terça-feira, 31 de outubro de 2017

Nº 22.608 - "AO VIVO: DILMA CONCEDE ENTREVISTA EXCLUSIVA À TV 247"


31/10/2017


AO VIVO: DILMA CONCEDE ENTREVISTA EXCLUSIVA À TV 247

Brasil 247 - 31/10/2017


Nº 22.607 - "PIMENTA DENUNCIA ‘AMEAÇA’ DE PROCURADOR DA LAVA JATO"


31/10/2017



PIMENTA DENUNCIA ‘AMEAÇA’ DE PROCURADOR DA LAVA JATO




Brasil 247 - 31/10/2017

Nº 22.606 - "Mercado reeditará em 2018 o 'risco Lula' de 2002?"

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31/10/2017


Mercado reeditará em 2018 o “risco Lula” de 2002?



Brasil 247 - 30 de Outubro de 2017


Ricardo Stuckert | ABr
Ricardo Stuckert | ABr


Por Tereza Cruvinel

Estava claro que a primeira pesquisa IBOPE sobre a disputa presidencial de 2018, divulgada neste domingo, ao revelar o favoritismo do ex-presidente Lula, provocaria alguma reação de seus adversários. Se na política eles não podem responder no curto prazo, na  frente econômica o mercado foi rápido no gatilho. O índice Bovespa interrompeu uma sequência de altas e abriu em viés de baixa nesta segunda-feira, e o dólar subiu para R$ 3,252, depois de ter recuado 1% na cotação de sexta-feira. São sinais, ainda que incipientes, de que as forças da banca financeira podem reeditar em 2018 a manobra do “risco Lula”, um verdadeiro ataque especulativo contra o país, sintonizado com o crescimento ininterrupto de Lula na disputa presidencial de 2002.

Naquele pleito, embora o Brasil houvesse quebrado três vezes na Era FHC, a cada salto de Lula nas pesquisas eleitorais o mercado respondia com alta do dólar e quedas na Bolsa, movimentos que eram atribuídos ao terror do mercado com a possibilidade de sua vitória. O especulador global George Soros criou um indicador maligno, o “lulômetro”, que mediria o impacto do risco de sua eleição. Os ataques foram contidos com o lançamento da “Carta ao Povo Brasileiro”, em que Lula se comprometeu a manter os fundamentos macroeconômicos (câmbio livre, metas de inflação e superávit primário) e a honrar os contratos do Estado brasileiro. FHC, é devido reconhecer, também contribuiu para mitigar a situação ao reunir todos os presidenciáveis no Planalto para expor a situação, o que permitiu uma espécie de pacto pela estabilização.

Muitas coisas são bem diferentes neste final de 2017. Graças exatamente a Lula e Dilma, o Brasil dispõe hoje de reservas cambiais de US$ 380 bilhões, ao passo que em 2002 o havia sido socorrido por empréstimos do FMI, que passou a monitorar a economia e sua vulnerabilidade externa. Hoje, apesar desta boa situação das contas externas, a economia segue em recessão, abalada pelas incertezas criados pelo golpe, depois de ter experimentado o ciclo virtuoso de crescimento sob Lula. O primeiro compromisso de Lula é exatamente o de recolocar o país na trilha do crescimento, com inclusão e distribuição de renda. Uma reedição do “risco Lula” não encontraria respaldo na experiência bem sucedida de seus dois governos mas pode ser uma das poucas armas que restaram aos adversários do ex-presidente, diante da evidência de seu favoritismo,  da ocupação do segundo lugar pelo indesejado Jair Bolsonaro e do sofrível desempenho de candidatos liberais como Alckmin, Doria e Huck.


Jogar com o “risco Lula” pode ser uma tática que permitiria ao bloco conservador ganhar tempo na busca de um nome competitivo (embora seja tarde para seu surgimento) ou da alavancagem artificial de um dos nomes já colocados.


