14/03/2015
A cobertura desonesta da alta do dólar feita por Míriam Leitão e congêneres
Uma das funções mais nobres da mídia é jogar luzes onde existem sombras.
Falei disso algumas vezes, e sempre penso nisso quando reflito sobre o DCM.
A imprensa brasileira faz o oposto: joga mais sombras onde já existem sombras.
Um exemplo notável disso é a cobertura que se dá à alta do dólar.
Uma coisa é o dólar estar subindo apenas no Brasil, enquanto no universo reina estabilidade paradisíaca.
Outra coisa é o dólar estar subindo em todo o mundo.
No primeiro caso, o problema está no governo. No segundo, o país é parte de um drama complexo – e o governo está longe de ser o único responsável.
E como a imprensa brasileira noticia o dólar? Bem, você pode imaginar.
A luz veio, afinal, da BBC Brasil. Hoje, a BBC fez uma reportagem na qual mostrou o panorama real.
A BBC entrevistou uma consultoria, a Rosenberg. A Rosenberg acompanha um cesto de 21 moedas internacionais. Delas, 20 se desvalorizaram diante do dólar.
Não uma, não duas, não três: 20.
Se você não dá essa informação, o leitor flutua numa nuvem de ignorância pessimista.
O dólar forte se explica, em boa parte, nos sinais de recuperação da economia americana.
Há, também, sinais de que o FED, o banco central dos Estados Unidos, vai aumentar a taxa de juros.
Com isso, investidores são tentados a deslocar seu dinheiro para os Estados Unidos, em busca de juros atraentes para suas aplicações.
O dólar se beneficia com isso.
Não se trata de negar problema, e sim de situá-lo.
A BBC mostra uma coisa que nenhum colunista econômico da imprensa noticiou: perante o euro, o real manteve a paridade.
Há um ano, o euro estava cotado a 3,28 reais. Agora, está em 3,31.
Neste princípio de ano, o real caiu 13,4% diante do dólar, enquanto o recuo do euro foi de 11,6%.
Menos de dois pontos porcentuais de diferença, portanto.
Por que este tipo de coisa não aparece na mídia brasileira?
Porque não interessa informar que a crise é mundial. Isso tiraria o peso das críticas sobre Dilma.
Mesmo ao preço de desinformar os que nela ainda acreditam, a mídia opta por mostrar a árvore e não a floresta.
A BBC, com uma simples matéria, contou mais sobre a alta do dólar do que toda a imprensa reunida.
Chega a ser engraçado, ou patético, ver agora colunistas correndo atrás de explicações para não se desmoralizarem depois que a BBC os desmascarou.
Hoje, em seu blog no Globo, Míriam Leitão, por exemplo, trata do câmbio, e enfim coloca o mundo em suas análises.
De maneira torta, aliás: segundo ela, a União Europeia quis depreciar sua moeda. E o Brasil não. Seria mais ou menos assim, na visão peculiar de Míriam Leitão: o euro se atirou ao chão, e o real caiu.
Quem acredita nisso, como disse Wellington, acredita em tudo.
Enquanto isso, o G1 continua a dar manchetes com o câmbio minuto a minuto, num ato de descerebrada inutilidade para o leitor.
Quando você sabe quem comanda as Novas Mídias na Globo, entende o esforço em desqualificar o governo.
É Erick Bretas, um jornalista-militante de direita que recentemente se notabilizou por conclamar seus amigos de Facebook a participarem do protesto do dia 15.
Na primeira página do G1, com um clique à esquerda, você pode ler a carta de princípios da Globo.
O item mais solene, ali, é a “isenção”.
Bretas é prova disso.
E a cobertura do dólar é prova de que a imprensa brasileira é uma das piores e mais desonestas do mundo.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Falei disso algumas vezes, e sempre penso nisso quando reflito sobre o DCM.
A imprensa brasileira faz o oposto: joga mais sombras onde já existem sombras.
Um exemplo notável disso é a cobertura que se dá à alta do dólar.
Uma coisa é o dólar estar subindo apenas no Brasil, enquanto no universo reina estabilidade paradisíaca.
Outra coisa é o dólar estar subindo em todo o mundo.
No primeiro caso, o problema está no governo. No segundo, o país é parte de um drama complexo – e o governo está longe de ser o único responsável.
E como a imprensa brasileira noticia o dólar? Bem, você pode imaginar.
A luz veio, afinal, da BBC Brasil. Hoje, a BBC fez uma reportagem na qual mostrou o panorama real.
A BBC entrevistou uma consultoria, a Rosenberg. A Rosenberg acompanha um cesto de 21 moedas internacionais. Delas, 20 se desvalorizaram diante do dólar.
Não uma, não duas, não três: 20.
Se você não dá essa informação, o leitor flutua numa nuvem de ignorância pessimista.
O dólar forte se explica, em boa parte, nos sinais de recuperação da economia americana.
Há, também, sinais de que o FED, o banco central dos Estados Unidos, vai aumentar a taxa de juros.
Com isso, investidores são tentados a deslocar seu dinheiro para os Estados Unidos, em busca de juros atraentes para suas aplicações.
O dólar se beneficia com isso.
Não se trata de negar problema, e sim de situá-lo.
A BBC mostra uma coisa que nenhum colunista econômico da imprensa noticiou: perante o euro, o real manteve a paridade.
Há um ano, o euro estava cotado a 3,28 reais. Agora, está em 3,31.
Neste princípio de ano, o real caiu 13,4% diante do dólar, enquanto o recuo do euro foi de 11,6%.
Menos de dois pontos porcentuais de diferença, portanto.
Por que este tipo de coisa não aparece na mídia brasileira?
Porque não interessa informar que a crise é mundial. Isso tiraria o peso das críticas sobre Dilma.
Mesmo ao preço de desinformar os que nela ainda acreditam, a mídia opta por mostrar a árvore e não a floresta.
A BBC, com uma simples matéria, contou mais sobre a alta do dólar do que toda a imprensa reunida.
Chega a ser engraçado, ou patético, ver agora colunistas correndo atrás de explicações para não se desmoralizarem depois que a BBC os desmascarou.
Hoje, em seu blog no Globo, Míriam Leitão, por exemplo, trata do câmbio, e enfim coloca o mundo em suas análises.
De maneira torta, aliás: segundo ela, a União Europeia quis depreciar sua moeda. E o Brasil não. Seria mais ou menos assim, na visão peculiar de Míriam Leitão: o euro se atirou ao chão, e o real caiu.
Quem acredita nisso, como disse Wellington, acredita em tudo.
Enquanto isso, o G1 continua a dar manchetes com o câmbio minuto a minuto, num ato de descerebrada inutilidade para o leitor.
Quando você sabe quem comanda as Novas Mídias na Globo, entende o esforço em desqualificar o governo.
É Erick Bretas, um jornalista-militante de direita que recentemente se notabilizou por conclamar seus amigos de Facebook a participarem do protesto do dia 15.
Na primeira página do G1, com um clique à esquerda, você pode ler a carta de princípios da Globo.
O item mais solene, ali, é a “isenção”.
Bretas é prova disso.
E a cobertura do dólar é prova de que a imprensa brasileira é uma das piores e mais desonestas do mundo.
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