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02/03/2015
FHC é golpista, o PSDB é derrotado e a marcha de 15 de março é contra o Brasil
Palavra Livre 01/03/2015
Por Davis Sena Filho
O
tucano Fernando Henrique Cardoso é ex-presidente da República. Apesar
de ser carioca, trata-se de um político do Estado de São Paulo, unidade
da Federação conservadora, que historicamente e politicamente sempre
foi aliada dos interesses da burguesia bandeirante, da oligarquia rural e
da plutocracia internacional.
FHC
— o Neoliberal I — reflete o que São Paulo sempre o foi e nunca deixou
de sê-lo: a Primeira República, a República Velha ou a Politica do Café
com Leite. Este político, que já "bebeu" da literatura de Karl Marx,
hoje é a fina flor dos interesses das classes dominantes, do
empresariado nacional e internacional e dos governantes das grandes
potências do ocidente.
O
grão-tucano, na verdade, pertence à corrente de pensamento
conservadora, que defende a hegemonia de classe, a privatização do
patrimônio público, o estado mínimo e a dependência máxima, porque quer
ver o Brasil subordinado aos interesses estrangeiros. Saiu da esquerda
para a direita, e hoje, lamentavelmente, apregoa um golpe político
contra a presidenta trabalhista Dilma Rousseff, recém-eleita pela
maioria dos eleitores brasileiros, em eleições livres, justas e
democráticas.
A
verdade é que o tucano que governou este País, no papel de caixeiro
viajante e jamais como estadista, porque se recusa, tais quais ao PSDB e
às "elites", a pensar o Brasil, nunca aceitou o sucesso do
ex-presidente Lula na Presidência da República, ao sair o poder com 82%
de aprovação popular, bem como requisitado por governos de inúmeros
países para visitá-los e ser homenageado, como deve ser tratado um
mandatário que mudou o Brasil para melhor, ao desenvolver seu mercado
interno, criar mais de dez milhões de empregos e praticamente eliminar a
fome e a miséria, além de ter sido o principal articulador do Brics, da
Unasul e do Mercosul, a fazer com que o poderoso País sul-americano
fosse respeitado em todo o planeta.
Por
sua vez, Fernando Henrique Cardoso recusa a se recolher à sua própria
insignificância política, porque se não fosse os magnatas bilionários de
imprensa e seus feitores aboletados nos covis das redações das grandes
mídias meramente de mercado, o PSDB e o Príncipe da Privataria não
sairiam dos limites de São Paulo, o Estado conspirador, reacionário ao
desenvolvimento do Brasil e de caráter e intenção separatista.
Blindado
politicamente pelos barões da imprensa alienígena, FHC, malandramente e
sorrateiramente, dá uma de João sem braço, apoia e fomenta o golpe
institucional contra Dilma Rousseff, ao tempo em que aconselha aos
membros do PSDB que, todavia, tal apoio não deve ser dado aos golpistas
de 15 de março — a maioria coxinha udenista de classe média —, de forma
oficial, mas, conforme o grão-caixeiro viajante, “Tem que ficar claro
que nós apoiamos, mas não somos os promotores”.
FHC
muito se parece com o ex-presidente Washington Luís, nascido no Estado
do Rio de Janeiro, como o tucano, e igualmente adotado pela burguesia de
São Paulo. O último presidente da República Velha foi derrotado pelas
forças getulistas, juntamente com seu aliado, Júlio Prestes, que não
conseguiu assumir a Presidência da República em 1930, porque o
trabalhista gaúcho e líder de revolução, Getúlio Vargas, assumiu o
poder, com o apoio da Paraíba e de Minas Gerais. Os mineiros se sentiram
traídos por São Paulo, que não cumpriu o acordo de revesamento entre
ambos. Na Primeira República, os dois estados eram hegemônicos, no que
concerne a controlar o governo central.
Nos
dias de hoje, percebe-se claramente que São Paulo e Minas, dos
ex-governadores do PSDB, Aécio Neves e Antônio Anastasia, derrotados
pelo PT nas eleições para governador em 2014, reviveram a República
Velha, como se estivessem em 1932, uma tentativa de golpe de estado da
burguesia paulista, depois transformado em marcha comemorativa anual,
com a finalidade de relembrar o que a casa grande do estado bandeirante
chama de "Revolução Constitucionalista". A resumir: todo ano a burguesia
paulista comemora a derrota.
Contudo,
a verdade é que tal evento bélico não passou de uma quartelada mais
longa, cujo objetivo era retroceder à Era da Política do Café com Leite.
A secessão golpista de propósitos elitistas foi sumariamente derrotada
por Getúlio Vargas, e, consequentemente, a maior cidade da América
Latina e uma das maiores do mundo, até os dias de hoje não tem uma única
rua com o nome do estadista gaúcho responsável pelo Brasil moderno, por
sua industrialização e pelas leis trabalhistas, que tiraram o
trabalhador brasileiro da condição de semi-escravo.
