.
04/08/2015
Como Merval viu a bolinha de papel contra Serra e como vê agora a bomba contra o Instituto Lula. Por Paulo Nogueira
Paulo Nogueira

No infame episódio do Atentado da Bolinha de Papel, ele publicou imediatamente um artigo em que chamava a atenção para a gravidade do episódio.
Isso foi na campanha de 2010. Serra, no desespero por estar atrás nas pesquisas, levou uma bolinha de papel na cabeça e tentou transformar o episódio num atentado.
A mídia amiga ajudou-o na farsa, e Merval deu sua contribuição milionária.
Vejamos agora como Merval enxerga o atentado contra o Instituto Lula.
Não é nada, é claro.
“O buraquinho na porta de metal da garagem do prédio é tão ridículo que, se não soubéssemos que foi provocado por uma bomba, poderíamos achar que um motorista desastrado causou a mossa ao realizar uma manobra de marcha à ré.”
É um trecho do artigo deste domingo de Merval no Globo.
Viralizou, na internet, como símbolo de um tipo de jornalismo vergonhoso, patronal e canalha.
A indignação com Merval não se restringe a petistas. Qualquer pessoa com algum discernimento – me incluo aí – tem vontade de vomitar lendo Merval, ainda mais se confrontar a bolinha de papel de 2010 com a bomba de 2015.
Que marcas o “artefato” deixou em Serra? Chegou a ser engraçado ver Serra, depois de alguns minutos andando normalmente em seguida ao “atentado”, simular dor e levar mãos à cabeça.
A simulação veio depois de um telefonema. A hipótese mais provável é que a turma de marketing de Serra recomendou-lhe a farsa.
A mídia amplificaria o episódio e, se colasse, colou.
Merval fez sua parte. A TV Globo também. Um perito amigo chegou a ser convocado pela Globo para comprovar que era um “artefato”.
E sejamos justos. Se era um “buraquinho” na porta do instituto, na cabeça de Serra não era rigorosamente nada.
Não havia marca nenhuma. E em alguém desprovido de cabelos como Serra, não é preciso muita coisa para deixar alguma impressão.
A opinião de Merval não seria um grande problema não fossem duas coisas.
Primeiro, ela reflete a opinião dos Marinhos. Você quer saber o que os Marinhos pensam a respeito de qualquer assunto? É só ler Merval.
Participei por dois anos e meio do Conselho Editorial da Globo, e nas reuniões semanais me impressionava ver Merval e Ali Kamel duelarem pelo posto de quem concordava mais como João Roberto Marinho.
Segundo, a voz de Merval se espalha por diversas mídias, beneficiada pela falta de uma legislação que regule a imprensa e impeça monopólio, concentração e concorrência desleal.
Merval – e os Marinhos através dele – tem à disposição jornal, rádio, tevê aberta, tevê fechada e internet.
Merval espalhou por todas essas mídias suas considerações sobre a gravidade do “artefato” contra Serra.
E agora ele faz o mesmo para reduzir a nada o artefato de verdade.
A internet vai acabar com a Globo como a conhecemos, felizmente. Já está acabando, aliás, como se vê nos índices de audiência da tevê.
Mas o ritmo do declínio certamente será mais rápido por causa da conduta repulsiva da Globo, tão bem representada por Merval agora, em 2010 – e sempre.
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista