Palavra
Livre - 31/03/2015
Por Davis Sena Filho
Por
que as Organizações Globo(?) querem ver a Petrobras falida? Resposta fácil: porque
o processo político brasileiro passa e sempre passou pela Petrobras, antes mesmo
de ela ser criada pelo presidente estadista, Getúlio Vargas, em 1953. A verdade
é que a Petrobras, além de ser a estatal que simboliza a luta pela independência
do Brasil, representa ainda a competência dos trabalhadores, administradores, técnicos,
engenheiros, cientistas e pesquisadores brasileiros, que em 62 anos
transformaram a Petrobras em uma das maiores empresas petrolíferas do mundo,
autossuficiente em petróleo e portadora de tecnologias e conhecimentos sobre
prospecção de petróleo em águas profundas que nenhum país tem.
As
Organizações(?) Globo sabem disso, mas não se importam com a verdade e atacam a
Petrobras sem quaisquer escrúpulos, pois a intenção é causar confusão a segmentos
inteiros da sociedade, porque propositalmente manipula as notícias sobre a
corrupção na estatal, a dar uma conotação mentirosa e perversa sobre a incompetência
do Estado nacional para gerenciar tamanha empresa, que se confunde com a
própria brasilidade e a capacidade de superação do povo brasileiro quando se
trata de sobreviver.
As Organizações(?) Globo são
levianas e sorrateiras, porque suas matérias jornalísticas são seletivas e não
traduzem a verdade, porque, do contrário, não haveria como tal empresa privada
e “proprietária” de um monopólio gigantesco de comunicação manter no ar por
tanto tempo casos de corrupção na Petrobras, como se fossem capítulos de
novelas da pior qualidade, nos quais servidores públicos concursados nos idos
das décadas de 1970 e 1980 são os protagonistas, a fazerem os “papéis” de
criminosos, ladrões do dinheiro público, que estão a ser devidamente
investigados pela Polícia Federal, denunciados pelo Ministério Público e
punidos pelo Judiciário.
Tudo isto em pleno Governo
do PT, a ter à frente a presidenta Dilma Rousseff, mandatária que demonstra
enorme coragem, e que avisou na campanha presidencial, sem deixar dúvidas, que “não
vai ficar pedra sobre pedra”, no que diz respeito ao combate à corrupção. E
assim foi feito. E assim está a ser feito. Contudo, quanto mais se prende e se
descobre falcatruas e roubalheiras por parte daqueles que deveria zelar pelo
patrimônio público, mais as Organizações(?) Globo e suas congêneres batem no
Governo Trabalhista, como se o poder público não estivesse a realizar suas
obrigações e competências, que se resumem em apurar os fatos e encaminhá-los à
Justiça.
A verdade que está por
detrás da campanha insidiosa e entreguista contra a Petrobras não é,
seguramente, o zelo da Globo pela Petrobras. De forma alguma. O Jornal O Globo,
de Irineu e Roberto Marinho, combateu furiosamente e sistematicamente a criação
da estatal pelo trabalhista Getúlio Vargas, líder da Revolução de 1930, que a
família Marinho sempre odiou. Tal oligarquia midiática simpatiza muito com as
lideranças dos golpistas de 1932, de 1945, de 1954 e de 1964.
Sobre isto ninguém tem
dúvidas. Atualmente, aliam-se aos herdeiros da UDN lacerdista, o PSDB dos
tucanos e o DEM — o pior partido do mundo, onde viceja um extremista de
direita, que sonha em ser presidente da República, cujo nome é Ronaldo Caiado
(DEM), fazendeiro poderoso de Goiás, ex-líder da UDR, que se comporta, na
Câmara dos Deputados e hoje no Senado, como um brucutu movido a ódios, portador
de um vocabulário agressivo, áspero e violento contra o PT, o ex-presidente
Lula, a presidenta Dilma Rousseff e as esquerdas em geral. Caiado é o Bolsonaro
do agronegócio. O direitista votou contra a PEC do Trabalho Escravo, até porque
a família Caiado está na “lista suja” do Ministério do Trabalho, por submeter o
trabalhador a condições indignas, ou seja, degradantes ao ser humano.
