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01/04/2015
Balanço, crédito e ação em alta: eis a nova Petrobras
Brasil 247 - 1 de Abril de 2015 às 17:29
Lembra daquela empresa que seria rebaixada, corria
o risco de não publicar o balanço, teria o vencimento das dívidas
antecipado e ficaria totalmente alijada do mercado internacional?
Aparentemente, ela não existe mais; nesta quarta-feira, a presidente
Dilma Rousseff anunciou que o balanço auditado da Petrobras será
publicado em abril, a empresa fechou um contrato de financiamento de US$
3,5 bilhões com o banco de financiamento da China e as ações subiram
5%; comandada por Aldemir Bendine, estatal tem também boas notícias
operacionais, como o recorde de 737 mil barris/dia no pré-sal; aos
poucos, o terrorismo dos que apostavam na quebra da Petrobras vai sendo
vencido
247 - Se
você acreditou no terrorismo dos que apostavam no fim da Petrobras, é
melhor fazer como naquele comercial: senta e chora, senta e chora, senta
e chora.
Nesta quarta-feira, surgiram diversos sinais de que a empresa pode ter, enfim, entrado numa nova maré positiva.
O primeiro sinal, e mais importante, foi a declaração da presidente Dilma Rousseff à agência de notícias Bloomberg de que o balanço auditado da empresa será publicado em abril deste ano.
Até recentemente, havia quem acreditasse que uma empresa do porte da Petrobras poderia não conseguir publicar seu balanço, tendo seu vencimento de dívidas antecipado, o que a alijaria definitivamente do mercado de capitais.
Era um cenário de terror que, evidentemente, não irá se materializar.
Além disso, antes mesmo do balanço, a Petrobras anunciou nesta quarta-feira um acordo de financiamento de US$ 3,5 bilhões com o Banco de Desenvolvimento da China – e outros empréstimos semelhantes estão engatilhados.
Isso significa que, ao contrário do que muitos dizem, o mercado de captações continua aberto à Petrobras.
Se isso não bastasse, os indicadores positivos vêm se somando. Recentemente, a empresa anunciou um novo recorde de produção de 737 mil barris/dia no pré-sal.
Resultado: no pregão desta quarta-feira, as ações ordinárias subiram 4,93%. A alta em uma semana já é de quase 20%.
Isso revela que o ponto principal da estratégia de Aldemir Bendine, novo presidente da estatal, que é reconciliar a empresa com seus investidores começa a dar certo.
Leia, abaixo, reportagem do portal Infomoney sobre o pregão de hoje.
Ibovespa tem maior fechamento do ano puxado por Petrobras
Por Ricardo Bomfim
SÃO PAULO - O Ibovespa fecha em alta nesta quarta-feira (1) impulsionado pela vitória do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no Congresso e das indicações da presidente Dilma Rousseff (PT) em entrevista para a Bloomberg, na qual reafirmou a importância do ajuste fiscal e mostrou discurso alinhado com o de Levy.
O benchmark fechou em alta de 2,29%, a 52.321 pontos, o maior nível de fechamento deste ano de 2015. A última vez que o índice fechou acima dos 52 mil pontos foi em 3 de dezembro do ano passado, quando bateu 52.320. Enquanto isso, o dólar comercial caiu 0,57%, a R$ 3,1725 na venda. Já no mercado de juros futuros, os contratos para janeiro de 2017 caíam 0,15 ponto percentual, a 13,24%, enquanto os contratos para janeiro 2021 caíam 0,19 ponto percentual, a 12,78%.
Segundo análise da Coinvalores, os números fiscais de ontem, apesar de ruins mostram uma transparência, algo que muitos críticos apontavam que faltava no governo nos últimos anos, quando ficou famosa a famigerada "contabilidade criativa". Com isso, aumenta a confiança no ajuste fiscal, trazendo a expectativa de que a política monetária pode ser menos restritiva, o que reduz a curva dos juros.
Para o analista técnico da Spinelli, Gabriel Mollo, é possível ficar otimista com o Ibovespa, já que ele estaria operando dentro de um canal de alta depois de passar por uma acumulação em 47.320 pontos. "Acho que ele pode romper e buscar os 53.300", afirma. Agora se ele voltar a ficar abaixo dos 52 mil pontos, ele pode voltar a um suporte de 49.900 dentro da LTA traçada pelo analista.