TEREZA CRUVINEL. Colunista do 247, Tereza Cruvinel é uma das mais respeitadas jornalistas políticas do País.
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Nº 22.605 - "Após veto a Caetano, MTST faz marcha de 23 km para pressionar Alckmin"


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31/10/2017



Após veto a Caetano, MTST faz marcha de 23 km para pressionar Alckmin


Da Carta Capital  — por Redação publicado 31/10/2017 10h38



Uma liminar proibiu o show improvisado do cantor em ocupação em São Bernardo do Campo. Sem-teto querem construção de moradia em terreno abandonado





Divulgação / Facebook
MTST
Integrantes do MTST marcham nesta terça-feira entre São Bernardo e São Paulo
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto(MTST) realiza nesta terça-feira 31 uma marcha de 23 quilômetros entre a ocupação Povo Sem Medo, montada em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, no Morumbi, bairro da zona oeste da capital. A intenção do MTST é pressionar o governador Geraldo Alckmin (PSDB), chamar atenção para o caso da ocupação Povo Sem Medo e pedir a construção de moradias populares no local.
Como mostrou em setembro reportagem de CartaCapitalo acampamento, inaugurado no dia 2 daquele mês, reuniu em duas semanas 7 mil famílias e hoje teria 8 mil famílias segundo o MTST, sendo a maior ocupação do País, ao lado da Vila Nova Palestina, na zona sul de São Paulo. No acampamento há milhares de trabalhadores desempregados, muitos dos quais perderam suas fontes de renda na crise que afeta o País há quase três anos e, com elas, a capacidade de pagar um aluguel.
"O que nós vamos cobrar do governo Alckmin, alé mda desapropriação do terreno de São Bernardo para a construção de moradias populares, é também a retomada de política habitacional no estado de São Paulo", disse nesta manhã o coordenador do MTST, Guilherme Boulos, que é colunista de CartaCapital.
O terreno em São Bernardo, espremido entre uma fábrica de caminhões e um condomínio residencial, pertence à construtora MZM e está desocupado há 30 anos. Em 2014, a Prefeitura de São Bernardo notificou a empresa pelo não cumprimento da função social da propriedade e exigiu um plano de parcelamento da terra ou de edificações, o que jamais aconteceu.
A reação da construtora à ocupação foi bem rápida e contou com rara celeridade da Justiça. Ainda no sábado 2, poucas horas depois do início da ocupação, a MZM ingressou com um pedido de reintegração de posse no plantão judicial da cidade e conseguiu do juiz Fernando de Oliveira Ladeira uma liminar autorizando a Polícia Militar a executar  ordem de despejo.
Em 2 de outubro, o Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a liminar, mas determinou que a reintegração não seja feita de forma imediata. O TJ determinou que ocorra uma intervenção do Grupo de Apoio às Ordens Judiciais de Reintegração de Posse (Gaorp), criado em 2014 para mediar conflitos em casos de ocupações.
Caetano Veloso é barrado
A ocupação Povo Sem Medo e a questão da moradia, bandeira do MTST, têm ganhado peso político significativo. E também adversários.
O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), embargou a apresentação de Caetano Veloso que estava programada para ocorrer na ocupação Povo Sem Medo. A Polícia Militar se postou na entrada do local e impediu a entrada de equipamentos. Mais tarde, a juíza Ida Inês Del Cid, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo do Campo, proibiu uma apresentação. Ela atendeu um pedido do Ministério Público Estadual.
Caetano Veloso
Caetano Veloso na ocupação: show proibido
O cantor aderiu à causa do MTST e iria se apresentar aos integrantes da ocupação para manifestar solidariedade. Na noite de segunda, Caetano foi ao local, acompanhando de artistas como CrioloEmicida e Letícia Sabatella, mas não conseguiu se apresentar. "É a primeira vez que sou impedido de cantar no período democrático", afirmou Caetano a jornalistas.
"Eu não sou técnico em questões legais. Me sinto mal, dá a impressão que não é um ambiente propriamente democrático. É um modo de reprimir uma ação que seria legítima. Mas eles apresentam justificativa por causa de segurança. Acho que há má vontade deles. Envolve a prefeitura da cidade, a parte jurídica. Aceitei vir porque me interessou a questão."
Para especialistas ouvidos pelo Justificando, parceiro de CartaCapital, a decisão de barrar o show de Caetan configura censura.
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Nº 22.604 - "O país do 'a gente se vira'. Emprego sobe por 'bico' e 'viração' "

