quinta-feira, 30 de abril de 2015

Contraponto 16.624 - "Francischini é o brucutu da porrada. Richa é o mandante truculento. Ambos iguais"


 Palavra Livre - 30/04/2015


Por Davis Sena Filho 

Beto Richa é playboy, tal qual a Aécio Neves e Cássio Cunha Lima. Eles se divertem e as suas “douradas” vidas, adoidados, sempre em cargos eletivos e de relevância, como os de governadores e de senadores. Nunca moveram uma palha para se elegerem e pegaram a carona político-partidária de seus pais e avô, Tancredo Neves, Ronaldo Cunha Lima e José Richa. Politicamente são mais conservadores que seus progenitores, apesar de serem de uma geração mais jovem.

Viveram a vida inteira no high society, em baladas e festas, não conhecem as dificuldades pelas quais passam a maioria dos brasileiros, bem como não compreendem a dor alheia, porque viveram, de forma ampla, em um mundo hedonista, privado, sectário e dedicado a poucos, com a cooperação do Estado, transformado em patrimonialista, ou seja, direcionado para atender às demandas da alta burguesia, da qual fazem parte esses três políticos criados a pão de ló, farinha láctea e todo tipo de achocolatado, para que esses meninos, coxinhas, crescessem e se divertissem como chefes de governos de estados.

Contudo, o assunto é o senhor playboy Beto Richa, autêntico político autoritário e despido de quaisquer sensibilidades sociais. Há anos este filho das elites escravocratas e inquilino da Casa Grande tripudia contra o povo paranaense, de forma fascista e virulenta. Richa, o playboy das Araucárias, considera que negociar é ser derrotado, porque em sua cabeça reacionária e conservadora, os trabalhadores não passam de mão de obra barata para alimentar a opulência e a fartura das classes sociais abastadas, que, divorciadas dos interesses do Brasil, pisoteiam os mais fracos e violam todos os códigos da civilidade, de honra e respeito.

E por quê? Porque não é normal e nem civilizado que tal brucutu, a ter como seu assecla, o violentíssimo, pois truculento, o secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, um valentão acusado de horrores praticados, como os acontecidos quando ele andou pelo Estado do Espírito Santo. Além disso, tal ser bestial conspirou efetivamente em Brasília para que o governador do DF, o petista Agnelo Queiroz, fosse derrubado do poder, ao ponto de Francischini pensar em concorrer ao cargo de governador da capital do País, mesmo a ser um político do Paraná.

Lamentáveis são as cenas de barbáries praticadas por esse dupla dinâmica às avessas, que, perversamente, mandou “sentar” a porrada em trabalhadores da Educação, em estudantes e em quem quer que seja, se ousasse a questionar o governo direitista, violento e autoritário de Beto Richa e Fernando Francischini, este último que, na maior cara de pau, ainda almeja concorrer às eleições para prefeito de Curitiba, depois de a polícia comandada por esse político de perfil fascista ferir mais de 200 pessoas e sangrar dezenas e dezenas de professores, como não deixam margem à dúvidas as fotos e as filmagens dos massacres perpetrados pela polícia do Paraná, a mando de Richa e Francischini.

O bate-pau Francischini, o que “enfiou” um monte de parlamentares mequetrefes em um camburão para eles votar contra os interesses dos trabalhadores, mas que, por sua vez, foi impedido por um único servidor de se aproximar do carro por intermédio de um simples empurrão. O valentão do Paraná correu feito uma lebre velocista, em um medo que não condiz com sua condição de policial e muito menos com seus discursos — verdadeiras odes à violência, à macheza, ao “prendo e arrebento”, à desfaçatez e à falta de consideração e respeito.

A estupidez, a intolerância e a intransigência tucana é o DNA do PSDB e de seus congêneres, a exemplo do DEM, do SD, do PPS, que foi anexado pelo PSB, partido que abraçou com força a direita e traiu a aliança de 30 anos com o PT, a jogar sua história no lixo e deixar, sobretudo, sua militância perplexa ao tempo que admirada com tanta leviandade, ausência de discernimento político e percepção histórica, bem como a incontrolável vontade de servir, como um cão de caça, à sua nova patroa: a plutocracia e seus meios de comunicação privados e alienígenas.