Entre os indicadores macroeconômicos, o ritmo de contração da indústria brasileira acelerou com força em março e a produção do setor caiu no ritmo mais rápido desde setembro de 2011 devido à forte queda na entrada de novos pedidos, apontou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta quarta-feira. O PMI compilado pelo Markit caiu a 46,2 em março ante 49,6 em fevereiro, com piora das condições em todos os três subsetores monitorados e indo ainda mais abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.
Pesquisa importa? Para o analista técnico da Guide Investimentos, Lauro Vilares, o queda da aprovação de Dilma de 40% para 12% não mexe muito no mercado, porque não estamos mais em época de eleições. "Impacta mais o Levy sendo o grande articulador político do governo, fazendo realmente o meio campo entre governo e Congresso", diz.
As declarações da presidente em uma entrevista para a Bloomberg também trouxeram pressão compradora, ao mostrarem que seu discurso está alinhado ao de Levy. "Eu farei tudo para atingir 1,2% [do PIB]," disse Dilma em entrevista à Bloomberg no Palácio do Planalto em Brasília. "Vamos ter de racionalizar gastos e defasar outros. Vamos criar vários mecanismos. Diria que essa é a parte em que o governo entra e o nosso pedaço vai ser grande".
Ações em destaque As ações da Vale (VALE3; VALE5) caíram depois que a empresa teve sua recomendação rebaixada de manutenção para underperform (desempenho abaixo da média) pelo Santander, com preço-alvo passando de US$ 8 para US$ 4,50 por ADR (American Depositary Receipts). Segundo os analistas, o desempenho operacional da Vale continuará sofrendo no curto prazo em meio à queda de preços do minério de ferro. A commodity registra queda hoje, sendo cotada a US$ 49,53 a tonelada. O banco espera fluxo de caixa negativo de US$ 10 bilhões após dividendos no período de 2015-2016.
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) subiram com muita força após a presidente Dilma Rousseff declarar, em entrevista à Bloomberg, que a estatal vai divulgar balanço auditado de 2014 até final de abril. Outras notícias positivas para a empresa, na avaliação do analista da Spinelli, Elad Revi, são as vendas de ativos que a estatal vem realizando e a proximidade da próxima reunião da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que pode trazer sinalizações positivas para os preços do combustível como uma possível redução na produção.
Para Lauro Vilares, no entanto, é preciso ter cautela com os papéis da estatal, já que ela bateu duas vezes no maior patamar do ano, em R$ 10,25 e depois caiu até encontrar suporte. Se ela avançar até os R$ 10,35 nos próximos dias, contudo, daria para pensar num objetivo de R$ 10,95, que é a próxima resistência, apesar de fraca. "Ela só vai encontrar uma resistência forte mesmo aos R$ 15", explica.
Já a CSN (CSNA3) subiu depois de informar na noite de ontem que seu Conselho de Administração aprovou a abertura de um novo programa de recompra de até 32.770.055 ações para permanência em tesouraria e posterior alienação ou cancelamento. De acordo com a CSN, o objetivo da recompra é para maximizar a geração de valor para o acionista por meio de uma administração eficiente da estrutura de capital. O prazo para a realização da recompra é entre os dias 1º de abril e 30 de junho de 2015.
Abaixo, reportagem da Reuters sobre o acordo de financiamento com o banco chinês:
Petrobras financia US$3,5 bi com banco chinês; novos acordos em vista
O primeiro sinal, e mais importante, foi a declaração da presidente Dilma Rousseff à agência de notícias Bloomberg de que o balanço auditado da empresa será publicado em abril deste ano.
Até recentemente, havia quem acreditasse que uma empresa do porte da Petrobras poderia não conseguir publicar seu balanço, tendo seu vencimento de dívidas antecipado, o que a alijaria definitivamente do mercado de capitais.
Era um cenário de terror que, evidentemente, não irá se materializar.
Além disso, antes mesmo do balanço, a Petrobras anunciou nesta quarta-feira um acordo de financiamento de US$ 3,5 bilhões com o Banco de Desenvolvimento da China – e outros empréstimos semelhantes estão engatilhados.