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31/10/2017



O país do “a gente se vira”. Emprego sobe por “bico” e viração”



Do Tijolaço · 31/10/2017



bicoshuck

por FERNANDO BRITO
No duro caminho para a formalização das relações de trabalho estamos andando para trás.
A “recuperação do emprego” que os jornais anunciam hoje é uma expressão absolutamente imprópria.
O emprego não aumentou.
O que aumentou foi o “bico”, a “viração”, o “biscate”, o “por conta própria”.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada (33,3 milhões) ficou estável frente ao trimestre anterior (abril-maio-junho de 2017). No confronto com o trimestre de julho-agosto-setembro 2016, houve queda de -2,4% (menos 810 mil).
A categoria dos trabalhadores por conta própria (22,9 milhões de pessoas) cresceu 1,8% em relação ao trimestre abril-maio-junho (mais 402 mil pessoas). Em relação ao mesmo período de 2016, houve alta de 4,8% (mais 1,1 milhão de pessoas).
Ideal para o momento que vai se abrir, com a nova (anti)lei trabalhista, que vai liberar o trabalho “de banco”.
Não, não o de bancário, esta categoria cada vez menor e mais explorada. É o de banco, mesmo: você fica sentado esperando o patrão chamar para trabalhar apenas na hora que ele quer, ganhando um trocado.
A empresas estão “abrindo vagas”, dizem as notícias de hoje. Será o “bico” legal, onde se usa o trabalhador na hora de ganhar mais dinheiro e, em seguida, dá dez-mil réis e manda embora.
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Nº 22.603 - "22% dos brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza, diz estudo do Banco Mundial"

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31/10/2017

Novo estudo do Banco Mundial revela mais um legado do golpe


22% dos brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza, diz estudo do Banco Mundial



Do Diário do Centro do Mundo - Postado em 31 de outubro de 2017 às 5:53 am


A Folha de S.Paulo fala de mais um recorde nacional:


Nova métrica que passou a ser usada neste mês pelo Banco Mundial para delimitar a quantidade de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza eleva de 8,9 milhões para 45,5 milhões o número de brasileiros considerados pobres –1/5 da população.
A instituição decidiu complementar a linha de pobreza tradicional –que traça o corte em consumo diário inferior a US$ 1,90– com outras duas delimitações mais ajustadas às realidades de cada país.
Uma nova linha passa a ser demarcada em US$ 3,20, representando a mediana das linhas para países de renda média baixa. A outra linha é de US$ 5,50 por dia, que corresponde à mediana das linhas de pobreza dos países de renda média alta, entre os quais se inclui o Brasil.
“Ser pobre no Maláui ou em Madagáscar é diferente de ser pobre no Chile, no Brasil ou na Polônia”, diz Francisco Ferreira, economista do Banco Mundial.
No caso de países como o Brasil, o volume de pessoas que vivem abaixo da linha de US$ 1,90 é pequeno, ou seja, esse corte não captura a real pobreza do país.
“Muito pouca gente vive com US$ 1,90 por dia no Brasil, graças a Deus. Mas quem vive com US$ 2,00 ainda é pobre para os padrões brasileiros e para os padrões dos países de renda média alta”, diz.
É preciso dar os parabéns a cada paneleiro e paneleira pela graça alcançada. Era esse o país que eles queriam.
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Nº 22.602 - "Juíza usa 'brilhantismo' de Caetano para proibí-lo de cantar para pessoas de baixa renda, na ocupação de São Bernardo"