Entretanto, a verdade é que
a direita está a conseguir no momento colocar o Governo Trabalhista nos corners
do ringue. A movimentação oposicionista dos partidos conservadores, à frente o
PSDB, e a repercussão dos casos de corrupção conforme a ótica, à vontade e as
decisões de profissionais que trabalham para os magnatas bilionários de
imprensa estão a causar ao Governo de Dilma e ao PT a deterioração de suas
imagens e a desqualificação de suas competências para administrarem o País.
Apesar do crescimento
econômico e do desenvolvimento social gigantesco verificado no período de governança
petista, a ordem na imprensa de mercado e nos setores reacionários da sociedade
brasileira é não reconhecer os avanços, que aconteceram no Brasil, e muito
menos dar voz a quem está a ser diuturnamente atacado, no caso o Partido dos
Trabalhadores e suas lideranças, como querem fazer agora com o ex-ministro José
Dirceu, que, mesmo a cumprir pena, tentam implicá-lo com a operação Lava Jato.
Manter figuras da República
emblemáticas e de esquerda na defensiva e manchar suas imagens perante o
público é a “fórmula” repetida intensamente pela imprensa de negócios privados,
que historicamente procedeu da mesma maneira com Getúlio Vargas, João Goulart e
Leonel Brizola, todos considerados políticos do campo trabalhista, que foram
impiedosamente chamados de ladrões, corruptos e malfeitores por esta mesma
imprensa corporativa, predadora do patrimônio público e inimiga dos interesses
do Brasil e de seu povo, que luta há séculos para se emancipar. Só que esses
três personagens históricos do mundo político não roubaram o povo, como depois
foi comprovado, como igualmente também não roubou o presidente Lula e,
evidentemente, não rouba e não roubará a presidenta Dilma Rousseff.
Desacreditar e macular os “inimigos”
dos empresários, dos partidos de direita e da imprensa alienígena, sonegadora
de impostos e fomentadora de golpes de estado, é a tônica ou o modus operandi
dos direitistas, que não conhecem outra forma de combate àqueles que não seguem
suas agendas políticas e não coadunam com seus propósitos e interesses
econômicos. Por sua vez, o Governo Trabalhista se encontra em um processo de
letargia sem fim, e não reage à altura para demover a parafernália midiática e
partidária de direita de tentar um golpe contra as instituições republicanas e
o estado democrático de direito.
Não há trégua nesta luta,
pois campos ideológicos e políticos antagonistas, cujas contradições de ambos não
se confrontam no âmbito das ideais, mas se realizam, sobretudo, em um círculo
de acusações, denúncias, muitas delas, apelativamente, vazias, porque sem
comprovações policiais e jurídicas, como bem demonstraram, no decorrer do
tempo, inúmeras “denúncias” repercutidas pela imprensa comercial e privada, que
insiste em realizar um jornalismo de esgoto, de conteúdo apenas declaratório,
pois, efetivamente, de caráter político-partidário e, com efeito, despreocupado
em ouvir todos os lados de uma história ou acontecimento. O básico, a imprensa
empresarial e familiar, propositalmente, não consegue fazer, porque
açodadamente politizada e ideologizada.
Por seu turno, esquecem os
verdugos e traidores contumazes da Pátria, que a mentira, mesmo repetida
incansavelmente pelos meios de comunicação pertencentes à meia dúzia de
famílias bilionárias e compromissadas com a plutocracia internacional, tem
pernas curtas e a verdade sempre vem à tona, apesar da tentativa de afogamento,
como no caso da Petrobras.
Os governos trabalhistas,
democráticos e populares de Lula e Dilma realizaram mais de duas mil operações
policiais e nunca retaliaram o Ministério Público e o STF quando estes
investigaram e puniram pessoas ligadas ao Governo. Além disso, está mais do que
comprovado que os procuradores-gerais da República e os juízes do Supremo foram
escolhidos em listas tríplices, fato estes que considero um grave equívoco,
inclusive de estratégia desses dois presidentes, que deveriam, sim, escolher os
juízes e os procuradores como lhes faculta a Constituição.