Isso significa que, ao contrário do que muitos dizem, o mercado de captações continua aberto à Petrobras.
Se isso não bastasse, os indicadores positivos vêm se somando. Recentemente, a empresa anunciou um novo recorde de produção de 737 mil barris/dia no pré-sal.
Resultado: no pregão desta quarta-feira, as ações ordinárias subiram 4,93%. A alta em uma semana já é de quase 20%.
Isso revela que o ponto principal da estratégia de Aldemir Bendine, novo presidente da estatal, que é reconciliar a empresa com seus investidores começa a dar certo.
Leia, abaixo, reportagem do portal Infomoney sobre o pregão de hoje.
Ibovespa tem maior fechamento do ano puxado por Petrobras
Por Ricardo Bomfim
SÃO PAULO - O Ibovespa fecha em alta nesta quarta-feira (1) impulsionado pela vitória do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no Congresso e das indicações da presidente Dilma Rousseff (PT) em entrevista para a Bloomberg, na qual reafirmou a importância do ajuste fiscal e mostrou discurso alinhado com o de Levy.
O benchmark fechou em alta de 2,29%, a 52.321 pontos, o maior nível de fechamento deste ano de 2015. A última vez que o índice fechou acima dos 52 mil pontos foi em 3 de dezembro do ano passado, quando bateu 52.320. Enquanto isso, o dólar comercial caiu 0,57%, a R$ 3,1725 na venda. Já no mercado de juros futuros, os contratos para janeiro de 2017 caíam 0,15 ponto percentual, a 13,24%, enquanto os contratos para janeiro 2021 caíam 0,19 ponto percentual, a 12,78%.
Segundo análise da Coinvalores, os números fiscais de ontem, apesar de ruins mostram uma transparência, algo que muitos críticos apontavam que faltava no governo nos últimos anos, quando ficou famosa a famigerada "contabilidade criativa". Com isso, aumenta a confiança no ajuste fiscal, trazendo a expectativa de que a política monetária pode ser menos restritiva, o que reduz a curva dos juros.
Para o analista técnico da Spinelli, Gabriel Mollo, é possível ficar otimista com o Ibovespa, já que ele estaria operando dentro de um canal de alta depois de passar por uma acumulação em 47.320 pontos. "Acho que ele pode romper e buscar os 53.300", afirma. Agora se ele voltar a ficar abaixo dos 52 mil pontos, ele pode voltar a um suporte de 49.900 dentro da LTA traçada pelo analista.
Entre os indicadores macroeconômicos, o ritmo de contração da indústria brasileira acelerou com força em março e a produção do setor caiu no ritmo mais rápido desde setembro de 2011 devido à forte queda na entrada de novos pedidos, apontou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta quarta-feira. O PMI compilado pelo Markit caiu a 46,2 em março ante 49,6 em fevereiro, com piora das condições em todos os três subsetores monitorados e indo ainda mais abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.
Pesquisa importa? Para o analista técnico da Guide Investimentos, Lauro Vilares, o queda da aprovação de Dilma de 40% para 12% não mexe muito no mercado, porque não estamos mais em época de eleições. "Impacta mais o Levy sendo o grande articulador político do governo, fazendo realmente o meio campo entre governo e Congresso", diz.
As declarações da presidente em uma entrevista para a Bloomberg também trouxeram pressão compradora, ao mostrarem que seu discurso está alinhado ao de Levy. "Eu farei tudo para atingir 1,2% [do PIB]," disse Dilma em entrevista à Bloomberg no Palácio do Planalto em Brasília. "Vamos ter de racionalizar gastos e defasar outros. Vamos criar vários mecanismos. Diria que essa é a parte em que o governo entra e o nosso pedaço vai ser grande".
Ações em destaque As ações da Vale (VALE3; VALE5) caíram depois que a empresa teve sua recomendação rebaixada de manutenção para underperform (desempenho abaixo da média) pelo Santander, com preço-alvo passando de US$ 8 para US$ 4,50 por ADR (American Depositary Receipts). Segundo os analistas, o desempenho operacional da Vale continuará sofrendo no curto prazo em meio à queda de preços do minério de ferro. A commodity registra queda hoje, sendo cotada a US$ 49,53 a tonelada. O banco espera fluxo de caixa negativo de US$ 10 bilhões após dividendos no período de 2015-2016.