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31/10/2017

Juíza usa “brilhantismo” de Caetano para proibí-lo de cantar para pessoas de baixa renda, na ocupação de São Bernardo


Do Viomundo - 30 de outubro de 2017 às 23h04


 
“Seu brilhantismo atrairá muitas pessoas para o local, o que certamente colocaria em risco estas mesmas, porque, como ressaltado, não há estrutura para shows, ainda mais, de artista tão querido pelo público, por interpretar canções lindíssimas, com voz inigualável”. Trecho de decisão de juíza Ida Inês Del Cid, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo do Campo.
‘É a primeira vez que sou impedido de cantar no período democrático’, diz Caetano
Caetano afirmou se sentir mal com a proibição de show na ocupação do MTST, em São Bernardo do Campo. “Dá a impressão que não é um ambiente propriamente democrático”. Guilherme Boulos diz que Constituição foi rasgada
São Bernardo do Campo – O cantor e compositor Caetano Veloso deixou a ocupação Povo Sem Medo, em São Bernardo do Campo às 20h45, sem conseguir realizar o show anunciado pelos Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), por conta de decisão da juíza Ida Inês Del Cid, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo do Campo.
Dizendo não conhecer as questões legais, Caetano afirmou se sentir mal com a proibição. “Dá a impressão de que não é um ambiente propriamente democrático”, declarou o compositor ao sair da ocupação. “É a primeira vez que sou impedido de cantar no período democrático”, disse ainda.
Para o coordenador do MTST, Guilherme Boulos, a Justiça deveria se preocupar em “pegar a quadrilha que está no poder no Brasil”, em vez de proibir um apresentação musical.
“Hoje aqui em São Bernardo do Campo mais uma vez a Constituição brasileira foi rasgada. É um absurdo, é censura, é ilegal. Para muita gente dentro do Judiciário o preconceito vale mais do que a lei. Se eles queriam nos provocar para uma ação violenta não conseguiram. Isso nos dá energia, nos dá ânimo”.
Boulos também criticou o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), que segundo o coordenador do MTST apostou no conflito. “Eu não sei o que ele tem na cabeça. Ele age com ranço, com preconceito”.
PS do Viomundo: A juíza que tomou a decisão já foi afastada do cargo sob suspeita de colaborar com o PCC. Para completar a vergonha, militantes do PT — alguns poucos — passaram a atacar Boulos nas redes sociais por supostamente pretender suceder Lula. É o círculo perfeito da miséria intelectual.
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Nº 22.601 - "Canalhas entregam FIES aos bancos!"

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31/10/2017



Canalhas entregam FIES aos bancos!

Temer quer tirar o pobre e o negro da Universidade


Do Conversa Afiada - publicado 30/10/2017


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Em artigo no site GGN, o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), denuncia que a Medida Provisória 785 que reformula o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é um verdadeiro retrocesso. "A reforma reduz de forma significativa o número de bolsas ofertadas, entrega dois terços das vagas totais aos bancos, notadamente os privados, e limita a participação do Ministério da Educação. Isso porque a medida prevê que o Ministério da Fazenda passe, de fato, a ser o controlador da política de concessão de bolsas. O que se pretende com a reformulação do Fies é favorecer os bancos privados. Eles passarão a ter acesso aos recursos dos fundos constitucionais, de desenvolvimento e do BNDES como fontes de sustentação". 
LEIA O ARTIGO:

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Nº 22.600 - "A grande corrupção está no entreguismo"

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30/10/2017

A grande corrupção está no entreguismo


Brasil 247  -  30 de Outubro de 2017


Agência Brasil | REUTERS | Reprodução


por MARCELO ZERO


Marcelo ZeroNa análise dos últimos e criminosos leilões do pré-sal, a nossa mídia ignorante e golpista manifestou desapontamento com o fato de que o ágio referente ao bônus de assinatura dos contratos foi baixo, apenas R$ 6,15 bilhões, quando se esperava pelo menos R$ 7,7 bilhões.

