094 - "TSE: web ultrapassa jornal, revista e rádio nas eleições 2010"

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30/11/2010


TSE: web ultrapassa jornal, revista e rádio nas eleições 2010

Do IG Ultim0 Segundo - 29/11/2010

A televisão continua como principal fonte de informação do eleitor brasileiro. Entre as emissoras, Globo lidera

Nara Alves, iG São Paulo | 29/11/2010 13:45

A internet ultrapassou o jornal impresso, revista e rádio como principal meio de informação utilizado por eleitores para se informar sobre política e candidatos no último pleito, em outubro, de acordo com pesquisa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até as últimas eleições, em 2008, o uso da internet era limitado. Com a reforma eleitoral, pela primeira vez a legislação brasileira consentiu o uso de sites, blogs e redes sociais, como Orkut, Facebook e Twitter, ao longo da campanha, e até mesmo no dia da votação.

A internet, no entanto, ainda aparece em terceiro lugar como principal fonte de informação dos eleitores entrevistados, com 9,9% da preferência. Em primeiro lugar está a televisão, com 56,6% da preferência. Em segundo lugar, com 18,4%, a conversa com amigos e parentes, segundo a pesquisa do TSE.


A Rede Globo permanece na liderança entre as emissoras, com 79% dos telespectadores que se procuram o meio como fonte de informação. Em seguida aparece a Rede Record com 60,4%. O SBT teve 37,8% da audiência dos eleitores e a Rede Bandeirantes, 25,6%.

Somente 18,8% dos entrevistados disseram que debates entre os candidatos na televisão e no rádio contribuíram para a decisão. Outros 15,5% declararam que programas de candidatos na TV contribuíram para a escolha. Questionados especificamente sobre a fonte de informação utilizada para se decidir quanto ao segundo turno, 44,2% afirmaram que já estavam decididos pessoalmente.

O levantamento foi realizado com 2 mil pessoas em 24 Estados nas cinco regiões do País. Um sorteio aleatório selecionou 136 municípios dentro desse universo para entrevistar as pessoas logo após o segundo turno das eleições, entre os dias 3 e 7 de novembro. A margem de erro de 2,2% para mais ou para menos.

Os entrevistados tinham entre 16 e 70 anos, com variação de escolaridade entre a 4ª séria do ensino fundamental e o ensino superior completo. A maioria dos entrevistados – 32% - declarou ter o ensino médio completo. As informações são do TSE.
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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Contraponto 4093 - " 'Ley de Medios ' tem forte apoio na Argentina"

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29/11/2010
“Ley de Medios” tem forte apoio na Argentina

Blog Cidadania - 29/11/2010

Eduardo Guimarães

Menos de 48 horas na Argentina me foram suficientes para chegar a duas conclusões importantes sobre a situação política no país: a “Ley de médios” do governo de “La Mina” – como muitos chamam Cristina Fernández de Kirchner, em seu país – desfruta de grande apoio popular, e a presidente argentina deve se reeleger com facilidade, ano que vem.

Apesar da inflação em alta – o hotel cuja diária estava em 67 dólares, em novembro de 2009, agora está em 96 dólares – e dos demais problemas econômicos oriundos da crise econômica de 2001 que ainda flagelam o país, é inegável a satisfação popular com este governo.

A resposta que mais ouvi de alguns empresários com os quais me reuni, de motoristas de taxi, de garçons e até de garis foi a de que o grupo Clarín é uma “máfia”.

Muito desse apoio de que desfruta a lei que está pondo fim à farra dos meios de comunicação que fizeram os argentinos caírem na conversa fiada de Carlos Menem – o ex-presidente argentino que, com seu câmbio fixo, desindustrializou o país e que se tornou uma espécie de Fernando Henrique Cardoso portenho – se deve a uma corajosa e eficiente campanha publicitária que pode ser conferida no vídeo logo abaixo.

Para quem já ouviu falar muito da “Ley de Medios” argentina e ainda não a entendeu, reproduzo um dos pontos do projeto de lei que acabou vingando e que mais eriçou a pelagem da fera midiática:

“Com o fim de impedir a formação de monopólios e oligopólios, o projeto de lei põe limites à concentração [de meios de comunicação], fixando limites à quantidade de licenças e por tipo de meio. Um mesmo concessionário só poderá ter uma licença de serviço de comunicação audiovisual (…) A nenhum operador será permitido oferecer conteúdo a mais de 35% da população do país (…) Quem tenha um canal de televisão aberta não poderá ser dono de uma empresa de tevê a cabo na mesma localidade e vice e versa (…)”

A campanha governamental para explicar os malefícios da concentração de propriedade de meios de comunicação foi facilmente assimilada e, além da percepção que tive, em um almoço com um cliente e um seu amigo jornalista me foi confirmada essa percepção de que a “ley de medios”, apesar do que diz o PIG argentino, é amplamente apoiada pela sociedade deste país.

Quem sabe, a outra mulher que governará o Brasil também tenha “cojones” para acabar com um oligopólio cruel, ilegal e mafioso que continua fazendo no Brasil o que nenhuma nação civilizada permite mais que empresários de comunicação façam.
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Contraponto 4092 - "Os donos na mídia estáo nervosos"

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29/11/2010

Os donos na mídia estáo nervosos

Carta Maior - 29/11/2010

A Veja andou atrás do blogueiro Renato Rovai querendo saber como foi feita a articulação para que o presidente Lula concedesse uma entrevista a blogs de diferentes pontos do Brasil. Estão preocupadíssimos.