Fernando
Henrique — o presidente que entregou o Brasil — continua a velejar por
mares bravios e a caminhar por veredas tortuosas, pelo simples fato de
não ter quaisquer compromissos com o desenvolvimento deste grande País e
muito menos com a emancipação do povo trabalhador brasileiro. Sua
convicção de levar o País ao retrocesso é plena, e não deixa margem à
dúvida daqueles que combatem suas ideias e preceitos derrotistas,
colonizados e entreguistas.
FHC
é o caboclo com os punhos de renda e ar pedante. Você pode vê-lo a um
quilômetro de distância e sabe, sem conhecê-lo, que se trata de um
coxinha de alto calibre social e pouca consciência prática e teórica
sobre as questões brasileiras, porque, irrefragavelmente, o tucano, como
a maioria dos que frequentam o campo da direita e são inquilinos da
casa grande, recusam-se a pensar o Brasil, porque adotaram países
estrangeiros como suas referências de sonhos de consumo e exibicionismo
barato por se considerarem vips.
O
maior traidor da Pátria de todos os tempos, o que vendeu 125 estatais a
preço de banana, o que desempregou e não construiu escolas e
universidades, o que não prendeu corruptos e corruptores, o que depredou
a Petrobras e afundou a plataforma P-36, o que deixou o País às escuras
por causa de um apagão de 18 meses, o que mente ser o criador do Real,
sendo que o verdadeiro criador da moeda é o ex-presidente Itamar Franco,
e o que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas
mãos, porque quebrou o Brasil três vezes é, sem sombra de dúvidas, o
FHC. Ponto.
Neste
momento de crise política, o tucano-mor, que se diz um democrata,
junta-se aos golpistas de sempre, a exemplo da imprensa comercial e
privada, e dos partidos de direita, dentre outros personagens
inconformados com a quarta vitória do PT, para insuflar um golpe
institucional, porque, realmente, recorrer aos militares não tem mais
sentido e nem razão. Mas, se pudessem, o fariam, porque a direita não se
preocupa em defender a democracia, pois sem ela vive muito bem,
sente-se confortável, além de se beneficiar e manter, indefinidamente, o
status quo, pelo qual eu não tenho o mínimo respeito.
O
Príncipe Privata orientou seus "súditos" a estimular o impeachment
contra a Dilma Rousseff, porém, sem participar diretamente do movimento
golpista e antidemocrático, a ser realizado no dia 15 de março, a ter os
coxinhas udenistas de classe média a fazer a claque e a carregar
vassouras "janistas", porque eles são contra a corrupção e a "tudo o que
está aí". Só não são contrários ao que diz respeito à corrupção dos
tucanos do PSDB, do DEM (o pior partido do mundo) e do empresariado que
apoia tal campo político-ideológico conservador.
O
traidor da Pátria brasileira, que até os recém-nascidos e os idiotas
sabem de quem se trata, também ouviu um de seus "súditos", igualmente
golpista como ele: "Temos que estabelecer esse limite, ter esse cuidado.
Não será iniciativa partidária" — ressaltou Aécio Neves, o tucano
duplamente derrotado por Dilma Rousseff, no Brasil, e por Fernando
Pimentel, em Minas Gerais.
Então,
vamos à pergunta que não quer calar: "Como é que é, cara pálida?" Vamos
ver se eu entendi: o Aécio Neves é derrotado, e em seu primeiro
pronunciamento no Senado apregoa o golpe e não reconhece a vitória
legítima de Dilma Rousseff nas urnas. Depois disso, a imprensa corrupta e
de negócios privados faz coro com o tucano derrotado e inconformado, ao
ponto de grande parte de seus escribas de opinião pregarem o golpe, de
forma direta e também dissimulada.
Depois
disso, atores da política se juntaram ao propósito de não deixar Dilma
governar e passaram a pedir o impeachment. Álvaro Dias, Ronaldo Caiado,
Carlos Sampaio, Aloysio Nunes (este diz que vai ao protesto de direita),
Agripino Maia, Rodrigo Maia, José Carlos Aleluia, dentre outros,
apostam no impeachment, como forma de a direita chegar ao poder antes
das eleições de 2018, até porque Lula pode ser o candidato do PT.
Depois
desses fatos e realidades pró-impeachment que a direita criou, essa
gente diz, no encontro realizado no iFHC, que tem de "haver limites e
não oficializar seu apoio" ao impeachment de Dilma? O que é isto,
camarada? Os demotucanos enfiam a mão na cumbuca e depois escondem a
mão, porque ficou presa e não conseguem retirá-la. Como sempre em cima
do muro, até para assumir a cumplicidade com a tentativa de golpe contra
uma mandatária eleita.
Eles
esquecem que o vice-presidente é do PMDB, que se diz legalista e
constitucionalista, além de se verificar no Brasil que os movimentos
sociais urbanos e rurais, as confederações de trabalhadores, os
estudantes, grande parte da classe média que vota na esquerda, a OAB, a
ABI, as Forças Armadas, dentre outros órgãos, entidades e instituições
não vão permitir que um bando de tucanos emplumados dê uma de brucutu
golpista e irresponsável.
A
verdade é apenas esta: fazer passeata e protestar é permitido. Dar
golpe de estado, não. Fernando Henrique — o Neoliberal I — é golpista, o
PSDB é derrotado e a marcha de 15 de março é contra os interesses do
Brasil. É isso aí.
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