Essa é uma análise privatizante e obtusa dos resultados do leilão, que insinua que, se o bônus fosse maior, estaria tudo bem. Ora, o bônus de assinatura é algo absolutamente irrelevante, perto da perda de trilhões de dólares que o país terá com a nova política referente à cadeia de petróleo.

Mesmo dentro da ótica fiscalista de curto prazo dos beócios que tomaram conta do Brasil, o bônus é irrelevante. Esses R$ 6, 15 bilhões representam somente 4% do rombo orçamentário previsto para este ano (R$ 159 bilhões). Assim, mesmo que o bônus de assinatura tivesse sido duas vezes maior, ele significaria apenas 8% do rombo orçamentário criado pelo golpe. Não faria nem cócegas na crise fiscal causada pela austeridade destrutiva do governo entreguista.

Na realidade, o importante, num leilão feito sob-regime de partilha, não é o bônus de assinatura, é o ágio ofertado em petróleo para a União. A depender dos poços e dos ágios, os ganhos da União são medidos em trilhões, não em poucos bilhões.

Pois bem, a nossa imprensa golpista e entreguista poderia se perguntar, em primeiro lugar, porque nesse quesito, o ágio em óleo conquistado pela União, o ganho veio, em 87%, justamente dos consórcios liderados pela Petrobras.

Com efeito, duas empresas dominaram os leilões das seis áreas concedidas: a Petrobras e a Shell. A Petrobras arrematou três áreas. Nessas áreas, Entorno de Sapinhoá, Peroba e Alto de Cabo Frio Oeste, os volumes de óleo ofertados à União foram de 80%, 76,96% e 75,86%, com ágios de 673,69%, 454,07% e 254,82%, respectivamente. Agora, nas áreas arrematadas pelos consórcios liderados pela Shell (Sul de Gato do Mato e Alto de Cabo Frio Oeste) os percentuais de óleo ofertados à União foram de 11,53% e 22, 87%, com ágio zero em ambas. Esses percentuais são absolutamente ridículos. No mundo, a participação dos Estados no volume produzido oscila entre 60% e 80%. Assim, a Shell levou as duas áreas praticamente de graça.

Não fosse o ágio oferecido pela estatal norueguesa Statoil em Norte de Carcará, área adjacente onde ela já opera, a Petrobras teria sido responsável por 100% de todo o ágio do leilão!

Desse modo, o leilão só não foi um completo desastre por causa da Petrobras, justamente a empresa que o governo entreguista está fragilizando e privatizando. Ressalte-se que a Petrobras conseguiu essas áreas graças à lei que lhe permite requisitar prioridade de operação para as áreas de pré-sal. Nesse caso, Petrobras fica com 30% dos poços, mesmo se perder o lance. Entretanto, como o governo acabou com a condição da Petrobras de operadora única do pré-sal, o que lhe dava no mínimo 30% da operação em todas as áreas, a Shell ganhou (literalmente) dois grandes blocos sem disputa nenhuma.

Segundo o presidente da Shell no Brasil, "a gente foi onde a gente achava que devia ir". Interessante. Ou a Shell gosta de correr grandes riscos ou a Shell devia ter informações muito boas sobre os blocos e sobre as condições da disputa. Será que nossa mídia e os nossos procuradores, sempre dispostos a investigar a corrupção de políticos, não vão questionar esses leilões? Aposto que não. A grande corrupção que envolveria eventualmente empresas estrangeiras e privatizações nunca foi investigada no Brasil. É tradição que será mantida.