Laurindo Lalo Leal Filho
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O blogueiro Renato Rovai contou durante o curso anual do Núcleo Piratininga de Comunicação, realizado semana passada no Rio, que a Veja andou atrás dele querendo saber como foi feita a articulação para que o presidente Lula concedesse uma entrevista a blogs de diferentes pontos do Brasil. Estão preocupadíssimos.

À essa informação somam-se as matérias dos jornalões e de algumas emissoras de TV sobre a coletiva, sempre distorcidas, tentando ridicularizar entrevistado e entrevistadores.

O SBT chegou a realizar uma edição cuidadosa daquele encontro destacando as questões menos relevantes da conversa para culminar com um encerramento digno de se tornar exemplo de mau jornalismo.

Ao ressaltar o problema da inexistência de leis no Brasil que garantam o direito de resposta, tratado na entrevista, o jornal do SBT fechou a matéria dizendo que qualquer um que se sinta prejudicado pela mídia tem amplos caminhos legais para contestação (em outras palavras). Com o que nem o ministro Ayres Brito, do Supremo, ídolo da grande mídia, concorda.

Jornalões e televisões ficaram nervosos ao perceberem que eles não são mais o único canal existente de contato entre os governantes e a sociedade.

Às conquistas do governo Lula soma-se mais essa, importante e pouco percebida. E é ela que permite entender melhor o apoio inédito dado ao atual governo e, também, a vitória da candidata Dilma Roussef.

Lula, como presidente da República, teve a percepção nítida de que se fosse contar apenas com a mídia tradicional para se dirigir à sociedade estaria perdido. A experiência de muitos anos de contato com esses meios, como líder sindical e depois político, deu a ele a possibilidade de entendê-los com muita clareza.

Essa percepção é que explica o contato pessoal, quase diário, do presidente com públicos das mais diferentes camadas sociais, dispensando intermediários.

Colunistas o criticavam dizendo que ele deveria viajar menos e dar mais expediente no palácio. Mas ele sabia muito bem o que estava fazendo. Se não fizesse dessa forma corria o risco de não chegar ao fim do mandato.

Mas uma coisa era o presidente ter consciência de sua alta capacidade de comunicador e outra, quase heróica, era não ter preguiça de colocá-la em prática a toda hora em qualquer canto do pais e mesmo do mundo.

Confesso que me preocupei com sua saúde em alguns momentos do mandato. Especialmente naquela semana em que ele saía do sul do país, participava de evento no Recife e de lá rumava para a Suíça. Não me surpreendi quando a pressão arterial subiu, afinal não era para menos. Mas foi essa disposição para o trabalho que virou o jogo.

Um trabalho que poderia ter sido mais ameno se houvesse uma mídia menos partidarizada e mais diversificada. Sem ela o presidente foi para o sacrifício.

Pesquisadores nas áreas de história e comunicação já tem um excelente campo de estudos daqui para frente. Comparar, por exemplo, a cobertura jornalística do governo Lula com suas realizações. O descompasso será enorme.

As inúmeras conquistas alcançadas ficariam escondidas se o presidente não fosse às ruas, às praças, às conferências setoriais de nível nacional, aos congressos e reuniões de trabalhadores para contar de viva voz e cara-a-cara o que o seu governo vinha fazendo. A NBR, televisão do governo federal, tem tudo gravado. É um excelente acervo para futuras pesquisas.

Curioso lembrar as várias teses publicadas sobre a sociedade mediatizada, onde se tenta demonstrar como os meios de comunicação estabelecem os limites do espaço público e fazem a intermediação entre governos e sociedade.

Pois não é que o governo Lula rompeu até mesmo com essas teorias. Passou por cima dos meios, transmitiu diretamente suas mensagens e deixou nervosos os empresários da comunicação e os seus fiéis funcionários, abalados com a perda do monopólio da transmissão de mensagens.

Está dada, ao final deste governo, mais uma lição. Governos populares não podem ficar sujeitos ao filtro ideológico da mídia para se relacionarem com a sociedade.

Mas também não pode depender apenas de comunicadores excepcionais como é caso do presidente Lula. Se outros surgirem ótimo. Mas uma sociedade democrática não pode ficar contando com o acaso.

Daí a importância dos blogueiros, dos jornais regionais, das emissoras comunitárias e de uma futura legislação da mídia que garanta espaços para vozes divergentes do pensamento único atual.

*Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial).
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Contraponto 4091 - "Os gringos sabem das nossas mazelas"

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29/11/2010

Os gringos sabem das nossas mazelas

Do Direto da Redação - Publicado em 28/11/2010

Eliakim Araújo*

Difícil escrever sobre outro assunto que não os últimos acontecimentos no Rio, sobretudo devido à sua repercussão internacional. Os principais jornais e sites de TVs do mundo reproduzem neste domingo as informações de seus correspondentes na cidade, praticamente as mesmas que a mídia brasileira divulga. A diferença é que no noticiário internacional eles sempre dão um jetinho de lembrar que o país vai sediar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada, exatamente no Rio de Janeiro.

No espaço aberto para os comentários dos leitores há alguns interessantes que merecem destaque, como este aqui, que morde e sopra

“Não sei como permitiram fazer a Olimpíada numa das mais perigosas cidades do mundo. Bem, mas ainda assim mais segura que Chicago”.

