16/07/2012
Globo retalia Collor para defender o Gurgel, a Época, a Veja, os tucanos e esvaziar a CPMI do Cachoeira
Do Palavra Livre - segunda-feira, 16 de julho de 2012
Por Davis Sena Filho
A TV Globo veiculou ontem, no Fantástico, matéria que representa o verdadeiro jornalismo de esgoto. Outra reporcagem. Entrevistou a ex-primeira dama, Rosane Collor. Valeu-se de uma mulher ressentida, saudosa do passado e do poder, que quer vender livro de “sua autoria” e pensa, mais adiante, ser candidata a deputada federal. Jornalistas da TV Globo e de outros meios de comunicação são useiros e vezeiros em usar parentes de autoridades e celebridades para tentar desmoralizá-las. São ações planejadas e de interesse político e empresarial. O jornalismo de esgoto da Globo joga, e há tempos, sua credibilidade na lixeira. O pior de tudo são os jornalistas contratados por essa empresa, que se expõem a esse papel ridículo e de baixo nível simplesmente por serem teleguiados, pois levam uma vida intelectualmente medíocre de Homer Simpson, além de muitos deles se venderem para não perderem benefícios pecuniários.
O senador Fernando Collor de Mello foi retaliado pela TV Globo, que sempre quando considera que seus interesses financeiros e políticos estão a perigo agride seus adversários da maneira mais sórdida possível, a utilizar para isso a concessão pública de televisão cedida pela população brasileira, pertencente ao estado nacional e controlada desde 1965 pela família Marinho, que é recorrente em desqualificar, desconstruir, dilacerar e se possível destruir aqueles que, por motivo ou outro, recusam-se a serem pautados por uma imprensa burguesa, conservadora e que pensa que o Brasil é o quintal da casa de seus proprietários arrogantes, autoritários e historicamente golpistas.
A direção de jornalismo da TV Globo, capitaneada pela família Marinho e seu capataz-mor, Ali Kamel, tem alguns problemas para resolver, que são os seguintes:
1- Desconstruir a moral de Fernando Collor, que questiona, duramente, a conduta e a atuação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, além da sua mulher, a subprocuradora Cláudia Sampaio;
2- Causar confusão ao informar ao público sobre o que é relativo à convocação do dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish (leia-se Carlinhos Cachoeira), e do ex-diretor do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antônio Pagot, que se dispôs, segundo à própria imprensa, a contar tudo o que sabe;
3- Combater, a qualquer custo, a convocação do dono da Abril(Veja), Roberto Civita, e o seu editor e diretor, Policarpo Jr, que, ao que parece, estão envolvidos até a medula com o esquema criminoso do bicheiro Carlinhos Cachoeira, que se encontra preso no presídio da Papuda, em Brasília;
4- Evitar também a convocação do editor e diretor da revista Época(Globo), Eumano Silva, que, a exemplo de Policarpo Jr, também está envolvido até a medula com os crimes da quadrilha do bicheiro Cachoeira, que a Folha de S. Paulo insiste (sempre) em chamá-lo de “empresário”. Eumano Silva, da Época, foi demitido pela família Marinho, que não dá ponto sem nó;
5- Atacar, sistematicamente, o relator da CPMI do Cachoeira-Veja-Época, Odair Cunha (PT/MG), e o presidente, senador Vital do Rêgo;
6- Ouvir sempre os papagaios da imprensa, o senador Álvaro Dias e seus congêneres menos importantes, que não tem pensamento próprio, pois vazios de propósitos políticos e ideologia;
7- Boicotar a CPMI e tentar espalhar uma cortina de fumaça no que concerne a Fernando Cavendish, cuja empresa, Delta, era a maior parceira dos governantes tucanos paulistas e do DEM, José Serra, Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab, que hoje está no PSD; e
8- Evitar ao máximo fomentar notícias sobre o governador de Goiás, Marconi Perillo, gravado a fazer negócios com bicheiro Cachoeira e que, sem sobra de dúvida, poderá ser destituído do poder.
Gilmar e Gurgel: a serviço da direita e contra o desenvolvimento do Brasil.
Perillo é tucano, e isto incomoda muito a Globo ainda mais que o governador do DF, Agnelo Queiroz, livrou-se até o momento das acusações contra ele que, ao que indicam as apurações da CPMI, foram forjadas para que ele servisse de contraponto ao escândalo protagonizado pelo tucano Marconi Perillo. Não deu para a imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?) dar continuidade à farsa, à mentira e à manipulação do público e por isso seus editores vão ter que se virar para atender seus patrões no que tange à busca ou até mesmo a construção de um novo escândalo, que possa, inclusive, envolver Lula e Dilma e dessa forma fazer com que as atenções da sociedade brasileira sejam direcionadas para os dois líderes políticos trabalhistas e não para os políticos do PSDB e do DEM, que lutam para não perder as prefeituras de São Paulo e de outras capitais e cidades grandes e médias importantes.