Entretanto, o dano maior ao país não provém dos bônus e ágios baixos e tampouco de eventual corrupção do uso de informações privilegiadas em leilões. O dano maior, incomensuravelmente maior, provém da perda do controle estratégico da produção de petróleo e gás, do desmonte da cadeia desse setor e da perda do uso desses recursos para estimular o desenvolvimento nacional.

Tal controle estratégico é feito, em todos os países exportadores, com base em dois grandes fatores: uma operadora nacional e o modelo de partilha.

Até a década de 1960, a exploração, a produção e a comercialização de óleo era totalmente oligopolizada pelas "Sete Irmãs", as grandes companhias internacionais de petróleo, como Exxon, Shell, Chevron, Texaco, etc..

Essas International Oil Companies (IOCs) faziam o que bem entendiam. Ditavam a produção e o preço do petróleo e derivados no mundo, sempre com a perspectiva de curto prazo de obter o maior lucro possível e remunerar acionistas. Fortemente verticalizadas, as Sete Irmãs se encarregavam da pesquisa, da prospecção, da produção, do refino e da distribuição. Conteúdo nacional? Só o suor de trabalhadores locais de baixa qualificação.

No entanto, a partir do final da década de 1960 e o início da década de 1970, a maior parte dos grandes países exportadores realizou um duplo movimento: implantaram o modelo de partilha e criaram grandes operadoras nacionais de petróleo.

No modelo de partilha, ao contrário do que acontece com o modelo de concessão, o óleo continua de propriedade dos Estados, mesmo após a sua extração, o que permite que os países exportadores controlem o ritmo da produção e comercialização do petróleo, conforme seus interesses estratégicos de longo prazo.

Com uma grande operadora nacional, os países exportadores passam a ter conhecimento profundo das suas reservas e dos custos reais de operação para a extração do óleo. Ao mesmo tempo, a grande operadora nacional pode ensejar a geração de uma política de conteúdo nacional, que suporte grandes cadeias econômicas, estimulando o desenvolvimento dos países produtores.

Dessa maneira, os governos desses países nacionalizaram jazidas e expropriaram ativos das multinacionais para criar as suas próprias companhias de petróleo. Em 1972, Arábia Saudita, Qatar, Kuwait e Iraque, onde estavam as principais reservas mundiais, já tinham iniciado esses processos.

Isso mudou inteiramente o mercado do petróleo e permitiu a criação da OPEP. Os Estados passaram a se apropriar de uma renda muito maior da cadeia do óleo, até mesmo porque descobriram que as IOCs escondiam deles os reais custos de produção, reduzindo artificialmente a remuneração devida aos países. Ou seja, eles descobriram que as IOCs simplesmente os roubavam.

Assim, os Estados, não as Sete Irmãs, começaram a ditar o ritmo da produção e da comercialização do petróleo, não mais com a perspectiva de obter o máximo de dividendos no curto prazo, mas com o objetivo estratégico de maximizar o uso de um recurso natural finito e não renovável.

De fato, esses dois fatores (modelo de partilha e grande operadora nacional) permitem, com maior facilidade:

1) Influenciar o preço dos hidrocarbonetos no mercado interno, conferindo, se necessário, subsídios em energia ao setor produtivo.

2) Instaurar políticas de conteúdo nacional, que se aproveitem das oportunidades e sinergias criadas pela produção de hidrocarbonetos para criar uma longa cadeia nacional do petróleo, estimulando indústrias de ponta e o setor de serviços.

3) Ditar o ritmo de exploração das reservas e de comercialização do óleo, conforme o interesse nacional e dentro de uma visão estratégica de aproveitar ao máximo a existência de um recurso natural finito e não renovável.

4) Gerar e obter informações detalhadas sobre as jazidas de óleo e gás, seu potencial e seus custos de exploração.

5) Desenvolver tecnologia própria relativa à cadeia dos hidrocarbonetos.