Este outro começa com uma observação mais que perfeita e encerra com uma provável gozação:

“Agora que eles conseguiram a Olimpíada é que vão tomar alguma providência em relação às gangs de drogas? Eles nunca terão dinheiro para construir estádios ou vilas olímpicas para os jogos porque estão gastando tudo em conflitos armados dentro de suas próprias cidades. Isso é piada”.

O próximo vai num ponto crucial da questão:

“Por que culpar as drogas e os traficantes? Como se a raça não fizesse parte da equação. Eles sempre perseguiram negros e mulatos traficantes, muitos tomam as ruas para roubar as pessoas...muitas pessoas usam e vendem drogas em áreas de brancos, em países europes, e você não vê essa guerra total às drogas”.

Observe que esses comentários supostamente são de americanos, pois foram postados em matérias da CNN.

A manchete e a foto que ilustram a reportagem da correspondente do NY Times no Rio poderiam perfeitamente serem usadas em relação ao Iraque:

“Forças brasileiras proclamam vitória no santuário das gangs”.

No corpo da reportagem da correspondente Roberta Napolis algumas verdades nem sempre lembradas nos comentários da mídia brasileira, mais preocupada com o show do que em aprofundar o debate sobre as causas da criminalidade:

“Por décadas, a falta da presença policial no dia a dia das favelas do Rio permitiu que gangs assumissem o controle dos territórios com armas pesadas e o tráfico de drogas. A última incursão policial no Alemão matou 19 pessoas e ocorreu duas semanas antes dos Jogos Panamericanos de 2007”.

Aparentemente até os gringos já sabem das nossas mazelas. Sabem que o alvo do combate às drogas são os chamados traficantes de pé sujo, enquanto os grandes que estão por trás dos negócios continuarão impunes.

Sabem também que o poder público nunca se interessou em criar programas de inclusão social que permitissem a ascensão dos menos favorecidos, salvo os Cieps, a iniciativa de Brizola e Darci – que viam na educação um caminho para afastar as novas gerações da criminalidade - como lembra o Rodolpho Motta Lima em seu artigo desta semana, um projeto que acabou torpedeado pelos seus sucessores.

Os gringos sabem, finalmente, que o Rio continua um lugar inseguro, mas que temporiamente, aos olhos do mundo, está sendo “pacificado” para permitir que os atletas de todos os cantos do planeta sejam recebidos com flores em vez de balas, perdidas ou não.

*Eliakim Araújo. Ancorou o primeiro canal de notícias em língua portuguesa, a CBS Brasil. Foi âncora dos jornais da Globo, Manchete e do SBT e na Rádio JB foi Coordenador e titular de "O Jornal do Brasil Informa". Mora em Pembroke Pines, perto de Miami. Em parceria com Leila Cordeiro, possui uma produtora de vídeos jornalísticos e institucionais.
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Contraponto 4090 - "Os efeitos de Lula na blogosfera"

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29/11/2010

Os efeitos de Lula na blogosfera

Do Nassif- 29/11/2010

Enviado por luisnassif, seg, 29/11/2010 - 12:00

Por foo

Do Observatório da Imprensa

Lula, o blogueiro, pode inaugurar um novo estilo político no país

Postado por Carlos Castilho em 27/11/2010 às 00:12:11

Caso o presidente Lula leve adiante a sua idéia de ingressar na blogosfera logo depois de passar o governo em janeiro, esta decisão representará a transformação da internet brasileira numa nova arena partidária, com muitas chances de ofuscar os debates parlamentares e reduzir ainda mais o papel da imprensa na mediação com o público.

A entrevista de Lula a blogueiros, no dia 25 de novembro, pode ser vista como o primeiro passo concreto nesta direção, marcando um novo espaço político onde o presidente vai interagir diretamente com os internautas, passando ao largo do seu próprio partido. Pode ser o que um amigo definiu como “Lula em estado puro”, sem o protocolo presidencial e sem os entraves institucionais.

Caso ele aprenda a manejar os segredos de um blog e do twitter, o presidente poderá voltar ao estilo conversa em “porta de fábrica” que lhe trouxe tanta popularidade . Só que agora usando o espaço cibernético, cujo alcance é muitíssimo maior do que o megafone dos seus tempos de sindicato.

Se Lula inaugurou um novo estilo de governar durante os seus oito anos de presidente, ele agora pode promover mais uma inovação, ao criar um novo modelo de fazer política, sem a mediação da imprensa e dos partidos políticos. O contexto lhe é muito favorável já que vai sair do Planalto com a popularidade em alta e, mesmo fora do governo, tudo o que disser acabará na agenda política nacional, com ou sem blog.

É inevitável. Se não for Lula, pode ser qualquer outro político a empunhar o computador como ferramenta de comunicação, da mesma forma que Brizola usou a rádio para projetar-se no cenário político nacional, nos idos de 1961.

O ingresso de políticos na blogosfera é apenas uma questão de tempo, porque o sistema oferece vantagens demasiado atraentes para serem desprezadas. Para os políticos é uma plataforma barata e eficientíssima, por conta de seu alcance universal. Para o cidadão é ainda mais atraente porque lhe dá a possibilidade de intervir no debate, coisa que até agora era inviável.

