segunda-feira, 13 de abril de 2015

Contraponto 16.483 - "Galeano se vai, num tempo em que irmão desconhece irmão"

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13/04/2015


Galeano se vai, num tempo em que irmão desconhece irmão


Tijolaço - 13 de abril de 2015 | 10:59 Autor: Fernando Brito


galeano


Fernando Brito 

Nos anos 70, Paulinho da Viola escreveu a música  “Pecado Capital”, para uma novela da Globo onde um motorista de táxi, Francisco Cuoco, achava uma mala de dinheiro e, por ele, mudava de caráter e de comportamento.

Na letra, a certa altura, dizia que, naquela situação, “irmão desconhece irmão”.

Nos anos 70, “As Veias Abertas da América Latina”, de Eduardo Galeano, abriu a cabeça de milhares de jovens de minha geração não apenas para as identidades na dor e no saque colonial que nos uniam aos povos da América Latina, mas também para a sinergia que esta consciência trazia para os processos de libertação.

Hoje, Galeano se foi, ao 74 anos.

Galeano fez tanto, pensou tão grande e com tanta humanidade que certamente não merecia ver, no seu fim, a mediocridade dominante hoje em grande parte da elite e da mídia, que recusa esta identidade e a transforma em xingamentos obtusos, com conceitos absurdos de
 “bolivarianismo” vomitados  com ódio, por gente que lobotomizou seus cérebros com ódio.

Tem a sofisticação de pensamentos e sentimentos daquele motorista interpretado por Cuoco, que despreza seus iguais e vê-se grande quando escolhe ser anão.

Ganhe o seu dia com o belo vídeo que reproduzo abaixo, uma entrevista ao jornalista Eric Nepomuceno, que não ousa, por amor e admiração, roubar um segundo sequer do que diz um grande homem.

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