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19/07/2015
Procuradores perseguem Lula e se baseiam em notícias dos magnatas bilionários de imprensa
Palavra Livre 19/07/2015
A direita quer impedir Lula de falar, viajar, trabalhar e fazer política. |
Por Davis Sena Filho
Trata-se de uma dupla
de procuradores do DF, Anselmo Lopes e Valtan Timbó. Eles, sem sombra de
dúvida, são de oposição ao Governo Federal, ao PT e ao ex-presidente Lula, que
poderá ser candidato a presidente da República em 2018. Anselmo Lopes já é
velho conhecido do Governo, de Lula, do PT e de milhares de eleitores que
votaram no líder trabalhista e na presidenta Dilma Rousseff.
Tanto Lopes quanto
Timbó representam os tipos de procuradores, além de promotores, juízes, agentes
e delegados da Polícia Federal, que resolveram fazer política, bem como cooperar
para que seus candidatos e partidos prediletos, geralmente conservadores, pois
de direita, vençam as eleições. São procuradores politicamente alienados, tais
quais os coxinhas de classe média, que se submetem, dia a dia, em uma
verdadeira lavagem cerebral, às manchetes e às notícia da imprensa de negócios
privados dos magnatas bilionários, que nunca são observados pela máquina de
investigação e repressão do Estado. Jamais...
Suas ações e
campanhas são pautadas por recortes de jornais e revistas de uma imprensa de
mercado, que assumiu oficialmente sua posição oposicionista aos governantes
trabalhistas quando das eleições, bem como engravidam pelos ouvidos ao verem os
jornais televisivos e ao ouvirem as rádios, o que conta muito para a falta de
discernimento sobre a verdade dos fatos, porque, nitidamente, o que se observa
no Brasil é que este País está a passar por um processo ditatorial a cargo de
promotores, juízes e policiais, que se tornaram a base de sustentação da
oposição partidária liderada pelo PSDB, bem como pela imprensa familiar,
capitaneada pelas Organizações(?) Globo, que há décadas interfere ilegalmente e
até mesmo criminosamente no processo eleitoral brasileiro. E que eu saiba
nenhum integrante da família Marinho foi investigado, denunciado, processado e
preso por fazerem política no subterrâneo.
No Brasil,
procuradores, juízes e delegados da PF não prendem tucano e muito menos barão
de imprensa. Eles são simplesmente inimputáveis. Um absurdo nada republicano. E
você sabe por que este processo injusto acontece no País? Porque, apesar dos 30
anos de redemocratização do Brasil, setores da Justiça, do MP e da PF ainda são
intrinsecamente ligados ao status quo. Ponto. Não há como tergiversar sobre
esta terrível realidade.
Trata-se de afronta à
soberania da sociedade, por parte de agentes e servidores do Estado, a combater
o Governo eleito pelo povo, por não aceitar seus programas sociais, a inclusão
das camadas pobres da população brasileira, a política externa independente e
não alinhada aos Estados Unidos. São os senhores que controlam o Estado e
dentro dele trabalham em prol de atender aos interesses da burguesia — da Casa
Grande, que sempre se beneficiou do poder do Estado para enriquecer, ter
influência política nas altas esferas, e, com efeito, manter, indefinidamente,
o status quo.
São homens e mulheres
com origem na classe média e média alta. A pequena burguesia historicamente
aliada das classes dominantes, que estudou Direito em universidades públicas ou
nas particulares de ponta, plena de preconceitos de classe, ideológicos e
políticos. O Ministério Público deste País, bem como as altas cortes da Justiça,
representam, irrefragavelmente, o pensamento dos setores mais reacionários às
mudanças sociais e econômicas que são efetivadas no Brasil desde a ascensão de
Lula à Presidência da República em 2003.
Conservadores, tais
procuradores se voltam contra o PT, sendo que Lula e Dilma ainda são duramente
questionados e aviltados em suas cidadanias, porque ex-operário, vítima de um
acidente de trabalho, sendo que a mandatária, que participou da guerrilha urbana na
década de 1970, tornou-se alvo de escárnio de pessoas fascistas que chegaram ao
cúmulo da patifaria e da sordidez quando colocaram à venda na internet um
adesivo para ser colado nos buracos dos tanques de gasolina dos carros, com a imagem da presidenta de pernas abertas...
Não é necessário
fazer mais comentários de como a direita brasileira de alma escravocrata é
agressiva, plena de despudor e desprovida de limites éticos, porque se sente
incomodada e irada por não controlar a Presidência da República. Para não
passar em branco, o obsceno e abjeto adesivo de caráter misógino foi feito em
Recife, e, pasmem(!), por uma mulher. Realmente, o bárbaro episódio denota que
preconceito, desrespeito e violência não têm gênero ou sexo. Sobre o violento
ataque à Dilma, a representante da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasman, disse, em
nota: “É ultrajante e
extremamente agressiva a apologia de violência sexual contra a presidenta da
República, Dilma Rousseff, retratada em adesivos para automóveis, como
expressão de misoginia e interpelação dos direitos humanos de mulheres e
meninas. Tal episódio se configura como violência política sem precedentes
(...)”.
