16/02/2015
O último lance de Moro-Gilmar
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Manteve um fluxo interminável de vazamentos contra Lula, em relação ao tal tríplex de Guarujá e o sítio de Atibaia.
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Quebrou “inadvertidamente” o sigilo que a própria Polícia Federal solicitava para a ampliação das investigações sobre o sítio, a fim de não interromper o fluxo de vazamentos.
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Mandou deter funcionários da Murray, empresa controlada pela Mossak Fonseca, lavanderia panamenha, em nome da qual estavam vários imóveis do edifício Solaris de Guarujá. Quando se soube que a Murray detinha o controle também da mansão dos Marinho, das Organizações Globo, em Paraty, foram soltos imediatamente e o assunto morreu.
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Essas
preliminares são importantes para se analisar os antecedentes de sua
decisão de “oferecer” ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) três
delatores visando incriminar o Caixa 1 da campanha de Dilma Rousseff.
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Esse jogo estava desenhado desde novembro de 2014, logo após o encerramento das eleições.
No
dia 18 de novembro de 2014, alertado por fonte altamente informada,
publiquei o post “Armado por Toffoli e Gilmar já está em curso o golpe
sem impeachment” (http://bit.ly/1TjVrfU).
Lá, explicava que o processo de impeachment exigiria 2/3 do Congresso a
favor. Já a rejeição das contas impediria a diplomação A estratégia de
Toffoli e Gilmar consistiria em trabalhar o conceito de irregularidade
no caixa 1. “Gilmar alegará que algum financiamento oficial de campanha,
isto é Caixa 1, tem alguma relação com os recursos denunciados pela
Operação Lava Jato. Aproveitará o enorme alarido em torno da Operação
para consumar o golpe”.
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No
dia 21 de novembro, Gilmar montou uma operação de guerra para analisar
as contas de Dilma, inclusive digitalizando todos os recibos e colocando
na Internet, confirmando o que antecipara.
No dia 22 de novembro, sob o título “Juiz Moro monta a segunda garra da pinça do impeachment”( http://bit.ly/1PNqts6)
relatava o segundo passo da operação, a decisão de Moro de estender a
quebra de sigilo das empresas de Alberto Yousseff até 2014.
Nos
dias seguintes, Moro e a Lava Jato trataram de abastecer a imprensa de
notícias insistentes sobre o Caixa 1 visando preparar o clima para a
votação final no TSE.
No
dia 25 de novembro, por exemplo, o pessoal de Moro vazou para o Estadão
uma tal “Operação Apocalipse”, um executivo da Galvão Engenharia teria
feito em junho desembolso a emissário da Petrobras. informava que,
segundo Paulo Roberto Costa, o dinheiro ia para Renato Duque que
repassaria parte para o PT.
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Por
aqueles dias, advogados de empreiteiros acusaram Moro de estar
ocultando o nome de políticos mencionados nas delações, visando manter o
controle sobre aspectos políticos da operação.
No
dia 26 de novembro Moro veio a público defender-se da acusação. Admitiu
que crimes de agentes políticos eram da alçada do STF e sustentou que
se limitava a apurar “crimes licitatórios, de lavagem e, quanto à
corrupção, apenas de agentes da Petrobras”.
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Por pouco Gilmar não logrou emplacar a tese do Caixa 1.
Já
tinha assegurado 3 votos a favor quando Luiz Fux, o esperado quarto
voto, refugou. Sem ter maioria, Gilmar acabou votando pela aprovação das
contas com ressalvas.
Gilmar
não desistiu. No dia 30 de agosto de 2015, o Procurador Geral da
República Rodrigo Janot arquivou pedido de Gilmar para investigar duas
prestadoras de serviços da campanha de Dilma.
Janot
alegou "a inconveniência" da Justiça Eleitoral e Ministério Público
Eleitoral se tornarem "protagonistas exagerados do espetáculo da
democracia, para os quais a Constituição trouxe, como atores principais,
os candidatos e os eleitores", demonstrando ainda preocupação de haver
judicialização exagerada capaz de atrapalhar as condições de
governabilidade do país.
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Agora,
Moro joga a última grande cartada, com essa proposta de transformar o
TSE em um tribunal criminal, para ouvir depoimentos de presos da Lava
Jato. Comprova que a Lava Jato virou o fio e se despiu das preocupações
de aparentar uma postura neutra.
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Por
já ter virado o fio, provavelmente será a última tentativa de Gilmar
Mendes e Moro de atuar politicamente através da Justiça.
Superado
mais esse movimento, espera-se que volte uma relativa normalidade
política para que o governo comece a governar e a oposição a fazer a
crítica política – como ocorre nas democracias maduras, e não nas
republiquetas de Terceiro Mundo.
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