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) subiram com muita força após a presidente Dilma Rousseff declarar, em entrevista à Bloomberg, que a estatal vai divulgar balanço auditado de 2014 até final de abril. Outras notícias positivas para a empresa, na avaliação do analista da Spinelli, Elad Revi, são as vendas de ativos que a estatal vem realizando e a proximidade da próxima reunião da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que pode trazer sinalizações positivas para os preços do combustível como uma possível redução na produção.
Para Lauro Vilares, no entanto, é preciso ter cautela com os papéis da estatal, já que ela bateu duas vezes no maior patamar do ano, em R$ 10,25 e depois caiu até encontrar suporte. Se ela avançar até os R$ 10,35 nos próximos dias, contudo, daria para pensar num objetivo de R$ 10,95, que é a próxima resistência, apesar de fraca. "Ela só vai encontrar uma resistência forte mesmo aos R$ 15", explica.
Já a CSN (CSNA3) subiu depois de informar na noite de ontem que seu Conselho de Administração aprovou a abertura de um novo programa de recompra de até 32.770.055 ações para permanência em tesouraria e posterior alienação ou cancelamento. De acordo com a CSN, o objetivo da recompra é para maximizar a geração de valor para o acionista por meio de uma administração eficiente da estrutura de capital. O prazo para a realização da recompra é entre os dias 1º de abril e 30 de junho de 2015.
Abaixo, reportagem da Reuters sobre o acordo de financiamento com o banco chinês:
Petrobras financia US$3,5 bi com banco chinês; novos acordos em vista
SÃO PAULO
(Reuters) - A Petrobras informou nesta quarta-feira que assinou com o
Banco de Desenvolvimento da China (CDB) contrato de financiamento de 3,5
bilhões de dólares, recursos que devem trazer algum alívio para
empresa, que agora tem mais dificuldades de captar recursos por conta da
crise decorrente do escândalo de corrupção.
O contrato, assinado entre o CDB e a
subsidiária da estatal Petrobras Global Trading BV, é o primeiro
financiamento de um acordo de cooperação a ser implementado ao longo de
2015 e 2016, ressaltou a Petrobras em comunicado.
"Adicionalmente, as duas partes confirmaram a intenção de desenvolver novas cooperações no futuro próximo", disse a Petrobras.
Com limites para realizar captações no mercado de dívida, em meio a denúncias de corrupção que envolvem a empresa, a Petrobras disse anteriormente que estudava "outras possibilidades de financiamento e incremento de fluxo de caixa", até para fazer frente aos pesados investimentos projetados.
Vivendo uma crise de credibilidade por conta das denúncias reveladas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, a Petrobras tem dito publicamente que não pretende captar recursos no mercado de dívida em 2015.
O contrato foi assinado na China, durante visita do diretor financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, Ivan Monteiro.
Segundo a Petrobras, o contrato é um importante marco para dar continuidade à parceria estratégica com a China, para quem a estatal exporta petróleo, "fortalecendo as sinergias entre as economias dos dois países".
(Por Roberto Samora, edição de Priscila Jordão)
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"Adicionalmente, as duas partes confirmaram a intenção de desenvolver novas cooperações no futuro próximo", disse a Petrobras.
Com limites para realizar captações no mercado de dívida, em meio a denúncias de corrupção que envolvem a empresa, a Petrobras disse anteriormente que estudava "outras possibilidades de financiamento e incremento de fluxo de caixa", até para fazer frente aos pesados investimentos projetados.
Vivendo uma crise de credibilidade por conta das denúncias reveladas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, a Petrobras tem dito publicamente que não pretende captar recursos no mercado de dívida em 2015.
O contrato foi assinado na China, durante visita do diretor financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, Ivan Monteiro.
Segundo a Petrobras, o contrato é um importante marco para dar continuidade à parceria estratégica com a China, para quem a estatal exporta petróleo, "fortalecendo as sinergias entre as economias dos dois países".
(Por Roberto Samora, edição de Priscila Jordão)
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