O presidente conservador do
PSDB, Fernando Henrique Cardoso, jamais teria tanto respeito e consideração
pela democracia, pois sempre escolheu “seus” nomeados e se resguardou contra
seus maus atos e ações, a exemplo da compra de votos para a reeleição, conforme
gravações de parlamentares e denúncias de jornalistas, bem como para a
alienação e desconstrução do patrimônio público, conforme demonstra,
inapelavelmente, as denúncias nos livros “A Privataria Tucana” e o “Príncipe da
Privataria”, além de incontáveis denúncias de escândalos que aconteceram nos
oitos anos de desgoverno FHC — o Neoliberal I —, aquele que foi ao FMI três
vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil
três vezes.
Até hoje nenhum tucano foi
preso. Pelo contrário, crimes como o do Mensalão Tucano estão a prescrever,
muitos dos envolvidos ficaram inimputáveis por causa da idade e este ano o
escândalo completa dez anos de impunidade. São às dezenas, quiçá centenas, as
denúncias e os casos de corrupção de tucanos, no decorrer de 26 anos de
fundação do PSDB, partido que governou o Brasil oito anos, que controla São
Paulo há 20 anos, além de estados fortes como Minas Gerais, que hoje é
governado por Fernando Pimentel do PT, mas ficou nas mãos de Aécio Neves e seu
grupo por mais de 10 anos, sendo que o estado do Paraná, unidade da Federação
conservadora, é controlado pelo PSDB há quase 10 anos, sendo que o governador
tucano, Beto Richa, está a enfrentar uma crise de credibilidade sem
precedentes, porque seu governo é acusado pela sociedade paranaense de corrupção,
além de enfrentar, recorrentemente, greves no setor público.
Obviamente que nenhum desses
episódios foram devidamente repercutidos pela imprensa familiar e hegemônica,
conforme a importância deles, porque simplesmente “amiga” dos demotucanos. Tal
sistema midiático privado está aí na vida para proteger seus aliados,
apaniguados e sócios. Ponto. Quanto a esta realidade, não há menor dúvida. Como
é possível um escândalo, maior do que o da Petrobras, a exemplo dos sonegadores
criminosos com contas no HSBC suíço, não ser mostrado pela imprensa de negócios
privados como se deveria, afinal é uma questão que prejudica terrivelmente a
sociedade brasileira e, portanto, interessa-lhe saber quem rouba o Erário Público,
e, consequentemente, a educação, a saúde, a segurança, a moradia, a
infraestrutura e os empregos, porque um povo sem emprego é um povo fadado à
miséria, à pobreza, à fome e à violência.
Dito tudo isto, chega-se à
conclusão que o caso do HSBC, como muitos outros, como o Mensalão Tucano, o Banestado,
a Satiagraha, a Castelo de Areia, além das Chacal, Sundow/BoiBarrica, Dilúvio,
Poseidon e Diamante foram todas anuladas pela Justiça. Porém, o Metrosão e o
Trensalão ainda estão a ser investigados, apesar de certa leniência e
morosidade da Justiça e do MP, que jamais agiriam dessa forma se fosse o PT
envolvido ou, nem preciso ir tão longe, apenas ser acusado, inclusive sem
provas. É o que ocorre no Brasil de hoje e de ontem, com o acréscimo de um “P”,
de petista, porque os outros “pês” são de puta, pobre e preto.
Como sempre ocorre no
Brasil, temos uma Justiça nada confiável. É que o povo sente e diz. Basta
entrevistá-lo nas ruas e perguntar ao povo se a Justiça deste País é
republicana ou somente defende os interesses dos ricos e dos poderosos, sem nos
esquecermos dos brancos, porque se trata de um Judiciário composto, em sua
maioria, por juízes burgueses e pequenos burgueses, politicamente
conservadores, divorciados dos interesses populares e que se dedicam a servir
ao status quo, sem sombra de dúvida.