A esquerda no poder
realmente incomoda o establishment estatal e privado, que ora se une para
combater e derrotar o Governo Trabalhista. Contudo, também é considerado sem
precedentes o “sumiço” da procuradora titular do
1º Núcleo de Combate à Corrupção do MPF-DF, Mirella de Carvalho Aguiar,
responsável pela apuração preliminar de um suposto tráfico de influência de
Lula para privilegiar a construtora Odebrecht. Os advogados do líder político
entraram com um pedido de anulação do inquérito criminal na Corregedoria do
Ministério Público.
Os
advogados de Lula ainda solicitaram a apuração da conduta do procurador Valtan
Timbó Martins Mendes Furtado, autor do pedido de abertura do processo de
investigação criminal contra o fundador do PT. A reclamação disciplinar foi
protocolada no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) no dia 17 de
julho. E não é para menos, porque é perceptível a qualquer leigo que acompanhe
a política brasileira que as ações dos procuradores Anselmo Lopes e Valtan
Timbó tem propósitos visivelmente políticos e partidários.
Lopes
e Timbó são acusados de se moverem politicamente no que é relativo a
criminalizar as viagens de Lula e por causa disso vão ter suas condutas
avaliadas pelo CNMP. O primeiro, de forma rocambolesca e por seu livre arbítrio
resolveu se pautar por recortes de notícias do jornal O Globo (sempre este
pasquim panfletário, de direita e de oposição histórica aos trabalhistas) e o
segundo, Timbó, sai diretamente do 7º Ofício Criminal, que não tem atribuição
para tratar do assunto e resolve por conta própria rasgar a Resolução 27 de
2014, que determina que na ausência do procurador titular, no caso a
procuradora, Mirella Aguiar, o seu substituto tem de ser membro do mesmo núcleo
do MPF, ou seja, do 1º Núcleo de Combate à Corrupção.
É
inacreditável que procuradores se movam por questões políticas, de foro
íntimo
e passam a intervir inadequadamente na política brasileira em âmbito
nacional,
ao ponto de esticarem a corda para que a oposição conservadora deste
País tenha
como alicerces principais de seus ataques as figuras eleitas e que não
cometeram
crimes de responsabilidade e de corrupção, a exemplo de Lula e Dilma.
São verdadeiras estrepolias e jactâncias de servidores públicos pagos
com o dinheiro do
contribuinte.
Lula
vai
pagar um preço muito alto por ser quem ele é. A resumir: um político,
assim
como Leonel Brizola, que não foi cooptado pela casa grande, portador de
dezenas
de milhões de votos de cidadãos brasileiros e ideologicamente socialista
e
trabalhista, além de ser um dos favoritos a vencer as eleições
presidenciais de
2018, e, consequentemente, sentar pela terceira vez na cadeira destinada
aos
presidentes no Palácio do Planalto, que a burguesia pensa que é dela,
pois, desatinada, pensa que o Brasil foi construído por intermédio de
gerações para servi-la. Ledo engano. O povo brasileiro mostrou algumas
vezes que é o
contrário, no decorrer da história. Ponto.
O
problema desses procuradores e promotores é que, sem generalizar, a maioria não
estudou história ou a leu de forma constante e desprovida de preconceitos.
Esses homens e mulheres são burocratas, técnicos em Direito e muitos deles
viveram desde cedo em ambientes distantes das necessidades e realidades do povo
brasileiro. Afirmo, sem medo de errar, que falta sensibilidade social e
conhecimento dos meandros e dos bastidores da política, dos partidos e
principalmente de como funcionam, atuam e agem as grandes redações controladas
pelos magnatas bilionários de imprensa.
Lula
tem toda a razão de se defender e buscar reparação ao que é injusto e de
caráter político e eleitoral. Os ex-presidentes, inclusive Fernando Henrique
Cardoso — ídolo inimputável e inconteste da direita brasileira — viajam e fazem
propaganda de seus países e de suas empresas, bem como criaram seus institutos.
A verdade é que as forças populares do Brasil enfrentam uma situação de muito
difícil, porque os conservadores se mobilizaram e vão fazer de tudo para não
perderem, em 2018, a quinta eleição presidencial consecutiva. Lula tem força
política, mas tem de se defender, com a participação sistemática do PT e dos
movimentos sociais. A verdade é que os procuradores de oposição
perseguem Lula e se baseiam em notícias dos magnatas bilionários de imprensa. É isso aí.
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