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Levy e Miriam Belchior informam que a Caixa segue um banco 100% publico -- noticia importante para o Brasil e os brasileiros

A hipótese de que a Caixa Econômica pudesse ser privatizada, que chegou a ser veiculada no conjunto de notícias desencontradas que marcaram os primeiros dias do segundo mandato do governo Dilma Rousseff, foi dissipada nesta quarta-feira.

O ministro da Fazenda Joaquim Levy e a nova presidente da instituição, Miriam Belchior, anunciaram que a Caixa segue um banco 100% público em suas atividades como crédito imobiliário, financiamento de programas sociais e uma imensa carteira de serviços públicos.

Apenas a área de seguros, que hoje envolve a participação minoritária da Caixa em outras seis instituições financeiras privadas, terá seu capital aberto ao mercado — num processo semelhante ao realizado com o Banco do Brasil em 2013, quando o mais antigo banco do país faturou R$ 11,4 bilhões no lançamento das ações do BB Seguridade.

“Nunca houve um estudo real para privatizar a Caixa,” explica Miriam Belchior em entrevista ao 247. Para a Miriam Belchior, a abertura para o mercado da área de seguros destina-se a aproveitar “uma oportunidade de crescimento gigantesca. Após anos de aumento da renda, o potencial é enorme. Um número cada vez maior de brasileiros está fazendo seguros de todo tipo, e não só aquele obrigatório para o automóvel. Seria um erro não aproveitar essa possibilidade.”

Do ponto de vista do cidadão, o aspecto importante envolve a preservação da natureza pública da instituição. Essa condição permite a Caixa desempenhar um papel único entre os bancos brasileiros, viabilizando programas sociais como o Bolsa Família, o seguro desemprego e o FIES. Os juros para habitações destinadas a baixa renda não tem comparação. Ficam entre 4,5% a 6% ao ano, nas camadas mais baixas, e 7,16% num andar mais elevado. Na linha de crédito SBPE, que permite a compra de imóveis usados em até 30 anos, o financiamento fica em 8,8% ao ano, contra 9.1 a 9.3 em outras instituições. Se fosse uma instituição voltada para o mercado, essa função social estaria inteiramente comprometida. Foi a existência de bancos públicos, como a Caixa e o Banco do Brasil, que permitiu ao país atravessar o colapso dos mercados internacionais em 2008/2009. Naquele momento, altos funcionários do governo dos Estados Unidos chegavam a lamentar que seu país não possuísse bancos públicos capazes de entregar os recursos destinados a reanimar a economia nas mãos de quem iria gastar e investir.


Paulo Moreira Leite

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