05/04/2016
Impeachment é golpe e golpistas tem de ser derrotados no Congresso, na Justiça e nas ruas
Palavra Livre - 05/04/2016
Por
Davis Sena Filho
Meus amigos, vamos à vaca fria. A direita se
mobilizou em busca de concretizar um golpe de estado e ocupar, ilegalmente e
criminosamente, o Palácio do Planalto para impor ao País seu único programa de
governo em todos os tempos, épocas e eras: governar para poucos e privilegiar
os ricos.
A finalidade principal se traduz em mais uma vez
implementar o processo neoliberal, que se transformou em um fracasso retumbante
em âmbito mundial e deixou o Brasil humilhado, pois com o pires nas mãos, bem
como os países desenvolvidos a dobrar os joelhos por causa da pior crise desde
o crash de 1929. A resumir: um horror, que levou o mundo inteiro a se
desesperar, porque a produção praticamente parou e o desemprego se tornou a
regra para os trabalhadores.
Agora, a casa grande brasileira que nunca aprende,
mesmo quando ganha muito dinheiro como ocorreu nos governos trabalhistas de
Lula e Dilma, que fomentaram a economia e quadruplicaram o PIB do Brasil,
resolveu, despoticamente e arbitrariamente, tomar o poder a força, não pela força
das armas, mas, evidentemente, por chicanas jurídicas, com a cumplicidade de
grande parte do sistema Judiciário deste País.
Um Judiciário (Justiça, PF, MP) repleto de
servidores públicos divorciados dos interesses do Brasil e de seu povo. Juízes,
promotores, procuradores e policiais de almas aristocráticas e punhos de renda,
que não aceitam a democracia e a ascensão econômica dos pobres, e, por causa
disso, reagem como uma colmeia de zangões furiosos, que desejam pôr fim a um
governo eleito legalmente pela vontade soberana do povo, que escolheu pela
segunda vez e livremente a candidata do PT, Dilma Rousseff, para ocupar a
cadeira da Presidência da República.
Uma estratégica demoníaca de setores conservadores
da sociedade, porque meramente golpista, a apostar no retrocesso, pois o
propósito é transformar o Brasil
novamente em um clube privé de coxinhas, enfim, para menos de 10% da população
— a se locupletar e depois viajar a Miami para falar mal do País onde ganham
muito dinheiro e exploram seus empregados. Esta realidade perversa acontecia
até a conquista do poder, em 2003, por meio do voto popular pelos mandatários
Lula e Dilma Rousseff. Ponto!
O que resta é cinismo e hipocrisia, ou seja, os
argumentos golpistas que se resumem em apenas tergiversações, dissimulações,
sorrateirismos, calculismos e oportunismos baratos, como estratégias de paixões
políticas completamente vazias de sentido de justiça, responsabilidade com o
País e de preservação da democracia e do Estado de Direito, conquistado às
duras penas por inúmeras gerações de brasileiros, sendo que muitos foram
exilados, torturados e mortos pela ditadura civil-militar.
Certa vez um advogado coxinha desavisado e
desinformado pela imprensa burguesa, tal qual ao conselho federal golpista da
OAB, perguntou-me: por que você acrescenta à ditadura militar a palavra civil?
Respondi: os civis, ou seja, o grande empresariado e os setores de direita e
politizados do Estado brasileiro, como os juízes e advogados, por exemplo,
emprestaram seu conhecimento técnico sobre Direito para dar razão a quem não
tem, ou seja, os golpistas...
No passado esses setores foram os garantidores das ditaduras
militares, no Brasil e no mundo. Sem a participação desses segmentos se torna
difícil um golpe ser concretizado, porque esses grupos dão uma cara de
legalidade ao que é ilegal e arbitrário, como anteparo para a regulamentação de
um golpe pela força das armas, bem como acontece agora, um golpe de estado
dissimulado como se fosse constitucional por intermédio de um impeachment
aceito pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB), que, vingativo e rancoroso como o
juiz Moro, também incendiou o Brasil.
Trata-se de um presidente da Câmara que responde a
inúmeros processos, possui contas ilegais no exterior e já é réu no STF.
Realidade esta que é uma provocação e um deboche ao povo e ao Estado de
Direito, porque se trata de alguém que cometeu vários crimes, muitos deles
comprovados, pois documentados, e que luta para derrubar uma presidente que não
cometeu crime de responsabilidade. Inacreditável, mas acontece no Brasil, a
sétima maior economia do mundo, além de ser o País mais poderoso da América
Latina e fundador dos Brics e do G-20.
Contudo, o maior responsável dentre os principais
responsáveis por toda crise política que acontece no Brasil é o juiz de
província e de primeira instância, Sérgio Moro. Há dois anos esse cidadão inferniza o País,
não porque ele está a mandar prender e a julgar os ladrões do dinheiro público,
mas, sobretudo, por fazer da Operação Lava Jato uma plataforma
político-partidária, pois irremediavelmente ideológico tal magistrado, que, a
despeito de quaisquer razões jurídicas e judiciárias, demonstra ter lado, cor
ideológica, opção partidária, além de se considerar, pois é visível, o salvador
da Pátria. Só que não...
