quarta-feira, 4 de março de 2015

Contraponto 16.198 -" Globo inventa 'tinta' que escorreu na Paulista e entra na onda das ciclovias diabólicas "

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04/03/2015

Globo inventa “tinta” que escorreu na Paulista e entra na onda das ciclovias diabólicas


Do Viomundo - publicado em 03 de março de 2015 às 23:35


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À esquerda, repórter Natália Ariede bota o dedo “na tinta”. Na conclusão da reportagem, ela disse: “Com a chuva de hoje, o dinheiro público investido na tinta acabou aí, na sarjeta”. Na volta para o âncora Cesar Tralli, do SPTV, ele disse: “Inacreditável, né, gente?!”e “Você viu o desperdício, no mínimo, de tinta, né?”. À direita, foto do site VádeBike mostrando que não se trata de tinta, que mancha, mas de restos de pó de concreto pigmentado, que sempre sobram nesse tipo de obra — e saem com água.


3 de março de 2015 – 17h45

O sistema Globo e as ciclovias como símbolos da luta política 
do Vermelho

Quem é contra ciclovia? A bicicleta é um veículo barato, não poluente, contribui para a saúde do usuário e necessita de pouco espaço. É quase uma unanimidade, correto? Depende, se o prefeito que optar por investir na construção de ciclovias, dentro de um projeto integrado de mobilidade urbana, der o “azar” de pertencer a um partido do campo popular, pode contar que a luta política vai prevalecer e o sistema Globo vem pra cima, inventando até vazamento de tinta em ciclovia que não foi pintada.

O sistema Globo é a favor das ciclovias? É contra?

A cidade do Rio de Janeiro tem a maior malha cicloviária da América Latina com 380 km, devendo chegar aos 450 km até o final deste ano. Em setembro de 2014 o jornal O Globo noticiava com simpatia, com direito a chamada de capa, a construção da “Ciclovia da Niemeyer”, na zona sul da cidade maravilhosa, e informava que 70 mil moradores seriam beneficiados. Além disso “com essa nova pista e a que está sendo construída ao longo do Elevado do Joá, o ciclista poderá fazer o trajeto do Recreio até o Centro”. Em março de 2014, o especialista em mobilidade Alexandre Delijaicov, da Universidade de São Paulo (USP), ouvido pelo G1, declarava que “mais de um terço das viagens no país é feita a pé, a maior parte por uma população que não tem dinheiro para se locomover. Não construir calçadas mais largas e ciclovias é um absurdo”, diz. Porém, Fernando Haddad, prefeito de São Paulo, está investindo em ciclovias e planeja construir 400 km até o fim do mandato como uma das soluções para o transporte público da cidade. Como ele é do PT, o sistema Globo em SP bate nas ciclovias dia e noite, coadunada por seus parceiros da mídia hegemônica.

Nem a favor nem contra. O sistema Globo trava a luta política

A campanha sistemática do sistema Globo contra as ciclovias em São Paulo repete a velha técnica de manipular e distorcer informações, provocando reações inusitadas dos setores conservadores paulistanos e da camada média que absorve como esponja as posições da mídia hegemônica. Reinaldo Azevedo, comentarista da CBN e articulista da revista Veja, diz que as ciclovias são o Estado Islâmico em duas rodas: “As loucuras de Fernando Haddad (PT), o ciclofaixista que aterroriza São Paulo, não tem limites. Ele é a versão sobre duas rodas do Estado Islâmico”. Como tudo na mídia monopolizada, esta campanha é articulada com os outros veículos.

Ciclovia vai aumentar o número de assaltos

O jornal O Estado de S. Paulo, em matéria de dezembro de 2014 intitulada: “Moradores de áreas nobres da capital acionam MP contra ciclovias de Haddad” conta sobre a “revolta” em Jardim Paulista, bairro da classe alta paulistana. Uma médica ouvida declara: “Eu quase surtei quando vi a faixa da Prefeitura”, e indaga: “se eu oferecer um jantar e quiser receber meus amigos, onde eles vão parar (o carro)?”. O aposentado Francisco Augusto teme o aumento no número de assaltos por conta da ciclovia: “Quem anda de bicicleta não presta, hoje nós sabemos disso. São pessoas não qualificadas, Então vamos ficar sujeitos a este risco aqui?”.