Durante a campanha eleitoral de 2010, a blogosfera entrou em transe por conta dasdiscussões contra e a favor de Lula. Vocês já imaginaram o que acontecerá quando e se o próprio Lula começar a postar sobre tudo e sobre todos?

Há, no entanto, uma outra cara da moeda. A polarização inevitavelmente gera uma guerra informativa em que a verdade é sempre a primeira vítima. Já tivemos um pouco disso na última campanha eleitoral, mas o fenômeno pode se tornar ainda mais intenso, caso a polêmica entre lulistas e anti-lulistas se transfira de corpo e alma para o espaço cibernético, onde as limitações são muito menores.
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Contraponto 4089 - "Marcelo Madureira e o fim do Casseta"

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29 /11/2010

Marcelo Madureira e o fim do Casseta

Do Blog do Miro - segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Por Altamiro Borges

Para a tristeza dos tucanos e de outros bichos da direita nativa, a Central Globo de Comunicação informou na sexta-feira (26) que o programa "Casseta & Planeta Urgente", exibido há 18 anos pela emissora, sairá do ar no final de dezembro. O elenco até tentou maquiar o enterro, informando em seu sítio que tiraria "férias". Mas os patrões confirmaram que as férias serão eternas, que o programa chegou mesmo ao fim.

Segundo o grupo, um novo projeto humorístico poderá entrar no ar no segundo semestre de 2011. Não há idéia de que como será. "Se a gente tivesse uma não precisaríamos sair dessa forma", relatou de la Peña, em entrevista ao G1. Ele explicou que o fim do "Casseta", que era transmitido às noites das terças-feiras, ocorreu após um período de "inquietação do grupo" e não teve relação com alguma decisão da TV Globo.

Amarga queda de audiência

De acordo com o sítio da Folha, porém, a decisão de encerrar o programa não foi tão amigável assim. Parece que nem a TV Globo aguentava mais o "humor" do elenco. Nos últimos meses, o humorístico amargava uma das piores audiências da década, chegando a registrar médias na casa dos 20 pontos (cada ponto corresponde a 60 mil domicílios na Grande SP). Há dois anos, ele registrava 30 pontos de média.

O grupo poderia aproveitar as "férias" para analisar o "humorismo" de alguns de seus integrantes, em especial do bravateiro Marcelo Madureira. Na fase recente, ele se transformou num ícone da direita brasileira. Virou estrela do Instituto Millenium, uma organização golpista que reúne os barões da mídia e outros ricaços. Deu várias declarações fascistóides contra o governo Lula e a candidata Dilma Rousseff.

Bico de "bobo da corte"

Com o fim do "Casseta", Madureira até poderia fazer um bico junto ao seu candidato derrotado. Seria o bobo da corte para alegrar as noites de Serra, um ranzinza que ficou ainda mais deprimido com o resultado das eleições e das brigas internas no PSDB.
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Contraponto 4088 - "Classe D ultrapassa a A"

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29/11/2010

Classe D ultrapassa a A

Amigos do Presidente - por Por: Helena™ - segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A classe D já passou a classe A no número total de estudantes nas universidades brasileiras públicas e privadas. Em 2002, havia 180 mil alunos da classe D no Ensino Superior. Sete anos depois, em 2009, eles eram quase cinco vezes mais e somavam 887,4 mil. Em contrapartida, o total de estudantes do estrato mais rico caiu pela metade no período, de 885,6 mil para 423, 4 mil. Os dados fazem parte de um estudo do instituto Data Popular.

"Cerca de cem mil estudantes da classe D ingressaram a cada ano nas faculdades brasileiras entre 2002 e 2009, e hoje temos a primeira geração de universitários desse estrato social", observa Renato Meirelles, sócio diretor do instituto e responsável pelo estudo.

Essa mudança de perfil deve, segundo Meirelles, provocar impactos no mercado de consumo a médio prazo. Com maior nível de escolaridade, essa população, que é a grande massa consumidora do País, deve se tornar mais exigente na hora de ir às compras.

O estudo, feito a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela também que as classes C e D respondem atualmente por 72,4% dos estudantes universitários. Em 2002, a participação dos estudantes desses dois estratos sociais somavam 45,3%.

São considerados estudantes de classe D aqueles com renda mensal familiar entre um e três salários-mínimos (hoje, de R$ 510 a R$ 1.530). Os universitários da classe C contam com rendimento familiar que varia de três e dez salários-mínimos. Já na classe A, a renda é acima de 20 salários-mínimos (R$ 10,2 mil).

A melhoria da condição financeira que permitiu inicialmente a compra do primeiro carro zero-quilômetro e do celular aos brasileiros de menor renda também abriu caminho para que eles tivesse acesso ao ensino superior. Pesquisa do Programa de Administração de Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA), que mede a intenção de compra dos consumidores por classe social, revela que subiu de 15%, no terceiro trimestre, para 17%, neste trimestre, a capacidade de gasto com educação em relação à renda da classe C.