Moro, assim como muitos procuradores, delegados
federais e advogados como os da OAB, são partes de um processo golpista
seletivo e, com efeito, partidário. Indubitavelmente que essa gente é ligada à
oposição liderada pelo PSDB e DEM ou faz o jogo dela. Suas ações nesse sentido
são claras. Trata-se de servidores e advogados cúmplices dos interesses dos
coronéis midiáticos e da casa grande em geral, principalmente aquela retratada
no empresariado da Fiesp, na banca financeira e no grande latifúndio rural.
A burguesia nacional a ter como sua chefe
hierárquica a plutocracia internacional, especialmente os banqueiros que controlam
o FMI e o Bird por intermédio dos bancos centrais dos países ricos, a
desestabilizar institucionalmente o Brasil, bem como a rasgar sua Constituição
com o beneplácito das "elites" brasileiras colonizadas, subalternas e
sem programa e projetos para o País, porque nunca e em hipótese alguma a casa
grande pensou o Brasil, no decorrer de séculos.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco
Aurélio Mello, que está a me surpreender por se mostrar garantista e legalista
afirmou que o juiz de primeira instância, Sérgio Moro, apagou incêndio com
gasolina, assim como incorreu em ilegalidades e irregularidades (crimes) ao
vazar diálogos de autoridades com prerrogativa de função, que é o caso de Dilma
Rousseff e também de Lula, apesar de o juiz de Maringá, ou seja, do PSDB do
Paraná insistir em afirmar que Lula não detinha ainda a prerrogativa de função
quando, na verdade, o líder petista já era ministro, conforme comprova o Diário
Oficial.
Moro, além de atropelar as prerrogativas do STF, o
que já é passível até de prisão, ainda ousou em mentir. Moro é um magistrado
que mentiu! Ele interferiu, sem dúvida, no processo político brasileiro e levou
comoção a milhares de eleitores de direita, que até hoje, como o candidato
tucano derrotado, Aécio Neves, não aceitam a derrota para o PT de Dilma e Lula.
A não obediência às regras do jogo democrático resultou em conspiração e
secessão, que se iniciaram logo no dia posterior ao resultado das eleições que
conduziu Dilma Rousseff pela segunda vez à Presidência da República.
O juiz Moro é um golpista que impediu Lula de
assumir a Casa Civil, a colocar mais lenha na fogueira e a fazer com que as
pessoas, irracionais e golpistas como a advogada Janaína Paschoal — a Musa do
Golpe — a entrar, ridiculamente, em transe, pois resultado de discurso proferido
na Faculdade de Direito da USP, em meio a golpistas como Hélio Bicudo e o
desembargador Newton De Lucca, que, ainda na ativa, fez discurso e puxou coro a
gritar: "Lula na cadeia!"
Um desembargador de São Paulo, homem de idade,
experiente, com posição e função importantes e de confiança para a sociedade, a
fazer um papelão desse, a desenvolver uma política rasteira ao se deixar se
contaminar pelas paixões políticas e a pedir a prisão do maior político da
América Latina, que não é réu, não responde a processos e não cometeu crimes,
como é o caso de Luiz Inácio Lula da Silva.
De Lucca se comportou como um Catta Preta qualquer,
como se fosse integrante de torcida organizada quando perde a estribeira, ou
seja, abandona a razão e se embriaga com suas paixões ideológicas vãs e parte
para a porrada, a esquecer do que é civilizado e sensato. E ele é desembargador...
Durma-se com um barulho desses.
Lula há anos, principalmente nos últimos três anos,
tem sido alvo de perseguição feroz e sistemática por parte da imprensa de
mercado mais corrupta e bandida do mundo, bem como de servidores do Judiciário
pagos pelo contribuinte para trabalhar de forma isenta e justa, mas jamais para
escolher lado e selecionar aqueles que vão ser reféns e presas de seus ódios
ideológicos e partidários, até porque os inúmeros escândalos do PSDB "Não
vem ao caso", como gosta muito de propalar, cinicamente, o juiz de
província Sérgio Moro. Inaceitável.
Nada se provou contra o líder trabalhista, o que se
torna, sobremaneira, o calcanhar de Aquiles de juízes como Gilmar Mendes, do
PSDB do Mato Grosso, que, politicamente, determinou a volta dos autos sobre
Lula para a primeira instância do juiz Moro, um magistrado obsessivo e
ideológico, que faz político em prol do PSDB e das oligarquias brasileiras.
Simples assim: Gilmar, a herança maldita de FHC — o
Neoliberal I —, atropelou seu colega relator do caso Lava Jato, ministro Teori
Zavascki, que simplesmente determinou que os autos voltassem à Corte. Até hoje
as forças democráticas não compreendem como um juiz-empresário da estirpe de
Gilmar Mendes ainda não sofreu um impeachment no Senado. É algo inexplicável,
porque a biografia desse senhor é uma história que consolida a desconstrução do
Direito.
Entretanto, Moro continua em sua cruzada moralista, como se ele
fosse o varão de Plutarco. Agora o magistrado volta a desenterrar o caso do
assassinato de Celso Daniel, prefeito de Santo André, morto em janeiro de 2002.