Não é à toa que governos e
mandatários populares e de esquerda vivem como se estivessem na berlinda. Não é
fácil enfrentar uma máquina midiática de direita e que se tornou um partido
político sem limites e ética para atacar a quem considera os inimigos a serem
derrotados, seja de qualquer jeito e da forma que for necessária, nem que seja
por intermédio de golpes de estado ou impeachment de uma presidenta eleita por
mais de 54 milhões de votos e que não incorreu em crimes de responsabilidade,
malfeitos e que vem a demonstrar que não tergiversa quanto a não aceitar
conviver com a corrupção, tanto que a combate duramente, o que se tornou uma
rotina em seu governo, rotina esta que começou nas mais de mil operações da PF
realizadas durante o Governo Lula. Realidades estas que jamais aconteceram nos
governos dos tucanos.
A
verdade é apenas uma: as Organizações(?) Globo, predadora do Brasil, quer ver a
Petrobras falida. Sempre agiram desta forma, desde os tempos de Getúlio. Não é
novidade. Apenas reiteram suas vocações de aves de rapinas, predadoras do
Brasil, País generoso onde ganham muito dinheiro, ao ponto de se tornarem
bilionários. As Organizações(?) Globo quer ver o Estado nacional de joelhos e,
junto com ele, o povo. Vive do dinheiro público, edificou seus tijolos na
ditadura militar, sabota presidentes eleitos pela vontade soberana do povo e
aposta no quanto pior, melhor.
Se
não fosse a Globo e as empresas desse grupo, o Brasil já estaria em uma
condição de desenvolvimento social e econômico muito mais avançado. Com a
Globo, não há paz social possível, porque os magnatas bilionários de imprensa e
seus porta-vozes são da guerra. O Brasil real, o Brasil profundo para essa
gente está a milhares de distância de suas verdades e realidades. Eles
desconhecem o povo brasileiro, seus costumes, culturas, dores, sonhos e
desejos. Desconhecem a história do Brasil. São tão perversos e colonizados,
que, no dia após dia, acreditam que o País é a extensão de seus quintais,
quando a verdade é que não é, e nunca o foi, até porque quando este País
poderoso vivencia períodos democráticos, como o de agora, esses empresários
midiáticos arrogantes, autoritários e lamentavelmente subordinados aos
interesses estrangeiros, perdem as eleições, como perderam para Getúlio, Jango,
JK, Lula e Dilma.
Trata-se
de um empresariado violento, mesquinho, colonizado e complexado. A vira-latice
em toda sua essência e plenitude. Pais e mães, genitores de playboys, que se aventuram
na política, mas não conseguem convencer o povo a votar neles, com seus ternos
bem cortados, seus cabelos engomados, perfumes caros e linguajares
presunçosamente empolados, além de “saberes” de almanaques, a acompanhá-los
ainda as matreirices, as astúcias e as dissimulações dignas dos cafajestes,
aprendidas em seus condomínios de luxo ou em Miami ou Nova York. A resumir: pilantras e patifes com “grife”.
A
Globo
é contra o Brasil e seu povo. Um dos pontos de sua nefasta agenda é
privatizar
a Petrobras, juntamente com o Pré-sal. Com “sorte”, aumentar o
desemprego e
fazer com que o trabalhador se sinta inseguro em relação à economia do
País.
Não se brinca com os propósitos dessa organização(?) norte-americana e
de caráter alienígena. A Editoria “O Brasil é uma Merda!”, da Rede
Globo, é pródiga em deixar
a autoestima do brasileiro mais baixa do que barriga de cobra. E isto é
psicologicamente perigoso.
Por
isso, e o Governo Dilma não consegue compreender ou faz ouvidos moucos, que é
imperativo ter uma comunicação forte, corajosa, ágil e replicadora, que rebata
prontamente os ataques que desqualificam e tentam criminalizar o Governo do PT.
“Quem não se comunica, se trumbica” — ensinava o Chacrinha. A Globo representa
o setor privado, que tem a ousadia de querer impor sua agenda e governar no lugar
do presidente da República. Durma-se com um barulho desse. É isso aí.
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