Contudo, o governo do golpe, com o intuito de nos fazer retroceder à década de 1960, coloca o Brasil na contramão da história e já retirou da Petrobras sua condição de operadora única do pré-sal, acabou com a política de conteúdo nacional e, agora, dedica-se a privatizar os nossos ativos do setor a preços inteiramente aviltados.

Não bastasse, com a MP 795 o governo entreguista concedeu isenções tributárias às petroleiras estrangeiras sobre a importação de bens e equipamentos necessários para a exploração das nossas jazidas, instituindo, desse modo, as generosas políticas de conteúdo internacional e de geração de empregos no exterior, bem como sobre imposto de renda e contribuições sociais, instituindo, dessa forma, a política de subsídio estatal a grandes investidores estrangeiros bilionários, numa conjuntura de crise fiscal gravíssima. Coisa boba, apenas algo em torno de R$ 1 trilhão.

Falta, no entanto, o arremate final do entreguismo: a volta do modelo de concessão. Com tal volta, acenada pelo pitoresco Ministro de Minas e Energia, a propriedade do óleo passa a ser inteiramente das petroleiras internacionais, que ditarão o ritmo da produção e comercialização, conforme seus interesses. À União restarão apenas os bônus de assinaturas, as migalhinhas devidas aos vira-latas.

Vai ser uma festa! Sem a Petrobras como operadora e sem partilha, as Sete Irmãs do petróleo voltarão aos seus dias de grande glória. Apropriar-se-ão (com mesóclise e tudo) do nosso óleo do pré-sal, a principal descoberta de petróleo deste século, a preço de bananas podres, não investirão um centavo na cadeia econômica brasileira, não gerarão empregos de qualidade aqui, não pagarão impostos e, se bobear, ainda vão nos passar a perna nos custos e nos volumes produzidos, como fizeram à larga nos países do Golfo, antes da revolução ocorrida na década de 1970.

Tudo isso para quê? Para que o nosso brilhante governo entreguista, com sua visão estratégica privilegiada, possa amortizar cerca de 4% a 10% do rombo orçamentário anual.

E também, não se esqueçam, para que alguns poucos ganhem um monte de dinheiro à custa do futuro do país. À custa do futuro de nós todos.


É uma grande corrupção ou não é?



MARCELO ZERO.  Sociólogo, especialista em Relações Internacionais e assessor da liderança do PT no Senado

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Nº 22.599 - "Como vazamentos ilegais transformaram processos da Lava Jato em jogo de cartas marcadas. Por Joaquim de Carvalho"


30/10/2017


Como vazamentos ilegais transformaram processos da Lava Jato em jogo de cartas marcadas. Por Joaquim de Carvalho



Do Diário do Centro do Mundo - 30 de outubro de 2017



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Nº 22.598 - "Não é só o Nordeste: Liderança de Lula é sólida e transversal"

8.
30/10/2017




Não é só o Nordeste: Liderança de Lula é sólida e transversal



Do Tijolaço · 30/10/2017


REGIOESIBOPE
por Fernando Brito
Saiu hoje o mapa completo da pesquisa Ibope, que pode ser acessado aqui.
É bom olhar e ver que, ao contrário do que diz a mídia, Lula está “pendurado apenas no Nordeste”.
Ele vence em todas as regiões, entre eleitores de ambos os sexos,  em todas as faixas etárias, mas cidades pequenas, médias e grandes, nos centros, nas periferias e no interior e em quase todos os segmentos de renda e grau de instrução.
E, mesmo aí, como a denunciar a mesquinhez estúpida de parte de nossa classe média “estudada”, perde de pouco para o mais bronco dos candidatos, Jair Bolsonaro.
O eleitorado de Lula, por tudo isso e por uma proximidade entre as menções espontâneas (26%) e as em cartelas de candidatos (35-36%), demonstra estar consolidado.
E mais: tem, hoje, quase a metade dos “votos válidos”, isto é, dos que escolhem candidato.
Estatisticamente, se cada dez eleitores de Lula influenciarem o voto de de mais um, nas condições atuais ele estaria eleito no primeiro turno.
Esta é a razão do desespero porque, além do quadro desesperador,  há o fator Temer a pesar sobre uma candidatura de direita “não-bolsonárica”.
Não dá, desta vez, para dar como favas contadas de Marina como linha auxiliar no Nordeste e em parte da classe média. Muito menos com o Eduardo Campos a deixar-lhe de herança parte do Nordeste.
Fazer “chapa pura” com Dória para vice pu governador de São Paulo  não facilita alianças.
A direita está num mato sem cachorro eleitoral. Ou só com um pitbull.
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Nº 22.597 - "Quem é a juíza (sic) que não quer show na mega-ocupação"