Tal juiz de província sabe muito bem que este caso foi exaustivamente
investigado e seu desenlace sacramentado, inclusive com prisões e a descoberta
de corrupção, principalmente no segmento da coleta de lixo.
Por sua vez, o juiz de direita e da direita tupiniquim
compreende que o caso Celso Daniel é polêmico, porque se trata de um político
do PT assassinado e tudo o que toca ao PT é motivo de escarcéu e
dimensionamento por parte da imprensa de negócios privados pertencente a meia
dúzia de famílias que tratam o Brasil como se fosse a extensão dos quintais das
casas delas.
Por seu turno, ressalta-se que a morte de Celso Daniel não
tem nada a ver com a corrupção na Petrobras. É forçação de barra por parte de
Moro — o Midiático II —, bem como se torna imperativo lembrar que Lula assumiu
o poder em janeiro de 2003, um ano após a morte do prefeito de Santo André.
Lembro ainda que o Midiático I é o juiz Joaquim Barbosa, o homem cuja vocação
para o bem da saúde do povo brasileiro é o esquecimento e o recolhimento à sua
insignificância, cujo lar é o apartamento de Miami, que, ao que parece, já está
a lhe dar severas dores de cabeça.
Sérgio Moro — o Midiático II — não quer saber, porque não vem
ao caso, da morte da modelo mineira, ligada ao PSDB, crime abafado e que até
hoje não é tratado por meio de manchetes retumbantes pela imprensa golpista e
corrupta, bem como o helicóptero a carregar também em Minas meia tonelada de
cocaína e o avião sem dono do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que
caiu e o matou também não é considerado pela imprensa seletiva e golpista dos
magnatas bilionários, que, na verdade, são os controladores do partido de
direita mais poderoso do Brasil conhecido como PIG.
O ministro Marco Aurélio de Mello tem razão, como o tem
também os oito mil advogados que se insurgiram contra o golpismo insano e
hipócrita do conselho federal da OAB, cujos membros se comportam como se fossem
políticos da oposição tucana, o que é inaceitável. A OAB, a despeito de sua
atuação elogiável contra a ditadura de 1964, antes apoiou tal golpe
civil-militar, fato este que denota grave erro histórico e uma mancha indelével
em sua história.
Agora, o conselho da Ordem comete outro grave erro, sendo que
sabe o que está em jogo e que esse jogo tem cartas marcadas por muitos juízes e
procuradores, que estão a beneficiar o time do golpe, do golpismo barato, da
mão grande e de uma violência inominável contra o Estado Democrático de Direito
e a vontade soberana das urnas de um povo que vive sob a batuta de uma das
"elites" mais perversas e sectárias da humanidade, pois escravizou
seres humanos por 400 anos.
O golpe contra o Brasil se baseia em fraude, farsa e mentira.
São grupos conservadores que não aceitaram a derrota eleitoral e morrem de medo
da vitória de Lula em 2018. Praticamente destruíram a engenharia brasileira,
superdesenvolvida e conquistadora de mercados internacionais, a competir com as
grandes construtoras de países desenvolvidos, que, espertos, as protegem com
unhas e dentes, pois a finalidade é garantir suas entradas em todos os mercados
do planeta.
A competente e altamente desenvolvida engenharia brasileira,
portadora de sofisticado conhecimento científico e tecnológico. É tão
desenvolvida, ao ponto de a Odebrecht ser a principal condutora da fabricação e
montagem de submarinos nucleares brasileiros, cujas funções principais seriam o
de proteger e fiscalizar as águas marítimas onde se encontra os poços do Pré-Sal,
que é um tesouro nacional e estratégico para as futuras gerações deste País.
O Pré-Sal destinado, por votação no Congresso e sancionado
pela presidente da República, como fonte de recursos para a educação e a saúde
dos cidadãos brasileiros, que a casa grande antinacionalista, colonizada e
traidora da Pátria quer entregar de mão beijada para a gringada esperta e
malandra de alma pirata.
A casa grande é provinciana e subserviente aos estrangeiros,
porque se consola com esmolas ao tempo que é arrogante e violenta com a própria
Nação e seus trabalhadores. A burguesia e a pequena burguesia deste País é uma
lástima em forma de preconceitos abissais. Se consolam com a condição de párias
da periferia mundial, porque ir a Miami e a Orlando para lamber as botas do
Mickey já lhes apetecem. São pequenos e vulgares, porque, ridiculamente,
consideram-se vips. Só se for vip da burrice, da babaquice, da leviandade e da
vulgaridade.
Não há como negociar com a direita, porque ela é predadora. Predadores não negociam a paz para o Brasil crescer por meio da negociação, do debate e do diálogo. Nem pensar. Golpistas não pensam, porque são golpistas. Eles tem de ser derrotados, nas ruas, no Congresso e na Justiça. O País para eles não importa, mas, sim, seus lucros. O impeachment nesses termos é golpe; e os golpistas vão chafurdar no esgoto da história. Não vai ter golpe! Vai ter luta! É isso aí.
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