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29/03/2015
A vergonhosa campanha da mídia para ficar com todo o dinheiro da publicidade do governo. Por Paulo Nogueira
Quando você se elege, tem uma série de dores de cabeça.
É cobrado por tudo.
Mas você tem também alguns benefícios. Indicar pessoas para cargos estratégicos, por exemplo.
É um benefício que deriva de uma única coisa: os votos. A isso se dá o nome de democracia.
Os conservadores parecem ter outro entendimento. Quer dizer, quando eles não estão no poder.
Merval Pereira, o gerente geral do colunismo de direita, não queria que Dilma indicasse para a Secom alguém do PT.
Isso porque, segundo Merval, é um local em que o titular pode “financiar blogs governistas”.
Para melhor compreensão, é preciso trocar duas coisas na frase de Merval. “Financiar” significa “anunciar”. E “blogs governistas” são aqueles que garantem alguma pluralidade no debate político e econômico nacional.
Leitores progressistas ficariam simplesmente ao relento se não tivessem outro destino, na mídia, que não fosse o oligopólio comandado pelas famílias Marinho, Civita e Frias.
Aqui, é necessário trazer luz onde existem sombras.
Os blog, ou sites, aos quais Merval presumivelmente se refere têm uma audiência considerável – e crescente, ao contrário de telejornais, revistas e jornais.
Por motivos profissionais, acompanho em medidores especializados como o Comscore a marcha da audiência dos principais sites progressistas.
O crescimento é expressivo, por duas razões. Uma é a busca de conteúdo que fuja do reacionarismo de Merval e tantos outros. A outra é a Era Digital.
Não sei se o DCM se enquadra nos sites que Merval gostaria de ver mortos, mas vou dar nossos números de audiência.
Em dois anos, saímos de 200 000 cliques diários para 18 milhões. Tornamo-nos 90 vezes maiores do que éramos. Os visitantes únicos já se aproximam de 3 milhões.
Crescimentos consistentes, posso garantir, também se registram em sites como o GGN, o Conversa Afiada e o 247.
O governo não faz favor nenhum quando anuncia neles. (Apenas para registro: até aqui, o DCM virtualmente não teve publicidade das estatais federais. Somos financiados, em empreendimentos mais custosos, pelo público, em operações de crowdfunding.)
Tudo isso posto, vamos analisar a Globo de Merval e sua relação com a publicidade oficial.
Mesmo com a brutal queda de audiência, a Globo vem recebendo, em média, 500 milhões de reais por ano em publicidade oficial.
Isso agora.
Poucos sabem, mas no passado, durante muitos anos, quando os anunciantes já conseguiam grandes descontos sobre as tabelas de publicidade dos veículos, apenas o governo continuava a pagar o preço integral.
Ainda nos anos 1990, era isso o que vigorava. Na prática, era um assalto ao dinheiro público.
Lembro disso muito bem porque ocupava um cargo executivo na Editora Abril. Anúncio do governo era uma festa.
No caso da Globo, se voltarmos um pouco mais, nos dias da ditadura, o que vemos é um crime organizado.
Roberto Marinho ganhou uma televisão para defender a ditadura. Não levou apenas a concessão. Junto, veio publicidade copiosa. Se não bastasse, os bancos públicos sempre estiveram abertos para financiar a juros maternos a empresa.
Isso durou todo o tempo da ditadura. Não surpreende que a Globo tenha feito o possível para que os generais permanecessem no poder.
E então, com todo esse passivo, ainda assim Merval se sente autorizado a dar lições de moral sobre as verbas estatais.
Não fossem elas, Merval não estaria onde está – e nem a fortuna dos Marinhos seria uma das maiores do Brasil.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
É cobrado por tudo.
Mas você tem também alguns benefícios. Indicar pessoas para cargos estratégicos, por exemplo.
É um benefício que deriva de uma única coisa: os votos. A isso se dá o nome de democracia.
Os conservadores parecem ter outro entendimento. Quer dizer, quando eles não estão no poder.
Merval Pereira, o gerente geral do colunismo de direita, não queria que Dilma indicasse para a Secom alguém do PT.
Isso porque, segundo Merval, é um local em que o titular pode “financiar blogs governistas”.
Para melhor compreensão, é preciso trocar duas coisas na frase de Merval. “Financiar” significa “anunciar”. E “blogs governistas” são aqueles que garantem alguma pluralidade no debate político e econômico nacional.
Leitores progressistas ficariam simplesmente ao relento se não tivessem outro destino, na mídia, que não fosse o oligopólio comandado pelas famílias Marinho, Civita e Frias.
Aqui, é necessário trazer luz onde existem sombras.
Os blog, ou sites, aos quais Merval presumivelmente se refere têm uma audiência considerável – e crescente, ao contrário de telejornais, revistas e jornais.
Por motivos profissionais, acompanho em medidores especializados como o Comscore a marcha da audiência dos principais sites progressistas.
O crescimento é expressivo, por duas razões. Uma é a busca de conteúdo que fuja do reacionarismo de Merval e tantos outros. A outra é a Era Digital.
Não sei se o DCM se enquadra nos sites que Merval gostaria de ver mortos, mas vou dar nossos números de audiência.
Em dois anos, saímos de 200 000 cliques diários para 18 milhões. Tornamo-nos 90 vezes maiores do que éramos. Os visitantes únicos já se aproximam de 3 milhões.
Crescimentos consistentes, posso garantir, também se registram em sites como o GGN, o Conversa Afiada e o 247.
O governo não faz favor nenhum quando anuncia neles. (Apenas para registro: até aqui, o DCM virtualmente não teve publicidade das estatais federais. Somos financiados, em empreendimentos mais custosos, pelo público, em operações de crowdfunding.)
Tudo isso posto, vamos analisar a Globo de Merval e sua relação com a publicidade oficial.
Mesmo com a brutal queda de audiência, a Globo vem recebendo, em média, 500 milhões de reais por ano em publicidade oficial.
Isso agora.
Poucos sabem, mas no passado, durante muitos anos, quando os anunciantes já conseguiam grandes descontos sobre as tabelas de publicidade dos veículos, apenas o governo continuava a pagar o preço integral.
Ainda nos anos 1990, era isso o que vigorava. Na prática, era um assalto ao dinheiro público.
Lembro disso muito bem porque ocupava um cargo executivo na Editora Abril. Anúncio do governo era uma festa.
No caso da Globo, se voltarmos um pouco mais, nos dias da ditadura, o que vemos é um crime organizado.
Roberto Marinho ganhou uma televisão para defender a ditadura. Não levou apenas a concessão. Junto, veio publicidade copiosa. Se não bastasse, os bancos públicos sempre estiveram abertos para financiar a juros maternos a empresa.
Isso durou todo o tempo da ditadura. Não surpreende que a Globo tenha feito o possível para que os generais permanecessem no poder.
E então, com todo esse passivo, ainda assim Merval se sente autorizado a dar lições de moral sobre as verbas estatais.
Não fossem elas, Merval não estaria onde está – e nem a fortuna dos Marinhos seria uma das maiores do Brasil.
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