Saiba mais

Além da renda maior, segundo Renato Meirelles, sócio diretor do instituto Data Popular e responsável pelo estudo, existem outros fatores que provocaram essa mudança de perfil socioeconômico dos universitários. Um deles é a universalização do Ensino Médio no Brasil. Também contribuíram as bolsas de estudo do Programa Universidade para Todos (ProUni) e a proliferação de universidades particulares pelo País.
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Contraponto 4087 - "Lula considera um sucesso operação no Rio e diz que vai visitar Complexo do Alemão"

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29/11/2010


Lula considera um sucesso operação no Rio e diz que vai visitar Complexo do Alemão

Agência Brasil - 29/11/2010 - 07:03

Paula Laboissière

Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (29) que a operação contra o narcotráfico no Rio de Janeiro é um sucesso, mas que ainda não terminou, apenas começou. Em seu programa semanal Café com o Presidente, ele cumprimentou o governador do estado, Sérgio Cabral, e adiantou que deve visitar o Complexo do Alemão – área ocupada ontem pela polícia.

“Nós não sabemos ainda se todos os bandidos fugiram, se há muitos lá dentro, se estão escondidos. De qualquer forma, nós demos o primeiro passo – entramos dentro do Complexo do Alemão”, disse. “Eu quero reiterar hoje o que eu disse na sexta-feira: o que o Rio de Janeiro precisar para que a gente acabe com o narcotráfico, o governo federal está disposto a colaborar”, completou.

Lula lembrou que a primeira ligação do governador veio na segunda-feira da semana passada, pedindo o apoio da Polícia Rodoviária Federal. Logo em seguida, vieram solicitações de envio de homens da Polícia Federal e das Forças Armadas ao estado.

A mensagem deixada pelo presidente é de “otimismo e esperança” para as comunidades do Rio, além de muita tranquilidade. Fica demonstrado que, com a união entre governo federal, governo estadual e os órgãos de inteligência das polícias, as coisas funcionam. Quando ficamos disputando entre nós quem é mais bonito, quem é melhor, o povo paga o prejuízo”, concluiu.

Edição: Graça Adjuto
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domingo, 28 de novembro de 2010

Contraponto 4086 - Complexo do Alemão: menos ôba-ôba na TV Globo e melhor distribuição de renda

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28/11/2010


Complexo do Alemão: menos ôba-ôba na TV Globo
e melhor distribuição de renda


Do Amigos do Presidente - p0r Zé Augusto - domingo, 28 de novembro de 2010
A pacificação do Complexo do Alemão é uma vitória:

1º) Da Comunidade: Viver sob comando de traficantes é viver sob ditadura. E a presença do estado de direito foi restabelecida, com pouco confronto violento diante do tamanho da operação, poupando vidas, devido à estratégia acertada de cerco com ampla supremacia bélica, com cobertura da imprensa, o que inibiu qualquer resistência maior dos traficantes, partindo para tentativas de fugas.

2º) Da cidade e do estado do Rio: é a maior baixa no crime organizado, em seu arsenal, em seus estoques de drogas e no dinheiro que representa, e em seu pessoal, o que deve melhorar a segurança pública como um todo, e tornar mais fácil retomar o controle de outras áreas.

3º) Da política de segurança pública para todo o Brasil: os governadores de todo o Brasil ganharam um modelo para ser seguido, caso enfrentem problema semelhante.

Então há motivos para comemorar, até agora. Mas não há motivo para esse ôba-ôba da TV Globo, como se fosse o fim da II Guerra Mundial.

A TV Globo precisa acordar para a vida, e entender o que disse Cláudio Lembo, do DEMos, durante os ataques do PCC: "a burguesia tem que enfiar a mão no bolso".

Polícia eficiente é caro, não dá para ter policiais ganhando muito mal e vivendo de bicos e propinas. Mas mais caro é a degradação social, combustível da criminalidade.

O Complexo do Alemão recebeu obras do PAC, unidades de saúdes, creches, centro profissionalizante, moradias, pontos de cultura e lazer. É preciso manter essas conquistas e ampliá-las, para lá e para outras comunidades do Brasil inteiro. É preciso que as escolas de lá tenham um bom ensino, com bons professores. É preciso abrir mais oportunidades de trabalho e renda.

Além disso é preciso melhorar o sistema prisional para recuperar os recuperáveis, muitos presos ainda bastante jovens.

Tudo isso custa dinheiro e é preciso pensar em mecanismos de financiamento, em vez de pensar só em lucros para acionistas, e em vez de botar a Miriam Leitão e o Sardenberg enchendo a paciência todo dia, pedindo cortes de custos, e pedindo aumento de juros.

E não é só aumento de impostos que gera verbas. É também a diminuição da sonegação, das quadrilhas de empreiteiros que combinam licitações para roubar o governo, acabar com as lavanderias de dinheiro do colarinho branco, que o judiciário acaba deixando impunes, diante de bons advogados.
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Contraponto 4085 - "O Alemão e o show midiático"


28/11/2010

O Alemão e o show midiático

Do Direto da Redação - Publicado em 28/11/2010

Mário Augusto Jakobskind*

E o Rio de Janeiro volta a enfrentar uma onda de violência. As forças policiais ocupando favelas e entrando para arrebentar, acirrando a criminalização das áreas pobres. Se as ações dessa natureza dessem resultado, a violência urbana já teria acabado há muito tempo. Desta vez, no entanto, as autoridades garantem que vieram para ficar nos locais que entraram. Em 2008 no início de uma ocupação disseram a mesma coisa. Vamos ver. Como vem aí a Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016, possivelmente a etapa mudou.

