Mensagens sobre maioridade e terceirização reaproximam Dilma de movimentos sociais
Para cientista político, postura
de enfrentamento à agenda conservadora, mesmo em cenário de baixa
popularidade, é gesto de coragem que se espera de uma presidenta
R. Gozzi / Arquivo RBA
Ao condenar a aprovação da terceirização ampla, Dilma por reencontrar seu elemento de sintonia com os sindicatos
São Paulo – A mensagem de Dilma Rousseff em sua rede
social, se posicionando contra a redução da maioridade penal, foi um
gesto de coragem necessário para uma presidenta da República, inclusive
para enfrentar o momento de baixa popularidade. A avaliação é do
analista político Paulo Vannuchi, em sua coluna de hoje (14) na Rádio Brasil Atual.
Para Vannuchi, a manifestação da presidenta é um enfrentamento à
proposta de emenda constitucional que está sendo discutida na Câmara, e
enfaticamente apoiada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
“É uma posição firme contra uma campanha ultrarreacionária, de anulação
dos direitos conquistados nos últimos dez anos.
”
O parlamentar justifica a defesa da redução da maioridade como sendo um pedido de boa parte da população. Vannuchi contesta: "O clamor popular também foi usado na Alemanha nazista contra judeus, contra os negros nos Estados Unidos e para perseguir ciganos na Europa. No Brasil, em busca de um elemento fácil que possa explicar falsamente a gravidade de um problema, como a criminalidade, foi escolhido o chamado bode expiatório".
O Estatuto da Criança e Adolescente foi lembrando no texto da presidenta. "O ECA não é um estatuto da impunidade. Ele prevê a internação de adolescente infratores por até três anos. Segundo psicólogos e sociólogos, uma criança de 15 anos submetida a três anos de internação no sistema socioeducativo equivale talvez há uma pena de dez anos para pessoas mais velhas. Em segundo lugar, os homicídios de adolescentes são menos de 1% dos homicídios cometidos no Brasil, sendo 44% dos delitos furto e 27% uso de drogas, e menos de 0,1% são casos graves”, explicou.
Vannuchi afirma que os problemas da segurança pública estão na carência de instrumentos de Estado na periferia, deixando jovens sem escola, trabalho nem acesso à cultura. Ele reitera que colocar os jovens na prisão piora a situação. "As cadeias do Brasil são conhecidas mundialmente pela sua violência. O Brasil tem 715 mil presos para 357 mil vagas. As autoridades de Justiça e governamentais sabem, inclusive o governado Geraldo Alckmin, que os sistemas carcerários só são administrados com alguma convivência com o crime organizado que organiza o interior das celas".
A mensagem de Dilma, segundo o analista político, foi um novo passo para ela reconquistar harmonia com os movimentos sociais. "Ela acerta de novo, como fez ao condenar a aprovação da terceirização ampla. Isso pode fazer o seu governo encontrar seu elemento de sintonia com os sindicatos."
Ouça a entrevista completa para a Rádio Brasil Atual:
”
O parlamentar justifica a defesa da redução da maioridade como sendo um pedido de boa parte da população. Vannuchi contesta: "O clamor popular também foi usado na Alemanha nazista contra judeus, contra os negros nos Estados Unidos e para perseguir ciganos na Europa. No Brasil, em busca de um elemento fácil que possa explicar falsamente a gravidade de um problema, como a criminalidade, foi escolhido o chamado bode expiatório".
O Estatuto da Criança e Adolescente foi lembrando no texto da presidenta. "O ECA não é um estatuto da impunidade. Ele prevê a internação de adolescente infratores por até três anos. Segundo psicólogos e sociólogos, uma criança de 15 anos submetida a três anos de internação no sistema socioeducativo equivale talvez há uma pena de dez anos para pessoas mais velhas. Em segundo lugar, os homicídios de adolescentes são menos de 1% dos homicídios cometidos no Brasil, sendo 44% dos delitos furto e 27% uso de drogas, e menos de 0,1% são casos graves”, explicou.
Vannuchi afirma que os problemas da segurança pública estão na carência de instrumentos de Estado na periferia, deixando jovens sem escola, trabalho nem acesso à cultura. Ele reitera que colocar os jovens na prisão piora a situação. "As cadeias do Brasil são conhecidas mundialmente pela sua violência. O Brasil tem 715 mil presos para 357 mil vagas. As autoridades de Justiça e governamentais sabem, inclusive o governado Geraldo Alckmin, que os sistemas carcerários só são administrados com alguma convivência com o crime organizado que organiza o interior das celas".
A mensagem de Dilma, segundo o analista político, foi um novo passo para ela reconquistar harmonia com os movimentos sociais. "Ela acerta de novo, como fez ao condenar a aprovação da terceirização ampla. Isso pode fazer o seu governo encontrar seu elemento de sintonia com os sindicatos."
Ouça a entrevista completa para a Rádio Brasil Atual:
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