sexta-feira, 13 de março de 2015

Contraponto 16.281 - "Revolta dos miamiplayboys visa o golpe — o crime. Protestar pode. Dar golpe, não"

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13/03/2015





 Palavra Livre 13/03/2015
 
Sabe-se como os golpes começam, mas nunca como acabam. Foto- pragmatismo político


Por Davis Sena Filho

Os miamiplayboys sem causa ou de causa reacionária, iguaizinhos aos coxinhas udenistas e lacerdistas de classe média dos idos de 1964, usam o tema da corrupção para afrontar a inteligência alheia, pois o propósito é manipular os fatos e as realidades que ora acontecem na política brasileira, bem como dissimular a verdade que está por trás de seus interesses, que é pura e simplesmente dar um golpe institucional na presidenta trabalhista, Dilma Rousseff, recém-eleita para governar o Brasil por mais quatro anos.

É sempre assim que procede a pequena burguesia, massa de manobra da grande burguesia, que terceiriza seu ódio a esses patetas ideológicos despolitizados, que não têm um mínimo de compreensão sobre a história do Brasil, além de não saberem o que realmente está em jogo, quando a direita brasileira, recentemente derrotada nas urnas, não reconhece a vitória legítima da candidata do PT e passa a apostar em golpes e, portanto, no rompimento institucional, a rasgar a Constituição e a mandar para o espaço o estado de direito.

A verdade é que os miamiplayboys desse Brasil varonil não se preocupam realmente com a corrupção e “tudo o que está aí”, como indica o bordão dos que preferem, quando sem respostas no que concerne ao contraditório relativo às suas ideias e atitudes, defenderem-se ou simplesmente debochar ou desprezar por meio da onomatopeia “mimimi”, que, sem dúvida, demonstra a pouca capacidade cognitiva desses coxinhas udenistas, além da baixa tolerância que esse grupo social possui quando se depara com pensamentos e conceitos antagônicos aos seus.

O que se percebe de fato é que os miamiplayboys sem causa e reacionários por natureza estão revoltados mesmo é com a ascensão social de enorme camada da população, que, antes dos governos petistas, tinham apenas o direito de se locomoverem para seus bairros de classe média e média alta para servirem apenas como empregados, mas nunca como cidadãos com direitos e deveres plenos, bem como terem acesso ao consumo, o que, sem sombra de dúvida, realidade esta que deixa a pequena burguesia extremamente revoltada, rancorosa, inconformada e até violenta.

Afinal, esses segmentos são reacionários, ideologicamente conservadores e socialmente preconceituosos. Não se combate esses sentimentos macabros, pérfidos e infames em apenas 12 anos de governos trabalhistas. A sociedade brasileira é herdeira de uma escravidão de quase quatro séculos e, evidentemente, que amplos setores da sociedade, os que sempre estiveram por cima da carne seca, jamais vão permitir tamanha “ousadia” e “atrevimento”.

Por isso, os miamiplayboys jamais concordarão que seus empregados domésticos, os operários de obras, os eletricistas, marceneiros, vidraceiros e bombeiros hidráulicos de empresas ou autônomos, além dos que trabalham como servidores do estado, a exemplo dos garis, que sempre os serviram de forma invisível, de repente terem acesso aos paraísos de consumo e de desenvolvimento humano, retratados em seus bairros aprazíveis e seguros, shoppings, restaurantes, praias, aeroportos, clínicas médicas, clubes, supermercados, cabeleireiros, escolas e universidades públicas.

De forma alguma. Para certos grupos de coxinhas miamiplayboys é preferível morrer de que ter que compartilhar, não somente “seus” pretensos espaços, mas, sobretudo, verificar que grupos sociais historicamente abaixo de suas condições sociais cheguem perto do status quo conquistado por seus pais e antepassados.

Este sentimento de rejeição recrudesce ainda mais quando certos inquilinos da classe média e alta são emergentes, o que os leva a ficar furiosos, porque acreditam que suas “vitórias”, no que tange à ascensão social, foram conquistadas por eles próprios, sem quaisquer ajuda do estado e de quem quer que seja, apesar de terem empregados a fazer crescer seus negócios, e, em um momento ou outro de suas trajetórias, terem, certamente, sido beneficiados com empréstimos e financiamentos de bancos estatais, bem como pela melhoria da desburocratização, que, inclusive, legalizou milhares de empresas de portes pequenos e médios, como se verifica nos últimos 12 anos.