Só que o “ficar“ das autoridades tem se resumido em ocupação militar e ainda por cima acham que resolveram os problemas. E a mídia de mercado entra no jogo sem questionar nada. Os telejornais falam em “dia histórico de vitória” o dia da ocupação da Vila Cruzeiro. Promovem heróis e incutem na opinião pública que o Rio virou uma outra cidade. No complexo do Alemão, onde vivem 400 mil brasileiros, ocorreu a mesma coisa. Vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos.

O governador do Estado do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, diz que os recentes acontecimentos em vários pontos da capital são sinais de desespero dos bandidos, porque a sua política de combate ao tráfico está produzindo resultados. Esse argumento já foi dito em outras ocasiões e também por outros governadores. Claro que o desejo é que os moradores das áreas pobres da cidade, sobretudo o Complexo do Alemão e a Vila Cruzeiro, possam viver em condições dignas e com o direito de ir e vir normalmente.

Tem também fatos meio estranhos, como, por exemplo, o próprio Secretário de Segurança dizer em alto e bom som que o Comando Vermelho é radical, mas os Amigos dos Amigos cuidam apenas dos negócios. Nestes dois anos, a maioria das favelas eram ocupadas pelo Comando Vermelho. A cobertura dos acontecimentos lembra um pouco a invasão e ocupação do Iraque, ou seja, como se tudo que acontecia fosse quase um piqueninque. Só que com o passar do tempo o piquenique terminou. Espera-se que aqui a história seja outra.

Na verdade, antes mesmo dos atuais acontecimentos as autoridades do Estado e do Município estavam preparando terreno em outras favelas que estão no caminho da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016. Ou seja, a dupla Cabral e Eduardo Paes, já chamado nas áreas pobres da cidade de Eduardo Guerra, faz e acontece com o total apoio da mídia de mercado. As autoridades pouco se importam com os moradores das áreas pobres e valorizáveis.

E nas atuais operações militares tome de caveirões, balas perdidas etc. Mas hospitais, ensino de qualidade e construção de moradias para seres humanos que é bom, nada. O Estado em geral só tem entrado nas favelas através de ocupação militar. Será esta a solução para acabar com as desigualdades sociais, onde se encontram as verdadeiras causas da barbárie carioca?

Em relação as UPPs, na realidade quem conhece o departamento sabe perfeitamente que muitas vezes as aparências enganam. O “território” foi recuperado em algumas favelas da zona Sul do Rio e do bairro da Tijuca. Então vale uma pergunta: o Estado só entra nesses locais militarmente e não faz mais nada? Outra pergunta até agora não respondida: como as armas supermodernas circulam com tanta facilidade entre os marginais pé de chinelo?

Os mais recentes acontecimentos no Rio mostram que o crime não é propriamente organizado. O que há na verdade são bandos de pessoas levadas à delinquência exatamente pelo fato de o Estado não lhes proporcionar opções. A barbárie então impera.

Quanto ao narcotráfico propriamente dito, em outras áreas da cidade, não pobres, muito pelo contrário, como em condomínios de luxo, o barato está deitando e rolando, mas aí são “territórios nobres”, nada de polícia. O tráfico corre solto e não tem nenhum pé de chinelo, porque os traficantes no caso integram famílias abastadas que só pensam naquilo, ou seja, o lucro fácil, inclusive de forma ilícita. De vez em quando um é pego, mas depois o tema é esquecido.

Aproveitando o embalo de os meios de comunicação estarem voltados para os acontecimentos no Rio, inclusive promovendo shows midiáticos, a Secretária de Educação, Claudia Costin, uma ex-colaboradora do governo FHC, confirmou a desativação dos Cieps no Sambódromo, que lá funcionam há 26 anos. Com isso, cerca de 700 crianças que vivem em sua maioria no morro do Estácio e imediações vão ser transferidas para escolas da rede que não funcionam em tempo integral. Claudia Costin alega que o espaço não é apropriado para atividades escolares.

É totalmente infundado o argumento da secretária, até porque quando Darcy Ribeiro e Leonel Brizola criaram o sambódromo, convocando o arquiteto Oscar Niemeyer, o destaque dado foi exatamente para o fato de parte das dependências servirem ao longo do ano de salas de aula para as crianças das redondezas. Darcy e Brizola devem estar se virando no túmulo.

Por trás dessa decisão da Prefeitura do Rio pode estar o interesse de poderosas empresas da área de entretenimento de ocuparem o local tendo em vista a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Para Paes é muito mais importante aproveitar espaços como o do sambódromo para outros fins que não o favorecimento a crianças pobres. Mas o tema não é de interesse da mídia de mercado. A Prefeitura visivelmente joga em favor do lado do poder econômico.

Mário Augusto Jakobskind. É correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do seminário Brasil de Fato. É autor, entre outros livros, de América que não está na mídia, Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOPE
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Contraponto 4084 - "Amorim: É mais importante Dilma ir à Argentina do que aos EUA"

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28/11/2010


Amorim: É mais importante Dilma ir à Argentina do que aos EUA

Vermelho - 28 de Novembro de 2010 - 11h57

Em entrevista à jornalista Patrícia Campos Mello, publicada neste domingo no jornal O Estado de São Paulo, o ministro das Relações Exteriores faz um balanço de sua gestão, rebate críticas por omissão do País em temas polêmicos e sugere uma definição estratégica mais precisa das relações entre Brasil e China.


