sábado, 4 de agosto de 2018

Nº 24.707 - "Sobre O Globo, a ditadura e aquele candidato fascista. Por Pedro Fassoni Arruda"

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04/08/2018

Sobre O Globo, a ditadura e aquele candidato fascista. Por Pedro Fassoni Arruda


Do Diario do Centro do Mundo -  4 de agosto de 2018

     
.     ..................,................H.................Herança da ditadura (Foto: Reprodução)
Publicado no  Facebook do autor

Por PEDRO FASSONI ARRUDA, cientista político e professor da PUC-SP

1. A TV Globo foi criada em 1965, um ano depois do golpe que derrubou João Goulart.

2. O fundador e proprietário da TV Globo na época, Roberto Marinho, não era jornalista. Era empresário de mídia. Por favor, não confundam o patrão com o empregado.

3. Como empresário, Roberto Marinho sempre defendeu os interesses da sua classe. Ele herdou o jornal O Globo, criado em 1925, e sempre fez uma feroz oposição a todos os líderes trabalhistas no Brasil: Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, João Goulart, Leonel Brizola, Miguel Arraes, Lula e Dilma.

4. Em 1964, foram publicados no jornal O Globo diversos editoriais, capas de jornal e reportagens defendendo a derrubada do presidente legítimo e justificando a intervenção militar.

5. A família Marinho apoiou a ditadura do começo ao fim. Foram 21 anos de colaboração com o regime. Como conglomerado de mídia, as Organizações Globo colocaram todos os seus veículos a serviço da ditadura: jornais, revistas, emissoras de televisão, rádio etc.

6. Apenas em 2013 as Organizações Globo divulgaram uma nota reconhecendo que o apoio ao golpe de 1964 foi um “erro editorial”.

7. Precisamos entender que não foi apenas um “erro editorial”. Não se trata de erro simplesmente porque eles agiram de má-fé, sabiam exatamente o que estava acontecendo: PRISÕES ARBITRÁRIAS, CASSAÇÕES DE DIREITOS POLÍTICOS E MANDATOS PARLAMENTARES, CENSURA, PERSEGUIÇÃO, TORTURAS, EXECUÇÕES SUMÁRIAS, OCULTAÇÃO DE CADÁVERES e outras atrocidades.

8. Não basta dizer que houve um “erro”. É preciso PEDIR DESCULPAS às vítimas que foram perseguidas e torturadas, e pedir desculpas aos familiares daqueles que foram brutal e covardemente assassinados. É preciso defender a revisão da lei de anistia, é preciso fazer a reparação histórica e colocar os criminosos no banco dos réus. Os mesmos barões midiáticos que apoiaram os 21 anos de ditadura e só reconheceram que “erraram” quase três décadas depois do restabelecimento da democracia acabaram apoiando um novo golpe dois anos atrás…


9. Bolsonaro e a família Marinho se merecem. São uns lixos que deveriam responder pela apologia à violência que sempre praticaram.


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PITACO DO ContrapontoPIG
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A Globo, reconhecendo outra vez sua participação no golpe e na ditadura de 1964-85, pretende  apenas adiar - por mais trinta anos - o reconhecimento de sua ação no golpe de 2016.
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