03/07/2015
O caso da escuta pode melar a Lava Jato? É o que ameaça o advogado de Youssef
Tijolaço - 3 de julho de 2015 | 00:58 Autor: Fernando Brito
Vejam o que, apesar do certo “abafa” da mídia está em curso na mais
grave investigação de corrupção e no principal instrumento de
desestabilização política do país, hoje.
Não é coisa de blogs, as quais, mesmo quando verdadeiras e previstas, como dois posts atrás, mas da
Folha de S. Paulo:
“Advogado do doleiro Alberto Youssef, Antonio Figueiredo Basto estuda pedir a suspensão do acordo de colaboração premiada firmado entre seu cliente e o Ministério Público, depois que um policial federal disse à CPI da Petrobras que instalou uma escuta na cela de Youssef.(…)”Se isso for confirmado (instalação da escuta), se for verdade, vou pedir a suspensão imediata do acordo de colaboração. Depoimento de CPI é algo muito grave, deixa de ser coisa de bastidores para se tornar público”.
Muito provavelmente Basto está blefando, para conseguir vantagens adicionais para seu cliente, como faria qualquer advogado.
Mas só se blefa com cartas capazes de pressionar o adversário.
O advogado de Youssef sabe que a escuta ilegal capitaneada pelo comando da PF fragilizou todo o processo, do qual não se pode prever a possibilidade de nulidade apenas pela repercussão política que tem.
Mas vai sair na frente, porque é inevitável o bombardeio de todas as defesas de acusados sobre o comprometimento original do processo.
E tudo vai chegar ao STF, porque foi lá que se homologou o acordo de delação.
Para quem não acompanhou os detalhes, reproduzo um trecho do blog de Paulo Moreira Lima, que narra o passo a passo da trampa que foi armada:
“Falando para os parlamentares reunidos numa sessão fechada, o agente da Polícia Federal Dalney Fernando Werlan contou que:
a) no início do ano passado foi chamado por seus superiores, que determinaram que instalasse um grampo eletrônico numa cela da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, reservada para abrigar um determinado prisioneiro;
b) Werlan fez o serviço e, dias depois, apareceram dois prisioneiros: o doleiro Alberto Yousseff e Paulo Roberto Costa, diretor da Petrobras, os principais delatores da Lava Jato.
c) orientado pelos superiores, todos os dias o agente recolhia um arquivo eletrônico do equipamento, para entregar à chefia;
d) duas semanas depois, Alberto Yousseff fez um pequeno escândalo na carceragem: apareceu com o grampo na mão, dizendo que havia encontrado no teto da cela.
e) Yousseff disse , mais tarde, que começou a desconfiar do grampo durante os interrogatórios. Contou que tinha a impressão que os policiais perguntavam coisas que ele tinha conversado com Paulo Roberto Costa na cela.
O caso prometia permanecer como um pequeno segredo entre os agentes e delegados da Polícia Federal que investigam a Lava Jato até que a VEJA publicou uma reportagem a respeito do grampo. A revista não conhecia a história inteira mas a notícia obrigou a abertura de uma sindicância interna. O resultado, explicou Werlan, foi uma história de cobertura, falsa como uma nota de 3 reais. Foi a partir de então, contou o agente, que ele descobriu que havia sido convocado para cumprir uma ordem ilegal — e percebeu que não era a única vez. Na mesma época, lhe pediram para montar um grampo ambiental numa área de convivência da PF de Curitiba, conhecida como “fumódromo.”
A historinha dizia que o grampo era muito antigo, e fora instalado quando a mesma cela abrigou outro prisioneiro célebre, o traficante Fernandinho Beira-Mar. Chegaram a dizer que era um equipamento anacrônico, imprestável para ouvir urros e gritos, quanto mais conversa entre prisioneiros.Tudo cascata, explicou o agente Werlan. Ele conhecia o equipamento usado, que funcionava perfeitamente. Também conhecia o equipamento levado a carceragem para substituir o primeiro — era novo em folha, e também funcionava muito bem.”
Confirmados estes acontecimentos, qualquer processo, em qualquer tribunal, seria anulado, porque a contaminação se deu no início de toda a investigação, justo na prisão de Youssef e Costa. Daí para a frente, tudo estaria nulo.
Dificilmente será assim, porque a politização do processo e os interesses envolvidos não permitirá que ocorra o que ocorreu com Daniel Dantas, que por muito menos se livrou das acusações.
