Contraponto 5424 - "Unilab: resgate de uma dívida histórica"

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25/05/2011

Unilab: resgate de uma dívida histórica

Jornal O Povo - CE - 25/05/2011

Os cearenses orgulham-se de poderem contribuir para este ambicioso projeto

As atividades da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em Redenção, terão início hoje com a aula inaugural a ser proferida pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, no Campus da Liberdade, sede provisória da universidade. A expectativa é que a Unilab seja um instrumento concreto de cooperação entre o Brasil e os países de língua portuguesa.


Duas datas simbólicas presidem este evento: o 24/5 (marco da abolição antecipada da escravidão, no Ceará, em 1863) e o 25/5 (hoje), Dia da África, referente à data da criação da Organização da Unidade Africana (OUA). Ambos os episódios estão vinculados à luta pelos direitos dos povos africanos. O primeiro teve como palco justamente a cidade de Redenção, o primeiro ponto do Brasil a se desfazer da escravidão; e, o segundo, diz respeito à autonomia política dos povos africanos, no cenário internacional.

A criação da Unilab representa um passo em direção ao resgate da dívida histórica do Brasil em relação aos povos africanos trazidos para cá à força, em condições de extrema injustiça e desumanidade, e que, mesmo assim, contribuíram com o esforço de seu trabalho para o acúmulo da riqueza nacional e, com a efervescência de sua cultura, para moldar a identidade brasileira, incutindo-lhe um colorido ainda mais vivo e encantador.

O seu significado político, neste momento, é incontornável, por traduzir a amplitude de visão da política externa brasileira, que vai à busca de parceiros detentores de raízes comuns para tentar moldar um modelo de relação internacional mais justo, inclusivo e equilibrado, que leve em conta o rico potencial das nações sul-americanas, africanas e asiáticas com vistas à construção de um mundo mais próspero e cioso de sua interdependência e da imprescindibilidade da cooperação.

Na Unilab, estudantes do Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste compartilharão dos frutos da elaboração comum e da difusão do conhecimento para pô-los a serviço de seus povos. Os cearenses – e os brasileiros em geral – orgulham-se de poderem contribuir para a realização desse ambicioso projeto. Parabéns a todos os que o tornaram possível.
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