Os protestos de parte da população conservadora e que surfa no campo ideológico da direita são politicamente estéreis, porque se visam o impedimento de uma presidenta legalmente e constitucionalmente eleita pela maioria da população, tornam-se sem fundamento a partir da hora que a Presidenta Dilma Rousseff nunca teve seu nome, nem de longe, envolvido em quaisquer ilegalidades ou malfeitos, bem como sua conduta moral, no decorrer de toda sua vida política e pessoal, nunca deu margem a desconfianças e a acusações referentes à corrupção ou a qualquer crime de responsabilidade.

A crise do Brasil se chama imprensa. As mídias cruzadas dos magnatas bilionários são a crise, e não reconhecem os avanços sociais, políticos e econômicos que ocorreram neste País nos governos trabalhistas de Lula e Dilma.  E quem são os replicadores das “crises” midiáticas e sistemáticas, pois consumidores vorazes de notícias corriqueiramente manipuladas e distorcidas? Respondo: os coxinhas udenistas de classe média — os miamiplayboys do Brasil —, que odeiam seu País, porque não conhecem suas realidades, povo, regiões, culturas e história. Em contrapartida, adoram os Estados Unidos, a demonstrar, sem quaisquer constrangimentos, seus complexos de vira-latas e seus pensamentos completamente colonizados.

Apesar de suas vidas terem melhorado e a ascensão social dos mais pobres não influenciar em suas vidas individualistas que propagam a tal de “meritocracia”, os coxinhas neoliberais acreditam que o Brasil acabou tal qual ao Armagedom bíblico. Puro embuste e talvez equívoco, porque é difícil acreditar que essa gente pense que o País está em situação de calamidade administrativa, econômica, financeira e totalmente entregue à iniquidade e à corrupção.

Seria muita burrice ou má-fé. Talvez as duas opções juntas, porque o que se vê, de fato, é a Petrobras cada vez mais forte, pois, com efeito, a brasileiríssima estatal está a ser depurada e os corruptos e corruptores a serem punidos no Governo de Dilma Rousseff, onde atua uma Polícia Federal livre para agir e subordinada ao Ministério da Justiça.

Não vai ser de bom alvitre se os miamiplayboys rebeldes sem causa não perceberem que, a despeito do reacionarismo natural de quem tem alma udenista, O Governo Trabalhista é forte, não está sitiado, como propagam o tucano derrotado e golpista, senador Aécio Neves e seus prepostos, que até hoje estão inconformados com a quarta derrota para o PT e querem tirar na marra uma mandatária que manda investigar crimes contra o patrimônio público e não passa a mão na cabeça de quem cometeu malfeitos.

A imprensa de negócios privados e seus abutres podem voar atrás de carniça ou cacarejar sem parar e a fomentar o golpe, porque não conseguirão mais uma vez trair o povo brasileiro, como em 1964. Podem os políticos do PSDB, do DEM e do PPS apostarem na destituição de Dilma Rousseff, mas não passarão. Pode a esquerda de pensamento radical e simplório, que não percebe que faz o jogo da direita, a exemplo do PSOL, ficar histérica, mas não vai conseguir derrubar o Governo Trabalhista.

Enfim, pode o presidente da Força Sindical, o Paulinho da Força, juntar-se ao que tem de pior na política do País, que são os segmentos reacionários que desejam a volta do atraso e do retrocesso. Uma vergonha este homem, porque representa parcela importante dos trabalhadores. E podem os lorpas e pascácios acreditarem que a marcha dos miamiplayboys despolitizados vai fomentar o impeachment de Dilma Rousseff.

Evidentemente que não. É como se o Brasil, a sétima economia do mundo, integrante importante e fundador dos Brics, do Mercosul, da Unasul e do G-20, além de ter uma democracia consolidada, fosse ficar de joelhos e permitir que aventureiros, em nome de seus interesses privados e escusos, tomassem para si a Presidência da República por intermédio de um golpe, ou seja, de crimes. O Governo de Dilma Rousseff tem a força das urnas e a compreensão dos outros poderes da República de que a legalidade constitucional é o que norteia a Nação. Miamiplayboy protestar pode. Dar golpe, não. É isso aí.     

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