A Globo e suas afiliadas combatem e conspiram contra governos e governantes trabalhistas há mais de oito décadas. É o seu DNA colonialista e imperialista que materializa a sua essência golpista, aliada aos interesses das grandes corporações privadas nacionais e internacionais. Desconstruir a imagem de Collor é o caminho escolhido pelos irmãos Marinho, cujo pai, Roberto, cooperou, e muito, para construí-la em 1989 e com isso derrotar o candidato popular e do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que foi, irremediavelmente, prejudicado por causa da edição do debate entre Collor e Lula, que favoreceu o primeiro, o candidato das elites conservadoras.
Eis que então, 20 anos depois, a TV Globo e seus sabujos resolvem entrevistar Rosane Collor e “relembrar” o que todo mundo sabe: o PC tinha influência no governo da época (evidente, ele foi o tesoureiro da campanha), além de se imiscuir em fofocas e leviandades, como fazer com que Rosane, que hoje se diz evangélica, falasse sobre sacrifícios de animais na Casa da Dinda, que tinham por objetivo proteger Fernando Collor, que enfrentava grave crise política e institucional. Acontece também que todo mundo sabe que a TV Globo e o O Globo, para manter seus interesses intactos, realizam verdadeiras reporcagens — o autêntico jornalismo de esgoto — direcionados a abater ou desmoralizar seus adversários ou inimigos, além de tentar intimidar o político ou a instituição republicana que ousar enfrentar seus aliados: os barões da imprensa e seus asseclas, a direita partidária, o Paulo Skaff, da Fiesp, os tucanos de São Paulo, certos juízes do STF, como os ministros Antônio Cezar Peluso e Gilmar Mendes, além de procuradores, a exemplo do Gurgel e da Sampaio, que fazem da Procuradoria Geral da República um bastião dos conservadores, que lutam há dez anos para derrotar os trabalhistas e, consequentemente, conquistar a cadeira da Presidência da República. Só que essa gente não tem programa de governo para desenvolver o Brasil e melhorar a vida dos brasileiros, e por isso vão perder novamente.
Por que a Globo não quer o depoimento do Cavendish e do Pagot? Por que ela ataca o Collor em favor do procurador Gurgel, que deveria ser chamado às falas e depor na CPMI e explicar à sociedade brasileira o porquê de ele sentar, em um tempo de quase três anos, nos processos da PF onde constam as investigações e as gravações da quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira, que, ao que parece, é um dos sócios da Delta, que tinha contratos de dezenas de milhões de reais em Goiás e em São Paulo, onde mora o senhor Paulo Preto, homem de confiança de José Serra e que arrecadava dinheiro para o caixa dois do PSDB e seus partidos aliados.
Sistema midiático burguês: colonizado, de direita e com complexo de vira-lata.
Os homens e mulheres das Organizações(?) Globo e empresários midiáticos de outras corporações tem muito a perder se o PT vencer as eleições para a Prefeitura de São Paulo, ainda mais que os tucanos estão a controlar o estado e a capital paulista há cerca de 30 anos. Franco Montoro foi eleito governador em 1982 e houve um interregno quando Orestes Quércia, em 1987, assumiu o Palácio dos Bandeirantes. Antes e depois só deu tucanos em âmbito de Governo de Estado. Os contratos firmados com os barões da imprensa paulista e também carioca (O Globo, TV Globo, CBN etc.) são milionários, bem como os interesses políticos, porque uma derrota eleitoral dos tucanos poria tudo a perder ou dificultaria muito suas aspirações, inclusive a vitória na eleição para presidente da República.
A “entrevista”, ou melhor, a fofoca de baixo nível repercutida pelo Fantástico, da Globo, é apenas um aperitivo, uma amostra do que a família Marinho é capaz. A Globo deu (mais) um alerta sobre a sua vocação gangsteriana. É uma empresa apelativa e sem escrúpulos, que não mede consequências, porque tem uma essência empresarial destrutiva, colonialista e que detesta o Brasil e seu povo, mas que não abre mão de ganhar muito dinheiro, por intermédio de recursos governamentais, que sempre a alimentaram e fizeram dela uma das corporações privadas mais difíceis de enfrentar, por causa da inércia dos governos, inclusive os trabalhistas, que não efetivaram e não efetivam o marco regulatório para as mídias, que regulamentam os meios de comunicação privados e públicos no Brasil. Collor deverá recrudescer seu discurso e as cobranças, quanto à postura do procurador Roberto Gurgel, catão de plantão da imprensa burguesa tal qual o foi Demóstenes Torres. Rosane Collor quis se beneficiar. Ela considera receber R$ 18 mil de pensão muito pouco, mas é simplória. A Globo, não. É impessoal para ter audiência. É isso aí.
Postado por Davis Ribeiro de Sena Filho às 09:42 16/7/2012
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