Mas é inevitável uma tsunami de pedidos de nulidades, na qual, esperto, antes de todos, o advogado de Youssef ameaça surfar.
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Não é coisa de blogs, as quais, mesmo quando verdadeiras e previstas, como dois posts atrás, mas da
Folha de S. Paulo:
“Advogado do doleiro Alberto Youssef, Antonio Figueiredo Basto estuda pedir a suspensão do acordo de colaboração premiada firmado entre seu cliente e o Ministério Público, depois que um policial federal disse à CPI da Petrobras que instalou uma escuta na cela de Youssef.(…)”Se isso for confirmado (instalação da escuta), se for verdade, vou pedir a suspensão imediata do acordo de colaboração. Depoimento de CPI é algo muito grave, deixa de ser coisa de bastidores para se tornar público”.
Muito provavelmente Basto está blefando, para conseguir vantagens adicionais para seu cliente, como faria qualquer advogado.
Mas só se blefa com cartas capazes de pressionar o adversário.
O advogado de Youssef sabe que a escuta ilegal capitaneada pelo comando da PF fragilizou todo o processo, do qual não se pode prever a possibilidade de nulidade apenas pela repercussão política que tem.
Mas vai sair na frente, porque é inevitável o bombardeio de todas as defesas de acusados sobre o comprometimento original do processo.
E tudo vai chegar ao STF, porque foi lá que se homologou o acordo de delação.
Para quem não acompanhou os detalhes, reproduzo um trecho do blog de Paulo Moreira Lima, que narra o passo a passo da trampa que foi armada:
“Falando para os parlamentares reunidos numa sessão fechada, o agente da Polícia Federal Dalney Fernando Werlan contou que:
a) no início do ano passado foi chamado por seus superiores, que determinaram que instalasse um grampo eletrônico numa cela da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, reservada para abrigar um determinado prisioneiro;
b) Werlan fez o serviço e, dias depois, apareceram dois prisioneiros: o doleiro Alberto Yousseff e Paulo Roberto Costa, diretor da Petrobras, os principais delatores da Lava Jato.
c) orientado pelos superiores, todos os dias o agente recolhia um arquivo eletrônico do equipamento, para entregar à chefia;
d) duas semanas depois, Alberto Yousseff fez um pequeno escândalo na carceragem: apareceu com o grampo na mão, dizendo que havia encontrado no teto da cela.
e) Yousseff disse , mais tarde, que começou a desconfiar do grampo durante os interrogatórios. Contou que tinha a impressão que os policiais perguntavam coisas que ele tinha conversado com Paulo Roberto Costa na cela.
O caso prometia permanecer como um pequeno segredo entre os agentes e delegados da Polícia Federal que investigam a Lava Jato até que a VEJA publicou uma reportagem a respeito do grampo. A revista não conhecia a história inteira mas a notícia obrigou a abertura de uma sindicância interna. O resultado, explicou Werlan, foi uma história de cobertura, falsa como uma nota de 3 reais. Foi a partir de então, contou o agente, que ele descobriu que havia sido convocado para cumprir uma ordem ilegal — e percebeu que não era a única vez. Na mesma época, lhe pediram para montar um grampo ambiental numa área de convivência da PF de Curitiba, conhecida como “fumódromo.”
A historinha dizia que o grampo era muito antigo, e fora instalado quando a mesma cela abrigou outro prisioneiro célebre, o traficante Fernandinho Beira-Mar. Chegaram a dizer que era um equipamento anacrônico, imprestável para ouvir urros e gritos, quanto mais conversa entre prisioneiros.Tudo cascata, explicou o agente Werlan. Ele conhecia o equipamento usado, que funcionava perfeitamente. Também conhecia o equipamento levado a carceragem para substituir o primeiro — era novo em folha, e também funcionava muito bem.”
Confirmados estes acontecimentos, qualquer processo, em qualquer tribunal, seria anulado, porque a contaminação se deu no início de toda a investigação, justo na prisão de Youssef e Costa. Daí para a frente, tudo estaria nulo.
Dificilmente será assim, porque a politização do processo e os interesses envolvidos não permitirá que ocorra o que ocorreu com Daniel Dantas, que por muito menos se livrou das acusações.
Mas é inevitável uma tsunami de pedidos de nulidades, na qual, esperto, antes de todos, o advogado de Youssef ameaça surfar.
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