O chanceler se prepara para deixar o circuito das grandes questões mundiais e se recolher à ponte aérea entre Brasília, onde vive sua mulher, e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde pretende dar aulas quando acabar o governo Lula. Ele não deixou sem respostas as perguntas do jornal conservador, que em geral refletem as críticas da direita neoliberal e tucana ao posicionamento altivo do Itamaraty no relacionamento com as potências imperialistas, a priorização do comércio Sul/Sul, a amizade com Cuba e Irã.

Amorim acha que a maior visibilidade do Brasil no cenário internacional veio para ficar. "Como o Brasil quer ser membro do Conselho de Segurança, não podemos nos omitir dessas (grandes) questões", afirma o chanceler. "Não vamos fazer uma nova política de isolacionismo, só cuidar do nosso. Como dizia o Silveira (Antônio Azeredo da Silveira, chanceler de Ernesto Geisel), o Brasil pode renunciar a tudo, menos à sua grandeza."

Leia abaixo a íntegra da entrevista:

Estadão - O Itamaraty argumenta que é melhor não fazer condenações públicas de violações a direitos humanos para manter o canal de comunicação aberto e influenciar os países dessa maneira. Não dá para fazer as duas coisas ao mesmo tempo, evitando desgastar a imagem da democracia brasileira?
Celso Amorim - Não dá certo fazer as duas coisas. Se você ficar condenando, você se descredencia como interlocutor. Precisamos ter uma atitude que propicie o diálogo e nossa estratégia deu certo.

No caso da francesa Clotilde Reiss (civil francesa que estava presa no Irã, acusada de espionagem, e foi libertada), não há dúvida. As críticas são totalmente injustas. Ontem mesmo o responsável por direitos humanos no Irã disse que o país está revendo a sentença de morte por apedrejamento de Sakineh. Até que ponto isso se deve à pressão internacional e até que ponto aos apelos do presidente Lula e de outras pessoas que tenham diálogo direto com ele, eu não sei, essas coisas são difíceis de medir.

Estadão - O Brasil se alinhar com países que têm histórico antidemocrático não compromete nosso "soft power", poder de influenciar sem recorrer à força bruta?
CA - Eu não acho que o nosso "soft power" tenha sido comprometido ao longo desses anos, nem essa é a opinião de nenhum comentarista internacional. Não somos "soft" em direitos humanos, só não condenamos porque a grande maioria dos países que condenam é de ex-potências coloniais que estão purgando os seus complexos de culpa. E não quer dizer que nós privadamente muitas vezes não falemos. E se eu quisesse posar de amiguinho do Irã ia votar contra, ia dizer que a resolução (da ONU) não tem cabimento. Nós nos abstivemos.

Estadão - Olhando para esses últimos oito anos, o que o senhor teria feito de diferente?
CA- Pode parecer presunçoso, a minha tendência é ver acertos, os historiadores terão visão mais equilibrada. Eu não me arrependo da Alca (negociação que não avançou).

Estadão - O sr. acha que a atribuição de comércio exterior tem de ficar no Itamaraty ou deve ser criado um escritório comercial subordinado à Presidência, como nos EUA?
CA- Pergunte à Fiesp o que eles acham - à Fiesp mesmo, não a ex-diplomatas que estão na Fiesp. Nós temos uma visão de País mais completa, levamos em conta outros fatores que não são aqueles de ganho imediato.

Estadão - Um problema que está ganhando cada vez mais importância é a competição da China. Não deveria haver maior assertividade em relação à China, além de defesa comercial?
CA- Nós estamos com superávit de quase US$ 7 bilhões com a China.

Estadão - Mas o que exportamos são commodities.
CA- Quando chega a hora de defender o interesse do etanol, do açúcar, é muito importante, mas quando está dando certo, aí tudo vira commodities. Dito isso, eu não quero dizer que não tenhamos de ser mais assertivos em relação à China. Esse é um desafio.

Estadão - O Brasil é muito mais enfático ao criticar a política monetária americana, dentro da guerra cambial, do que a desvalorização do iuan. Isso não é ideológico?
CA- A China adotou uma política que nos prejudica, mas a raiz do problema está na política monetária dos EUA, não tenho dúvida sobre isso. Como estou em final de governo, estou de saída, dou minha opinião: se um país quer ser tratado como economia de mercado, não pode ter política cambial que não seja de mercado. Essa política de constante desvalorização nos atinge. Eu acho que o relacionamento com a China será um dos maiores desafios do Brasil daqui para a frente.

Estadão - A China está entrando em áreas de influência nossa, como América do Sul e África. Mas a China segue um modelo de negociação sem impor condições com Zimbábue, por exemplo, país notório por violações.
CA- Vamos competir com nossos méritos, o Brasil transfere conhecimento da maneira que eles não transferem, em agricultura tropical, por exemplo. Não queremos seguir o modelo chinês, em absoluto, não perco uma oportunidade de conversar com meus interlocutores do Zimbábue sobre o que eu acho que eles deveriam fazer, que envolve tratamento adequado da oposição. Mas não somos a favor de isolamento comercial, algo que não dá resultado.

Estadão - Quais são os grandes desafios em política externa do próximo governo?
CA- Precisamos dar uma forma importante ao relacionamento com a China. Não desenvolvemos um conceito pleno de como vai ser nossa relação com a China. Essa é uma autocrítica. Não deu tempo. Precisamos pensar mais profundamente nisso.

