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12/11/2014
Brasil ontem e hoje, por Fábio de Oliveira Ribeiro
Fábio de Oliveira Ribeiro
Cresci sob o pavor político disseminado por uma Ditadura que propagandeava sem temor “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Vinte e seis anos de vigência da democrática CF/88 e aqueles que defendem o legado da Ditadura dizem que deixarão o Brasil em razão da vitória de Dilma Rousseff. O que mudou?
Muita coisa mudou. Os brasileiros, por exemplo, tem direito de votar e votam segundo sua consciência e não como a imprensa deseja. A própria imprensa mudou. Durante a Ditadura ela criticava a tirania militar, agora se esforça para destruir uma democracia que não consegue controlar.
Há mais universidades e mais universitários e, no entanto, o movimento estudantil não tem hoje a mesma importância que teve no passado. Aqueles que foram torturados chegaram ao poder e, pasmem, não mandaram torturar seus torturadores.
Os próprios militares brasileiros mudaram. Após o golpe de 1964 eles assinaram um acordo transformando as Forças Armadas do Brasil em tropas de ocupação do Pentágono dentro do país. Na atualidade, os militares brasileiros tem orgulho de serem os únicos a defender a soberania brasileira e excluem qualquer papel relevante dos EUA na defesa do nosso país. Acordos militares foram celebrados com a China, material bélico moderno é adquirido da Rússia.
Uma coisa não mudou. O racismo da elite brasileira. Acuada por seguidas derrotas eleitorais ela volta a disseminar o medo do comunismo, igualando o próprio comunismo à democracia. Tanto que alguns até foram as ruas exigir um golpe militar e assinaram petição exigindo uma intervenção dos EUA em nossos assuntos domésticos. A pestilência da traição é, todavia, disfarçada de nacionalismo. Isto explica porque os mesmos que querem destruir a autonomia política do país tentam se apropriar dos seus símbolos. Os mesmos que se apegam á bandeira do Brasil queimam-na em praça pública, enfiam-na no rabo na TV.
A própria TV mudou bastante. No passado os espiões do SNI e os militares eram sutil ou abertamente ridicularizados nos programas humorísticos. Nos dias de hoje, humoristas como Danilo Gentili são especialistas em adular alguns poderosos e se esforçam para ridicularizar negros, pobres, favelados, sem terra e mendigos. O CQC se incumbe de ridicularizar os representantes do povo como se os humoristas tivessem sido eleitos por Deus para condenar aqueles que foram investidos no poder pela soberania popular.
E já que estamos falando em soberania popular, nunca é demais lembrar que PSDB e DEM, com uma grande ajuda da imprensa, se esforçam bastante para limitar seus efeitos. Apesar de terem perdido a eleição presidencial, os tucanos/demonícos querem impor à Dilma Rousseff o seu programa econômico neoliberal. Pessoalmente, não conheço nenhuma democracia em que os derrotados governem. No Brasil não será diferente. Em algum momento a oposição terá que ser confrontada pelo governo legitimamente eleito.
Durante a Ditadura, a Petrobras era motivo de orgulho nacional. Hoje ela é motivo de chacota daqueles que querem entregar o petróleo brasileiro à exploração das companhias norte-americanas e européias. Chega-se ao absurdo de apoiar uma investigação iniciada nos EUA contra a Petrobras como se a companhia não fosse brasileira e o Brasil não tivesse poder e jurisdição para avaliar e julgar o que ocorre dentro da mesma. Há partidos políticos traindo a democracia porque foram derrotados. Há políticos que ousam trair o próprio país para atender os interesses das potências estrangeiras. Existe virtude na traição? Não, nunca houve. Hoje como ontem os patriotas se levantarão para defender o país, sua jurisdição, seu petróleo e sua companhia petrolífera. Nenhuma dúvida quanto a isto.
Os militares que submeteram nossas Forças Armadas aos EUA foram derrotados. Antes deles, os holandeses que invadiram o Brasil foram expulsos e aqueles que se aliaram aos invasores pagaram caro por dar as costas aos interesses brasileiros. Em breve uma nova luta mortal será travada em nosso território contra os traidores do país. Eles serão derrotados uma vez mais, porque a virtude do patriotismo é e sempre será vitoriosa quando disputa o controle do Brasil contra seus traidores.
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