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30/10/2017



TRF4 manda soltar gerente da Petrobrás que Moro prendeu porque… não havia provas




Do Cafezinho - 30/10/2017 Escrito por Miguel do Rosário, Postado em Redação




Desta vez, nem o “padrinho” e amigão de Moro, o desembargador Pedro Gebran Neto conseguiu manter uma das prisões ilegais e arbitrária decretadas por Sergio Moro contra um gerente da Petrobrás.É uma coisa grotesca.
A razão, usada por Moro, para prender o sujeito é que a justiça não tinha encontrado provas de sua corrupção.
É assim no regime de exceção.
Solta ladrão preso com mala de 500 mil reais.
Solta ladrão preso com helicóptero com 500 quilos de pasta de cocaína.
E manda prender um sujeito porque não se descobriu nenhuma “conta secreta”.
A presunção de inocência, o valor da liberdade, que se danem!
A única maneira de se salvar, no regime de exceção criado pela Lava Jato, é dedurando alguém, em geral com uma mentira, para que a história se ajuste na narrativa da procuradoria. Tipo: “pacto de sangue”.
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No Conjur
Desembargador do TRF-4 concede Habeas Corpus a ex-gerente da Petrobras
29 de outubro de 2017, 17h45
A não identificação de eventuais contas secretas ou do destino dos valores recebidos ilicitamente pelo réu não justifica a prisão preventiva para garantir a ordem pública. Com base nesse entendimento, o desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região João Pedro Gebran Neto revogou, na sexta-feira (27/10), a prisão preventiva do ex-gerente da Petrobras Luís Carlos Moreira da Silva.
Ele teve a medida cautelar decretada pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, em sentença proferida no dia 20. O réu foi condenado a 12 anos de reclusão por corrupção e lavagem de dinheiro.
A defesa impetrou o Habeas Corpus na última terça-feira (24/10) alegando que não há nada nos autos que indique que o réu tenha obstruído as investigações, nem indícios de risco de fuga.
Os advogados argumentaram ainda que faltam provas suficientes de materialidade e autoria e que a alegação de que existiriam contas secretas com valores de suposta vantagem financeira ainda não encontradas não justificam a medida cautelar, visto que tais contas não existiriam e levariam Silva a uma “prisão perpétua”.
Segundo Gebran, ainda que seja justa a preocupação do juiz de primeira instância, não é motivo para prisão preventiva a não identificação de eventuais contas secretas ou do destino dos valores recebidos ilicitamente por Silva.
O desembargador também frisou que não está presente o risco de reiteração delitiva e que, em relação à aplicação da lei penal, embora exista a possibilidade de não ser feita a recuperação integral do produto do crime, isso não leva à conclusão de que Silva poderia fugir antes do trânsito em julgado do processo.
Gebran ressaltou que o risco à instrução do processo apontado no fato de o réu ter deletado mensagens de teor incriminatório não justifica a prisão antecipada, pois tais provas já existiam antes de proferida a sentença.
“Para a decretação da medida extrema da prisão antes da condenação definitiva, os riscos devem ser concretos e decorrentes de atos do réu, o que não visualizo no caso”, concluiu o desembargador. Com informações da Assessoria de Imprensa do TRF-4.
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