Estadão - E com os EUA, em que pé estamos?
CA- Estamos bem. Nossa cooperação no Haiti foi muito boa, há vários países onde cooperamos no etanol.

Estadão - Seria positivo a presidente eleita Dilma Rousseff se encontrar com o presidente americano Barack Obama em Washington antes de sua posse?
CA- Ah, esse conselho eu só dou a ela se ela me pedir. E ela não me pediu. Mas, na minha opinião, indispensável não é. Ela terá tempo de ir depois, receber o Obama aqui depois. É mais importante ela ir à Argentina, porque simboliza as realizações com a América do Sul.

Estadão - Os EUA têm a visão certa do papel do Brasil no mundo?
CA- Há uma visão mais aproximada, apesar de tropeços. Em uma matéria recente, a própria (secretária de Estado) Hillary Clinton falou da necessidade de intensificar as relações com China, Índia e Brasil.

Estadão - Mas, por enquanto, intensificou com a Índia.
CA- A Índia tem para eles um valor estratégico em função da região onde está, ao lado da China e Rússia.

Estadão - Seria esperado, quando o presidente Obama vier pra cá, que ele manifeste apoio à pretensão do Brasil a um assento permanente no Conselho de Segurança (CS) da ONU, como fez com a Índia?
CA- Ah, eu esperaria, se o presidente Obama vier pra cá, depois de ter ido à Índia, seria normal ele dizer a mesma coisa do Brasil.

Estadão - Apesar dos nossos percalços com os EUA nos últimos tempos.
CA- Sim, seria normal. Se o preço para entrar no CS é dizer sim a tudo, pode até não valer a pena.

Estadão - Em Trinidad Tobago em 2009, na Cúpula das Américas, Obama fez um discurso prometendo uma nova política para a América Latina. Ele correspondeu às expectativas de mudança da política americana para a região?
CA- O governo republicano (do presidente George Bush) cometeu muitos erros em relação à América Latina - pôs Cuba no eixo do mal, apoiou o golpe na Venezuela. Mas em outros casos o governo Bush agiu de maneira mais sensata, ouviu o Brasil em muitas coisas. Nós tínhamos uma enorme expectativa com o presidente Obama, mas ele teve de se concentrar em outros problemas, internos e do Oriente Médio. Algumas vezes isso não é mau. A melhor política que os americanos podem ter para a América Latina é a "negligência benigna".

Estadão - O que o sr. pretende fazer quando acabar o governo Lula?
CA- Não tenho nenhum plano muito claro, tenho vários convites vagos, para fazer seminários, cursos, o mais específico é para dar aula na UFRJ. Pretendo fazer isso, vou morar entre Brasília e o Rio, minha mulher mora aqui.

Estadão - O sr. teria gostado de permanecer no governo Dilma?
CA- Dizer não soaria arrogante, dizer sim parece que estou pleiteando alguma coisa. Eu me sinto realizado. Os nomes que ouço falar todos são de pessoas boas.

Estadão - O sr. acha que haverá continuidade na política externa?
CA- Eu não creio que haja mudanças de curso muito importantes, mas desafios novos sempre aparecerão, a China é uma relação que terá de ser pensada.

Estadão - O sr. vê o mesmo tipo de atuação intensa em questões controversas, como Oriente Médio e Irã?
CA- O Brasil é percebido como um interlocutor válido no Oriente Médio, eu recebi pedidos para receber autoridades da Síria, da Autoridade Palestina, de Israel. Independentemente de quem seja o presidente, o Brasil é um país que tem um peso. Essas situações vão se repetir caso a gente queira ou não queira, e a gente não pode fugir delas. Como o Brasil quer ser membro do CS, mesmo não permanente, não podemos nos omitir dessas questões. Não vamos fazer uma nova política de isolacionismo, só cuidando do nosso. Como dizia o Silveira (Antônio Azeredo da Silveira, chanceler de Ernesto Geisel), o Brasil pode renunciar a tudo, menos à sua grandeza.

Fonte: O Estado de São Paulo
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Contraponto 4083 - " Revista 'Foregin Policy' inclui Celso Amorim em lista de 'pensadores globais' de 2010"

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28/11/2010


Revista 'Foregin Policy' inclui Celso Amorim em lista de
'pensadores globais' de 2010



Amigos do Presidente - domingo, 28 de novembro de 2010

A lista dos cem "pensadores globais" mais importantes do mundo segundo a prestigiosa revista internacional "Foregin Policy" aponta o ministro brasileiro das Relações Exteriores Celso Amorim como o 6º lugar do seu ranking. A lista completa, que sai na edição de dezembro da publicação, foi divulgada neste domingo (28) no site da revista.Veja a lista completa no site da revista, em inglês

Segundo a "FP", Amorim se esforçou para transformar o Brasil em uma potência internacional sem seguir cegamente o governo dos Estados Unidos nem romper com os americanos como fizeram outros governos de esquerda. A participação dele na negociação com o Irã, diz, "colocou o Brasil no mapa".

"Sob a liderança de Amorim, o Brasil abraçou entusiasticamente a aliança dos BRIC, com Rússia, Índia e China, que ele acha que tem o poder de 'redefinir a governabilidade mundial'".

A revista trouxe ainda uma longa entrevista com o ministro brasileiro.

A lista completa dos pensadores ainda cita a candidata derrotada à Presidência Marina Silva, mencionada em 32º lugar junto a outros líderes de partidos verdes.
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