Faixas do diabo tem signo oculto

Estudos indicam que para distâncias de até 5 km, em áreas com grande densidade populacional, a bicicleta é o veículo mais rápido. Mas em São Paulo, em 2012, morreram 52 ciclistas, um por semana. Mesmo assim, a professora de Semiótica da PUC-SP, Lúcia Santaella, não gosta das ciclovias, conforme publicou em seu facebook: “o sr. prefeito de São Paulo, vocacionado pintor, não de telas, nem de paredes, mas de ruas, agora parece estar querendo fazer troça dos cidadãos desta cidade. Está enchendo as ruas de horrendas faixas vermelhas, provavelmente encomendadas do diabo em pessoa”. E a professora de semiótica descobre o signo oculto das ciclovias: “será que sou tão ingênua em não perceber que isso não passa da mais descarada propaganda vermelha do PT?”. Reinaldo Melo, que analisou a fundo a postagem de Lúcia, esclarece: “Santaella deveria deixar de analisar o fato através de sua semiótica estática e estudar um pouquinho mais para constatar que a cor vermelha foi estabelecida pelas normas nacionais de trânsito, no intuito de chamar a atenção do motorista mesmo, não se compondo como poluição visual. De onde se conclui também que não se caracteriza como propaganda política partidária”.

A ciclovia escorre tinta

Neste sábado, dia 28 de fevereiro, o SPTV 2ª edição, da Globo, fez uma reportagem onde mostra que o asfalto da Avenida Paulista foi manchado com o vermelho da “tinta” usada para pintar a ciclovia. Vejam o vídeo. A cara do âncora é de quem não aguenta mais tanta incompetência! E a repórter diz que “a nova cor do asfalto surpreendeu os motoristas e sobraram reclamações”. No final o âncora condena o desperdício de tinta e diz que tal fato é “inacreditável”. O site Vádebike, que defende as ciclovias, explica: “A ciclovia da Av. Paulista não está sendo pintada. Nem um pingo de tinta foi aplicado até o momento. O pavimento está sendo feito com concreto pigmentado, ou concreto tingido. Ou seja, ele já vem na cor certa, não há aplicação de tinta. O pigmento vermelho é aplicado ainda na betoneira, que ao ser misturado ao concreto lhe confere a coloração adequada. O mesmo processo foi utilizado nas ciclovias da Av. Faria Lima e da Av. Eliseu de Almeida. Mas como sempre sobra material em forma de pó na superfície ou nas laterais, fora da área da laje, a chuva (que não foi pouca) dispersou esse pó. O que escorreu para a avenida foi, portanto, pó do concreto vermelho. Não foi tinta. A moça que (na reportagem do SPTV) se preocupou em estragar o carro pode ficar tranquila: aquela coisa vermelha que pode ter aderido à lataria sai com água sem deixar rastro. Na verdade, sai até com a mão depois de seco”.

Como diria o âncora

Resumindo: a ciclovia do Haddad representa o Estado Islâmico, será usada por malfeitores, tem parte com o diabo, faz propaganda do PT e escorre tinta. Quem estranha pessoas que deviam, por sua formação, ter alguma lucidez, e dizem absurdos motivados por puro ódio político devem atentar na máquina de moer cérebro que representa uma mídia hegemônica que durante 24 horas desinforma e mente. Como diria o âncora da Globo: inacreditável.

A coluna Notas Vermelhas de hoje contou com as contribuições dos jornalistas Thiago Cassis e Mariana Serafini.


PS do Viomundo: A desinformação da Globo mereceria a seção de Humor, não tivesse sido corroborada pela CET. Consultada pela Globo, a Companhia de Engenharia de Tráfego não soube dar a resposta correta, como fez o Vádebike. Segundo a Globo, a CET disse que depois da limpeza da Paulista com um caminhão de água de reuso, a pintura seria refeita! É com essa assessoria que o prefeito Fernando Haddad quer se reeleger? Esqueçam.

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