Richa é um estúpido, no sentido literal da palavra. Somente um mandatário estúpido, em plena democracia, com as instituições a funcionar a toda prova, apesar das crises reais, artificiais e superdimensionadas por uma imprensa meramente de negócios privados, nomearia para ocupar o importante cargo de secretário de Segurança um homem da estirpe de Francischini, de passado sombrio, no que diz respeito à violência e à falta de discernimento sobre as questões e os antagonismos sociais, além de não ter a compreensão de que um político real e consciente serve aos interesses do povo, dos trabalhadores e não do status quo — do establishment.

Por seu turno, percebe-se nitidamente que o Paraná está à frente da reação contra a vitória do PT nas eleições presidenciais. Hoje, politicamente, o Estado sulista é mais agressivo que São Paulo, berço dos tucanos de alta plumagem e que também estão inconformados com quarta derrota consecutiva para o PT. O Paraná sempre foi conservador. É histórico. Todavia, o histerismo da direita paranaense ultrapassou todos os limites do que é civilizado e sensato, até porque a democracia tem regras, que são subordinadas à Constituição e ao Estado Democrático de Direito.

O Paraná se transformou em um Estado golpista e inconformado tanto quanto o playboy Aécio Neves, que desde sua derrota em outubro não pára de falar em impeachment contra uma mandatária legalmente eleita com mais de 54 milhões de votos e que não cometeu crimes de responsabilidade. O senador Aécio se transformou em um golpista, enquanto seu avô, Tancredo, sempre combateu golpes, desde os tempos do estadista e trabalhista gaúcho, Getúlio Vargas. É o fim da picada e um deboche contra a memória do antigo político mineiro, que, se vivo fosse, ficaria de “cara” com as diatribes e a alma de mau perdedor de seu neto, boêmio do Leblon e de Ipanema.  

E o Paraná continua a trilhar por veredas tortuosas em prol dos interesses do establishment nacional e internacional, a combater no campo do Judiciário e do MP o Governo Trabalhista, a fazer indevidamente política e a se intrometer em questões administrativas referentes às decisões de um governo ou de um presidente eleito, no caso a presidenta Dilma Rousseff.    

Autoridades como o juiz Sérgio Moro, os delegados da PF aecistas, que fizeram campanha contra a presidenta Dilma e ofenderam o ex-presidente Lula, mesmo a investigar um caso oficial grave, como a operação Lava Jato, estão indelevelmente a fazer política, e de oposição ao Governo. É nítido. Visível. Só não vê quem não quer ou não tem um mínimo de discernimento ou de conhecimento sobre a política brasileira e o nosso Judiciário.

Além do mais, autoridades estaduais e influentes, exemplificadas no governador e no secretário de segurança estão mancomunadas com essa gente, porque os interesses são os mesmos: derrubar a presidenta Dilma ou macular sua imagem, desqualificando-a, desvalorizando-a, a desconstruí-la, com o propósito de engessar seu governo e colocá-la até o fim de seu mandato em uma redoma infernal, de forma que quando acontecerem as eleições de 2018 o PT e suas lideranças não tenham chances de vitórias. Se é contra o Governo Trabalhista e o PT, aí vale tudo.

Por seu turno, se é contra o PSDB e seus congêneres, o mundo se torna irreal, pois surreal, ao ponto de greves de categorias grandes e influentes praticamente não existirem no Pará, no Paraná e principalmente em São Paulo. E por quê? Porque são estados controlados por tucanos e tucanos são “puros”, “legais” e “probos”. Os magnatas bilionários de imprensa mandam seus empregados esconder os fatos e as realidades, afinal o PSDB não tem caixa dois e nunca existiu o seu Mensalão, além de inúmeros escândalos protagonizados pela tucanagem.  E tudo isto com a complacência, a blindagem e a cooperação da imprensa dos magnatas bilionários, da Justiça e do MP. Beto Richa e Fernando Francischini podem ser estúpidos, mas sabem que contam com a imprensa familiar amiga para cometer suas tiranias e sangrar os trabalhadores. Trata-se do Paraná do PSDB.  É isso aí.

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