Cadê a Globo? Esquisito, né?
(Ilustração do ContrapontoPIG)
(Ilustração do ContrapontoPIG)
Por Altamiro Borges
Há cerca de uma semana ocorrem vazamentos de petróleo no poço da Chevron-Texaco no Campo do Frade, na Bacia de Campos (RJ). Estima-se que estejam sendo lançados ao mar de 200 a 330 barris de óleo por dia. Apesar da gravidade do acidente ambiental, a mídia corporativa tem evitado dar destaque ao assunto. Será que ela recebe algum “mensalão” da multinacional estadunidense?
Nos jornalões, apenas pequenas notas da assessoria de imprensa da corporação. Um dos tecnocratas da incompetente Chevron chegou a culpar a natureza pelo acidente. Nas televisões, o silêncio é criminoso, conforme criticou Fernando Brito, do blog Tijolaço. É como se o acidente não existisse. Caso o desastre ocorresse numa plataforma da Petrobras, a mídia privatista faria o maior escândalo.
Dois motivos da mídia privatista
Há informações de que 18 navios já trabalham na contenção do vazamento. Mas a mídia nada fala. “Devem ser navios-fantasmas, como é a direção da Chevron. Não têm nome, não têm comandantes, não tem tripulação... Será que vamos ter que esperar que coloquem uma mensagem na garrafa para que a nossa imprensa publique algo além de notas oficiais?”, ironiza Fernando.
O silêncio criminoso da mídia tem duas explicações. Uma econômica, já que as multinacionais do petróleo gastam bilhões em anúncios publicitários nas revistonas, jornalões e emissoras de TV. Seria um tipo de “mensalão” para comprar a sua cumplicidade. A outra razão é política, ideológica. A mídia privatista e entreguista sempre defendeu os interesses das multinacionais do petróleo.
Um histórico de traição e entreguismo
Historicamente, ela foi contra a criação da Petrobras no governo Getúlio Vargas e contra a campanha “O petróleo é nosso”. Ela dizia que não existia petróleo no Brasil. Monteiro Lobato foi um dos primeiros a contestar esta visão derrotista. Depois da descoberta das primeiras reservas, a mídia colonizada passou a difundir que o país seria incapaz de extrair e refinar esta riqueza natural.
Mais recentemente, com a descoberta do pré-sal, ela bombardeou a proposta do governo Lula de alterar os contratos no setor – de concessão para partilha. O ex-presidente também deu mais força à Petrobras, que passou a ser a operadora exclusiva nos campos do pré-sal. Estas mudanças irritaram a mídia privatista, defensora da Chevron e das outras multinacionais do setor.
As revelações do WikiLeaks
Também neste ponto, a mídia entreguista e o candidato José Serra tiveram total concordância. Segundo documentos vazados pelo WikiLeaks, o tucano se comprometeu a rever o marco regulatório da exploração do pré-sal. Um telegrama diplomático dos EUA, de dezembro de 2009, confirma a subserviência do presidenciável do PSDB diante das poderosas multinacionais do setor:
“Deixa estes caras [do PT] fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, disse Serra a Patrícia Pradal, diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações com o Governo da petroleira norte-americana Chevron. Outros documentos vazados mostram que os EUA se empenharam para evitar a mudança nos contratos do setor e para inviabilizar a Petrobras como “operadora-chefe” do pré-sal.
O silencio diante do grave vazamento no Campo do Frade não é por acaso. Os interesses alienígenas ainda são muito influentes no Brasil, principalmente na sua mídia colonizada e corrompida.
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Assistindo o JN,notei que eles dão proteção a essa empresa estrangeira, mostrando por alguns segundinhos sobre o vazamento de petróleo,com fotos cedidas pela Chevron.A Globo faria uma extensa divulgação negativa caso o vazamento fosse da nossa empresa brasileira,a PETROBRÁS.Os Marinhos sempre protegendo as cagadas dos estrangeiros.
ResponderExcluirSem levar em conta uma análise particular quanto a Rede Globo, o que estou vendo nos meios de comunicação é extamente o oposto do que está sendo relatado pelo autor deste artigo, pois este acidente está sendo muito noticiado, apesar da gravidade não ser tão elevada como outros acidentes que ocorreram com a Petrobras e não foram divulgados. Eu trabalho embarcado em sondas de perfuração, e posso relatar dois Blow outs ocorridos em sondas terrestres nos últimos dois anos que não foram nem citados em qualquer veiculo de comunicação, quanto mais em telejornais. Alguém se lembra do oleoduto que rompeu na bahia de Guanabara há alguns anos atrás, despejando milhares de barris de óleo por dia, diferentemente dos 350 derramados pela Chevron. Não quero defender ninguém, mas é preciso coerência e conhecimento para julgar este tipo de situação.
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